Sefirat HaÔmer

A Contagem do Omer

A saída do Egito ocorreu no 15º dia do mês hebraico de Nissan que é o primeiro dia da festa de Pessa’h.

Cinquenta dias depois, em 6 de Sivan, nosso povo inteiro se reuniu no Monte Sinai e vivenciou a única Revelação Divina explícita de toda a história da humanidade, a entrega da Torá, esse dia se tornou a festa de Shavuot.

D’us se revelou à todo o nosso povo, ouvimos dele próprio os primeiros dois dos Dez Mandamentos e lá se iniciou oficialmente o processo da transmissão da Torá de geração para geração dentro do nosso povo

Hashem ensinou a Torá para Moshe que ensinou para o nosso povo, e assim a Torá foi repassada de geração em geração até chegar à nós.

O objetivo da saída do Egito não foi unicamente a libertação de nosso povo da escravidão, mas muito mais do que isso, o recebimento da Torá no Monte Sinai, que é a nossa libertação espiritual.

No calendário judaico, esse período de sete semanas, que se inicia na segunda noite de Pessa’h e termina na véspera de Shavuot, é conhecido como Sefirat HaOmer, a Contagem do Omer.

Durante 49 dias contamos a Sefirat HaOmer dia após dia. Essa contagem termina na véspera da festa de Shavuot.

A contagem do Omer tem esse nome por causa do Korban HaOmer que era uma oferenda de cevada.

Como lembrança de que o nosso terceiro Beit Hamikdash ainda não foi reconstruído e por isso não fazemos mais o Korban HaOmer, acrescentamos depois da Sefirat HaOmer o  pedido de que Hashem restaure o trabalho do Templo Sagrado em seu devido lugar, imediatamente, em nossos dias. Amén”.

Os vínculos entre Pessa’h e Shavuot

Nosso povo tinha que ser libertado do Egito que era o extremo da escravidão, e depois receber a Torá no Monte Sinai para se libertar da escravidão espiritual, a escravidão  do “yetzer hará”, a escravidão nas mãos das nossas más inclinações.

A liberdade de Pessa’h por si só não é o suficiente. Não adianta se libertar da escravidão do Egito para cair na escravidão das nossas próprias más qualidades. Ou seja, sair do Egito e levar o Egito junto

O Korban do Omer era uma oferenda de cevada e era feito em Pessa’h, época da saída do Egito.

Naquela época a cevada era usada como ração animal, nos lembrando que a saída do Egito ainda não nos dá a garantia de deixarmos de nos  comportar como animais.

Em Shavuot era feito o Korban dos dois pães de trigo que é o alimento humano básico e essencial, nos ensinando que agora que recebemos a Torá, já temos as ferramentas necessárias para nos comportar como gente, agora só depende de nós próprios, as ferramentas já estão nas nossas mãos.

O significado simbólico dessas duas oferendas, primeiro a cevada e depois o trigo, vem nos mostrar a ligação entre o nível que nos encontrávamos na saída do Egito e o nível ao qual chegamos por meio do recebimento da Torá.

Quando saímos do Egito, éramos escravos em fuga e todos e estávamos em uma situação na qual os fins justificam os meios.

Achávamos qualquer coisa que fizéssemos seria permitido contando que conseguíssemos alcançar o que desejávamos alcançar

Quando recebemos a Torá no Monte Sinai nos tornamos gente, deixamos de ser os animais em fuga que tínhamos sido antes.

Nos tornamos concientes de que o fim não justifica os meios.

Recebemos as ferramentas necessárias para podermos chegar aos mesmos objetivos que queríamos chegar antes, mas dessa vez sem latir, morder ou dar coices em tudo e em todos que aparentemente estão nos impedindo de chegarmos ao nosso objetivo final.

Os 49 dias da Contagem do Omer são uma viajem pelo grande deserto, são o caminho das buscas.

Os caminhos que vivenciamos quando passamos do primeiro estágio de libertação até adquirir a liberdade verdadeira.

Essa jornada é necessária, pois seria impossível alcançar o Monte Sinai diretamente após sair do Egito. Uma transformação espiritual desse tamanho não acontece da noite para o dia.

Porque fazemos todo dia uma combinação diferente de Sefirót junto com a contagem do Omer ?

