Author page: Rabino Gloiber

O Pacto da Brit Milá

https://youtu.be/J0GtIXHQTz4

 

O pacto do Brit Milá

 

No final da nossa Parashá, quando D’us pede para Avraham fazer o Brit Milá, faz com ele mais um pacto.

 

Esse pacto vem acrescentar que essa terra é nossa eternamente, caso ela seja conquistada por outros povos mesmo assim ela continuará sendo nossa e voltaremos à herdá-la.

 

D’us também acrescenta que ele vai ser sempre o nosso D’us e que ele pessoalmente vai nos dirigir, e não seremos dirigidos por intermediários como os astros ou os anjos responsáveis pelos setenta povos.

 

Assim Avraham se torna o primeiro judeu, diretamente ligado à D’us, sem intermediários.

 

Porque D’us teve que acrescentar nesse pacto feito no Brit Milá que essa terra, de acordo com essas fronteiras citadas no pacto anterior entre o rio Prates e o rio do Egito e que são bem maiores do que o estado de Israel de hoje, será nossa herança eterna?

 

A regra da Torá é de que quando um povo conquista uma terra ela passa a ser dele, como no caso de Si’hon rei dos emoreus que conquistou parte de Moav.

 

Naquele caso, mesmo que para nós seria proibido conquistar uma parte de Moav porque D’us deu a terra de Moav aos filhos de Lot e fomos proibidos pela Torá de conquistá-la, quando Sihon à conquistou, ela deixou de pertencer à Moav e passou a pertencer aos emoreus, e por isso nos foi permitido conquistar essa terra de Si’hon.

 

Quando a Torá traz uma regra geral, para algo sair dessa regra a própria Torá tem que trazer um versículo determinando essa exceção.

 

E por isso foi necessário esse pacto do Brit Milá, para tirar a nossa terra dessa regra geral e torná-la uma exceção de regra.

 

Ou seja, mesmo que hoje existem outros países nesses lugares que D’us deu à nós, descendentes de Avraham, mesmo assim essa terra não deixou de ser nossa e no futuro nós a herdaremos.

 

Por isso na primeira vez o versículo diz:- “para a sua descendência eu vou dar”. Uma linguagem que indica uma coisa que ainda vai acontecer.

 

Também na segunda vez que D’us promete a terra à Avraham é usada essa mesma linguagem, porque até aquele momento ela não tinha sido totalmente dada.

 

Na terceira vez, na hora do pacto entre as partes dos animais, D’us diz:- “Para a sua descendência eu dei”, determinando que está fazendo um pacto sobre a terra que já nos foi dada.

 

Na hora da Brit Milá, quando D’us diz sobre a terra prometida “para herança eterna”, ele usa o termo “dei para você” em relação ao futuro.

 

Ou seja, ela continua sendo nossa mesmo quando não está nas nossas mãos, mesmo quando está conquistada por outros povos, mesmo assim ela continua nossa.

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.org

Galut Ishmael, o exílio entre os árabes 

Galut Ishmael, o exílio entre os árabes 

 

Rabi Yehuda no Zoar diz que não existe uma Galut tão difícil como a Galut Ishmael.

 

Quando D’us acrescentou a letra H nos nomes de Avraham e Sarah e revelou para Avraham que ele vai ter um filho com Sarah, Avraham pediu para D’us para que Ishmael viva com temor Divino.

 

Ou seja, ele pediu para que Ishmael fosse o seu sucessor.

 

D’us não concordou com isso mas revelou para ele que ele vai ter um filho com a Sarah, esse filho vai se chamar Itzhak, e ele vai dar continuidade ao pacto feito entre D’us e Avraham.

 

Mas por causa do pedido de Avraham D’us concordou em fazer de Ishmael um grande povo, mas deixou claro que a continuação do pacto Divino é com Itzhak que vai nascer de Sarah nessa época no próximo ano.

 

Diz o Zoar que pelo motivo de Avraham ter pedido por Ishmael e Ishmael ter feito o Brit Milá antes de Itzhak nascer, o anjo responsável pelo povo de Ishmael pediu para D’us durante quatrocentos anos para que os descendentes de Ishmael fossem comparados à nós no mundo superior.

 

O que fez D’us? Afastou o povo de Ishmael lá de cima como tinha sido determinado desde o começo, mas para compensar isso deu a parte deles aqui embaixo na Terra Santa por causa do Brit Milá deles.

 

Disse o Zoar aproximadamente no ano 150 da era comum, que futuramente os árabes irão dominar a Terra Santa por muito tempo quando ele estiver vazia, como o Brit Milá deles é vazio e sem perfeição, e eles vão impedir o povo de Israel à voltar para o seu lugar até terminar o mérito do povo de Ishmael.

