A fonte dos super poderes do maior de todos os feiticeiros

Lavan, Bilam, Naval

Todo o poder de Bilam, toda a sua força, estava na fala. Ele fazia feitiços por meio da fala, maldições por meio da fala, dava maus conselhos e fazia intrigas, tudo por meio da fala

 

Na Parashá anterior estudamos que o principal da Alma de Kora’h era o lado ruim da Alma de Hevel (Abel).

 

No Shaar Hapsukim do Ari Zal em Parashat Kora’h consta que em Kora’h estavam 308 Almas do lado ruim de Hevel e isso era o principal da Alma dele. Posteriormente ele “pegou” o lado ruim da Alma de Caim.

 

Depois desse acontecimento Kora’h é visto como Alma de Caim até seu conserto e refinamento feito pelo seu descendente, o profeta Shmuel (Samuel) que também é ligado à raiz de de Caim.

 

O profeta Shmuel tirou seu antepassado Kora’h do gehinom seguindo a regra judaica de que o mérito do filho serve para o pai, regra que inclui todos os antepassados.

 

Bil’am também era o lado ruim da Alma de Hevel, mas em um aspecto diferente da Alma de Kora’h.

 

Diz o Sefer Haguilgulim do Ari Zal (livro das reencarnações) que Lavan, o pai das nossas matriarcas, mesmo sendo “Lavan o ruim”, tinha poderes na fala.

 

Quando Eliezer chegou à Haran e ele o recebeu com as palavras “Benvindo abençoado por D’us”, tirou Eliezer da maldição de Noa’h e o transformou de amaldiçoado em abençoado.

 

Posteriormente Lavan se reencarnou e se tornou Bil’am.

 

A fonte dos super poderes

 

O lado ruim de Hevel também tinha um pequeno aspecto de Kedushá (Santidade) porque quando o lado ruim é refinado e “expelido” para fora do lado bom leva com ele um pouco da Kedushá do lado bom.

 

E por isso Bil’am era profeta de alto nível e comparado à Moshe Rabeinu por causa desse lado bom que ainda tinha permanecido nele.

 

Essa comparação de nível também é causada pelo fato de tanto a Alma de Moshe quanto a de Bil’am terem origem em Hevel (Abel) e posteriormente estarem em Shet onde aconteceu o refinamento e a separação.

 

Nessa separação o lado bom foi para Moshe e o lado ruim para Bil’am. Esse era o aspecto espiritual comum entre Moshe e Bil’am

 

Reencarnação como mineral

 

D’us é a essência do bem e o que chamamos de castigo não é um castigo mas sim o refinamento da Alma.

 

Todo o mal que Bil’am fez foi por meio da fala e por isso, diz o Shaar Haguilgulim, ele se reencarnou como pedra.

 

A pedra não fala, e o sofrimento dessa Alma obcecada em falar coisas ruins, quando reencarnada em mineral é enorme.

 

Depois de passar por reencarnação em pedra, diz o Shaar Haguilgulim que Bil’am se reencarnou como Naval Hacarmeli, um judeu muito rico, descendente de Kaleb e portanto parente de David.

 

Os homens de David deram uma ajuda muito grande aos pastores de Naval, e quando Naval fez a grande festa da tosa do seu rebanho como se costumava fazer naquela época.

 

David mandou uma delegação de seus homens para arrecadar fundos para ajudar as famílias dos homens de David que necessitavam de alimentos para as festas judaicas que iriam começar.

 

Nessa ocasião, não só que Naval não participou com nada, mas também fez uma horrível e incriminadora declaração contra seu próprio parente, o Rei David que o ajudou.

 

David tinha sido ungido pelo profeta Shmuel para ser o novo rei Israel e Shaul desconfiava disso e queria assassinar David.

 

A declaração de Naval contra David estava colocando ele e seus homens em perigo dando mais um pretexto para Shaul fazer um novo ataque.

 

Se Naval agradecesse pela grande ajuda que recebeu de David e desse essa Tzedaká que seria o mínimo de reconhecimento pelo trabalho que eles tinham feito para Naval.

 

Esse apoio para as famílias necessitadas que protegeram seus rebanhos, não só que não seria para ele um prejuízo mas seria até um investimento para as próximas vezes que precisasse dessa ajuda.

 

E o principal, o bem da sua Alma, porque se fizesse isso também conseguiria consertar de maneira positiva o que fez de errado na reencarnação anterior.

 

O Rei David ouvindo os insultos de Naval relatados pelos pelos seus homens decidiu usufruir do seu direito de Rei Ungido de poder atacar a pessoa que se declarou contra ele e estava colocando ele em perigo de vida.

 

David e seus homens só não colocaram isso na prática porque Avigail, esposa de Naval se encontrou com David no meio do caminho trazendo mantimentos e implorando para que ele deixasse isso nas mãos de D’us, o que foi visto pelo rei David como uma grande sabedoria e inspiração Divina.

 

Diz o versículo que quando Avigail conta à Naval a consequência das suas palavras ruins “ele ficou como uma pedra”.

 

A memória da Alma

 

Diz o Ari Zal que a linguagem do versículo nos revela que mesmo não nos lembrando da nossa reencarnação anterior, nossa Alma se lembra, e por isso ele teve essa reação.

 

Inconscientemente ele se lembrou que por esse mesmo motivo ele tinha se reencarnado em uma pedra.

 

Logo após esse acontecimento ele faleceu, nos mostrando que quando a pessoa não faz o conserto da sua Alma de maneira positiva o conserto acontece por si só, mas de maneira negativa.

 

Aprendemos da história de Bil’am para o nosso dia a dia que Hashem nos protege das pessoas que nos amaldiçoam e transforma as maldições em bênçãos.

 

E por isso não precisamos nos preocupar mas sempre devemos confiar em D’us.

Aprendemos também que sempre devemos falar coisas boas e nunca falar coisas ruins, e que Hashem pode resolver os nossos problemas de várias maneiras sem que você seja o bruxo ou a bruxa má da história.

 

E aprendemos também que existe reencarnação em minerais!

 

Conclusão: de vez em quando é melhor ser uma pedra durante a vida e não falar coisas ruins do que ter que ser uma pedra depois da vida….

 

Então, vamos falar só coisas boas, só temos a ganhar.

 

Rabino Gloiber
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O livre arbítrio


 

Nossa Parashá nos conta que existiu em Midian, um feiticeiro com poderes espirituais que se comparavam à Moshe Rabeinu. Midian era o país de onde partiu Moshe para tirar nosso povo do Egito.
 
Os poderes desse feiticeiro eram tão grandes que se Hashem (D’us) não fizesse um milagre e a maldição dele não se transformasse em bênçãos, estaríamos em grandes apuros.
 
Porque Hashem deixou isso acontecer?
 
Dizem nossos Sábios que Hashem permitiu que Bilam tivesse esses poderes para que os povos do mundo não falassem que se eles tivessem um profeta tão grande como Moshe o comportamento deles seria melhor.
 
O livre arbítrio
 
O motivo que Hashem deu para Bil’am esses superpoderes foi para que pudéssemos exercer nosso livre arbítrio e escolher entre Moshe e Bil’am
 
Para entendermos o que é o livre arbítrio, temos que voltar ao começo do mundo, quando Hashem criou o homem, deu à ele um mandamento, e colocou no paraíso uma cobra em forma humana.
 
D’us falou para Adam e Havá não comerem a fruta proibida e a cobra falou para sim comer.
 
