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Como devemos nos relacionar aos nossos problemas

Está escrito : ”Talvez você diga no seu coração :

Esses povos são muito mais numerosos do que eu, como poderei conquistá-los?” (דברים ז’ י”ז)

 

Ou seja, talvez você sinta a realidade!

 

Você mediu o tamanho do problema e se conscientizou de que não tem a mínima chance de resolvê-lo.

 

Lá vai a regra geral que Moshe Rabeinu nos dá aqui para todo e qualquer problema (incluindo fechar as contas no fim do mês) :

 

“Não tenha medo deles !

 

Lembre-se do que Hashem fez ao faraó e a todo o Egito, os milagres, as maravilhas etc etc etc.

 

Ou seja, isso é o que devemos pensar e sentir sempre em qualquer situação difícil.

 

Se não saiu como queríamos, com certeza nos espera algo melhor.

 

Mas nós devemos fazer a nossa parte que é fazer os nossos pedidos para Hashem e vivermos confiantes a cada instante, nunca pensarmos que não vai sair como queremos, mas sim nos lembrar dos milagres e das maravilhas que Hashem fez no Egito e nos conscientizar de que assim ele vai nos fazer agora !

 

 

Tefilá:

Aprendemos com Yaakov, nosso terceiro patriarca, que quando surge um problema, em primeiro lugar fazemos nossos pedidos para Hashem (D’us)

 

Yaakov rezou para Hashem ajudá-lo e não precisou usar seu mérito e nem o mérito das bençãos que ele recebeu do seu pai.

 

O mérito de fazermos nossos pedidos para Hashem já justifica recebermos o que estamos pedindo, e isso somente pelo fato de estarmos pedindo para Hashem o que precisamos na hora que precisamos.

 

Com nosso patriarca Yaakov aprendemos algumas regras básicas de como fazer um pedido para Hashem:

Aprendemos com ele que quando rezamos, devemos explicar e especificar o que queremos de maneira clara e detalhada.

Hashem está em todo lugar e sabe o que queremos mesmo sem pedirmos, mas aprendemos com Yaakov que para recebermos alguma coisa sem pedir, necessitamos de um grande mérito lá em cima.

Mérito que até o próprio Yaakov, o maior dos patriarcas, preferiu não usá-lo enquanto não fosse extremamente necessário.

E se até Yaakov que tinha de verdade esse mérito lá em cima, preferiu guardá-lo para que pudéssemos usá-lo nos tempos do Mashia’h, e por isso rezou detalhadamente para não precisar usar aquele mérito, quem somos nós para esperar que Hashem nos faça um milagre sem pedirmos.

E mesmo que muitas vezes Hashem nos faz verdadeiros milagres sem que cheguemos a saber, ou seja, Hashem nos faz grandes milagres ” pelas costas”, mesmo assim o certo é pedirmos detalhadamente quando sabemos o que precisamos, e isso por dois motivos:

1- Se não rezarmos talvez o milagre não aconteça.

2- Se acontecer sem rezarmos, ele poderá ser descontado dos nossos méritos.

 Por isso, diz o Zohar,  Yaakov detalhou sua reza dizendo: – “Me salve por favor, do meu irmão, de Essav, para que ele não venha e ataque as mulheres e as crianças”.


Analisando a reza de Yaakov

1 – “Me salve por favor” (mas de quem? talvez de Lavan?).

 

2 – “do meu irmão” (mas antigamente parentes eram chamados de irmãos!).

 

3- “de Essav” (mas por qual motivo isso é necessário?).

 4- “para que ele não venha e ataque mulheres e crianças”.

 Mesmo que a reza foi curta, uma reza de três versículos, vemos que ela conteve todos esses detalhes e foi eficiente. Nós próprios somos a prova ”viva” de que a Tefilá dele funcionou, senão não estaríamos aqui!

 

O segredo dos Tehilim

 

Se é assim, porque lemos os Tehilim (Salmos) como sendo a melhor reza quando (D’us nos livre) surgem problemas de saúde , financeiros  ou de qualquer outro tipo, se esses Tehilim não estão especificando detalhadamente nenhum dos nossos pedidos, como pode ser que eles servem para tudo?

 Como pode ser que você, lendo uma súplica do rei David pedindo para Hashem o salvar de Shaul, isso vai ser considerado como se você tivesse pedido detalhadamente e da maneira mais correta possível tudo o que você tinha intenção de pedir?

Sobre isso diz o Zohar na nossa Parashá:

 

– “Venha e veja! Nesses Tehilim que falou David, existem segredos e assuntos elevados nos segredos da sabedoria.

 Sendo que todos foram ditos por meio do Rua’h Hakodesh, inspiração Divina,  que pairava sobre David e então ele os cantava. Portanto, todos os Tehilim foram ditos por meio de segredos profundos da sabedoria” .

 Ou seja, quando você lê os Tehilim em hebraico você está expressando o seu sentimento e o pedido do seu coração da maneira mais profunda possível.

 

A intenção do rei David quando ele os escreveu era oculta e as palavras dele representam forças ocultas apelidadas por ele dessa maneira.

 

Mesmo que ler os Tehilim já é o suficiente, mesmo assim é bom antes ou depois do Tehilim fazer o seu pedido explícito e detalhado como o fez Yaakov!

Fora a reza, Yaakov se preparou para uma guerra, e também mandou presentes para Essav, nos mostrando que a Tefilá tem que recair sobre uma ação material.

 Rezamos para que o nosso trabalho dê frutos e fazemos o nosso trabalho com toda a dedicação e empenho.  Pedimos para Hashem nos dar sucesso em tudo o que fizermos e fazemos tudo da melhor forma possível. Somente no caso em que realmente não há o que fazer, a Tefilá por si só já é o suficiente.

 

Rezando por outras pessoas

 

O Baal Shem Tov tinha um mestre que descia do céu para ensinar a ele Torá. Esse mestre era o profeta Ahia Hashiloni que viveu na época do Rei Salomão e foi posteriormente o mestre de Eliahu Hanavi.

 

Disse o Baal Shem Tov que o profeta Ahia revelou para ele que a Sefirá chamada Mal’hut é chamada de din (decreto rígido) e raíz dos dinim é a Sefirá chamada Bina.

 

Por meio da reza elevamos o “din” até a biná e lá adoçamos ele. Ou seja, mudamos o DNA dele na sua fonte e transformamos ele em bondade. Quando rezamos por outra pessoa ligamos ela a essa raiz espiritual, à Biná, e lá ela já é outra pessoa. Então vamos tentar e rezar bastante para que todos os que estão ligados à nós tenhan só alegrias.

 

Pedindo tudo de graça

Mesmo podendo os Tzadikim justificarem o atendimento de seus pedidos, mesmo assim,  pedem à Hashem que atenda aos seus pedidos sem olhar para seus méritos. Pedem para que Hashem atenda aos seus pedidos de graça.

 

A primeira coisa que aprendemos daqui é de não pensar nos nossos méritos na hora de rezarmos e fazermos nossos pedidos. O atendimento à nossos pedidos é um presente que Hashem nos dá por termos pedido.

