Um dos 13 princípios da fé judaica é que Mashia’h vai chegar.
Esse princípio consiste em que no fim do “Galut” (exílio) um descendente direto do rei David que se iguala ao rei David no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot, constrói o Beit Hamikdash (Templo Sagrado de Jerusalém) no lugar sagrado chamado o “Monte do Templo” onde hoje se encontra o Kotel, vence as guerras contra os povos do mundo que se opõem à Gueulá e traz todos os judeus de volta para Israel.
Fazendo isso ele se torna o Mashia’h que em hebraico quer dizer simplesmente o “rei ungido”, sendo que ele é um descendente direto do rei David o qual foi ungido rei de Israel pelo profeta Shmuel e portanto não precisa de uma segunda unção para ser o rei de Israel
Daqui aprendemos que a solução para o fim do problema do exílio judaico não é um presidente eleito mas sim o Mashia’h
Na época da Guemará os alunos dos grandes Sábios que estavam dentro desse critério, ou seja, eram descendentes do rei David e eram grandes como ele no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot, diziam que o Rebe deles era o Mashia’h, como vemos na Guemará em Sanhedrin
Com isso queriam dizer que caso acontecesse a Gueulá naquela época, o candidato mais adequado para ser o Mashia’h seria aquele sábio
Na nossa geração o Rebe de Lubavitch foi apontado como candidato dentro desses critérios dos antigos sábios da Guemará.
Quando acontecer a Gueulá, o Beit Hamikdash for reconstruído em Jerusalém e as guerras vencidas, o candidato a Mashia’h se torna o Mashia’h na prática
Antes disso, os alunos do Rabi Hanina na Guemará ou os alunos do Rabi Inon puderam dizer que o Rebe deles era o Mashia’h (dentro dessa intenção) e isso não consistiu em um problema de lei judaica.
O mesmo se aplica hoje à quem aponta o Rebe de Lubavitch como candidato a Mashia’h da nossa geração
A Guemará em Sanhedrin também diz que o fato de o Mashia’h ser dos vivos ou dos mortos não é de relevante nesse caso, contanto que a Gueulá aconteça na geração dele, ou seja, enquanto ainda existem alunos dele que ouviram pessoalmente os ensinamentos dele.
Nesse caso é necessário que ele se revele, construa o Beit Hamikdash, vença as guerras de Hashem e traga o nosso povo de volta para a terra prometida.
Passando depois junto com todo o povo de Israel para a etapa em que a vida será eterna
Os romanos antigos copiaram também esse aspecto da religião judaica e aplicaram ele inadequadamente à alguém que não era um descendente do rei David, não cumpriu a Torá e as Mitzvot como o rei David, na época dele o Beit Hamikdash foi destruído, as guerras perdidas e o povo se espalhou para fora de Israel, não tendo qualquer relação ou comparação com o princípio judaico da vinda do Mashia’h e com o fato de os alunos dos Sábios de Israel dizerem que o Rebe deles era o Mashia’h
Em resumo, dizer que o Rebe é Mashia’h não é contra a lei judaica sendo que a intenção é de apontá-lo como candidato aos grandes milagres da Gueulá que estão para acontecer
Rabino Gloiber
Sempre correndo
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A Guemará nos conta em nome de Rabi Akiva que devemos nos acostumar a dizer que tudo que o bom D’us faz é para o bem e também nos traz uma história de como o próprio Rabi Akiva colocou isso na prática:
Certa vez quando Rabi Akiva estava viajando e precisou dormir em uma cidadezinha no meio do caminho, os habitantes da cidadezinha que eram pessoas muito ruins não deixaram Rabi Akiva dormir lá. O que ele fez? Dormiu no meio do mato!
O veículo da época era o burro, o despertador um galo e a iluminação uma vela provavelmente de azeite (tudo ecologicamente correto).