Aí começa a história do mundo e o objetivo da criação, nosso direito de escolher entre o bem e o mal.
 
O livre arbítrio nos foi dado antes mesmo de termos qualquer má inclinação ou vontade de optar por algo ruim.
 
Na décima praga do Egito, Hashem fez um milagre e todas as estátuas dos deuses egípcios derreteram com exceção de uma: o “Baal Tzafon”.
 
Hashem pediu para todos os judeus se reunirem em frente ao Baal Tzafon antes de sair do Egito.
 
Novamente o livre arbítrio, a opção de pensarem que se aquela estátua não desapareceu pode ser que foi ela quem fez as dez pragas.
 
Quando D’us criou o mundo, ele criou o Grand Canyon no Arizona onde parece que o Rio Colorado causou o surgimento do Canyon correndo sobre ele milhões de anos.
 
D’us criou o Grand Canyon já cortadinho e bonitinho nos seis dias da criação há 5782 anos atrás, e o conservou inteirinho para termos o livre arbítrio de optar entre D’us ter criado o mundo há 5785 anos atrás ou achar que o mundo surgiu por si só e já tem milhões de anos.
 
Se um cientista estivesse nos seis dias da criação do mundo e analisasse cada coisa no momento em que D’us a criou, ficaria espantado!
 
Quando Hashem criou a luz ele diria : – Não pode ser que já existem bilhões de anos luz da terra até as estrelas se as estrelas ainda nem existem!
 
No terceiro dia ele cortaria uma árvore que acabou de ser criada e diria que cada anel dela representa pelo menos cem anos, e que não pode ser que essa árvore acabou de brotar!
 
No quarto dia, quando Hashem colocou as estrelas no final dos bilhões de anos luz, ele diria que a luz teria que sair da estrela e levaria bilhões de anos até chegar à terra, e que não poderia estar lá antes de as estrelas existirem.
 
Ele faria uma análise geológica das pedras e diria que essas pedras tem bilhões de anos! Ele veria que o Grand Canyon foi criado antes do Rio Colorado e que Adam e Havá não eram dois bebês recém nascidos.
 
Ou seja, há 5785 anos atrás Hashem criou do nada pedras de milhões de anos, um mundo que aparenta ser muito mais velho do que realmente é.
 
E porque Hashem fez assim?
 
Para termos o livre arbítrio! Para podermos ter nossa própria opção e escolher o bem por nossa própria escolha, e consequentemente por próprio mérito receber um paraíso enorme por ter feito a escolha certa.
 
Hashem faz o milagre e a maldição se transforma em benção. A ciência tira conclusões se apoiando nos inúmeros detalhes vinculados à causa dos acontecimentos e determina que caso esses inúmeros detalhes se reúnam novamente nessas mesmas circunstâncias aquilo acontecerá novamente.
 
De vez em quando todas as inúmeras circunstâncias são opostas e mesmo assim aquilo acontece.
 
Então eles atestam que existe alguém que dirige o mundo, e as pessoas têm mais facilidade para aceitar que por trás de tudo existe D’us.
 
A própria ciência traz estatísticas de que quem faz “Brit Milá” (circuncisão) está quilometricamente abaixo da média de doenças como HIV, e que a mulher que guarda a pureza familiar está quilometricamente abaixo da média de doenças como câncer de útero, e que quem come Kasher está bem abaixo da média de doenças causadas pela alimentação como o infarto.
 
Inventaram o smartphone nos dando acesso instantâneo para que cada um de nós pudesse baixar mais de 50.000 livros judaicos que antes disso tínhamos que comprá-los um a um em Israel ou nos Estados Unidos
 
E no smartphone um navegador com “search” para encontrarmos os assuntos que precisamos em cada um desses livros, fazendo com que o que era antigamente privilégio de grandes Sábios agora esteja acessível à todos nós
 
Os cientistas não têm a intenção de defender ou divulgar o judaísmo, mas no mérito da ciência conseguimos evidenciar o judaísmo hoje mais do que nunca.
 
Como diz a nossa Parashá, Hashem transformou a maldição em benção!
 
Rabino Gloiber
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Mashia’h e Gueulá


 
Um dos 13 princípios da fé judaica é que Mashia’h vai chegar.
 
Esse princípio consiste em que no fim do “Galut” (exílio) um descendente direto do rei David que se iguala ao rei David no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot, constrói o Beit Hamikdash (Templo Sagrado de Jerusalém) no lugar sagrado chamado o “Monte do Templo” onde hoje se encontra o Kotel, vence as guerras contra os povos do mundo que se opõem à Gueulá e traz todos os judeus de volta para Israel.
 
Fazendo isso ele se torna o Mashia’h que em hebraico quer dizer simplesmente o “rei ungido”, sendo que ele é um descendente direto do rei David o qual foi ungido rei de Israel pelo profeta Shmuel e portanto não precisa de uma segunda unção para ser o rei de Israel
 
Daqui aprendemos que a solução para o fim do problema do exílio judaico não é um presidente eleito mas sim o Mashia’h
 
Na época da Guemará os alunos dos grandes Sábios que estavam dentro desse critério, ou seja, eram descendentes do rei David e eram grandes como ele no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot, diziam que o Rebe deles era o Mashia’h, como vemos na Guemará em Sanhedrin
 
Com isso queriam dizer que caso acontecesse a Gueulá naquela época, o candidato mais adequado para ser o Mashia’h seria aquele sábio
 
Na nossa geração o Rebe de Lubavitch foi apontado como candidato dentro desses critérios dos antigos sábios da Guemará.
 
Quando acontecer a Gueulá, o Beit Hamikdash for reconstruído em Jerusalém e as guerras vencidas, o candidato a Mashia’h se torna o Mashia’h na prática
 
Antes disso, os alunos do Rabi Hanina na Guemará ou os alunos do Rabi Inon puderam dizer que o Rebe deles era o Mashia’h (dentro dessa intenção) e isso não consistiu em um problema de lei judaica.
 
O mesmo se aplica hoje à quem aponta o Rebe de Lubavitch como candidato a Mashia’h da nossa geração
 
A Guemará em Sanhedrin também diz que o fato de o Mashia’h ser dos vivos ou dos mortos não é de relevante nesse caso, contanto que a Gueulá aconteça na geração dele, ou seja, enquanto ainda existem alunos dele que ouviram pessoalmente os ensinamentos dele.
 
Nesse caso é necessário que ele se revele, construa o Beit Hamikdash, vença as guerras de Hashem e traga o nosso povo de volta para a terra prometida.
 