Um dos princípios da fé judaica é que D’us não se compara à matéria mas está infinitamente acima dos conceitos materiais.

O Zohar explica que quando D’us criou o homem à sua imagem e semelhança, a intenção é a imagem e semelhança espiritual e não a material, se trata da revelação Divina como ela acontece nas Dez Sefirot nos mundos superiores, não se trata de nenhuma imagem e semelhança material.

Em outras palavras, nossa essência é a nossa Alma Divina, nosso lado superficial é a nossa alma animal, e o nosso trabalho durante os dias da Sefirat HaOmer é alinhar as Sefirót da nossa alma animal com as Sefirot da nossa Alma Divina, nosso lado espiritual.

Nesses quarenta e nove dias, passo a passo vamos deixando de ser animais e vamos nos transformando em pessoas puras, refinadas e reluzentes.

Sendo que a Alma Divina se revela principalmente no nosso intelecto e a nossa Alma animal se revela principalmente nos nossos sentimentos, nosso trabalho vai ser refinar as sete sefirot que são ligadas aos nossos sentimentos, ao nosso caráter

Essas sete Sefirot emocionais podem ser usadas positiva ou negativamente.

Atraindo bênçãos Divinas para nós

O livre arbítrio do ser humano significa que ele pode usar esses atributos como quiser.

Todos nós podemos escolher viver uma vida destacada pela bondade e santidade, sermos tímidos, piedosos e gostarmos de fazer favores, essas são as qualidades do nosso povo

Mas somos, também, livres para escolher exatamente o oposto, e depois agüentar as conseqüências de nossas escolhas.

O prazer que sentimos fazendo uma coisa ruim é intensamente maior do que o prazer que se sente fazendo uma coisa boa

Mas o pagamento pela coisa ruim que deixamos de fazer por termos conseguido nos cotrolar é um prazer intenso e eterno, e infinitamente maior do que o prazer que teríamos fazendo a coisa ruim caso não tivéssemos conseguido nos controlar

Todo ser humano possui as sete Sefirot ligadas aos nossos sentimentos, mas geralmente uma delas exerce uma influência maior no nosso caráter do que as outras .

Para refinar todas as facetas de nossa vida, precisamos refinar todos os sete atributos, especialmente aqueles que não são o nosso forte.

Mas, também temos que ter certeza de utilizar de modo adequado e pleno a Sefirá emocional que pulsa mais fortemente dentro de nós.

Temos último dia da Sefirat HaOmer para trabalhar nessa grande tarefa de consertar e melhorar nossas sete Sefirót ligadas ao nosso caráter, e recebemos por meio disso todas as bênçãos espirituais e materiais, trazendo para o nosso povo como um todo, e para toda a humanidade, muita paz, muita prosperidade e grandes realizações.


A contagem do Omer e a Gueulá

A Mitzvá da contagem do Ômer tem um aspecto muito especial que não ocorre em nenhuma outra Mitzvá.

O versículo que nos traz a Mitzvá da contagem do Omer começa com as palavras: “E contem para vocês”.

Das palavras “para vocês” vemos, que cada um deve contar seus próprios dias da contagem do Omer e ter o seu próprio cálculo dos dias que se passaram.

E quando chega o quinquagésimo dia da sua contagem, essa pessoa comemora a festa de Shavuot.

Shavuot é a festa que celebra o recebimento da Torá no Monte Sinai. Ela é uma festa judaica diferente de todas as outras .

Todas as festas judaicas têm uma data fixa para começar , enquanto que pela Torá a festa de  Shavuot é comemorada ao término da contagem do Ômer.

Por esse motivo é possível que uma pessoa comemore a festa de Shavuot no dia 5 ou no dia 7 de Sivan, mesmo que a grande maioria das pessoas vai comemorar essa festa no dia 6 de Sivan que seria a data certa para comemorá-la.

Se durante a contagem do Omer cruzarmos a “Linha Internacional da Data” (LID) que é o meridiano localizado na longitude de 180°, exatamente do lado oposto ao Meridiano de Greenwich, a pessoa aumenta ou diminui um dia no calendário, mas não altera sua contagem na contagem do Omer.

Alterando a data do quinquagésimo dia no calendário, ela automaticamente altera a data da festa de Shavuot, sendo que o dia de Shavuot não é determinado pelo dia do calendário mas sim pela contagem dos 49 dias do Omer.