Soprou um vento e apagou a vela, apareceu um gato e comeu o galo, veio um leão e comeu o burro
Com tudo isso, não só que Rabi Akiva não se desanimou mas muito pelo contrário! Como dizendo para Hashem (D’us) “Surpreenda-me”, ele disse :- “Tudo que o bom D’us faz é para o bem”
Naquela noite a cidade foi atacada e todos seus habitantes levados como escravos
Agora tudo o que aconteceu ficou retroativamente bem claro! Se a vela estivesse acesa, o galo cantando e o burro relinchando, Rabi Akiva teria sido descoberto e levado como escravo junto com todos os habitantes daquela cidadezinha
A explicação do Maharsha
Rabi Shmuel Eidels (Cracóvia Polonia 1555 – Ostroh Ucraina 1631) é conhecido como “o Maharsha” que é o acrônimo do seu nome em hebraico significando “Nosso mestre Rabi Shmuel Eidels”.
O Maharsha foi um dos maiores comentaristas da Guemará conseguindo decifrar muitas partes dela que até a sua época eram verdadeiras incógnitas.
Na sua explicação sobre a categoria da Guemará chamada de “Agadot” ele pergunta porque a Guemará não trouxe a história de Nahum Ish Gam Zu como exemplo da lei judaica em relação à benção que trata do assunto que da mesma maneira que agradecemos à D’us por uma coisa boa que nos acontece devemos agradecer à ele por uma coisa ruim?
A Guemará nos conta que o grande Sábio de Israel Nahum Ish Gam Zu que foi o Rebe de Rabi Akiva certa vez foi mandado para Roma levando uma arca cheia de pedras preciosas para dar de presente ao imperador e conseguir por meio disso anular um terrível decreto do governo romano cobra o nosso povo
No caminho para Roma em uma hospedagem sem que ele percebesse os donos do hotel roubaram o tesouro que estava dentro da arca, e para não sentirem a diferença do peso encheram a arca de terra. Nachum Ish Gam Zu e os que estavam com ele não suspeitaram que isso tivesse acontecido e continuaram a viagem para Roma
Quando Nahum Ish Gam Zu foi recebido pelo imperador e deu à ele o “presente” o imperador abriu a arca e encontrou dentro dela somente terra.
O imperador achou que os judeus estão fazendo ele de ridículo e quiz executar Nahum Ish Gam Zu
Mesmo nessa situação extremamente perigosa Nahum Ish Gam Zu continuou tranquilo e disse : Gam Zu Letová (também isso é para o bem)
Hashem (D’us) fez um milagre e o profeta Eliahu apareceu em forma de um dos ministros do rei e disse ao imperador que provavelmente essa é a terra que usou Avraham, o patriarca dos judeus, quando lutou contra os quatro reis e essa terra demonstrou ser a arma mais poderosa do mundo.
O imperador pediu para testar essa arma poderosa contra um país que estava em guerra com ele, o milagre aconteceu e aquilo realmente funcionou e ele conseguiu conquistar aquele lugar
Em agradecimento à esse presente tão original o imperador anulou o decreto que tinha feito contra os judeus e ainda homenageou Nahum Ish Gam Zu e deu à ele de volta a mesma arca que ele tinha trazido, mas agora no lugar daquela terra ela estava cheia de pedras preciosas.
Portanto, pergunta o Maharsha, a Guemará poderia trazer isso como exemplo de termos que receber as coisas ruins que nos acontecem com a mesma alegria que recebemos as coisas boas
Explica o Maharsha que a Guemará preferiu as palavras de Rabi Akiva que citou D’us na sua frase de que “Tudo que D’us faz é para o bem” do que a frase de Rabi Nahum que diz genericamente “também isso é para o bem”
A explicação do Baal HaTania
De acordo com a Hassidut o nível de Nahum Ish Gam Zu que era o Rebe de Rabi Akiva era superior
Rabi Akiva acreditou com toda a sua fé que não existe nenhum mal que desce lá de cima mas tudo o que Hashem faz tudo é para o bem, e ele também viu que na raiz de tudo lá em cima é assim
Mas Nahum Ish Gam Zu não só acreditou com toda a sua fé e viu que o mal na sua fonte espiritual é bom, mas também conseguia trazer esse bem aqui para baixo na prática.
Ele conseguia fazer com que a coisa ruim se tornasse visivelmente boa aqui em baixo também
E por isso ele sempre dizia “também isso é para o bem”, e não “tudo é para o bem” de maneira genérica. “Também ISSO é para o bem quer dizer que especificamente isso é para o bem
Rabino Gloiber
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