 

Mesmo assim, quando rezamos, devemos a segurança de que vamos ser atendidos. Nunca podemos imaginar no meio da reza que talvez não sejamos atendidos, porque a falta de fé enfraquece o efeito da reza.

 

Na hora que estamos pedindo qualquer coisa para Hashem temos que acreditar com fé perfeita que o nosso pedido vai ser atendido. Assim, com a nossa fé facilitamos para Hashem (D’us) nos dar tudo o que estamos pedindo para ele

 

Mas se acontecer de você não receber o que está pedindo no momento, saiba que isso é sempre por motivos que são para o nosso bem e em breve veremos isso de forma revelada ou  essa bondade por motivos Divinos vai continuar oculta para nós .

 

Nunca nenhuma  reza é perdida, e quando ela não é atendida ela é redirecionada para algo mais importante que muitas vezes nem sabíamos que precisaríamos tanto disso.

 

E quando recebemos aquela coisa que tanto precisávamos agradecemos à Hashem por ter nos dado aquilo e temos certeza que tínhamos totalmente esquecido de rezar por aquilo.

 

Pedindo para Hashem o que precisamos na hora que precisamos 

 

De acordo com a Torá, a Mitzvá da Tefilá é pedir para Hashem o que você precisa na hora que você precisa, como por exemplo em uma hora de perigo, um dos 613 mandamentos da Torá é rezar pedir para Hashem nos salvar do perigo, e isso é um dos princípios da nossa fé.

 

O motivo desse princípio é que por meio disso a pessoa vai saber e entender que Hashem dirige o mundo e toma conta de cada detalhe de cada uma das criaturas, e somente Hashem sozinho tem a possibilidade de nos salvar.

 

O Rambam nos conta no  quinto princípio da fé judaica que o fato de cada cada um de nós ser obrigado a cumprir o mandamento da Tefilá que consiste em pedir para Hashem o que você precisa na hora que você precisa, é para nos mostrar que a Mitzvá da Tefilá não é específica para pessoas próximas de Hashem como Tzadikim mas sim para cada um de nós.

 

Quando precisamos de alguma coisa é uma Mitzvat Assé, um Mandamento “Faça”, fazer nossos pedidos para Hashem.

 

Algumas vezes nosso pedido será aceito e realizado, e algumas vezes, para nosso próprio benefício material ou espiritual, nosso pedido não é aceito.

 

Isso se compara a alguém que manda o seu pedido para um rei.

 

Qualquer pessoa pode mandar para o rei um pedido, e mesmo sendo ela a pessoa mais distante, pode ser que o rei vai atender à seus pedidos porque condiz à boa natureza e piedosa do rei atender especificamente aos mais humildes e etc…

 

O fato da pessoa estar mais próximo ou mais distante do rei vai fazer diferença somente em relação aos pedidos sobre assuntos públicos e de grande importância para o povo.

 

Mas assuntos de interesse pessoal de cada um não faz diferença se a pessoa está mais próxima ou mais distante do rei.

 

Nossos Sábios e profetas no exílio da Babilônia viram que estamos esquecendo o que devemos pedir e a frequência na qual devemos pedir, e escreveram para nós a reza de 18 bençãos conhecida como Amidá por falarmos ela em pé como alguém que se encontra na frente do Rei.

 

Os Sábios da Mishná conhecidos como Tanaim e os Sábios da Guemará conhecidos como Amoraim acrescentaram mais algumas rezas seguidos pelos Sábios das outras gerações até chegarmos ao Sidur que é o livro de rezas que temos hoje.

 

Conclusão:

 

Vamos rezar forte e pedir para Hashem tudo o que precisamos na hora que precisamos e ter muita fé de que vamos receber tudo o que estamos pedindo ou que muito mais do que isso Hashem vai dar para nós

 

Rabino Gloiber
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Para quem Moshe Rabeinu traduziu a Torá ?

*Mais detalhes sobre a nossa Parashá*

Nossa Parashá nos conta que antes de falecer, Moshe Rabeinu começou a traduzir a Torá para setenta línguas.

Pelo fato de ele ter feito isso no final da sua vida no lugar de passar seus últimos momentos com a sua família vemos a extrema necessidade e importância dessas traduções.

Mas quando nos perguntamos para quem ele precisou fazer essas traduções não sabemos responder!

Se essas traduções foram feitas para o nosso povo, sabemos que mesmo estando no Egito durante 210 anos eles não mudaram seu idioma mas continuaram falando o hebraico clássico que era falado pelos nossos patriarcas e que vinha desde a criação do mundo.

Se essas traduções foram feitas para a “Erev Rav”, a “grande mistura” que era uma multidão de egípcios que saíram com o nosso povo de lá, seria o suficiente traduzir a Torá para a língua egípcia antiga.

Se essas traduções foram feitas para as pessoas que futuramente iriam se converter ao judaísmo elas seriam desnecessárias, sendo que essas pessoas teriam que fazer parte de uma comunidade judaica e para isso teriam que falar a língua falada pela comunidade.

Na época de Moshe Rabeinu a única comunidade judaica que existia no mundo era o povo de Israel no deserto que em breve entraria na “terra prometida” transformando ela em “Terra Santa” e fazendo do hebraico clássico sua língua oficial.

Portanto qualquer pessoa que quisesse se converter ao judaísmo e consequentemente viver na comunidade judaica teria que aprender o hebraico clássico, a língua do único lugar do mundo onde se encontrava absolutamente toda a comunidade judaica.

Sendo assim, aparentemente não havia nenhuma necessidade de traduzir a Torá para setenta línguas na época de Moshe Rabeinu.

Somente 810 anos depois de Moshe quando nosso povo foi exilado para a Babilônia e trocou sua língua oficial para o aramaico surgiu a necessidade de traduzir a Torá.

A tradução da Torá para o aramaico foi feita por Unkelus, o sobrinho do imperador romano Titus que destruiu o segundo Beit Hamikdash.

O próprio Unkelus tinha se convertido ao judaísmo e traduziu a Torá para o aramaico que não era uma das setenta línguas para as quais Moshe Rabeinu traduziu a Torá no final da sua vida.

D’us criou o mundo em hebraico clássico.

No sexto dia da criação, Adam e Havá (Adão e Eva) foram criados já falando hebraico clássico, e essa foi a língua do mundo inteiro até a Torre de Bavel.

Todas as pessoas naquela época tinham uma única língua que era o hebraico e juntos fizeram uma torre que chegaria até acima das nuvens, para provar cientificamente que não existe D’us.

Foi necessário um grande milagre para que a união de todos com o objetivo de fazer o mal terminasse.

D’us mandou para eles o anjo Gavriel que fez com que eles começassem a falar setenta línguas diferentes que deram origem à absolutamente todas as línguas do mundo fora o aramaico e o árabe.

O milagre das setenta línguas fez com que aquelas pessoas se espalhassem pelo mundo e dessem origem à setenta povos diferentes que são a origem de todos os povos de hoje.