Nesse caso, a festa de Shavuot dele pode cair no dia 5 ou no dia 7 de Sivan, dependendo para qual lado ele foi.

Mas mesmo que ele esteja cumprindo o que a Torá determina, ou seja, comemorar Shavuot no quinquagésimo dia da “sua” contagem, mesmo assim ele ainda difere do resto do povo.

Porque na Tefilá de Shavuot dele, ele não vai poder dizer “Zeman Matan Torateinu” (Momento da entrega da nossa Torá), porque isso é algo que não depende somente de um número pequeno de pessoas, mas depende da maioria do povo judeu.

Por esse motivo a festa de Shavuot por um lado é uma festa totalmente individual e específica para cada um de nós, e ao mesmo tempo ela é uma festa fixada por D’us para todo o nosso povo.

Ou seja, cada um de nós é obrigado a fazer a sua própria contagem durante este período e assim refinar as 49 ramificações das suas midot, das suas qualidades, dos seus sentimentos, do seu caráter, e essa é a finalidade espiritual da “Contagem do Omer”, e no mérito desse refinamento recebemos a Torá de presente de Hashem.

Exatamente assim vai acontecer agora que já estamos no final do nosso último exílio.

Por meio do estudo da Torá e do cumprimento das Mitzvot refinamos os 49 aspectos do nosso caráter, das nossas qualidades, dos nossos sentimentos, e assim fazemos a nossa parte como nosso povo fez no passado.

E do mesmo jeito que Hashem recompensou o trabalho individual deles com a maior revelação Divina que já aconteceu na história da humanidade que foi a entrega da Torá no Monte Sinai, assim também Hashem vai nos recompensar por termos feito cada um de nós individualmente o trabalho do nosso refinamento pessoal.

E sendo que o nosso refinamento determina o final de dois mil anos de Trabalho Divino durante a última Galut, a recompensa para isso é a maior de todas, extremamente maior do que a revelação Divina que aconteceu na entrega da Torá

A recompensa pelo nosso trabalho é a chegada do Mashia’h e a nossa Gueulá, que vai ultrapassar de longe a saída do Egito e a entrega da Torá no Monte Sinai.

E essa é a ligação entre a contagem do Ômer e a vinda do Mashia’h em breve em nossos dias amén

A Mitzvá da contagem do Ômer tem um aspecto muito especial que não ocorre em nenhuma outra Mitzvá.

O versículo que nos traz a Mitzvá da contagem do Omer começa com as palavras: “E contem para vocês”.

Das palavras “para vocês” vemos, que cada um deve contar seus próprios dias da contagem do Omer e ter o seu próprio cálculo dos dias que se passaram.

E quando chega o quinquagésimo dia da sua contagem, essa pessoa comemora a festa de Shavuot.

Shavuot é a festa que celebra o recebimento da Torá no Monte Sinai. Ela é uma festa judaica diferente de todas as outras .

Todas as festas judaicas têm uma data fixa para começar , enquanto que pela Torá a festa de  Shavuot é comemorada ao término da contagem do Ômer.

Por esse motivo é possível que uma pessoa comemore a festa de Shavuot no dia 5 ou no dia 7 de Sivan, mesmo que a grande maioria das pessoas vai comemorar essa festa no dia 6 de Sivan que seria a data certa para comemorá-la.

Se durante a contagem do Omer cruzarmos a “Linha Internacional da Data” (LID) que é o meridiano localizado na longitude de 180°, exatamente do lado oposto ao Meridiano de Greenwich, a pessoa aumenta ou diminui um dia no calendário, mas não altera sua contagem na contagem do Omer.

Alterando a data do quinquagésimo dia no calendário, ela automaticamente altera a data da festa de Shavuot, sendo que o dia de Shavuot não é determinado pelo dia do calendário mas sim pela contagem dos 49 dias do Omer.

Nesse caso, a festa de Shavuot dele pode cair no dia 5 ou no dia 7 de Sivan, dependendo para qual lado ele foi.

Mas mesmo que ele esteja cumprindo o que a Torá determina, ou seja, comemorar Shavuot no quinquagésimo dia da “sua” contagem, mesmo assim ele ainda difere do resto do povo.