 

Quem na época do Zoar na qual Israel fazia parte de um império romano europeu, com equipamentos extremamente avançados em relação aos árabes, quem poderia imaginar naquela época que no ano 636 aqueles árabes conquistariam Israel e estariam lá até agora?

 

Com certeza na época do Zoar todos achavam que isso era uma metáfora ou coisa parecida.

 

Ninguém imaginaria uma autonomia árabe na própria Judéia que era o principal da nossa civilização incluindo os túmulos dos nossos patriarcas e matriarcas e que por isso somos chamados de judeus. Em resumo, esse é o Galut Ishmael existe de verdade, aqui e agora, hoje em nossos dias.

 

Então vamos fazer tudo o que podemos trazer o Mashia’h e esse Galut Ishmael terminar imediatamente.

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.org

Será que podemos confiar em milagres?

 

Nossa Parashá nos conta sobre a descida do nosso patriarca Avraham ao Egito.

 

Os egípcios antigos eram obcecados por mulheres e Sarah, nossa matriarca era uma mulher linda.

 

A estatística egípcia de maridos assassinados por terem mulheres lindas seria considerada hoje “risco não segurável” !

 

Avraham pede à Sarah dizer que é sua irmã por motivos de perigo de vida e para ganharem presentes.

 

Essas duas coisas não fazem parte do perfil de Avraham que estava em um nível espiritual elevadíssimo.

 

Em Ur preferiu ser jogado ao fogo do que fazer idolatria, e quando salvou o rei de Sodoma, não aceitou nem um cordão de sapato de presente.

 

Como então Avraham usa agora essas duas coisas como argumento?

 

O Tana’h traz muitos casos parecidos à esse mas vamos analisar dois deles.

 

Quando D’us pediu para Moshe ir ao Faraó e fazer milagres, os próprios milagres eram o objetivo dessa empreitada, mas quando D’us pediu ao profeta Shmuel ir para Beit Le’hem nomear um rei no lugar de Shaul, o profeta pergunta :- Como irei, Shaul vai ouvir e me matar!

 

D’us diz para ele levar uma bezerra e dizer que está indo para lá fazer um korban.

 

Ou seja, o próprio D’us dá uma justificativa para ele. No caso de Shmuel o milagre seria apenas uma necessidade particular e poderia ser evitado com uma desculpa , e D’us diz para ele justificar dessa maneira para não precisar do milagre.

 

Conclusão:

 

Quando uma pessoa pode fazer algo de maneira natural mas no lugar disso ela espera um milagre, o milagre pode não acontecer , ou acontecer mas ser descontado dos méritos dela, e isso não é bem visto pela Torá.

 

Mas quando estamos em uma situação que não há outro jeito a não ser um milagre , nesse caso o milagre pode acontecer sem ser descontado dos nossos méritos.

 

No caso do nosso patriarca Avraham, D’us não tinha pedido para ele descer ao Egito e fazer milagres, então ele deu um jeito para não precisar dos milagres dizendo que Sarah era sua irmã até eles se acostumarem com a presença dela e “esfriarem” tentando ser apresentados pelo “irmão” que os enrolaria até passar o entusiasmo da chegada da “miss universo” na cidade. E recebendo presentes dos ricos ela estaria protegida contra os assédio dos pobres.

 

Aprendemos com o nosso patriarca Avraham uma grande regra da Torá.

 

Que junto com a reza e confiança em D’us devemos fazer meios naturais para receber as bençãos Divinas e mesmo os Tzadikim precisam fazer isso.

 

No caso de Avraham foi feito dessa forma, e todo o Tana’h está cheio de exemplos assim.

 

Os meios honestos de como ganhar nosso dinheiro não só que não estão em desacordo com a reza e a confiança em D’us mas ainda são um complemento à ela sendo que está escrito que D’us vai nos abençoar em tudo o que fizermos e não em tudo o que não fizermos.

 

Por meio da nossa confiança em D’us, por meio das nossas rezas e das nossas Mitzvot é decretado lá em cima quanto vamos receber aqui embaixo, e por isso o trabalho deve ser feito somente após cumprirmos nossas obrigações espirituais sendo que ele é só o meio de retirar o que entrou na nossa conta lá encima.

 

Temos que fazer nosso trabalho somente porque é uma ordem Divina , e junto com isso termos fé em D’us e não ver o próprio trabalho em si como algo que pode nos ajudar ou nos prejudicar.