Passando depois junto com todo o povo de Israel para a etapa em que a vida será eterna
 
Os romanos antigos copiaram também esse aspecto da religião judaica e aplicaram ele inadequadamente à alguém que não era um descendente do rei David, não cumpriu a Torá e as Mitzvot como o rei David, na época dele o Beit Hamikdash foi destruído, as guerras perdidas e o povo se espalhou para fora de Israel, não tendo qualquer relação ou comparação com o princípio judaico da vinda do Mashia’h e com o fato de os alunos dos Sábios de Israel dizerem que o Rebe deles era o Mashia’h
 
Em resumo, dizer que o Rebe é Mashia’h não é contra a lei judaica sendo que a intenção é de apontá-lo como candidato aos grandes milagres da Gueulá que estão para acontecer
 
Rabino Gloiber
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Mais detalhes sobre a Vaca Vermelha

 

Nossa Parashá nos conta sobre uma Mitzvá (um Mandamento Divino) que aconteceu somente nove vezes em toda a nossa história, e acontecerá pela décima e última vez na época do Mashiach

 

Essa Mitzvá é chamada de Pará Adumá, que literalmente significa a “Vaca Vermelha”
 
Ela consiste em se fazer o abate de uma vaca totalmente vermelha sobre uma estrutura de toras de madeira e depois acender um fogo nessa estrutura transformando-a em uma grande fogueira
 
Quando a maior parte da vaca vermelha (que já foi abatida) está queimando e a barriga dela se abre, se joga dentro dela um pedaço de “erez” que é a maior árvore da terra de Israel, um pedaço de “ezov” que é a menor árvore daquela região, e tolaat shani que é uma lã tingida com tinta vermelha originaria de um vermezinho
 
As cinzas da fogueira da vaca vermelha junto com tudo o que foi queimado nela é usada para purificar as pessoas da maior de todas as impurezas, a impureza dos mortos
 
Todos os que participam da preparação dessas cinzas em todas as suas etapas devem estar puros antes de começar esse procedimento, e ao final dele se tornam impuros, caracterizando a vaca vermelha como algo que purifica os impuros mas impurifica os puros
 
A explicação do Baal Shem Tov
 
a vaca vermelha representa o orgulho
 
O Baal Shem Tov nos ensinou que todos os Mandamentos Divinos são eternos.
 
Mesmo que na prática eles precisam ser cumpridos por meio de uma ação determinada e em um tempo determinado, mesmo assim eles sempre trazem para nós um ensinamento que pode ser colocado na prática por cada um de nós e em qualquer momento
 
Nesse aspecto os Mandamentos Divinos são eternos, pelo motivo de a Torá ser Divina e a revelação Divina ser eterna.
 
Dizem os alunos do Baal Shem Tov em seu nome, que toda a Torá tem que estar sempre presente na nossa vida diária dentro desse aspecto, o de aprendermos de cada Mandamento Divino uma instrução que pode ser colocada na prática no nosso dia a dia
 
Eles perguntaram ao Baal Shem Tov:- O que podemos aprender da Mitzvá da “Pará Adumá”(a vaca vermelha) para o nosso trabalho Divino diário, se até na época do Beit Hamikdash ela não aconteceu a não ser raramente?
 
E também, o que podemos aprender do fato de que ela impurifica os puros e purifica os impuros?
 
E assim respondeu o Baal Shem Tov:
 
A “Pará Adumá” representa o orgulho!
 
No princípio, quando nos comportamos de maneira incorreta e portanto estamos distantes de Hashem (D’us), o começo do nosso “conserto” é por meio do orgulho e das “segundas intenções”
 
Temos que cumprir os Mandamentos Divinos para “nos exibir”, por exemplo, ou de uma maneira mais nobre, mas ainda com “segundas intenções”, de “ganharmos o Paraíso futuro”.
 
Temos que pensar que é mais do que justo que Hashem nos dê uma enorme recompensa por tudo o que estamos fazendo, temos que achar que estamos fazendo algo para D’us
 
Mas a verdade é que se D’us não nos desse força, o que seria de nós? Como podemos cobrar de Hashem uma coisa que fizemos com a força que ele próprio nos deu?
 
Mas nunca conseguiríamos chegar à essa verdade, e D’us nos livre, ficaríamos de fora, se não começássemos o trabalho Divino como uma criança pequena, para exibir que estamos fazendo o que é certo e portanto somos importantes, ou para receber algo em troca, por mais nobre que seja a recompensa como por exemplo o futuro Paraíso
 
Depois que começamos o trabalho Divino com essas “segundas intenções” e conseguimos “crescer e amadurecer” dentro do trabalho Divino, descobrimos que Hashem é a essência do bem e ele nos ama mais do que nós amamos nossas próprias crianças, infinitamente mais do que imaginávamos!
 
Perdemos o interesse pelo que os outros vão pensar de nós, perdemos a vontade de nos “exibir”, e vemos o futuro paraíso como uma coisa óbvia, como voltar para casa depois de estarmos perdidos na selva por tanto tempo.
 
Paramos de pensar em nós próprios e começamos a pensar em Hashem que está tão preocupado com a nossa “volta para casa”. Vamos pelo caminho certo para que Hashem fique “menos preocupado” com a gente e não para termos algum lucro com isso
 
Nessa segunda etapa, ter orgulho, cumprir os Mandamentos Divinos para nos exibir ou para ganhar o paraíso é uma regressão à etapa anterior. Nessa segunda etapa se tivermos orgulho ele nos derruba
 
Nessa segunda etapa, na qual voltamos a ser crianças puras, temos que manter essa pureza e nos afastar do orgulho até o extremo
 
Porque a prepotência é uma auto idolatria, e aonde há idolatria a revelação Divina se oculta. Nessa etapa o orgulho nos impurifica
 
Conclusão: o orgulho purifica os impuros e impurifica os puros
 
E esse assunto existe em todos os níveis, até no nível dos Tzadikim, das pessoas mais elevadas espiritualmente.
 
Até os próprios Tzadikim, para subirem do seu nível tão elevado para um nível mais elevado ainda, precisam usar esse sistema de começar pelo orgulho para decolar, e depois se apegar à humildade para aterrissar com segurança no nível superior
 
E por isso, também sobre os Tzadikim podemos dizer que o orgulho purifica os impuros, sendo que qualquer nível espiritual em relação ao nível superior à ele é comparado à impureza em relação à pureza
 
Sendo que o nível espiritual inferior está distante do superior, em relação ao nível de revelação Divina superior o Tzadik está longe de D’us, mesmo que para nós que estamos em um nível muito mais baixo ele está infinitamente mais perto de D’us do que nós
 
E antes de qualquer pessoa se aproximar de Hashem por meio de alguma Mitzvá, Torá ou Tefilá (reza) ele é considerado impuro, ou seja, distante de Hashem em relação ao nível da aproximação que ele vai chegar por meio da Mitzvá, da Torá ou da Tefilá que ele vai fazer, e não temos como nos aproximar de Hashem a não ser por meio do orgulho
 
Na “sitra ahara”, no lado espiritual impuro, representado principalmente pelo que está mais próximo à nós que é o nosso próprio “yetzer hará” (nossa má inclinação), o raciocínio é totalmente contrário
 
O yetzer hará começa pela humildade e termina no orgulho
 
Começa pela humildade dizendo:
 
– “Quem é você para fazer uma Mitzvá?”
 
-“O que adianta você estudar Torá, de qualquer jeito você nunca vai saber tudo”
 
:- “Você acha que é tão querido por Hashem para que a sua reza seja ouvida?”
 
Quando um pensamento desses proveniente do yetzer hará nos atinge como um míssil do Hamas que sai de dentro da própria terra de Israel para destruí-la, você deve responder com todo o orgulho dizendo:
 
:-Quem sou eu para não fazer uma Mitzvá!
 
 meu estudo de Torá lá encima é visto como uma pequena luz na escuridão que é muito mais importante do que uma grande luz que não está na escuridão
 
:- A minha reza lá encima é ouvida com mais atenção ainda, como uma criança aprendendo a falar que mesmo falando errado o pai está tão feliz em ouvi-la que até repete as palavras dela de tanta felicidade
 
O fato de o orgulho no começo do trabalho Divino fazer parte da santidade e não ser comparado à uma Mitzvá feita por meio de uma “averá” (transgressão) é porque por trás dele se encontra a verdadeira humildade como vemos nos exemplos acima
 
A humildade da “sitra ahara” é dizer :-quem sou para fazer uma Mitzvá
 
A humildade da Kedushá (santidade) é dizer :-quem sou eu para não fazer uma Mitzvá.
 