Porque na Tefilá de Shavuot dele, ele não vai poder dizer “Zeman Matan Torateinu” (Momento da entrega da nossa Torá), porque isso é algo que não depende somente de um número pequeno de pessoas, mas depende da maioria do povo judeu.

Por esse motivo a festa de Shavuot por um lado é uma festa totalmente individual e específica para cada um de nós, e ao mesmo tempo ela é uma festa fixada por D’us para todo o nosso povo.

Ou seja, cada um de nós é obrigado a fazer a sua própria contagem durante este período e assim refinar as 49 ramificações das suas midot, das suas qualidades, dos seus sentimentos, do seu caráter, e essa é a finalidade espiritual da “Contagem do Omer”, e no mérito desse refinamento recebemos a Torá de presente de Hashem.

Exatamente assim vai acontecer agora que já estamos no final do nosso último exílio.

Por meio do estudo da Torá e do cumprimento das Mitzvot refinamos os 49 aspectos do nosso caráter, das nossas qualidades, dos nossos sentimentos, e assim fazemos a nossa parte como nosso povo fez no passado.

E do mesmo jeito que Hashem recompensou o trabalho individual deles com a maior revelação Divina que já aconteceu na história da humanidade que foi a entrega da Torá no Monte Sinai, assim também Hashem vai nos recompensar por termos feito cada um de nós individualmente o trabalho do nosso refinamento pessoal.

E sendo que o nosso refinamento determina o final de dois mil anos de Trabalho Divino durante a última Galut, a recompensa para isso é a maior de todas, extremamente maior do que a revelação Divina que aconteceu na entrega da Torá

A recompensa pelo nosso trabalho é a chegada do Mashia’h e a nossa Gueulá, que vai ultrapassar de longe a saída do Egito e a entrega da Torá no Monte Sinai.

E essa é a ligação entre a contagem do Ômer e a vinda do Mashia’h em breve em nossos dias amén

Como nos dias da saída do Egito Hashem vai fazer para nós verdadeiras maravilhas 

Isso foi o que nos contou o profeta Mi’há que viveu na Judéia há 2.600 anos atrás

A Gueulá, nossa redenção final, vai acontecer no mérito do trabalho duro que fizemos para  refinar o nosso caráter, para deixarmos de sermos animais, mesmo que animais racionais, e nos tornarmos gente, filhos de Hashem revelando as nossas Almas Divinas que são verdadeiramente partes de Hashem

Nossa primeira Gueulá (redenção) que foi a saída do Egito começou quando Moshe estava no Monte Sinai e viu o arbusto incandescente que estava em chamas mas não queimava, ao contrário , ele estava crescendo saudável alimentando pelas chamas

Moshe Rabeinu tinha estudado a Torá oculta que já tinha sido revelada por Hashem (D’us) para o nosso patriarca Avraham que escreveu o Sefer Yetzirá, livro clássico da Kabala.

Moshe Rabeinu entendeu imediatamente que aquele fenômeno de o arbusto estar crescendo saudável alimentado pelo fogo, só pode acontecer no nível mais elevado, acima das próprias Sefirót, que é o nível chamado de “Keter”.

Ele entendeu imediatamente que no lado espiritual daquele espaço material estava acontecendo a revelação do keter, e isso é o que estava causando essa mudança extrema nas coisas materiais daquele lugar.

Ele se aproximou de lá para ver o motivo dessa revelação tão elevada. D’us se revelou para ele e pediu para ele tirar os dois sapatos dizendo que o lugar onde ele se encontrava era um lugar sagrado

Quarenta anos depois, quando o Anjo Gavriel se revelou para Yehoshua (Josué) em Yeri’hó, ele pediu para Yehoshua tirar um sapato só, alegando esse mesmo motivo.

Diz o Zohar que o motivo que D’us pediu para Moshe tirar os dois sapatos era para demonstrar que todo o comportamento Divino em relação à ele seria totalmente sobrenatural

Sendo que o profeta antigo tinha que fazer uma ação para sincronizar entre o mundo material e o mundo espiritual para que a profecia acontecesse, D’us pediu para Moshe fazer a ação de tirar os dois sapatos para trazer à esse mundo o nível de comportamento Divino sobrenatural em relação à nós.