 

Sendo que a ordem Divina é só em relação ao que podemos fazer e D’us não se comporta com tirania com as suas criaturas , quando não temos a possibilidade de fazer o receptáculo, não só que isso não enfraquece a confiança que D’us vai nos dar o nosso pedido, mas serve como prova de que nesse caso específico não precisamos de receptáculo.

 

Por isso quando Sarah foi levada ao palácio do Faraó Avraham ficou confiante que o milagre iria acontecer porque nesse caso ele não tinha o que fazer de uma maneira natural e sabia que restou para D’us fazer um grande milagre.

 

Porque D’us pede para fazermos o receptáculo se o receptáculo por si só aparentemente nem ajuda e nem prejudica?

 

Por causa de uma intenção Divina profunda que determina que tudo o que desce de lá de cima para o nosso “mundo da Assiá” vem revestido nas vestimentas da natureza , portanto nós que somos criados à exemplo de cima também precisamos fazer uma “vestimenta” natural para podermos receber as bençãos Divinas.

 

Esses meios naturais são o trabalho , os cuidados com saúde , segurança e etc.

 

Quando não fazemos isso estamos roubando de nós próprios o que D’us quer nos dar ou obrigando D’us a nos fazer milagres e descontar dos nossos méritos e com certeza ainda vamos reclamar que D’us cuida melhor do vizinho.

 

Mas quando vemos que de verdade não há o que fazer e o único jeito é o milagre, podemos ficar confiantes, os milagres vão acontecer!

 

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

 

www.RabinoGloiber.org

O Kidush do Shabat

 

 

O Kidush da noite de Shabat

 

A Guemará nos conta que “aquele que fala o ‘Vaye’hulu’ (o Kidush) na noite do Shabat é considerado como se ele se tornasse parceiro de D’us na criação do mundo”.

 

A leitura do Kidush na noite de Shabat é uma Mitzvá que recai igualmente tanto para os homens quanto para as mulheres

 

A guarda do Shabat é o único ritual judaico que é um dos Dez Mandamentos é um mandamento tanto positivo quanto negativo e por isso recai sobre as mulheres também.

 

A Torá nos ordena “lembrar” (Za’hor) e “guardar” (Shamor) o Shabat.

 

Shamor – guardar

 

“Guardamos” o Shabat por meio de não fazer nenhum dos 39 trabalhos proibidos no Shabat que são chamados de mela’hot.

 

Esses 39 trabalhos proibidos de serem feitos no Shabat são chamados de “pais do trabalho”. Também suas derivações chamados de toladot, ou seja, filhos do trabalho, são proibidas de serem feitas no Shabat por serem ramificações derivadas desses trabalhos.

 

Za’hor – lembrar

 

“lembramos” o Shabat falando o Kidush na noite de sexta-feira e no dia de Sábado

 

Quando fazemos o Kidush cumprimos o mandamento positivo de “lembrar” do Shabat pelo fato de que o texto do Kidush enfatiza a santidade do dia, a distinção entre o Shabat e os seis dias da semana.

 

Sendo que estamos no mundo da ação, para trazer as bênçãos de cima temos que fazer uma ação material que é a sincronização entre o mundo de cima e o mundo de baixo.

 

Assim também em relação ao Shabat. Para trazermos as bênçãos do Shabat para esse mundo fazemos o Kidush com um copo de vinho e duas Halot (plural de Halá) que são nada mais e nada menos do que dois pães.

 

O vinho ou o suco de uva deve ser Kasher, e onde não é encontrado vinho Kasher você pode fazer pessoalmente um suco de uva Kasher para Shabat

 

Para facilitar para quem está começando, lá vão umas dicas básicas. Escrevemos essas dicas principalmente para quem mora no interior e não tem facilidade em comprar as coisas para Shabat.

 

Como fazer em casa o seu vinho para o Kidush:

 

Pela Halachá um suco de uva verdadeiro também é considerado vinho para o Kidush, aqui vai uma receita para fazer o seu suco de uva “bore pri hagafen” para todos os Shabatot do ano, principalmente se você tem crianças em casa.

 

Modo de preparo:

 

1- Compre uvas de qualquer tipo, lave as uvas, separe elas dos galhos e coloque elas dentro de uma panela (de preferência de pressão.

 

2- coloque a mão sobre as uvas e adicione água e açúcar . Essa água e açúcar tem que preencher somente os espaços entre as uvas e você coloca a mão encima para elas não flutuarem encima da água com açúcar sendo que a água com açúcar tem que preencher somente os “buraquinhos” entre as uvas mas não pode cobrir elas por cima nem se acumular separadamente no espaço de baixo caso elas flutuem, por isso você não deixa elas flutuarem.