E esse lado oculto da verdadeira humildade se disfarça de orgulho para enfrentar o Yetzer hará que tenta nos seduzir dizendo que é uma grande Mitzvá ser humilde mas que por motivos de humildade você não deve cumprir Torá e Mitzvót sendo que você ainda não está nesse nível!
 
E você só consegue refutar os argumentos dele com orgulho. E por meio desse orgulho você se purifica e se aproxima de Hashem, por meio de ter orgulho em estudar Torá, em rezar, em cumprir as Mitzvót
 
O orgulho de fonte impura é o orgulho da segunda etapa, quando você já está estudando Torá, cumprindo Mitzvót e caprichando na Tefilá. Aí aparece o Yetzer hará e tenta te convencer de que você é melhor do que as pessoas que não estão fazendo o que você faz.
 
Esse é o orgulho proveniente da “sitra ahara” e o objetivo dele é te derrubar dessa forma fazendo com que você se ache melhor do que os outros, fazendo com que você se sinta um deuzinho, transformando você em uma pequena idolatria e te distanciando de Hashem muito mais do que você estava antes de começar
 
Por isso o orgulho é chamado de Pará Adumá. Pará(vaca) é uma linguagem de crescimento, o orgulho de fazer uma Mitzvá faz você crescer.
 
Adumá (vermelha) se refere à “sitra ahara” que é o orgulho que você sente depois de ter feito a Mitzvá, o orgulho de ser melhor do que alguém que não fez essa Mitzvá, orgulho proveniente do lado impuro
 
Portanto é colocado dentro da fogueira da vaca vermelha um pedaço de Erez que é a maior árvore, um pedaço de ezov que é a menor árvore, e tolaat shani, a lã tingida com a tinta vermelha originaria de um vermezinho
 
Como explica Rashi que quem se orgulhou como um Erez, tem que se rebaixar como um ezov e como uma tolaat, um vermezinho
 
Diz o Rambam que o cajado de Erez que era colocado dentro da fogueira da vaca vermelha tinha um limite de altura de cinquenta centímetros
 
Disso nos ensina o Baal Shem Tov mais uma regra importante que aprendemos da Mitzvá da Pará Adumá
 
Que mesmo sendo necessário o orgulho no começo do trabalho Divino, ele tem que ter um limite. Não podemos perder o controle sobre ele para que seja possível eliminá-lo depois com muita facilidade
 
Conclusão:
 
Leia novamente tudo o que foi dito acima e coloque na prática com muito amor e carinho!
 

Rabino Gloiber
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Gam Zu LeTová

 

A Guemará nos conta em nome de Rabi Akiva que devemos nos acostumar a dizer que tudo que o bom D’us faz é para o bem e também nos traz uma história de como o próprio Rabi Akiva colocou isso na prática:

 

Certa vez quando Rabi Akiva estava viajando e precisou dormir em uma cidadezinha no meio do caminho, os habitantes da cidadezinha que eram pessoas muito ruins não deixaram Rabi Akiva dormir lá. O que ele fez? Dormiu no meio do mato!

 

O veículo da época era o burro, o despertador um galo e a iluminação uma vela provavelmente de azeite (tudo ecologicamente correto).

 

Soprou um vento e apagou a vela, apareceu um gato e comeu o galo, veio um leão e comeu o burro

 

Com tudo isso, não só que Rabi Akiva não se desanimou mas muito pelo contrário! Como dizendo para Hashem (D’us) “Surpreenda-me”, ele disse :- “Tudo que o bom D’us faz é para o bem”

 

Naquela noite a cidade foi atacada e todos seus habitantes levados como escravos

 

Agora tudo o que aconteceu ficou retroativamente bem claro! Se a vela estivesse acesa, o galo cantando e o burro relinchando, Rabi Akiva teria sido descoberto e levado como escravo junto com todos os habitantes daquela cidadezinha

 

A explicação do Maharsha

 

Rabi Shmuel Eidels (Cracóvia Polonia 1555 – Ostroh Ucraina 1631) é conhecido como “o Maharsha” que é o acrônimo do seu nome em hebraico significando “Nosso mestre Rabi Shmuel Eidels”.

 

O Maharsha foi um dos maiores comentaristas da Guemará conseguindo decifrar muitas partes dela que até a sua época eram verdadeiras incógnitas.

 

Na sua explicação sobre a categoria da Guemará chamada de “Agadot” ele pergunta porque a Guemará não trouxe a história de Nahum Ish Gam Zu como exemplo da lei judaica em relação à benção que trata do assunto que da mesma maneira que agradecemos à D’us por uma coisa boa que nos acontece devemos agradecer à ele por uma coisa ruim?

 

A Guemará nos conta que o grande Sábio de Israel Nahum Ish Gam Zu que foi o Rebe de Rabi Akiva certa vez foi mandado para Roma levando uma arca cheia de pedras preciosas para dar de presente ao imperador e conseguir por meio disso anular um terrível decreto do governo romano cobra o nosso povo

 

No caminho para Roma em uma hospedagem sem que ele percebesse os donos do hotel roubaram o tesouro que estava dentro da arca, e para não sentirem a diferença do peso encheram a arca de terra. Nachum Ish Gam Zu e os que estavam com ele não suspeitaram que isso tivesse acontecido e continuaram a viagem para Roma

 

Quando Nahum Ish Gam Zu foi recebido pelo imperador e deu à ele o “presente” o imperador abriu a arca e encontrou dentro dela somente terra.

 

O imperador achou que os judeus estão fazendo ele de ridículo e quiz executar Nahum Ish Gam Zu

 

Mesmo nessa situação extremamente perigosa Nahum Ish Gam Zu continuou tranquilo e disse : Gam Zu Letová (também isso é para o bem)

 

Hashem (D’us) fez um milagre e o profeta Eliahu apareceu em forma de um dos ministros do rei e disse ao imperador que provavelmente essa é a terra que usou Avraham, o patriarca dos judeus, quando lutou contra os quatro reis e essa terra demonstrou ser a arma mais poderosa do mundo.

 

O imperador pediu para testar essa arma poderosa contra um país que estava em guerra com ele, o milagre aconteceu e aquilo realmente funcionou e ele conseguiu conquistar aquele lugar

 

Em agradecimento à esse presente tão original o imperador anulou o decreto que tinha feito contra os judeus e ainda homenageou Nahum Ish Gam Zu e deu à ele de volta a mesma arca que ele tinha trazido, mas agora no lugar daquela terra ela estava cheia de pedras preciosas.

 

Portanto, pergunta o Maharsha, a Guemará poderia trazer isso como exemplo de termos que receber as coisas ruins que nos acontecem com a mesma alegria que recebemos as coisas boas

 

Explica o Maharsha que a Guemará preferiu as palavras de Rabi Akiva que citou D’us na sua frase de que “Tudo que D’us faz é para o bem” do que a frase de Rabi Nahum que diz genericamente “também isso é para o bem”

 

A explicação do Baal HaTania

 

De acordo com a Hassidut o nível de Nahum Ish Gam Zu que era o Rebe de Rabi Akiva era superior

 

Rabi Akiva acreditou com toda a sua fé que não existe nenhum mal que desce lá de cima mas tudo o que Hashem faz tudo é para o bem, e ele também viu que na raiz de tudo lá em cima é assim

 

Mas Nahum Ish Gam Zu não só acreditou com toda a sua fé e viu que o mal na sua fonte espiritual é bom, mas também conseguia trazer esse bem aqui para baixo na prática.