Ou seja, Hashem (D’us) vai lutar por nós e nós vamos ficar quietos, ou seja, não só que não vamos precisar participar da guerra, mas também que nem rezar vamos precisar.

D’us vai fazer à Moshe nessa ocasião o pedido de tirar o povo de Israel do Egito e levá-los à Terra prometida, e isso vai acontecer de maneira surreal e totalmente sobrenatural.

Mas no caso de Yehoshua (Josué), o comportamento Divino em relação à ele seria parcialmente natural e parcialmente sobrenatural

Por isso o anjo pediu para ele tirar um sapato só, para sincronizar entre o mundo espiritual e o mundo material e fazer com que a partir desse momento o comportamento Divino em relação à ele fosse parcialmente sobrenatural

Sendo que o comportamento Divino em relação à Yehoshua seria parcialmente natural, ele teve que mandar espiões por motivos de estratégia militar, enquanto que no caso de Moshe não havia necessidade de preparar uma estratégia militar da mesma maneira que no Egito não houve necessidade de estratégia militar para que nosso povo saísse de lá

A saída do Egito aconteceu de maneira sobrenatural, os egípcios receberam dez pragas sobrenaturais e ao final o mar se abriu milagrosamente para nós e se fechou milagrosamente encima do exército egípcio, não havendo necessidade de nenhuma estratégia militar para que isso acontecesse.

O mesmo aconteceria para os 31 reis de Canaã com seus exércitos caso aquela terra fosse conquistada pelo próprio Moshe Rabeinu. Diz o Ari Zal que o Mashia’h é a reencarnação de Moshe Rabeinu, ou seja, a Gueulá vai acontecer de forma totalmente sobrenatural e surreal, sem absolutamente nenhuma participação militar de nossa parte.

O parto da Gueulá, os sofrimentos que acontecem antes de a Gueulá acontecer, estão ligados à etapa do nosso processo de refinamento. A Gueulá não é parte desse processo de refinamento, ela é a recompensa Divina por termos trabalhado duro para nos refinar.

E essa é a ligação entre a saída do Egito que foi o pior de todos os exílios, e o recebimento da Torá que foi a maior de todas as revelações Divinas

O profeta Mi’há nos revelou que os milagres da Gueulá vão ser extremamente maiores do que os milagres da saída do Egito, Hashem vai fazer para nós verdadeiras maravilhas.

Quando chegar esse dia que estamos cada vez mais próximos dele, não vamos precisar mais do exército de Israel e nem da ajuda dos americanos.

Hashem vai lutar por nós, e nem rezar por isso vamos precisar, sendo que já fizemos o nosso trabalho de refinamento e a Gueulá é a recompensa pelo trabalho que já tínhamos feito antes

Nosso trabalho Divino no exílio é comparado à Sefirát HaOmer, e a Gueulá é comparada à entrega da Torá no Monte Sinai

E sendo que o nosso refinamento agora já chegou ao nível mais profundo, as revelações da Gueulá vão ser extremamente maiores do que as que aconteceram para que pudéssemos sair totalmente do Egito, como por exemplo as dez pragas e a abertura do mar vermelho.

E da mesma forma que para sair do Egito não tivemos a necessidade de lutarmos contra os egípcios, e se tivéssemos tido essa necessidade teríamos perdido essa guerra por estarmos em um número desproporcionalmente menor ao deles e também não termos o equipamento e o treino que eles tinham, quanto mais para sair do nosso exílio atual

Quando falamos sobre o trabalho do Mashia’h temos que nos lembrar que:

Ele vai ter que desapropriar os patrimônios tombados da Unesco incluindo as mesquitas que se encontram no lugar do nosso Beit Hamikdash que é o Templo sagrado de Jerusalém

Ele vai ter que demolir todas as igrejas e outras idolatrias que se encontram na nossa Terra Santa

Ele vai ter que expandir as nossas fronteiras para as fronteiras da Terra Santa que a Torá determinou que vai do Rio Nilo até o Rio Eufrates

Ele não vai poder deixar alguém que não assuma cumprir os sete mandamentos de Bnei Noa’h morando dentro dessas fronteiras

Ele vai trazer de volta as nossas dez tribos perdidas e todos os descendentes dos judeus que se misturaram entre os povos do mundo

De maneira natural não dá para fazer nenhuma dessas coisas, e se ele não fizer isso ele ainda não é considerado Mashia’h de verdade mas ainda é classificado como candidato a Mashia’h

Daqui entendemos porque os milagres da Gueulá precisam ser extremamente maiores do que os milagres da saída do Egito

E assim também conseguimos entender a profecia do profeta Yermiahu que diz que no futuro já não vamos mais usar a expressão “Viva Hashem (D’us) que nos tirou do Egito.