 

3- Tampe a panela , acenda o fogo e deixe ferver um pouquinho.

 

4- Peneire o conteúdo da panela para uma jarra apertando e amassando totalmente as uvas dentro da peneira com uma colher até que todo o suco passe pela peneira e sobre dentro da peneira somente uma polpa

 

5- Coloque o suco em garrafas ou em uma jarra.

 

6- Mantenha o suco na geladeira e só retire para as refeições.

 

Se você não tiver vinho ou suco de uva kosher, você pode fazer o Kidush sobre o pão e, em vez de dizer a bênção Bore Peri HaGuefen, “que cria o fruto da videira”, você diz a benção, Hamotzi Le’hem min Ha’aretz, “que tira o pão da terra”.

 

Quando se usa pão em lugar de vinho, é preciso fazer a Netilat Yadaim antes de fazer o Kidush, para que se possa comer o pão imediatamente quando você termina o Kidush.

 

Netilat Yadaim

 

A Netilat Yadaiim é um jeito específico de se lavar as mãos. Antes de comer o pão, você pega um copo bem grande com a mão direita, enche ele de água e passa esse copo com a água para a mão esquerda.

 

A mão esquerda joga água três vezes sobre a mão direita e passa o copo para a mão direita. A mão direita joga água três vezes sobre a mão esquerda. Você faz a Brahá, a benção de Netilat Yadaiim e começa a falar o Kidush. Nesse caso, no lugar da Brahá do vinho no meio do Kidush você fala a Brahá do pão.

 

Mas em uma situação normal, quando você fez o Kidush sobre o vinho ou suco de uva, você bebe o vinho no final do Kidush e depois faz a Netilat Yadaiim e a Brahá do pão sobre dois pães.

 

Entre a Brahá da Netilat Yadaiim e a ação de comer um pedaço do pão depois da Brahá, não podemos falar para não fazer uma interrupção entre a Brahá e a ação. Depois que você comeu um pedaço do pão já pode falar Novamente.

 

O motivo de enchermos o copo com a mão direita e darmos o copo cheio para a mão esquerda jogar a água três vezes sobre a mão direita é uma sincronização espiritual que está ligada às Sefirót lá em cima.

 

Tanto a água quanto o lado direito estão ligados à Hessed, e o lado esquerdo está sincronizado com a Guevura. Por meio de enchermos o copo de água com a mão direita e passarmos ele para a esquerda para que ela comece o trabalho de purificação, subjugamos a Guevurá e ela se torna um acessório da Hessed 🌻🌻🌻🌻

 

Horários Judaicos

 

Horários Judaicos

 

Os meses judaicos são Lunares e é por meio deles que são determinadas as festas judaicas, o horário das Tefilot (rezas) e outras Mitzvót.

 

O mês judaico se inicia com o nascimento da lua que aparece no céu como um crescente estreito que gradualmente se torna mais pleno a cada noite, até ficar perfeitamente cheio e redondo, no meio do mês.

 

Então, a Lua “encolhe” até desaparecer totalmente por volta do fim do mês, para reaparecer novamente no começo do novo mês.

 

Quando a Lua surge primeiramente como um estreito crescente, é chamada em hebraico de Molad que é o nascimento da Lua.

 

No Shabat anterior a Lua nova, anunciamos e abençoamos o novo mês (exceto o mês de Tishrei, que é abençoado unicamente pelo próprio D’us).

 

De um nascimento da lua ao seguinte passam-se pouco mais de 29 dias e meio e essa é a duração do mês judaico.

 

Mas sendo que não podemos ter metade do dia pertencendo a um mês e a outra metade pertencendo ao mês seguinte, o calendário foi construído de maneira a termos, às vezes 29 dias, e às vezes 30 dias no mês judaico.

 

Nunca mais, nem menos.

 

E é por isso que às vezes, temos um dia de Rosh Hodesh (início do mês) e às vezes dois.

 

Quando temos um dia de Rosh Hodesh, significa que o mês que está terminando tem 29 dias.

 

Se temos dois dias de Rosh Hodesh, o primeiro pertence ao mês anterior, ou seja, é o 30º dia do mês que está terminando, enquanto que o segundo dia de Rosh Hodesh é o primeiro dia do novo mês.

 

Em um ano “comum” temos seis meses de 30 dias que são chamados de meses  “cheios” ou “completos”, e seis meses “curtos” de 29 dias, sempre um mês de trinta dias ao lado de um de 29, completando um total de 354 dias no ano lunar.

 

Em certos anos “perdemos” um dia, e em outros “ganhamos” um, fazendo com que o número total de dias do ano lunar  seja às vezes 353 dias, às vezes, 354 e às vezes 355.