Uma parte da humanidade, provavelmente a pequena parte que não havia participado da construção da torre de Bavel, continuou falando hebraico.

O hebraico mal falado virou o aramaico e o aramaico mal falado virou o árabe.

Sendo assim, a primeira vez que o nosso povo precisou realmente de uma tradução da Torá foi pelo menos 810 anos depois de Moshe Rabeinu.

Então voltamos à nossa pergunta inicial, porque Moshe Rabeinu gastou o precioso tempo do final da sua vida traduzindo a Torá para setenta línguas, tradução aparentemente desnecessária e que jamais foi usada?

*Moshe Rabeinu traduziu a Torá para nós!*

Com a entrega da Torá no Monte Sinai começou a sincronização entre o mundo de cima, o mundo espiritual, e o nosso mundo de baixo, o mundo material.

Por meio dos Mandamentos Divinos que recebemos no Monte Sinai trazemos a Santidade do mundo superior para nós próprios e para todo esse mundo, e o maior de todos os mandamentos Divinos é o próprio estudo da Torá.

Sendo que o aspecto mais elevado da nossa Alma Divina é o intelecto que são as três primeiras “Sefirot” chamadas de “Mo’him”, o estudo da Torá, principalmente da parte oculta da Torá, é o Mandamento Divino que mais nos traz Kedushá (Santidade).

Sendo que o mundo foi criado em hebraico clássico e a Torá foi dada ao nosso povo no hebraico clássico, o Mandamento Divino do estudo da Torá e a Santidade que ele nos traz não teria como recair sobre um estudo de Torá feito em outra língua que não fosse o próprio hebraico clássico.

Por isso Moshe Rabeinu se empenhou tanto na tradução da Torá para as setenta línguas que eram as raízes das línguas atuais, porque por meio dessa tradução feita por ele próprio que recebeu a Torá de Hashem (D’us) e a repassou para nós, o Mandamento Divino de estudar Torá se estendeu também para o estudo da Torá em qualquer língua que a Torá seja estudada.

Por isso, hoje quando você estuda a Torá em português você também cumpre o Mandamento Divino de estudar Torá e traz Kedushá para você e para o nosso mundo material.

Por isso devemos tomar todo o cuidado de não usar nas nossas traduções o português eclesiástico que tem como base o cristianismo que é o derivado direto da mitologia dos antigos romanos.

Para entendermos o que tem de tão grave com esse estilo de tradução vamos usar como exemplo a história que a Guemará nos conta sobre Adrianus, o imperador de Roma.

Adrianus estava incomodado com o fato de Unkelus, o sobrinho de Titus, ter se convertido ao judaísmo.

Adrianus mandou três vezes tropas de soldados romanos para trazer Unkelus de volta para Roma, mas sem sucesso.

Cada tropa que veio ouviu de Unkelus uma explicação diferente sobre a diferença entre o nosso D’us e a cultura deles, e a mensagem dessas histórias era a mesma:

A humildade Divina no judaísmo, a essência do bem que é o nosso D’us, exatamente o contrário da prepotência e tirania dos deuses mitológicos.

Mais futuramente a mitologia deu origem ao cristianismo mantendo os padrões dela na sua cultura, e isso vemos claramente nas traduções da Torá feitas por esses povos que enfatizam a distância entre D’us e o ser humano, sempre usando a terceira pessoa para se referir à D’us, traduzindo o “Atá” (você) da Torá como “vós”, e daí para frente em uma coletânea de erros de tradução com a clara intenção de fazer da nossa Torá a mitologia atualizada, deturpando intencionalmente a nossa cultura em prol da cultura deles.

Conclusão:

Moshe Rabeinu abriu mão dos últimos momentos da sua vida traduzindo a Torá para setenta línguas para que a santidade da Torá recaísse sobre as nossas traduções.

Temos a obrigação de valorizar o que ele fez por nós e fazer uma ponte direta entre as traduções de Moshe Rabeinu e as nossas traduções sem colocar no meio desse caminho as traduções de outras religiões que não são a nossa.

A Torá usa a linguagem que usavam as pessoas da época para facilitar à elas o entendimento.

Como por exemplo no caso da proibição de não comer, cozinhar ou ter proveito de carne cozida com leite, onde a Torá usa o termo “ não cozinhe o carneirinho com o leite da sua mãe”

Dizem nossos Sábios que “a Torá falou essa frase na linguagem das pessoas”, ou seja, das pessoas daquela época.

Aqui a Torá nos dá o exemplo de como devem ser as traduções.

Devem ser uma linguagem atual, clara, objetiva e de fácil entendimento para a maioria das pessoas da nossa época.

Como uma revista que você compra na semana em que ela foi escrita, e não uma tradução eclesiástica baseada nas traduções da Torá para o português pelos padres católicos da época da inquisição.

O mesmo se refere à transliteração que tem que ser acessível ao idioma falado pelas pessoas daquele país.

Os rabinos de Portugal de antes da inquisição faziam a transliteração da letra “ח” como “H”.

Daqui vemos que na língua portuguesa a letra mais próxima da letra “ח” é o”h”.

Rabino Gloiber
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Rabi Itzhak Luria Ashkenazi, o “Ari HaKadosh”

 

Um pouquinho sobre Kabalá
https://youtu.be/VSjd9NghlkQ

 

לזכות הגביר הנדיב

ר’ יצחק בן אסתר
ובתו אסתר בת אביבה רבקה

 

Rabi Itzhak Luria Askenazi se tornou famoso como o “Ari HaKadosh” que quer dizer “O Leão Sagrado”.

 

A palavra Ari é o acrônimo de “Askenazi Rabi Itzhak”.

 

Ele nasceu em Jerusalém em 1534.

 

Seu pai, Rabi Shlomo Luria era descendente de Rashi, e por meio de Rashi era também descendente do Rei David.

 

Rabi Shlomo Luria veio da Lituânia para a Terra de Israel acompanhando seu mestre e sogro, Rabi Kalman Kalonymus Haberkasten.

 

A pequena comunidade judaica em Jerusalém deu à cada um desses imigrantes o apelido de ‘Ashkenazi’ por terem vindo da Europa, e assim Rabi Shlomo Luria se tornou Rabi Shlomo Luria Ashkenazi.

 

Depois que sua primeira esposa, filha de Rabi Kalman Kalonymus faleceu, Rabi Shlomo se casou novamente.

 

Ele se casou em Jerusalém com Sarah Francis que pertencia a uma família de judeus sefaradim.

 

Quando o pequeno Itzhak tinha oito aninhos de idade, seu pai faleceu.

 

Rabi Kalman Kalonymus que tinha trazido Rabi Shlomo Luria com ele da Lituânia, apoiou a viúva e os pequenos órfãos.

 

Quando o pequeno Itzhak cresceu, todos viram que ele era super dotado.

 

Com três aninhos ele já lia fluentemente o Sidur inteiro, e com 14 anos ele já tinha estudado tudo o que um grande rabino precisaria estudar para se tornar um grande rabino.