Mas vamos dizer: “Viva Hashem que tirou o povo de Israel da terra do norte e de todas as terras que ele os exilou, e os trouxe de volta para a terra deles que Hashem deu para os seus patriarcas (Yermiahu capitulo 16)

Rabino Gloiber


O lado oculto da Contagem do Omer

A Cabalá ensina que durante sua longa permanência no Egito, país impregnado de idolatria e imoralidade, os judeus descenderam ao 49º nível de impureza espiritual. Tivessem eles atingido o 50º, o nadir, ponto mais baixo, teriam chegado a um ponto sem volta – ter-se-iam aviltado tanto que seria impossível redimi-los. Quando os judeus deixaram o Egito, no 15º dia de Nissan, eles emergiram desse poço espiritual. Mas não se pode encarar o Infinito quando se está no nível mais primitivo. E, portanto, antes do encontro com D’us e o recebimento da Torá, o Povo Judeu teria que embarcar numa caminhada de crescimento espiritual.

A Cabalá nos ensina que assim como há 50 níveis de impureza espiritual, há, também, 50 níveis de elevação espiritual. Como mencionamos acima, para quem cai ao 50º nível de impureza espiritual, não há retorno. Mas, por outro lado, se alguém ascende ao 50º nível de elevação espiritual, esse alguém não poderia continuar a viver neste nosso mundo como ser humano. Ensinam-nos, pois, que mesmo Moshé, a maior alma que já existiu, apenas atingiu o 49º nível – o 50º só lhe foi outorgado após a sua morte.

Em vista do acima exposto, podemos entender por que há 49 dias entre Pessach e Shavuot: cada dia corresponde a um grau de ascensão espiritual. O 50º dia, simbolizando o 50º nível e o mais elevado espiritualmente, é o dia em que a Torá nos foi outorgada. Não o contamos porque, conforme menção acima, isso está além do alcance do ser humano. Nós não alcançamos o Infinito; o Infinito é quem chega até nós. Nós não ascendemos aos Céus para adquirir a Torá; ao contrário, a Torá desce ao nosso mundo e nos é ofertada como presente dos Céus.

Mas antes que isso aconteça, temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, ou seja, tentar atingir o 49º nível de elevação espiritual. Para o Povo Judeu chegar a se deparar com o Infinito e receber a Sua Torá, não bastou deixar o Egito. Foi necessário não apenas anular, mas reverter o seu estado espiritual anterior. D’us os removera dos 49 níveis de impureza espiritual, mas, uma vez livres, cabia a eles elevarem-se aos 49 níveis de pureza espiritual para que estivessem aptos a se deparar com o Infinito e receber Sua Torá, expressão de Sua Vontade e Sua Sabedoria.

D’us somente outorgou a Torá uma única vez, mas nós temos que recebê-la anualmente, como se fosse pela primeira vez, na festa de Shavuot. O evento estupendo que ocorreu 50 dias após o Êxodo não voltará jamais a ocorrer, mas, em um nível espiritual e metafísico, a outorga da Torá se repete a cada ano. Nossos olhos talvez não o vejam, nossos ouvidos talvez não o ouçam, mas nossas almas, desde que adequadamente sintonizadas, o percebem. Shavuot é o dia mais auspicioso do ano para que os judeus fortaleçam sua ligação com a Torá. Mas para receber a Torá anualmente em Shavuot, há que se ter uma grande preparação espiritual. Senão, a Sabedoria Divina será ofertada pelos Céus, mas não será recebida adequadamente por nós. Como a geração que foi conduzida por Moshé e se postou aos pés do Monte Sinai para receber a Torá, cada geração subsequente necessita das sete semanas de preparação espiritual que se interpõem entre Pessach e Shavuot.

Qual o preparo exigido para receber a Torá? O que precisamos empenhar-nos para realizar durante os 49 dias de Sefirat HaOmer?