 

O nosso calendário fixo foi montado dessa forma por vários motivos , entre eles o de evitar que Yom Kipur caia na sexta-feira, ou no domingo, para não acontecer de termos dois dias nos quais não se pode cozinhar um em seguida do outro .

 

É importante ter sempre o calendário judaico em mãos , para saber quando chegam as nossas festas religiosas.

 

 

Tekufot

 

A Torá nos traz as datas das festas judaicas, e às vezes até a estação do ano em que ela deve ser comemorada, como é o caso da festa de Pessa’h que deve ser comemorada explicitamente na primavera.

 

Sendo que nossos antepassados saíram do Egito na primavera levamos em conta para isso a primavera do hemisfério norte.

 

As estações do ano são chamadas de  Tekufot e estão ligadas ao ano solar que tem pouco menos de 365 dias e meio, enquanto que o ano lunar tem cerca de 11 dias a menos!

 

Se não levássemos em conta o ano solar, a festa de Pessa’h que pela Torá tem que ser na primavera cairia no Inverno !

 

Por isso, no calendário judaico o ano lunar e o ano solar devem estar sincronizados.

 

Para equilibrar entre o ciclo da lua e o ciclo do sol, o calendário judaico tem um mês a mais a cada três anos.

 

Ou seja, os 11 dias de diferença a cada três anos formam um novo mês de Adar antes de Adar, e nesse caso o mês de Adar normal se torna Adar 2 , empurrando o mês de Nissan para a Primavera.

 

E assim todas as outras festas cairão na época certa e nas estações adequadas.

 

A sincronização entre o ano lunar e o ano solar é um ciclo que se renova a cada 19 anos.

 

Portanto, o calendário judaico está dividido em ciclos de 19 anos nos quais sete têm um mês de Adar a mais. Esses anos são chamados de “Shaná Meuberet” e eles são o 3º, 6º, 8º, 11º, 14º, 17º e 19º ano.

 

Assim fica fácil descobrir se aquele ano judaico vai ter dois meses de Adar ou um só.

 

Dividimos o ano judaico daquele ano por 19; se o resto for 3, 6, 8, 11, 14, 17 ou 19 (no último caso, não sobrará resto), este será um ano com dois meses de Adar.

 

Por exemplo, nosso ano atual è 5786. Dividido por 19 fica 1099,34. Ou seja, vamos ter um Adar só.

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.org

Rosh Hodesh

Rosh Hodesh

O calendário judaico é baseado na Lua. Ela aparece no céu no início de cada mês judaico como um crescente estreito, que gradualmente se torna mais pleno a cada noite, até ficar perfeitamente cheio e redondo, no meio do mês.

 

Então a Lua “encolhe” até desaparecer totalmente por volta do fim do mês, apenas para reaparecer no começo do novo mês.

 

Quando a Lua surge primeiramente como um estreito crescente, é chamada de  “Molad” que é o “nascimento da Lua”( “novilúnio” ).

 

No Shabat antes da Lua nova, anunciamos e abençoamos o novo mês exceto o mês de Tishrei, que é abençoado unicamente pelo próprio D’us.

 

De um Molad ao seguinte passam-se pouco mais de vinte e nove dias e meio, e essa é a duração do mês judaico.

 

Mas sendo que não podemos ter metade do dia pertencendo a um mês e a outra metade ao seguinte, o calendário foi construído de um jeito que às vezes temos vinte e nove dias no mês, e as vezes, trinta, mas nunca mais do que trinta e nunca menos do que vinte e nove.

 

É por isso que às vezes temos somente um dia de Rosh Hodesh que é o início do mês e às vezes dois.

 

Quando temos somente um dia de Rosh Hodesh, significa que o mês que terminou porque tinha somente 29 dias.

 

Quando temos dois dias de Rosh Hodesh, o primeiro dia de Rosh Hodesh  pertence ao mês anterior, ou seja, é o 30º dia do mês que terminou, e o segundo dia de Rosh Hodesh é o primeiro dia do novo mês.

 

Num ano “comum” temos seis meses “cheios”, ou seja, “completos”, que são os meses de 30 dias cada, e seis meses “curtos” de 29 dias, seguindo-se um ao outro (30, 29, 30, 29, etc).

 

Isso nos dá um total de 354 dias no ano judaico. Em certos anos “perdemos” um dia, e em outros “ganhamos” um, fazendo com que o número total de dias num ano seja de 353, 354, ou 355, conforme o caso.

 

As vezes o motivo para isso é para evitar que o Yom Kipur caia numa sexta-feira, ou num domingo, para não se seguirem dois dias de Shabat.