 

Nessa época Rabi Kalman Kalonymus faleceu e a família órfã ficou novamente sem condições.

 

Sarah não queria usufruir da Tzedaká, da caridade pública, porque sabia que a arrecadação da Tzedaká era pequena e a demanda era grande.

 

Ela não queria que outras pessoas necessitadas recebessem menos ajuda por causa dela.

 

Por isso ela se mudou com as crianças para o Egito para viver perto do irmão de sua mãe, o Rav Mordehai Francis.

 

O Rav Mordehai era um judeu rico e assumiu sua irmã com suas crianças com muito amor e carinho.

 

Itzhak se tornou aluno de Rabi David ben Zimra, o “Radbaz”, e também de Rabi Bezalel Ashkenazi que escreveu o famoso livro “Shitá Mekubetzet” .

 

Com 15 anos ele se casou com sua prima, filha do Rav Mordehai que continuou bancando o jovem casal depois do casamento para que ele pudesse continuar seus estudos sem ter que se preocupar com as despesas da família.

 

No ano de 1570, com 36 anos de idade ele se mudou para Tzfat na Alta Galiléia com sua esposa e crianças onde viveu por mais dois anos, dois anos que terminariam no final dos poucos anos da sua vida.

 

Em seu primeiro ano em Tzfat, o Ari conheceu vários Sábios e transmitiu à eles suas grandes inovações nos estudos da Kabala.

 

Estudou com Rabi Moshe Cordovero, ensinou Rabi Eliahu de Vidash, Rabi Gedaliah Halevi, Rabi Yonatan Sagis, Rabi Yosef Tubul o Mughrabi (ocidental), Rabi Yitzhak Cohen Ashkenazi, Rabi Israel Saruk, Rabino Moshe Alshei’h, Rabi Moshe Mashlim, Rabi Shlomo Elkabetz, Rabi Shmuel Ozida, e o principal de todos, Rabi Haim Vital.

 

Rabi Haim Vital foi nomeado pelo Ari HaKadosh como seu aluno principal e seu sucessor, repassando para ele muitos ensinamentos profundos do lado oculto da Torá.

 

Esses estudos serviram posteriormente de base para a série das escrituras do Ari que foram escritos e editados pelo Rabi Haim Vital, seu aluno principal.

 

Suas duas filhas se casaram em Tzfat.

 

Sua filha A’hssa, se casou com Rabi Shlomo Sagis que era o Rosh Yeshiva de Tzfat e rabino do Maharit.

 

Sua outra filha se casou com o filho de Rabeinu Yossef Karo que escreveu o Shul’han Aru’h.

 

O Ari também teve dois filhos, um chamado Shlomo em nome do seu pai, e outro chamado Moshe.

 

Segundo a tradição, seu filho Moshe faleceu após o Ari ter revelado profundos segredos da Kabalá para os seus alunos.

 

O Ari faleceu aos 38 anos no dia 5 de Av de 1572, na grande peste que então atingiu a Galileia, e foi sepultado no antigo cemitério de Tzfat, ao lado do túmulo do seu filho Moshe e do seu mestre, o Ramak .

 

Durante este tão breve período de vida, o Ari revolucionou o estudo da Kabalá.

 

Ele nos revelou que a partir de agora não só temos permissão de revelar esta sabedoria, mas o principal: agora também temos a obrigação de revelar a todos o lado oculto da Torá”.

 

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Aproveitando os Super Poderes da nossa má inclinação

Transformando o Yetzer hará, nossa má inclinação, em Yetzer Hatov, nossa boa inclinação.

O Yetzer hará é um imediatista.

Ele nos inclina a querer tudo perfeito e de imediato, “ou tudo ou nada”.

Ele é a nossa má inclinação, o raciocínio do lado impuro.

O Yetzer Hatov nos induz à ter paciência, a nos controlarmos, a fazermos tudo passo a passo e nunca ficarmos desanimados pelo fato de tudo o que queremos não acontecer imediatamente e do jeito que queremos.

Ele é a nossa boa inclinação, o raciocínio do lado puro.

Nosso trabalho é desanimar o Yetzer hará não alimentando ele, não dando à ele de imediato o que ele quer mesmo que seja uma coisa permitida.

Mas dando à ele o que ele queria antes e agora já não quer, depois de ter ficado emburrado e ter decidido que se ele não pode ter tudo na hora, então ele não quer nada.

Ou seja, não dê para ele tudo no momento em que ele quer tudo, mas dê para ele o necessário na hora que ele já não quer mais nada “só de pirraça”. Isso é chamado de “Itkáfia”.

Assim você domina o Yetzer hará e consequentemente o anjo que está por trás dele transformando ele em um anjo a seu favor.

Você subjuga o seu Yetzer hará para o seu Yetzer Hatov e o anjo dele com seus superpoderes passam a ser seu aliado.

O anjo do Yetzer hará se torna um anjo do bem e você fica com superpoderes em dobro!

Superpoderes.

Rabi Yehuda no Zohar explica que ao lado de cada um de nós se encontram permanentemente dois anjos que são o Yetzer Hatov e o Yetzer hará, e sendo que esses dois anjos são subjugados à nós, eles foram os anjos que Yaakov mandou para Essav

Aprendemos das conversas entre Rabi Yehudá Hanassí e Antoninus na Guemará, que para acontecer uma gravidez é obrigatório que entre dentro dessa relação entre o homem e a mulher uma nova alma que vai fazer com que o óvulo fecundado se torne uma criança.

Essa alma que entra no óvulo é a alma da criança e sem ela esse óvulo se desfaz, ela é que faz o óvulo se desenvolver, e quando a criança nasce entra nela o Yetzer hará que é a má inclinação

A explicação profunda para isso é que essa primeira alma que entra no óvulo é chamada de alma animal, e quando a criança nasce, a má inclinação da alma animal se revela, mas não antes da criança nascer

Quando um menino judeu faz treze anos ou uma menina judia faz doze anos, se revela neles uma Alma Divina que estava envolvendo essa criança até chegarem à essa idade.

Essa Alma Divina é uma parte de D’us, e quando alguém se converte ao judaísmo ela se revela nessa pessoa no dia da sua conversão.

Por isso está escrito “guer shemitgaier” (convertido que se converte) e não “goi shemitgaier” (um não judeu que se converte), porque essa Alma Divina já está envolvendo essa pessoa desde o começo, mas se revela somente no dia da sua conversão

O Yetzer Hatov que é a boa inclinação está ligado diretamente à Alma Divina e se revela na pessoa quando a Alma Divina se revela nela.

Ou seja, no dia do nosso Bar Mitzvá (quando um menino judeu faz treze anos), no dia do Bat Mitzvá (quando uma menina judia faz doze anos), ou no dia que alguém se converte ao judaísmo.

É como se essa pessoa tivesse nascido novamente, mas dessa vez no lugar de receber um Yetzer hará ao nascer recebemos um Yetzer Hatov

Então como pode Rabi Yehudá no Zohar ter dito que o Yetzer Hatov e o Yetzer hará são dois anjos?