🌻🌻🌻🌻

As sete Sefirot emocionais e a retificação de alma do ser humano

Sefirat HaOmer é a época para as pessoas se fortalecerem e refinarem a sua alma. Esse período é também conhecido por ser uma época de luto – não se realizam casamentos ou festas, nem sequer cortamos os cabelos. 

Para os sefaradim, este período de luto dura até Lag baOmer (o 33º dia do Omer); para muitas comunidades ashquenazim, dura até Shavuot. 

 

A explicação popular para essa ser uma época sombria no ano judaico é que estamos lembrando a morte de 24.000 alunos de Rabi Akiva, que pereceram nessa época do ano.  

 

Mas se trata de uma explicação superficial, pois, como se sabe, mesmo o período de luto pela destruição do Templo Sagrado e o consequente exílio do Povo Judeu não dura mais do que três semanas – de 17 de Tamuz a 9 de Av. 

 

A razão profunda para a não realização de casamentos ou festas e nem cortar os cabelos durante Sefirat HaOmer é que se trata de semanas que exigem total concentração e empenho na elevação espiritual da pessoa. 

 

São semanas nas quais não há tempo nem espaço para frivolidade, diversão ou eventos mundanos, como cortar os cabelos. Além das necessidades do cotidiano, como o trabalho, a família e o cuidado com nosso bem-estar, toda a nossa energia deve ser dedicada ao processo de autoexame e refinamento espiritual.  

 

À parte de Sefirat HaOmer, há um outro período durante o ano judaico em que nos dedicamos à autorretificação e purificação – os Dez Dias de Teshuvá, que se iniciam em Rosh Hashaná e culminam e finalizam na conclusão do Yom Kipur. Contudo, há uma diferença significativa entre esses dez dias e o Sefirat HaOmer.

 

Durante os Dez Dias de Teshuvá e no mês de Elul, que precede Rosh Hashaná, temos que lamentar e expiar pelos erros cometidos. Já Sefirat HaOmer não é uma época de correção de nosso comportamento, mas de retificação da nossa alma.

 

Durante esse período, temos que examinar não tanto nossos atos externos, mas nosso “eu profundo”: somos obrigados a melhorar não nossas ações, mas quem somos. Sob muitos aspectos, isso requer esforço ainda maior do que se exige de nós durante os Dez Dias de Teshuvá, os Dez Dias de Penitência.

 

Pois mesmo uma pessoa da mais alta estirpe espiritual – que age da melhor maneira possível, tanto com seus semelhantes quanto com D’us – sempre pode aperfeiçoar-se espiritualmente. 

 

Mesmo quem realiza uma abundância de atos de bondade necessita corrigir defeitos de caráter e falhas espirituais. Para podermos receber a Torá adequadamente, não basta melhorarmos nossos atos e nos arrependermos de nossos erros, como fazemos nos Dez Dias de Teshuvá. Há que ocorrer um processo relativamente longo e sincero de autorreflexão e autorrefinamento. 

 

É notável que os três Patriarcas do Povo Judeu – Avraham, Itzhak e Yaacov, os fundadores de nosso povo – viveram centenas de anos antes de a Torá ser ofertada; e, mesmo assim, nossos Sábios ensinam que eles cumpriam seus mandamentos antes mesmo de a termos recebido.

 

 O Talmud explica que se alguém tem o elevado nível de refinamento espiritual de nossos Patriarcas – que eram verdadeiros gigantes de espírito – essa pessoa tem condições de cumprir a Torá espontaneamente, sem ter que recebê-la dos Céus. A razão para tal é que quanto mais refinada espiritualmente a pessoa fica, mais sintonizada com a Vontade e a Sabedoria de D’us estará – realmente integrada à Torá.

 

Os dias de Sefirat HaOmer – período de preparação para receber a Torá  – são dias de crescimento interior – uma época de autoaperfeiçoamento e de luta contra todos os traços de nossa personalidade que impedem nosso desenvolvimento espiritual. Como a pessoa realiza o processo de retificar seu caráter? Ela o faz aperfeiçoando as sete Sefirot emocionais, por meio das quais a alma de cada um de nós se manifesta.