 

A Torá nos diz que Pessa’h deve ser na primavera, considerando-se as estações do hemisfério norte, que é a estação em que nossos antepassados saíram do Egito

 

Portanto, não devemos ignorar o sistema solar que determina as quatro estações do ano que em Hebraico são chamadas de “Tekufot”.

 

O Ano Solar tem pouco menos de 365 dias e meio, enquanto o Ano Lunar tem cerca de onze dias a menos!

 

Portanto, se ignorássemos inteiramente o Ano Solar, nossas festas não seriam na mesma época a cada ano com relação à estação do ano, e iriam atrasar onze dias.

 

Em cerca de três anos, sairiam fora de sua respectiva estação por aproximadamente um mês e em nove anos, por cerca de três meses. Nesse caso Pessa’h não seria mais na primavera, e sim no inverno!

 

Por isso fazemos a sincronização entre o Ano Lunar e o Ano Solar. fazemos essa sincronização adicionando mais um mês de Adar para empurrar o mês de Nissan para frente, para o seu lugar apropriado na primavera. acrescentando um mês a mais a cada dois ou três anos de acordo com a necessidade, e assim o nosso calendário se sincroniza tanto com o ciclo da lua quanto com o ciclo do Sol.

 

Mensagem da Parashá

Dinossauros na visão Judaica

A Torá nos conta a idade de cada uma das pessoas mais importantes das dez gerações entre Adão e Noa’h mas não comenta sobre o tamanho dessas pessoas, como se existisse uma escala óbvia entre idade e tamanho.

 

Foram encontrados ossos de dinossauros, mas não foram encontrados desenhos deles entre os desenhos da antiguidade, nos indicando que eles viveram antes do dilúvio.

 

O Zohar nos conta que Rabi Hiya e Rabi Yehuda estavam andando nos “Montes Altos” e encontraram lá ossos de pessoas que morreram no dilúvio.

 

Eles resolveram medir um osso desses e andaram sobre ele trezentos passos (150 metros).

 

Então, imagine o erro dos cientistas quando colocam os ossos dos dinossauros ao lado dos ossos de alguns macaquinhos da época antiga (que eles dizem ser o macaco que virou homem e já o consideram homem).

 

O motivo principal do erro deles nessas proporções é que eles nunca encontraram um esqueleto de verdade de seres humanos que viveram antes do dilúvio, mas se encontrassem veriam que o maior dinossauro em relação aos seres humanos daquela época seria como uma galinha em relação a nós.

 

“Cúbito de Noa’h”:

 

A medida da arca é em ”amot”. Traduzido pelos portugueses antigos como cúbito, é a medida do antebraço entre o cotovelo e o pulso, nas pessoas de hoje é uma média de 50 centímetros.

 

Mas sendo que não sabemos o tamanho de Noa’h e a “escala métrica” do “amá” no caso dele é relativa ao tamanho do antebraço dele , com certeza a Arca era muito maior do que imaginamos.

 

Mensagem da Parashá

O que é a benção Divina que te enriquece

 

Nossa Parashá nos conta que AShem (D’us) abençoou Noa’h e seus filhos.

 

O Zoar nos conta sobre o que escreveu o rei Salomão, que “a benção Divina é quem nos traz as riquezas e não precisamos acrescentar sofrimentos e esforço para receber essas riquezas, porque é suficiente a benção Divina, porque somente dela vem as riquezas.”

 

E como essa benção Divina que nos enriquece desce para o nosso mundo material?

 

A She’hiná 

 

A “She’hiná”, traduzido como “a presença Divina”, é a Sefirá chamada de Mal’hut.

 

Ela é comparada pelo Zoar a uma grande represa que recebe águas de muitos lugares e repassa essas águas para nós de acordo com as nossas necessidades, sem nos causar uma inundação.

 

A palavra “represa”,  em hebraico  bre’há בְּרֵכָה ,  vem da mesma raiz que a palavra benção em hebraico, Bra’há בְּרָכָה, nos mostrando que a Mal’hut é uma represa em relação às Sefirot que a antecedem, e isso se transforma para nós na benção Divina que nos traz todas as riquezas.

 

Zeir Anpin, a “Pequena Face”

 

O conjunto de Sefirot (plural de Sefirá) chamado de Zeir Anpin é composto pelas Sefirot: Hessed, Guevura, Tiferet, Netza’h Od e Yessod.

 

Esse conjunto de Sefirot que também é chamado de “Kudsha Brih’u”, repassa para a Mal’hut, que também é chamada de “She’hinta”, todas as coisas boas lá de cima.