E não só isso, mas são os dois anjos que Yaakov mandou para Essav!

A explicação de Rabi Eliahu, o cabalista de Lissandra

Rabi Eliahu ben Refael Shlomo, um grande cabalista que foi durante cinquenta anos o Rabino chefe da cidade de Lissandra na Itália há 250 anos atrás analisou profundamente essa questão por todos os seus ângulos.

Ele determinou que existe um anjo designado lá de cima para ajudar o nosso Yetzer Hatov e um anjo designado lá de cima para ajudar o nosso Yetzer hará, e foram esses anjos que Yaakov mandou para Essav

Assim conseguimos entender o que acontece quando alguém quer fazer uma coisa ruim e parece que ele recebe super poderes para fazer com que essa coisa ruim aconteça.

E quanto mais quando queremos fazer uma coisa boa, vemos com nossos próprios olhos que conseguimos fazer coisas boas muito além da nossa capacidade.

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Behukotai


Behukotai
Nossa Parashá nos conta que se estudarmos a Torá e cumprirmos as Mitzvót, Hashem vai nos dar a chuva na hora certa e a terra vai dar sua produção com muita fartura a ponto de no futuro as árvores do campo que por natureza não dão frutos, não só que vão dar frutos, mas também que os frutos delas vão ser muito melhores do que os frutos das árvores atuais para compensar o tempo em que elas eram estéreis
Daqui vemos que todas as coisas boas desse mundo estão dependendo de nós, de despertarmos lá encima a fartura que vai descer aqui para baixo
O Zohar nos conta como isso acontece lá encima e conclui que o principal meio para trazer as Bençãos Divinas para cá é por meio da Mitzvá da Tzedaká.
A “Árvore da Vida”
Diz o Zohar que o conjunto de seis Sefirót (emanações Divinas) chamado de “Zeer Anpin”(pequeno rosto) que é composto das Sefirot “Hessed”, “Guevura”, “Tiferet”, “Netzah”, “Hod” e “Issod” , é a fonte de todos os bens materiais. Por isso o “Zeer Anpin” é chamado de “a árvore da vida”.
Ou seja, para esses bens materiais acontecerem no mundo eles precisam descer da fonte espiritual para depois se materializarem.
Podemos comparar isso ao nascimento de uma criança.
O pai e a mãe podem estar juntos muitas vezes, mas para que a gravidez aconteça na prática D’us tem que colocar uma Alma nessa relação, só assim a mãe engravida
E todo o tempo que essa Alma espiritual está nesse corpo ele continua sendo um corpo vivo. Na hora que essa Alma deixa o corpo ele falece.
Esse falecimento pode acontecer no mesmo dia em que a mulher engravidou, ou, como costumamos dizer, 120 anos depois. Mas a regra é essa, se a Alma não desce para esse mundo essa criança nunca vai existir.
Esse mundo em todos os seus aspectos, sejam eles humano, animal, vegetal ou mineral, está sincronizado com o mundo de cima, e tudo o que acontece aqui só acontece porque antes estava no mundo espiritual, desceu para cá e se materializou.
Não há nada nesse mundo que não esteja ligado diretamente com a sua fonte espiritual lá encima.
Para que essa descida aconteça, o “Zeer Anpin” tem que se unir à última Sefirá chamada de “Mal’hut”, mas quando eles estão separados essa fartura fica no mundo espiritual e não desce para nós.
A “árvore da morte”
O “Mal’hut” é chamado pelo Zohar de “a árvore da morte” sendo que ela não tem vida de si própria e é comparada à lua que não tem luz própria e só ilumina a luz que recebe do sol.
O Mal’hut recebe as emanações do “Zeer Anpin” quando se une à ele, e assim a fartura espiritual desce ao mundo e se materializa dando origem à todos os bens materiais.
Nossas Almas Divinas são uma parte de D’us. E aonde nos tornamos parte de D’us? O aspecto masculino da nossa Alma Divina começa na primeira Sefirat, na Ho’hma, o aspecto feminino da Alma Divina acontece na Bina.
Poderíamos dizer que no Mal’hut acontece a “gravidez” da nossa Alma, e lá nossa Alma “nasce”.
A partir de lá recebemos nossa própria identidade e de lá descemos para esse mundo, passando por todos os outros mundos espirituais no meio do caminho
Até nos revestirmos em um corpo material nesse único mundo material, o mais baixo de todos chamado pelo Zohar de “o fundo do precipício”.
Essa decida tem duas formas, e de acordo com isso vamos dizer que existem Almas mais elevadas e Almas menos elevadas, mesmo sendo todas elas da mesma origem.
Uma forma de acontecer essa descida é de as Almas só passarem pelos mundos de Briá, Yetzirá e pelo aspecto espiritual do nosso mundo de Assiá até se revestirem em um corpo material.
Nesse primeiro caso essas almas somente passam por esses mundos, mas sem se revestirem neles. Essas Almas são as dos maiores Tzadikim da nossa história, uma muito pequena minoria.
Outra forma de acontecer essa descida é de a Alma se revestir em um mundo mais baixo, e novamente essa “gravidez” acontecer no Malhut do mundo mais baixo.
Lá nos transformamos e de lá descemos para nos revestirmos no nosso corpo material.
Por isso existem Almas de Briá , Yetzirá e Assiá, dependendo do mundo aonde essa Alma se revestiu e se transformou no meio do caminho, mesmo que na essência somos todos iguais.
Diz o Zohar que, se acontecer de na hora de essa Alma “nascer”, ou seja, deixar o Mal’hut para descer ao corpo material, se nessa hora o Mal’hut estiver separado do”Zeer Anpin” (isso acontece lá encima devido às nossas más ações aqui embaixo) essa pessoa não vai ter sucesso em assuntos materiais.
Ou seja, sempre vai viver com dificuldades financeiras, vai ser um pobre crônico.
Quando damos à ele a Tzedaká, fazemos acontecer lá encima a união entre o “Zeer Anpin” e o “Mal’hut”, e quando isso acontece a fartura desce ao mundo e se materializa fazendo com que a chuva caia na hora certa e a terra dê a sua produção à ponto de até acontecer a própria Gueulá e as árvores estéreis darem frutos.
Por isso, quando damos uma Tzedaká estamos fazendo mais bem para nós próprios do que para o necessitado
Por esse motivo sempre temos que dar Tzedaká com muita alegria e nunca dizer que essa pessoa todo ano está precisando.
Porque talvez esse necessitado seja uma Alma dessa origem, e quando você dá vida à ele por meio da sua Tzedaká você está fazendo acontecer a união entre o Zeer Anpin e o Mal’hut trazendo vida para todos os mundos, e o principal beneficiado é você próprio!
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Nossa Parashá nos conta que quando nos esforçamos no estudo da Torá e cumprimos os Mandamentos Divinos, recebemos neste mundo “condições de trabalho” excepcionais.
A chuva vai cair na hora certa e na quantidade certa, podemos dormir confiantes e de porta destrancada sendo que não haverão guerras e a nossa terra não será usada como base militar para um país que quer defender o outro.
E porque chamamos isso de “condições de trabalho”? Porque a recompensa Divina pelo nosso estudo de Torá e o cumprimento das Mitzvot (Mandamentos Divinos) é tão grande que não temos como recebê-la neste mundo.
Então porque a Torá já não fala sobre o próximo mundo, e no lugar disso nos conta sobre condições materiais genéricas?
A chuva vai cair para todos por igual, e todos estão ricos e seguros, mesmo que uma pessoa cumpriu mais Mitzvót do que a outra ou se esforçou mais no estudo da Torá do que a outra, e mesmo assim a Torá promete chuvas, fartura e segurança igual para todos?
Moshe Rabeinu não pôde falar sobre o próximo mundo porque foi ele que nos revelou os 613 Mandamentos Divinos
A Guemará nos conta que certa vez uma pessoa queria ser judeu, mas ele tinha uma condição: Queria aprender toda a Torá enquanto conseguia ficar sobre um pé só. Ele foi para Shamai que era o “Av Beit Hadin”, o diretor do tribunal rabínico
Quando ele explicou para Shamai que queria se converter ao judaísmo com a condição de aprender toda a Torá enquanto ele aguenta ficar em um pé só, Shamai ficou muito bravo e o expulsou de maneira humilhante.
Então ele foi para Hilel, e disse que quer se converter ao judaísmo com a condição de aprender toda a Torá enquanto ele aguenta ficar em um pé só (Vemos aqui que já há dois mil anos atrás quando não dava certo com um rabino a pessoa procurava outro!).
Hilel disse para ele: – O que você odeia que te façam não faça para os outros, essa é toda a Torá, o resto é explicação, agora que você já aprendeu toda a Torá, vai estudar a explicação!
Das palavras de Hilel entendemos a base da Torá, como disse Rabi Akiva, Ame ao próximo como a si mesmo, essa é a grande regra na Torá.