 

Ele conseguia fazer com que a coisa ruim se tornasse visivelmente boa aqui em baixo também

 

E por isso ele sempre dizia “também isso é para o bem”, e não “tudo é para o bem” de maneira genérica. “Também ISSO é para o bem quer dizer que especificamente isso é para o bem

 

Rabino Gloiber
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Orgulho- remédio ou veneno?

 

O Baal Shem Tov nos ensinou que todos os mandamentos Divinos são eternos, porque a Torá é a revelação Divina e D’us é eterno.

 

A Torá é a sabedoria Divina que desceu ao nosso nível, como por exemplo um pai muito sábio que ensina ao filho mais velho uma sabedoria muito profunda.

 

Quando ele fala com o filho pequeno, a sabedoria profunda desce ao nível da criança aparentando ser uma coisa simples, mas por trás disso se encontra uma sabedoria profunda.

 

Assim também são os mandamentos Divinos, cada um tem por trás de si diferentes aspectos, muitas vezes desconhecidos.

 

O lado simples do mandamento Divino chamamos de “Pshat”.

 

O Pshat é o jeito simples e específico de cumprir o mandamento na prática tendo muitos deles um local e tempo determinado que não é necessariamente “aqui e agora”.

 

No Pshat o mandamento pode acontecer poucas vezes como no caso da Vaca Vermelha da nossa Parashá, ou não acontecer nunca como no caso do ”ben sorer umore” que é um mandamento da Torá que nunca aconteceu e nunca acontecerá.

 

Mas todos os mandamentos Divinos tem um aspecto no qual eles são eternos e acontecem “aqui e agora” mas em outro nível. Um desses aspectos é chamado de ”Remez” (indicação)

 

Nossa Parashá nos conta sobre o mandamento da Vaca Vermelha, um mandamento que aconteceu na prática somente nove vezes em toda a nossa história e vai acontecer mais uma vez na época do Mashiach

 

Esse mandamento tem uma característica interessante que é a de impurificar os puros e purificar os impuros

 

Diz o Baal Shem Tov que o “Remez” desse mandamento é o orgulho.

 

Orgulho: qualidade ou defeito?

 

O orgulho é comparado à Pará Adumá, a Vaca Vermelha, ele purifica os impuros e impurifica os puros.

 

Quando uma pessoa se comporta de maneira incorreta ele está distante de D’us, e para conseguir sair dessa impureza a pessoa deve se encher de orgulho

 

Ter orgulho de cada mandamento que cumpre, de cada Tzedaká que dá, sentir que faz algo por D’us e que agora D’us está em dívida com ela e vai dar para ela um paraíso enorme

 

Mas aí ela chega à uma etapa aonde se acomoda e acha que já fez até demais.

 

Nessa hora o orgulho que serviu para ela crescer faz ela se acomodar. Se torna uma barreira, se torna um um bloqueio. De purificador vira impurificador!

 

Sendo que nessa etapa o orgulho deixa de ser um remédio e se torna um veneno, deve ser eliminado

 

Para eliminá-lo a pessoa deve se lembrar que toda a Tzedaká que deu foi somente parte do que Hashem deu para ela, ainda mais, foi a parte pequena da benção Divina que ela recebeu.

 

E todos os mandamentos Divinos que ela cumpriu foram com a força e saúde que Hashem deu para ela, e ainda mais, foi somente com um pouquinho dessa energia que recebeu de Hashem

 

Descobre que ela era somente uma criança pequena segurando a direção do carro do papai e achando que estava dirigindo

 

Aí o Yetzer Hará (a má inclinação) pode falar para ela- : Viu! Você nunca fez nada! Você é uma incapaz!

 

Ou sugerir para ela uma falsa humildade dizendo:- Quem é você para fazer alguma coisa? E tirando dessa maneira a auto estima dela e a derrubando para baixo.

 

Aí o orgulho é novamente necessário para fazer ela subir, e agora que ela já está cumprindo os mandamentos Divinos ela toma a decisão de acrescentar na qualidade, caprichar mais nos mandamentos, estudar mais Torá, subir de verdade!

 

Agora ela se sente verdadeiramente um Tzadik!

 

E nessa hora que ela chegou à um nível mais elevado e parou de subir, o orgulho se torna novamente um veneno, ela se sente dona da razão reage com crueldade, de maneira desproporcional e fora de controle à qualquer mínimo ataque feito à ela ou ao que ela representa, achando que quando atacada, em legítima defesa pode massacrar quem a atacou,

 

principalmente quando se trata de um assunto religioso no qual ela tem razão, se esquecendo totalmente que as palavras dos sábios são ouvidas com tranquilidade, e principalmente ditas com tranquilidade

 

Novamente o orgulho faz com que ela volte a ser impura e tem que ser eliminado

 

Conclusão: o orgulho em relação ao nível superior que devemos alcançar é indispensável, sem ele não chegamos lá, mas em relação ao nível que já foi alcançado é destrutivo

 

Por isso não temos que olhar para trás, para o que já fizemos, mas sim para frente, para o que podemos fazer melhor, porque sempre em relação ao nível superior o orgulho é um vento à nosso favor!

 

Rabino Gloiber
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data Judaica

Guimel Tamuz


Guimel Tamuz — O Início da Redenção

 

NOVA YORK (EUA) — Uma compilação de excertos de discursos do
Lubavitcher Rebe, MH”M, Shlita sobre Guimel Tamuz.

 

O Rebe, Melech HaMashiach, que viva para sempre, nos diz que a Gueulá já está aqui, no sentido mais literal. Ele afirma que o evento que ocorreu em Yud Shevat, 5710, não acontecerá ao líder desta geração, pois o líder desta geração foi claramente revelado como Melech HaMashiach, e certamente viverá para sempre, de maneira física e tangível. Ele nos diz que a única coisa a fazer é saudar Mashiach, abrir os nossos olhos e perceber a verdadeira realidade da Gueulá.

 

À luz do que foi dito acima, então, podemos perguntar: O que é, então, Guimel Tamuz? Nós ouvimos essa data chamar tanta atenção — certamente deve haver algo extremamente profundo sobre ela. Como devemos reagir ao significado desse dia, e como ele deve ser observado? E mais: o que exatamente ocorreu em Guimel Tamuz?

 

As Sichot a seguir, todas proferidas pelo Rebe, Melech HaMashiach, em farbrenguens de Guimel Tamuz de vários anos, tratam dessa questão. Como veremos dessas Sichot, Guimel Tamuz é na verdade muito profundo. É um dos dias mais grandiosos e sublimes, um dia associado com o “início da Gueulá”…

 

Guimel Tamuz — O Início da Gueulá

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5751

 

Guimel Tamuz é o dia no qual o meu sogro, o Rebe (Anterior), foi libertado da prisão (em Leningrado, da famosa e infame penitenciária de “Shpolerke”), porém, sob a condição de que ele fosse diretamente para o exílio, por três anos, para a remota cidade de Kastrama.