 

Esse repasse acontece quando o Zeir Anpin e a Mal’hut se unem.

 

O Zeir Anpin é comparado ao noivo, a Mal’hut comparada a noiva, e a união dessas Sefirót lá em cima é comparada ao casamento.

 

Y’hud (a união) de Kudsha Brih’u e She’hinta

 

A união do Zeir Anpin e Mal’hut lá em cima só acontece no mérito do nosso estudo da Torá e do nosso cumprimento das Mitzvot que são os Mandamentos Divinos, aqui no nosso mundo da Assiá que é o mundo da ação.

 

Quando estudamos Torá e cumprimos os Mandamentos Divinos, estamos fazendo o “vestido” e as “jóias” da noiva.

 

Espiritualmente falando, estamos preparando a noiva para o casamento.

 

Quando essa união acontece, a Mal’hut recebe a fartura do Zeir Anpin por meio da Yessod e a repassa para nós, e essa é a benção Divina que nos trás as riquezas.

 

Podemos comparar a Mal’hut a uma mãe amamentando seu nenê.

 

Depois que ela comeu tudo o que precisava, ela repassa tudo aquilo para o nenê, mas no nível dele.

 

Naquele leitinho que ele está mamando estão todas as variedades de comida que ela comeu, e ela consegue fazer com que tudo isso chegue até o nenê, mas no nível dele.

 

Se ela desse para o nenê diretamente os alimentos que ela recebeu, ele não conseguiria comer e morreria de fome na frente de todos aqueles alimentos.

 

E essa é a característica da mãe, o pai não conseguiria fazer isso.

 

A capacidade de transformar o espiritual em bens materiais e repassar tudo isso para nós no nosso nível é a característica da Mal’hut e não do Zeir Anpin.

 

Essa formação de Sefirot chamado de Zeir Anpin representa o lado espiritual masculino, o pai que traz a comida para casa.

 

A Mal’hut nas Sefirot representa o lado espiritual feminino, a mãe que, depois de ter comido, amamenta o nenê repassando para o nível dele a comida que ela recebeu do marido.

 

Ou seja, não temos como receber a fartura lá de cima a não ser dessa forma.

 

Depois que essa fartura chega à Mal’hut, a Mal’hut nos repassa tudo isso em forma de bens materiais.

 

Somente assim conseguimos usufruir aqui nesse mundo o que recebemos do mundo de cima. E essa é a benção Divina que nos traz as riquezas.

 

Mas se a mãe não se alimenta, ela não tem como amamentar.

 

Por isso, quando não estudamos Torá e não cumprimos os Mandamentos Divinos, causamos a separação entre o Zeir Anpin e a Mal’hut.

 

A Mal’hut não recebe do Zeir Anpin e não tem como nos repassar o que ela não recebeu.

 

E esse é o segredo da benção Divina que te enriquece 🌻

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.org

 

Mensagem da Parashá

Porque Noa’h não ensinou os sete mandamentos dos filhos de Noa’h?

 

A Torá nos conta em duas Parashiót uma história de vinte gerações de Adão que foi o primeiro homem até o nascimento de Avraham Avinu .

 

Ou seja, em duas Parashiót a Torá nos conta o que aconteceu de importante em quase dois mil anos de história.

 

Depois disso a Torá nos conta a história do nosso patriarca Avraham que se estende por três parashiot.

 

Aprendemos daqui que uma história de mil anos de atrocidades de Adam até Noa’h termina em dilúvio, e mais mil anos sem D’us , de Noa’h até Avraham só não terminou em dilúvio porque D’us prometeu para Noa’h que não iria mais ter dilúvio.

Depois de dois mil anos , chega o nosso primeiro patriarca , Avraham Avinu ensinando as pessoas a rezarem para D’us e fazerem boas ações , e aí tudo mudou!

 

Noa’h era um Tzadik na geração dele, Avraham Avinu seria um Tzadik em qualquer geração.

 

Noa’h não fez o mal, mas também não fez o bem.

 

Não rezou pela sua geração, não tentou ensinar sua geração a se comportar de maneira melhor.

 

Noa’h construía a arca , e se alguém perguntasse para ele porque ele estava construindo essa arca, ele respondia que AShem (D’us) vai mandar um dilúvio por causa das atrocidades que eles estavam cometendo, e ele e sua família iriam se salvar.

 

Entre ele e as outras pessoas havia uma barreira, ele não tomava a iniciativa de ensinar as pessoas a se comportarem melhor e a rezarem para D’us, e também não rezava por elas.

 

Ele não se importava com elas.

 

Noa’h fez uma arca e salvou a sua família e os animais.