Então porque a Torá escrita por Moshe Rabeinu não fala nada sobre o próximo mundo e deixa essa matéria totalmente para a categoria da Torá Oral conhecida como Kabalá que é uma parte da Torá que não nos revela quais são os Mandamentos Divinos mas sim o que há por trás deles?
E no lugar de Moshe Rabeinu falar sobre o Gan Éden ele fala sobre chuva e segurança de maneira genérica nos indicando explicitamente que esse não é o pagamento pelo trabalho Divino mas simplesmente um bônus?
O que é ruim nesse mundo é bom no outro e quem é pequeno aqui é grande lá
Quando chegamos no próximo mundo descobrimos a grande bondade Divina que estava por trás dos sofrimentos que passamos neste mundo, porque no mérito deles temos acesso direto ao Gan Éden e não precisamos passar pela retificação do “Guehinom”.
As pessoas ruins já se encarregaram de nos fazer o “Guehinom” neste mundo, e descobrimos no mundo de cima o grande favor que essas pessoas ruins nos fizeram.
Vemos lá o que fizemos de errado nas reencarnações passadas e o castigo que estava nos esperando e que foi anulado por causa dos sofrimentos que passamos aqui.
Ficamos com vontade de dar uma descidinha para esse mundo só para agradecer as pessoas ruins pelo favor que eles fizeram em nos maltratar.
Então, se a mesma categoria da Torá que está nos ensinando que “O que você odeia que te façam não faça para os outros, essa é toda a Torá”, se nessa mesma categoria da Torá fosse revelada a grandeza da bondade Divina que está por trás dos sofrimentos pelos quais passamos, as pessoas ruins iriam achar que estavam nos fazendo um favor em nos maltratar.
Por isso a categoria da Torá que fala sobre o que é proibido fazer ao próximo não pode ela própria falar sobre o próximo mundo, mas somente sobre os bônus que recebemos neste mundo material para que possamos por meio desses bens materiais investir mais no nosso trabalho Divino e ter um futuro melhor.
Um futuro melhor que é o Gan Éden HaTahton, o Gan Éden HaElion, e por final a Tehiat Hametim, a revelação Divina no seu mais alto nível que vai acontecer aqui embaixo a ponto de todas as pessoas do mais alto Gan Éden quererem voltar para cá para usufruir da revelação do Keter que vai acontecer aqui.
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Parashat Behukotai nos conta que quando estudamos Torá e cumprimos as Mitzvót (Mandamentos Divinos) Hashem (D’us) nos dá a chuva na hora certa e na quantidade adequada.
A linguagem da Torá é : “a terra dará seus produtos e as árvores darão seus frutos”.
E a pergunta é: Se a terra dará a seus produtos isso já inclui os frutos das árvores​, então, quais são essas árvores que darão seus frutos como consequência do nosso estudo de Torá e do cumprimento das Mitzvót?
O Midrash Sifra nos conta que essas são as árvores estéreis que nos tempos do Mashiach elas darão frutos!
Nosso estudo de Torá hoje é comparado a um pai muito sábio que ensina sua enorme sabedoria para uma criança pequena.
Nesse caso a sabedoria do pai desce ao nível de capacidade de entendimento da criança.
Ele ensina a criança que é proibido roubar e etc. A Torá que estudamos hoje está em um nível de dia a dia deste mundo.
Nosso nível de cumprimento das Mitzvót também é limitado, por não podermos cumprir as Mitzvót ligadas ao Beit Hamikdash.
E mesmo a Mitzvá da Shemitá hoje, de acordo com a maior parte dos “Poskim” (legisladores rabínicos que determinam o modo da aplicação da lei judaica) a Shemitá é “Derabanan” (decreto dos Sábios de Israel usando a autoridade que a Torá lhes deu para fazê-los​) e não “Deoraita” (Mitzvá direta da Torá).
Isso por motivo de dez tribos de Israel estarem temporariamente perdidas e as Mitzvót relacionadas à terra de Israel só poderão ser cumpridas em todos os seus aspectos quando cada tribo estiver na parte da Terra Santa relacionada à sua herança, e isso só vai acontecer nos tempos do Mashia’h.
Então nosso estudo de Torá e cumprimento de Mitzvót hoje é o suficiente para a terra dar os seus frutos convencionais.
O estudo da Torá nos tempos do Mashiach é comparado a um pai muito sábio ensinando segredos muito profundos​ à um filho muito sábio.
Hoje só conseguimos “degustar” um pouquinho disso estudando a parte oculta da Torá que antes era revelada somente para um “petit comité” e hoje, de acordo com o Ari Zal, é uma Mitzvá revelar essa sabedoria. Mesmo assim a quantidade desse estudo é limitada.
Mesmo que nas últimas gerações foram revelados muitos assuntos profundos por meio da “Hassidut”, mesmo assim em relação às revelações dos tempos do Mashiach quando o mundo inteiro de encherá com o conhecimento Divino em quantidade e qualidade, o que estudamos hoje ainda não é o suficiente para as árvores estéreis darem os frutos exóticos que elas darão no futuro.
Conclusão: vamos pedir todo dia para Hashem mandar o Mashia’h imediatamente nem que seja só para usufruir de todas as maravilhas dessa era tão maravilhosa que nunca esteve tão próxima!
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Para uma regra da Torá ter exceção a própria Torá tem que trazer essa exceção.
Na nossa Parashá encontramos uma linguagem muito pesada em relação ao​ que pode acontecer se não estudarmos Torá e não cumprirmos as Mitzvót.
O versículo diz: “Se vocês não escutarem a mim”…etc
O Midrash Sifra nos conta que essa palavra “a mim” vem especificar que todas essas tragédias que a Torá descreve na continuação desse versículo recaem sobre a pessoa que conhece D’us e tem a intenção de fazer conscientemente contra o pedido Divino.
Como exemplo o Midrash traz Sodoma e Gomorra, que conheciam D’us e faziam intencionalmente o contrário do que ele pediu, assassinando, roubando e etc.
O Ari Zal nos conta sobre as pessoas que trocaram intencionalmente o judaísmo pela idolatria na época do primeiro Beit Hamikdash.
A destruição não veio naquela mesma geração porque a bondade Divina determina um longo período para que a pessoa possa fazer Teshuvá, naquela reencarnação ou em outra.
Mas quando​ chegou a “deadline”, o prazo final, e eles ainda não conseguiram consertar o que fizeram, aquelas almas se reencarnaram na época das cruzadas e da inquisição e tiveram a sua purificação.
Se precisasse morrer queimado em praça pública para não fazer idolatria, eles davam a vida e não faziam idolatria.
Se precisasse fugir da Espanha e de Portugal deixando os pertences para trás e não fazer idolatria, eles fugiam.
E o destino de cada um foi traçado de acordo com o nível de obsessão pela idolatria que ele teve naquela reencarnação quando ele vivia na época do primeiro Beit Hamikdash e trocou consientemente e intencionalmente o judaísmo pela idolatria.
Mas quem já nasceu em uma família Judia idólatra não entra nessa categoria como vemos no Midrash mas é considerado como alguém que não conhece D’us e não tem intenção de fazer algo propositalmente.
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A “linguagem pesada” da Torá também vem para dar um ênfase na gravidade do assunto , como um pai bondoso que explica para o filho as consequências de certas coisas para que ele não as faça.
Entãos, vamos aproveitar e estudar muita Torá e trazer a Gueulá imediatamente!
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Nossa Parashá nos conta sobre as grandes bênçãos Divinas que recebemos quando estudamos a Torá e cumprimos os mandamentos Divinos.
E depois nos conta sobre as coisas ruins que podem acontecer por não termos estudado a Torá e não termos cumprido os mandamentos Divinos.
Uma dessas “maldições” é o fato de fugirmos sem que ninguém esteja nos perseguindo.
Aparentemente, se ninguém está nos perseguindo, isso deveria estar da lista das bênçãos, e por qual motivo está na lista das maldições?
Explica o Rav Moshe Kramer de Vilna, que era o avô do Gaon de Vilna:
O Rei Salomão no livro do “Kohelet” escreve “D’us ajuda o perseguido”. Quando alguém é perseguido Hashem  deixa tudo o que está fazendo para ajudá-lo.
E mesmo quando um Tzadik está perseguindo um rashá (uma pessoa boa está perseguindo uma pessoa ruim) Hashem deixa tudo o que está fazendo para ajudar o perseguido. Por isso o fato de ninguém estar nos perseguindo entra na lista das maldições
Então, se você sente que existem pessoas que querem o seu mal e tentam te sabotar, você tem que ficar feliz, você está na lista dos abençoados por D’us!