 

Naquele momento, entretanto, ainda era desconhecido se esta nova situação provaria ser positiva (já que o exílio, ainda que seja uma sentença mais leve que o encarceramento, ainda assim é extremamente limitado, e sempre deixa uma brecha para o governo mudar de idéia e decidir sobre uma punição mais severa, etc.).

 

Porém, depois disso, no décimo segundo dia de Tamuz, ele foi notificado em Kastrama de que eles na verdade o libertariam, e que receberia um documento de emancipação no dia seguinte, no décimo terceiro dia. Então, quando ele foi enviado completamente livre, ficou claro e revelado como Guimel Tamuz era na verdade o “início da Gueulá”; além do fato de que ele realmente havia saído da prisão e lhe fora concedida uma sentença mais leve — o exílio — mais tarde ficou claro que seu exílio para Kastrama substituíra a pena de morte, D’us nos livre, o decreto anteriormente intencionado para ele. Isto, é claro, afetaria e ameaçaria, D’us nos livre, toda a perpetuação da propagação da Torá e do Judaísmo, e da Chassidut em particular. Em vez disso, o governo moderou sua punição e o expatriou. A tal ponto que isto finalmente causou a sua libertação total, em Yud Beit e Yud Guimel Tamuz. E por causa desse milagre, este mesmo dia foi estabelecido como “Festival da Gueulá”, para ser celebrado como tal a cada ano.

 

Um dia de Gueulá e alegria — aumenta a cada ano!

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5745

 

Já que o início da Gueulá foi em Guimel Tamuz, não se deve esperar até Yud Beit-Yud Guimel Tamuz; ao contrário, deve-se começar a fazer todo o serviço espiritual dos dias de Gueulá já em Guimel Tamuz.

 

Mas, alguém pode perguntar:

 

Por que querer que ele comece a se envolver em assuntos da Gueulá em Guimel Tamuz? No primeiro Guimel Tamuz ainda não estava claro que isto seria o início da Gueulá (mesmo para o Rebe Anterior)! Como podemos exigir algo que ainda nem existia?…

 

A resposta é, como já foi mencionado: depois de ter ficado claro que Guimel Tamuz era na verdade o início da Gueulá, este conhecimento afeta também o passado, que ele era de modo retroativo um dia de Gueulá e júbilo, mesmo naquele ano!

 

E, portanto, o serviço espiritual de Guimel Tamuz a cada ano deve ser condizente ao início da Gueulá. E mais: isto deve progredir e aumentar a cada ano…

 

Guimel Tamuz — Uma Gueulá Para todas as Dúvidas

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5748

Estas são as instruções dos dias da Gueulá, que começa com o “início da Gueulá”, Guimel Tamuz — “para aumentar no esforço de difundir a Torá e fortalecer o Judaísmo”.

 

E isto é especialmente enfatizado nas palavras do Rebe Anterior sobre Guimel Tamuz: “Que Hashem nosso D’us esteja conosco como Ele esteve com nossos antepassados…”

 

Alguém pode ter dúvidas e perguntar: nós realmente podemos cumprir a missão de propagar a Torá e o Judaísmo?

 

Então nós respondemos: Guimel Tamuz ocasiona uma Gueulá para todas as perguntas e todas as dúvidas, etc., pois o líder da geração anunciou: “Que Hashem nosso D’us esteja conosco…” Nós temos uma promessa clara de que “Hashem estará conosco”; e não apenas isso, mas “Como Ele esteve com nossos antepassados…” Portanto, nós certamente somos capazes de cumprir a Shelichut de forma correta e bem-sucedida. A questão depende inteiramente da vontade de cada pessoa…

 

A Gueulá precisa vir imediatamente, especialmente depois de terem se passado todos os prazos finais para a Gueulá, e nós termos terminado todo o serviço espiritual, inclusive o de “polir os botões…”

 

E que seja a vontade de Hashem, de que ao se falar sobre a Gueulá, particularmente nestes dias de Gueulá que começam em Guimel Tamuz, nós tenhamos o mérito de entrarmos diretamente na verdadeira e completa Gueulá que vem através de Mashiach Tsidkeinu, imediatamente Mamash, sem demorar nem mais um instante.

 

Acima de Todas as Limitações — O Mundo está pronto!

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5751

 

Contudo, pode surgir uma dúvida: já que a Gueulá foi um milagre de D’us (e portanto somos obrigados a “Louvar a D’us por Sua bondade e maravilhas que Ele concede ao homem”) — por que todo o milagre não ocorreu de uma só vez? Em vez de a Redenção se desdobrar em estágios separados, ela deveria ocorrer toda de uma vez só.

 

Certamente há um bom motivo pelo qual, por Providência Divina, a Gueulá veio em estágios — e particularmente que isto envolvia a prisão e libertação de um líder do povo judeu e, portanto, uma Gueulá inclusive para todos os judeus…

 

A resposta básica para esta questão é: a qualidade especial e fundamental do milagre de Guimel Tamuz foi que ele afetou a ordem natural do mundo…

 

Junto com o fato de que o milagre de Guimel Tamuz foi totalmente sobrenatural, acima e além dos desígnios normais da natureza, ele também afetou a natureza, que a própria natureza na realidade “concordou” com a ocorrência do milagre. Como é sabido, os homens responsáveis pela prisão do Rebe Anterior no início foram os mesmos responsáveis por sua Gueulá, a ponto de eles terem ajudado na sua libertação.

 

E, portanto, o milagre não ocorreu todo de uma vez, uma Gueulá completa, mas de um modo natural, em estágios. Ela ocorreu de acordo com a “natureza” da oposição. O próprio governo reconheceu que deveria, antes de mais nada, anular a sentença de morte, D’us nos livre, decidir enviá-lo ao exílio e, finalmente, libertá-lo completamente…

 

Entretanto, ainda podemos perguntar o seguinte, como muitos indagam: mesmo se eu realizo o meu serviço espiritual perfeitamente, a ponto de eu atingir o nível em que todo o meu ser está num estado de “disseminação” (o máximo estado de anulação), como isto poderia ajudar? — pois nós somos “o menor de todos os povos”, e estamos cercados por setenta nações, muito mais que o pequenino “um cordeiro”, o povo judeu. Em outras palavras, o que dirá o mundo e o que dirão as nações sobre o fato de que um judeu cumpre o seu serviço espiritual de disseminação das fontes da Chassidut e, particularmente, em trazer a verdadeira e completa Gueulá; eles não entendem o que isso significa?! Na verdade, isto é um serviço espiritual muito elevado; mas precisamos — ele argumenta — levar o mundo em consideração!

 

E a resposta para este argumento é: O mundo está preparado! Quando um judeu fizer o seu serviço espiritual da maneira adequada, acima de todas as restrições e autolimitações, e incorporar isto no reino da natureza, ele verá como o mundo, a natureza do mundo e as nações do mundo estão na verdade auxiliando-o em seu serviço espiritual.

 

Mesmo no passado, quando realmente havia impedimentos e obstáculos para este serviço espiritual, um chassid não reconhecia essas limitações e, conseqüentemente, anunciava isto abertamente. Então, ainda mais agora, quando muitas dessas limitações e barreiras não mais existem (como mencionado, que mesmo naquele país — Rússia — ocorreram extraordinárias mudanças para o bem). Ao contrário — nós vemos no próprio mundo incríveis milagres e maravilhas, tornados públicos especialmente nos anos mais recentes (o “Ano dos Milagres” e o “Ano no qual Eu mostrarei maravilhas”) — já chegou a hora que mesmo que precise ser sobrenatural, superior a todas as limitações, milagres e maravilhas, incluindo os milagres e maravilhas da verdadeira e completa Gueulá — isto agora também impregna a natureza do mundo, que o próprio mundo ajuda no florescer da Gueulá.