 

Está escrito que Noa’h era um Tzadik na geração dele (porque nela não tinha ninguém melhor) mas se ele estivesse na geração de Avraham Avinu já não seria tão importante assim.

 

Então porque ele foi chamado de Tzadik na geração dele?

 

Porque pelo menos ele tinha os valores certos , sabia o que era certo e o que era errado.

 

Noa’h não diria que cada um tem a sua opinião e está no direito de fazer o que quiser e se casar com o que quiser, mas respondia a quem perguntava que as más ações teriam como consequência um dilúvio.

 

Sabemos que existem sete mandamentos de bnei Noa’h, e quando temos a oportunidade ensinamos aos povos do mundo esses mandamentos, principalmente que não se deve fazer idolatria e que um homem deve se casar com uma mulher (os maiores problemas  da nossa geração).

 

Mas Noa’h não teve essa atitude de divulgar as próprias sete Mitzvot de bnei Noa’h.

 

Avraham Avinu foi o primeiro judeu , ele ensinou aos bnei Noach as Mitzvot deles .

 

Em outras palavras , aprendemos de Noach que não devemos ser como Noa’h mas temos que ter atitude como Avraham.

 

Por isso o dilúvio é chamado de “as águas de Noa’h”

 

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

 

www.RabinoGloiber.org

www.RabinoGloiber.org

Shabat Bereshit


O Shabat Mais Impactante!

 

Como nos comportamos nesse Shabat, Shabat Bereshit, é assim que vamos nos comportar durante todo o ano.

 

Este Shabat é chamado de “Shabat Bereshit” e é o Shabat mais especial de todos os Shabatot do ano.

A singularidade deste Shabat se encontra no fato de ele constituir um ponto de conexão entre o mês de Tishrei, um mês cheio de festas Judaicas, cheio de santidade, e o mês de Heshvan que é um mês “vazio” porque não tem festas Judaicas, ele é o mês “mundano”, omês de coisas desse mundo.

 

Sendo que este Shabat inclui esses dois opostos, a alegria e a santidade das festas Judaicas em comparação com a rotina e a mundanidade, ele nos dá forças especiais para continuarmos nosso elevado estado de santidade e alegria do mês de Tishrei, em nosso trabalho diário no mundo, nos “dias mundanos”!

 

Os Rebes de Lubavitch explicam que da maneira que nos comportamos no Shabat Bereshit dessa mesma maneira vamos nos comportar o resto do ano.

 

Por que este Shabat é mais especial do que outros Shabatot?

 

O Rebe explicou que é porque neste Shabat lemos as palavras “Bereshit Bara Elokim et a shamaim v’et a aretz”  (“No princípio D’us criou os céus e a terra”).

 

Isso nos ensina que D’us criou este mundo. É o Seu mundo! Ele o criou do nada. E, além disso, o grande milagre é que a criação do mundo acontece a cada segundo!

 

D’us está recriando o mundo a cada segundo para nos dar a oportunidade de realizar Seu desejo de que sejamos Seus parceiros em tornar este mundo um lugar mais sagrado e melhor, aprendendo Torá e praticando atos de bondade e benevolência.

 

Às vezes, podemos encontrar desafios ao aprender a Torá ou cumprir os Mandamentos Divinos. Podemos até encontrar muitas coisas que parecem ser “obstáculos”.

 

Mas quando nos lembramos de que este é o mundo de D’us, Ele o criou, Ele o recria continuamente, e foi Ele quem nos ordenou a cumprir nossa missão, e Ele não nos pediria para fazer algo impossível, então a questão realmente depende da nossa vontade e dos nossos esforços. E, claro, com a ajuda de D’us, teremos muito sucesso!

 

O primeiro homem recebeu o Mandamento de não comer a fruta da Etz a Daat por três horas. Ou seja, desde o momento no qual ele foi criado até depois do pôr do Sol que era o  momento da entrada do Shabat da criação.

 

Por que Adão fez o que fez? Ele não podia simplesmente esperar algumas horas para comer a fruta daquela árvore?

 

O Rebe explica que quanto maior e a pessoa também maior e a má inclinação dela, ou seja, maior seu yetzer aRá.

 

Aprendemos com isso que quanto mais algo é importante para nós, mais o lado ruim, o Yetzer ará, opõe resistência a ele.

 

E faz com que todos os tipos de desafios e obstáculos pareçam existir.

 

Então vamos ficar muito alegres neste Shabat e não dar importância para os obstáculos desse mundo, e assim vamos continuar o ano inteiro, olhando para as coisas boas que temos a frente e ficando feliz por termos deixado os obstáculos desse mundo para trás.

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

 

www.RabinoGloiber.org