 

Sefirat HaOmer dura 49 dias – sete semanas.  Cada uma delas corresponde e é dedicada a uma das sete Sefirot emocionais: hessed, Guevurá, Tiferet, Netzach, Hod, Yessod e Malchut. Cada um dos 49 dias corresponde a uma combinação diferente das Sefirot: por exemplo – o segundo dia da primeira semana de Omer corresponde à Guevurá de Chessed, ao passo que o primeiro dia da segunda semana corresponde à Chessed de Guevurá. 

 

Definimos hessed como Bondade e Generosidade; Guevurá como Severidade e Julgamento; Tiferet como Beleza e Harmonia; Netzach como Ambição e Vitória; Hod como Glória e Humildade; Yessod como Carisma; e Malchut como Nobreza e Liderança.

 

Toda emoção humana e os pensamentos, palavras e atos que desencadeiem estão relacionados com as sete Sefirot emocionais – em geral a uma combinação das mesmas. 

 

É muito raro o ser humano manifestar uma Sefirá pura; com frequência, manifesta mais de uma combinada, produzindo diferentes resultados. Exemplificando: Chessed de Guevurá é bem diferente de Guevurá de Chessed. 

 

O primeiro trata de ser bondoso mesmo em uma situação que exige que ajamos com severidade. Por vezes temos que disciplinar uma criança (Guevurá), mas tem que ficar evidente que isso está sendo feito por amor e para o bem da criança (hessed); ao passo que a Guevurá de hessed trata de restringir nossa generosidade. Não podemos dar a nossos filhos tudo o que pedem (Guevurá) para não mimá-los; isso acabará sendo em seu próprio bem (hessed).

 

A primeira semana do Omer consiste em retificar a primeira Sefirá emocional de nossa alma, hessed. O primeiro dia da contagem desse período tão especial é época de refinar a hessed de Chessed; o segundo dia, a Guevurá de hessed; o terceiro dia, a Tiferet de hessed, e assim por diante. 

 

A segunda semana do Omer refere-se à Sefiráda Guevurá e, portanto, o primeiro dia corresponde à hessed de Guevurá; o segundo, à Guevurá de Guevurá; o terceiro dia à Tiferet de Guevurá, e assim por diante. A terceira semana é Tiferet; a quarta, Netzach; a quinta, Hod; a sexta, Yessod e, a sétima, Mal’hut. O primeiro dia de cada semana da contagem do Omer é hessed; o segundo é sempre Guevurá; o terceiro, Tiferet; o quarto, Netzach; o quinto, Hod; o sexto, Yessod e, o sétimo, Mal’hut. 

 

Durante essas sete semanas, devemos nos refinar internamente, dia após dia, estágio após estágio, de modo a receber a Torá em Shavuot.  Quando sinceramente corrigimos nossas Sefirot emocionais e suas combinações – quando há um verdadeiro aperfeiçoamento espiritual e não mera autoilusão – nossas almas se tornam mais refinadas; tornamo-nos seres humanos melhores.

 

Certamente é possível fazer contato com a Torá sem primeiro ter passado por esse processo de refinamento espiritual – qualquer pessoa pode ir à sinagoga em Shavuot e virar a noite estudando, ouvir os Dez Mandamentos e decidir que deseja estar mais conectado a D’us e à Sua Vontade e Sabedoria. 

 

Mas sem o preparo espiritual de Sefirat HaOmer, o impacto da Torá sobre nós não acontece em sua plenitude. Assim como quem refina seu paladar terá mais condições de discernir e apreciar os diferentes sabores, também aquele que refinar sua alma estará melhor preparado para se relacionar com a Torá, que é o alimento da alma.

 

Cada dia de Sefirat HaOmer corresponde a uma outra dimensão de nossa alma. Contamos os 49 dias para cumprir um mandamento Divino, mas esse cumprimento deve ser repleto de significado, e não automático. 

 

A contagem dos 49 dias deve levar à preparação condigna para o recebimento da Torá. Sob esta óptica, essas sete semanas são um período solene do ano que servem como ponte que nos permite alcançar a festa de Shavuot. 

Nela, a luz passa a brilhar e irrompe a alegria – é o dia em que nós, assim como o fizeram nossos antepassados, postamo-nos perante o Eterno e recebemos a Sua Torá, o elo que liga o finito ao Infinito.