A Reversão da pobreza

 

 

Nossa Parashá nos conta sobre como devemos ajudar à nossos semelhantes em várias situações.

 

E quem melhor para explicar esse assunto do que Don Itzhak Abarbanel que foi um dos maiores comentaristas da Torá e junto com isso foi ministro das finanças de três países em uma das épocas mais conturbadas que o nosso povo já passou

 

A explicação do Abarbanel 

 

Nossa Parashá nos conta sobre a Shemitá, o ano sabático no qual os campos são abertos aos pobres.

 

A Parashá nos conta também sobre o resgate das terras que foram vendidas pelos seus donos originais que empobreceram e as venderam por necessidade, sobre o ano do Yovel em que as terras voltam automaticamente aos seus donos originais que as tinham vendido por necessidade, e todos esses mandamentos Divinos vem favorecer aos empobrecidos

 

Por final a Parashá fala sobre o último estágio da pobreza no qual todos se igualam, tanto o que chegou à ela depois de ter vendido o que tinha e ficou sem fonte de renda, quanto aqueles que não tinham nenhuma fonte de renda desde o começo como por exemplo alguém que se converteu ao judaísmo vindo de outro povo.

 

Ou até mesmo o “guer toshav” que assumiu no Beit Hadin sete mandamentos, e por causa disso, diz o Abarbanel, ele também é chamado de “o seu povo” e a ordem Divina é de que “ele vai viver com você”, ou seja, por meio da sua ajuda ele vai viver e não vai morrer

 

E sendo que a linguagem do versículo é de que todas essas categorias de pobres “vão viver com você”, a Torá está nos indicando que os pobres da sua cidade são prioridade, não podemos abandoná-los, não podemos deixá-los

 

E eles vão ser esses aos quais devemos emprestar nosso dinheiro à eles sem juros e também fazer para eles Tzedaká do nosso dinheiro. E quando o versículo fala sobre a proibição de pegar juros ele usa as palavras “e você vai ter temor à D’us”

 

Porque talvez (D’us nos livre) um dia nós próprios ou nossos filhos ou nossos netos poderemos estar nessa situação, porque a pobreza é um círculo que roda pelo mundo. E então nossos irmãos vão estar ao nosso lado

 

E por isso a Torá diz para darmos à ele nosso apoio como presente, como Tzedaká. E nesse caso o versículo usa a frase “Eu sou Hashem seu D’us que tirei de do Egito”, onde vocês estavam no aperto e na pressão, na extrema pobreza, para dar à vocês a terra de Canaã, uma terra boa e ampla, uma herança sem limites, e não dei ela para vocês com juros mas para ser o D’us de vocês

 

O primeiro estágio da pobreza

 

A primeira fase da pobreza é a venda da própria fonte de renda, por isso a Torá começa nos dando a lei em relação à pessoa que empobreceu à ponto de ter que vender o campo e o vinhedo da sua herança – pobreza nível 1

 

O segundo estágio da pobreza

 

A segunda fase da pobreza é venda da própria casa, por isso a Torá continua nos dando a lei em relação à pessoa que teve que vender a própria casa – pobreza nível 2

 

O terceiro estágio da pobreza

 

A terceira fase da pobreza é a pessoa deixar seus objetos de valor como hipoteca para pegar um empréstimo em dinheiro ou em mantimentos por isso a Torá continua nos dando as leis em relação aos empréstimos, leis de juros – pobreza nível 3

 

O quarto estágio da pobreza

 

A quarta fase da pobreza é a pessoa se vender a si próprio ou roubar e ser vendido como escravo por causa do seu roubo, por isso a Torá continua nos dando a lei do escravo judeu – pobreza nível 4

 

A reversão da pobreza

 

Primeira etapa – Em primeiro lugar a Torá nos proíbe de dar à um escravo judeu um trabalho escravo como se ele fosse um escravo de verdade, mas ele tem que ser para nós como um cidadão, como se você tivesse contratado alguém para trabalhar com você. Ou seja, primeira etapa é levantar a moral do pobre

 

Segunda etapa – até o ano do Yovel ele vai trabalhar com você, e não mais do que isso, e então ele sai livre e volta para a sua família.