 

Uma Gueulá Para Todo o Povo Judeu

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5718

 

Sobre Guimel Tamuz — é bastante conhecido que em Guimel Tamuz eles libertaram o Rebe Anterior da prisão e permitiram que voltasse para casa, com a condição de que passasse três anos no exílio, em Kastrama.

 

Várias pessoas na ocasião ficaram em dúvida se isso era algo que trazia alegria ou não.

 

Porém, somente aqueles que não estavam presentes tinham essa dúvida; mas aqueles que lá estavam e conheciam todos os detalhes não tinham absolutamente quaisquer dúvidas. Eles sabiam que isto era a maior mudança para o bem.

 

Em Guimel Tamuz ele saiu da prisão para estar em seu próprio domínio, liberdade. Ele iria agora simplesmente ser enviado para o exílio, e havia dezenas, centenas e milhares de outras pessoas no exílio naquela época.

 

Quanto ao fato de o Rebe Anterior não ter estabelecido publicamente Guimel Tamuz como um Yom Tov, como Yud Beit Tamuz:

 

O ponto central e a ênfase do líder de uma geração — uma alma abrangente — é prover as almas de todos os membros de sua geração com amplo sustento espiritual. O líder e pastor do povo judeu antepõe as necessidades de até a mais inferior das pessoas às suas próprias, em tudo. Portanto, mesmo embora ele tivesse sido solto de sua própria prisão e recebido a sua Gueulá particular, já que a verdadeira gueulá para todos os seus seguidores ainda não tinha sido alcançada, ele absolutamente não a considerou um Yom Tov. Ele não ficava satisfeito se mesmo uma alma ainda estava ameaçada, pois aquela alma individual é uma parte de sua própria, e uma parte essencial.

 

Entretanto, tudo isso envolve apenas o Rebe em seu relacionamento com os chassidim. Mas para o próprio Rebe como um indivíduo, Guimel Tamuz foi certamente o dia mais extraordinário de Gueulá e júbilo.

 

Então, até onde concerne aos chassidim, já que eles precisam se subjugar e se conectar ao Rebe inteiramente, para o próprio Rebe também, como indivíduo…, eles precisam celebrar Guimel Tamuz com muita alegria, pois é a Gueulá do Rebe como indivíduo.

 

Além disso, para um líder, mesmo assuntos que aparentemente sejam pertinentes à sua própria vida pessoal certamente também envolvem o seu povo. E, como tal, mesmo Guimel Tamuz, embora tivesse sido apenas uma gueulá para um indivíduo, mas, sutilmente, já era de fato, mesmo então, uma gueulá para todos, que simplesmente teve de ser revelada mais tarde, em Yud Beit Tamuz.

 

Portanto, é claro que Guimel Tamuz deve causar ainda mais alegria aos chassidim do que ao próprio Rebe…

 

O Terceiro de Tamuz e o Terceiro Beit HaMicdash

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5742

 

Esta é a lição especial associada a Guimel Tamuz a cada ano, pois “Estes dias são lembrados e revividos”, e aumenta a cada ano — uma alma judia não é subjugada à galut, absolutamente. Portanto, “Quando se trata de qualquer coisa ligada à nossa religião, nossa Torá, mitsvot e costumes, não há ninguém que possa forçar sua opinião sobre nós”, etc., como anunciou o Rebe Anterior.

 

E nós merecemos o Terceiro Beit HaMicdash, que está completamente construído em Cima. Hashem está apenas esperando pelo esforço final (seja em pensamento, fala ou ação) que penderá a balança e trará a gueulá instantaneamente, e o Beit HaMicdash então descerá imediatamente e aqui será revelado, neste mundo, em Jerusalém, no Monte do Templo.

 

E este é o significado básico do versículo “Reviva-nos dos últimos dois dias, e no terceiro dia erga-nos e deixe-nos viver diante de Ti”. Os “dois últimos dias” referem-se à destruição dos dois últimos Templos, e os períodos de galut que se seguiram. Através do serviço espiritual que conseguimos realizar durante essas eras de galut (a galut que se seguiu à destruição do primeiro Beit HaMicdash e a galut que se seguiu à destruição do segundo Beit HaMicdash), nós merecemos o “terceiro dia”, o terceiro Beit HaMicdash e a terceira gueulá, a última e eterna gueulá — “no terceiro dia levante-nos e deixe-nos viver diante de Ti”.

 

O “terceiro dia” está também associado com três caminhos gerais em kedushá, como afirma o Pirkei Avot, no capítulo que é estudado neste Shabat (a semana de Guimel Tamuz), o terceiro capítulo; “olhe para três coisas”.

 

A Mishná relata: “Olhe para três coisas e não chegará a pecar” — e o maior “pecado” de todos é o simples fato de que estamos ainda na galut (“Por causa de nossos pecados fomos exilados de nossa terra”). Assim, através de olhar as “três coisas”, o “pecado” da galut é anulado inteiramente…

 

Veja o que diz o Sêfer HaMin’haguim sobre Guimel Tamuz

Judaísmo

Quando Mashia’h vai chegar?

 
Quando o Mashia’h vai chegar ?
 
Antecipamos a chegada de Mashia’h todos os dias. Nossas rezas estão cheias de pedidos para Hashem (D’us) apressar a Gueulá (a era do Mashia’h)
 
A Guemará nos conta que há um tempo predestinado para Mashia’h chegar. Este “fim do tempo” permanece um mistério, porém a Guemará declara que será antes do ano 6.000 no calendário judaico, e hoje já estamos em 5785.
 
O Rebe de Lubavitch declarou em muitas ocasiões que estamos na época de Mashia’h, e a Gueulá está para acontecer.
 
Então, depois de tudo concluído, o que vai acontecer ?

 
A Gueulá e a Te’hiat Hametim

 
Depois da revelação de Mashia’h que é o descendente direto, filho do filho do filho do Rei David que foi ungido pelo profeta Shmuel para ser o Rei de Israel, os passos seguintes serão:
 
1. A Reconstrução do Beit Hamikdash que é o Templo Sagrado de Jerusalém e a maior parte dele já vai descer pronta do céu mas uma menor parte o Mashia’h vai coordenar a construção
 
2. O Retorno de todos os judeus espalhados pelo mundo para a Terra Santa de acordo com a demarcação dos limites dela pela Torá. Esse retorno inclui as dez tribos perdidas e todos os descendentes de judeus que se misturaram entre os outros povos e não sabem que eles são judeus
 
3. A Te’hiat HaMetim que é a ressurreição dos mortos

 
O Beit Hamikdash, o Terceiro Templo

 
Nossos sábios afirmam que o Terceiro Beit HaMikdash, terceiro e último Templo Sagrado já está construído pelo próprio D’us, e está aguardando o momento da Gueulá quando será materializado na forma física, no seu lugar designado em Jerusalém, e ele será eterno
 
Na verdade, existe uma opinião no sentido de que um “Cohên” (Sacerdote) deve sempre se manter sóbrio, estando desta maneira preparado para, de um momento para outro, participar do trabalho sacerdotal do Templo que pode descer pronto do céu a cada instante.
 