 

Ou seja, no máximo até o ano do Yovel o empobrecido vai trabalhar com você, mas se os seis anos que ele precisa trabalhar com você terminaram antes do Yovel, ele sai no sétimo ano.

 

E se o ano do Yovel chegou antes, ele sai antes. E até se ele quiser ficar escravo a vida inteira, ele sai no Yovel e volta para a sua dignidade por voltar para a sua família

 

E também os campos que ele vendeu, sua fonte de renda, vai voltar para ele, ele volta para a herança dos seus pais

 

Então por que nesse meio tempo D’us deixaria você tratá-lo como escravo, um trabalho duro e humilhante, e quanto mais pelo fato de isso ser uma profanação da honra de D’us sendo que todos os judeus são escravos de D’us que os tirou do Egito, então como você pode tratar ele como se fosse seu escravo, como se tivesse roubado o escravo de D’us

 

Por isso você tem que tratar ele como se fosse alguém que trabalha por um salário, ter temor à D’us que é o único que tem o poder de diminuir alguém e também engrandecer, e é possível que também você ou um descendente seu pode futuramente (D’us nos livre) estar nessa mesma situação

 

Conclusão do assunto de ontem que se encontra no vídeo acima:

Em primeiro lugar D’us nos dá a oportunidade de participarmos da interação Divina no mundo nos dando a oportunidade de resgatar o campo, a fonte de renda que o nosso semelhante teve a necessidade de vender, e devolver à ele

 

Se o nosso semelhante já caiu mais do que isso e teve a necessidade de vender sua própria casa também, D’us nos dá a oportunidade de participarmos da interação Divina no mundo nos dando a oportunidade de resgatar a sua casa e devolver à ele

 

Em terceiro lugar, se o nosso semelhante já está em uma situação de hipotecar os seus pertences para comprar mantimentos D’us nos dá a oportunidade de dar à ele toda a Tzedaká necessária para que ele não precise hipotecar seus pertences

 

Em quarto lugar, se ele já se tornou um escravo, D’us nos dá a oportunidade de resgatá-lo e torná-lo novamente um homem livre e voltar a viver junto à sua família com toda a dignidade

 

E por final, se não aproveitarmos a oportunidade de participar da interação Divina no mundo e não fizermos nada disso, o próprio D’us vai fazer tudo isso sozinho sem a nossa participação

 

Mas sendo que a pobreza é um círculo que gira pelo mundo, mesmo agora estando são e salvos, ou seja, estando na parte de cima desse círculo, ninguém nos garante que não estejamos futuramente na parte de baixo.

 

Ninguém a não ser D’us que não nos deixaria cair se tivéssemos levantado quem já caiu

 

A Torá é eterna e todos os assuntos dela se encontram espiritualmente em cada etapa da nossa vida.

 

Na época da Torá a fonte de renda era a nossa terra que nos foi dividida aparentemente por sorteio, mas nesse sorteio a interação Divina foi de 100%.

 

Dessa mesma forma hoje em dia quando encontramos a fonte de renda dos nossos sonhos e acreditamos que tivemos sorte em encontrar, na verdade isso nos foi dado totalmente lá de cima

 

E o mesmo D’us que nos deu a nossa fonte de renda aparentemente por “sorteio”, mas na verdade por Divina Providência, nos dá a oportunidade de interagir com essa Divina Providência em relação ao nosso próximo!

 

Essa Parashá é tão atual para os nossos dias!

 

Como dizem nossos Sábios, que precisamos nos relacionar à Torá como se ela nos tivesse sido entregue hoje!

 

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Porque fazemos todo dia uma combinação diferente de Sefirót junto com a contagem do Omer ?

 


Um dos princípios da fé judaica é que D’us não se compara à matéria mas está infinitamente acima dos conceitos materiais.

O Zohar explica que quando D’us criou o homem à sua imagem e semelhança, a intenção é a imagem e semelhança espiritual e não a material, se trata da revelação Divina como ela acontece nas Dez Sefirot nos mundos superiores, não se trata de nenhuma imagem e semelhança material.

Em outras palavras, nossa essência é a nossa Alma Divina, nosso lado superficial é a nossa alma animal, e o nosso trabalho durante os dias da Sefirat HaOmer é alinhar as Sefirót da nossa alma animal com as Sefirot da nossa Alma Divina, nosso lado espiritual.

Nesses quarenta e nove dias, passo a passo vamos deixando de ser animais e vamos nos transformando em pessoas puras, refinadas e reluzentes.

Sendo que a Alma Divina se revela principalmente no nosso intelecto e a nossa Alma animal se revela principalmente nos nossos sentimentos, nosso trabalho vai ser refinar as sete sefirot que são ligadas aos nossos sentimentos, ao nosso caráter

Essas sete Sefirot emocionais podem ser usadas positiva ou negativamente.

Atraindo bênçãos Divinas para nós

O livre arbítrio do ser humano significa que ele pode usar esses atributos como quiser.

Todos nós podemos escolher viver uma vida destacada pela bondade e santidade, sermos tímidos, piedosos e gostarmos de fazer favores, essas são as qualidades do nosso povo

Mas somos, também, livres para escolher exatamente o oposto, e depois agüentar as conseqüências de nossas escolhas.

O prazer que sentimos fazendo uma coisa ruim é intensamente maior do que o prazer que se sente fazendo uma coisa boa

Mas o pagamento pela coisa ruim que deixamos de fazer por termos conseguido nos cotrolar é um prazer intenso e eterno, e infinitamente maior do que o prazer que teríamos fazendo a coisa ruim caso não tivéssemos conseguido nos controlar

Todo ser humano possui as sete Sefirot ligadas aos nossos sentimentos, mas geralmente uma delas exerce uma influência maior no nosso caráter do que as outras .

Para refinar todas as facetas de nossa vida, precisamos refinar todos os sete atributos, especialmente aqueles que não são o nosso forte.

Mas, também temos que ter certeza de utilizar de modo adequado e pleno a Sefirá emocional que pulsa mais fortemente dentro de nós.

Temos último dia da Sefirat HaOmer para trabalhar nessa grande tarefa de consertar e melhorar nossas sete Sefirot ligadas ao nosso caráter, e recebemos por meio disso todas as bênçãos espirituais e materiais, trazendo para o nosso povo como um todo, e para toda a humanidade, muita paz, muita prosperidade e grandes realizações.

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você