Porque quando Mashia’h se revelar, o Templo será restaurado imediatamente e os cohanim começam imediatamente a trabalhar nele
 
O profeta Yeshayahu (Isaías) descreve Mashia’h:
 
“E um espíríto (profecia) de D’us vai pairar sobre ele, um espírito de sabedoria e compreensão… de conhecimento e temor a D’us… ele será dotado extraordinariamente de sentidos que o habilitarão a perceber o bem e o mal nos homens… e com justiça julgará… Tirará (os maus) da Terra com o bastão (a expressão) de sua boca e com o sopro de seus lábios destruirá os perversos.”
 
A isto segue uma descrição da Era: “E o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito… e o bezerro com o filhote do leão… e uma criancinha os guiará.
 
Eles não causarão dano nem destruição, pois a Terra estará plena de conhecimento de D’us e de Torá, da mesma maneira que as águas cobrem os oceanos.”
 
De acordo com o hassidismo, esta profecia, além de seu profundo significado, deverá ser tomada literalmente.
 
Onde o conhecimento de D’us não somente elevará a humanidade, mas provocará urna completa mudança no comportamento da vida animal
 
O profeta Habakúk diz que sua poderosa influência penetrará até nos domínios vegetais e nas matérias inorgânicas: “porque a pedra (se tiver sido roubada) gritará das paredes, e a viga (roubada) do teto lhe responderá (anunciando que haviam sido roubadas e usadas na construção).”
 
Isto será Possível, porque a Centelha Divina criativa, encontrada ainda que em reino inorgânico, se comunicará na criação com os seres humanos. Desta forma todos os males serão conhecidos e consequentemente, retificados.
 
Rabi Yossef Yitzhak, o Rebe anterior, escreveu certa vez a este respeito: “Hoje as coisas inanimadas, como o solo, é silencioso. Pisam nele, e ele permanece calado.
 
Mas virá o tempo em que começará a falar e a contar os fatos. Exigirá uma explicação: Porque as pessoas pisaram nele sem pensar ou conversar sobre assuntos da Torá. É um fato que o ser inanimado na verdade sente quando falamos e pensamos sobre a Torá. Mesmo que hoje se encontre silencioso, no futuro relatará tudo.”
 
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Mensagem da Parashá

Por que tinha que acontecer um milagre e a terra se abrir ?

Porque a terra tinha que se abrir?

Quando Ytró ouviu que os egípcios afundaram no mar vermelho ele disse:

Agora eu sei que Hashem é maior do que todos os ”deuses”, porque o que eles fizeram, afundaram as crianças judias no Nilo, aconteceu para eles!

Aprendemos com Ytró que quando a pessoa não faz o “Tikun”, “o conserto da Alma”, de maneira positiva como fez Ytró, o Tikun acontece de maneira negativa, o que a Torá chama de “midá knegued midá”, ou seja, “o que eles fizeram acontece para eles”.

Por isso Moshe disse para eles:- “Se essas pessoas morrerem como qualquer pessoa não foi D’us que me mandou, mas se a terra se abrir… etc”.

Terminando de falar essas palavras a terra se abriu e Kora’h com todos os seus cúmplices foram absorvidos por ela.

Isso era o “midá knegued midá” de Cain e Hevel.

Cain matou Hevel por vaidade, e a terra se abriu milagrosamente para receber o sangue de Hevel. Agora Kora’h, a reencarnação de Cain, por vaidade tenta novamente matar Moshe, classificando Moshe como falso profeta, e a terra se abre para receber Cain e seus cúmplices, “midá knegued midá”.

Aharon Hacohen era o contrário de Kora’h. Toda sua vida ele se dedicou a fazer as pazes entre as pessoas e entre maridos e mulheres, mesmo que para isso tivesse que ser “aparentemente” um pouquinho menos “religioso” do que Kora’h, falando de vez em quando uma ”mentirinha” para fazer as pessoas se reconciliarem.

A Torá diz para ficarmos longe da mentira, mas Aharon Hacohen era o médico especialista que sabia dosar a mentira na dose correta transformando o veneno em remédio, enquanto que Kora’h conseguiu transformar a Torá, que é o remédio para tudo, em um veneno mortal.

Hashem fez o cajado de Aharon florir e dar frutos mostrando que essa pessoa que transformou corações duros em flores e frutos de reconciliação ele tem que ser o Cohen Gadol, ele que é o escolhido por D’us !

Rabino Gloiber

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Mensagem da Parashá

Remédio ou veneno?

 

Nossa Parashá começa com as palavras “E pegou Kora’h”.

 

Nossos sábios analisam essa linguagem dizendo que ele ”pegou uma mercadoria ruim”. E aparentemente por causa da continuação da história onde Kora’h faz uma revolução inteira contra Moshe, a “mercadoria ruim” provavelmente seria a Mahloket fazer intrigas e causar brigas.

 

Ou seja,  ele pegou uma “mercadoria” que se compara à uma maçã podre que apodrece as que estão próximas a ela. Kora’h pegou a “Mahloket” e contaminou com ela todos os que estavam geograficamente próximos à ele.

 

Mas como dissemos, tudo isso é aparentemente. O Ari Zal diz que por trás da expressão dos nossos Sábios está um assunto muito mais profundo.

 

Moshe Rabeinu era a reencarnação do lado bom da alma de Hevel (Abel) e as Almas de toda a geração que saiu do Egito e faleceu no deserto eram ramificações da alma de Moshe.

 

Todos fora um: Ytró, que era a parte boa da alma de Caim.

 

Ytró trouxe Tzipora para Moshe e se converteu ao judaísmo fazendo o “Tikun” (o conserto) do lado ruim da alma de Hevel (Abel), ou seja, a parte da alma de Hevel que foi mais afetada pela mistura espiritual entre o bem e o mal causada por Adam Harishon.

 

Mesmo vindo Kora’h de uma linhagem privilegiada dentro de uma tribo privilegiada e mesmo tendo ele estudado muita Torá, por meio de suas más ações ele recebeu uma encarnação em vida do lado ruim da alma de Cain.

 

D’us não  dá para alguém um trabalho que ele não tenha recebido as forças para fazê-lo, e ao contrário de Ytró que não nasceu judeu mas nasceu em uma família idólatra e fez todas as idolatrias tendo que se esforçar ao extremo para se tornar um bom judeu, Kora’h já nasceu um judeu religioso e de linhagem privilegiada.

 

Todo o teste dele nesse mundo era só o de não jogar fora tudo o que recebeu, e assim seriam consertados por ele os lados ruins das Almas de Cain e Hevel elevando ele aos mais altos níveis.

 

As almas de quase todo o povo de Israel eram ramificações da alma de Moshe e por isso de maneira natural Moshe era o líder do nosso povo e não outro.

 

Dizem nossos Sábios que a Torá é um remédio para a nossa Alma, mas a mesma Torá pode ser um veneno se a pessoa que a estuda causar isso.

 

A mesma Torá que  foi o remédio que tirou Ytró da idolatria, essa mesma Torá nas mãos de Kora’h se tornou um veneno que contaminou duzentas e cinquenta pessoas, e se não fosse o milagre da terra se abrir contaminaria o povo inteiro.

 

A Alma de Cain, por não ter sido refinada por Kora’h acrescentou maldade à maldade dele causando com que ele se revoltasse contra Moshe e influenciando vizinhos estudiosos a fazer igual, “envenenando” a Torá deles também.

 

continua amanhã……

 

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