Por trás dos bastidores da nossa Parashá

 
Nossa Parashá nos conta sobre a primeira “revolução” na história do nosso povo que foi feita por Kora’h da tribo de Levi, Datan, Aviram e On ben Pelet da tribo de Reuven vizinhos de Korah, e mais duzentos e cinquenta rabinos de todas as tribos.
 
Kora’h era visto pelo nosso povo como um grande estudioso da Torá, e por ser muito rico era, consequentemente, muito influente.
 
Datan e Aviram eram famosos por sua maldade. Agora eles aparecem para  desmoralizar Moshe e Aharon com o apoio de duzentos e cinquenta rabinos que representavam todas as tribos de Israel.
 
Todos alegando que estão lutando por uma “causa nobre”, mas visivelmente com “segundas intenções”.
 
A tenda de Moshe era muito grande, e foi feita assim para receber todos aqueles que queriam estudar a Torá diretamente de quem a recebeu.
 
Esse grupo de revoltos aparece na tenda de Moshe acusando-o de ter feito as nomeações do nosso povo de acordo com sua própria preferência e não por determinação Divina, colocando em cheque a veracidade da profecia de Moshe Rabeinu e de tudo o que ele ensinava diariamente à todos aqueles que procuravam a palavra de D’us.
 
Cada um deles representava uma visão diferente, mas todos estavam unidos contra um “inimigo em comum”, que no caso, D’us nos livre, eram Moshe e Aharon.
 

Por trás da revolução 

 
Desde que o mundo é mundo, desde Adão e Eva, o primogênito tinha privilégios que os outros filhos não tinham.
 
Sendo que cada primogênito iria ser o sucessor de seu pai, o primogênito do faraó seria o próximo faraó, o primogênito do médico seria o próximo médico, e assim por diante, os pais investiam na educação dos primogênitos o que não investiam na educação dos outros filhos.
 
Em outras palavras, os primogênitos eram a estrutura da sociedade antiga.
 
Quando Hashem (D’us) trouxe a praga dos primogênitos para abalar a estrutura do Egito para que eles deixassem o nosso povo sair de lá, Hashem “pulou” os nossos primogênitos mesmo eles não tendo nenhum mérito para isso naquele momento, mas no mérito de que mais futuramente eles seriam os sacerdotes do nosso povo, estariam ocupados totalmente com o trabalho Divino.
 
Quando o povo de Israel fez o bezerro de ouro, acontecimento que não incluiu a tribo de Levi, Hashem trocou os primogênitos do nosso povo pelos membros da tribo de Levi. Korah era da tribo de Levi, filho de Itzhar, neto de Kehat.
 
Kehat teve quatro filhos:
 
Amram, pai de Moshe e Aharon, era o primogênito de Kehat. Depois dele vinha Itzhar, pai de Kora’h, depois Hevron, e por final Uziel, pai de Elitzafan.
 
Enquanto tudo acontecia de acordo com uma hierarquia, os filhos de Amram, primogênito de Kehat, Moshe e Aharon, se tornaram respectivamente o líder do nosso povo e o Sumo Sacerdote, Kora’h não reclamou, mas esperou na fila pela próxima nomeação.
 
Mas quando Moshe nomeou Elitzafan, filho de Uziel que era o filho mais novo de Kehat, para liderar a família de Kehat, Kora’h viu que não havia uma hierarquia, sendo que Elitzafan era o filho do irmão mais novo do seu pai, e aqui começa o problema.
 
Kora’h não acreditou que Hashem pediria para Moshe nomear Elitzafan ben Uziel fora dessa ordem hierárquica, e concluiu que Moshe Rabeinu fez as nomeações de acordo com sua própria preferência.
 
Kora’h se sentiu vítima de discriminação, e foi lutar pela igualdade. Alegou que o sumo sacerdócio que foi dado à Aharon poderia ter sido dado à ele sendo que ele é tão primogênito quanto Aharon.
 
Datan, Aviram e On ben Pelet, todos da tribo de Reuven, também se sentiram vítimas dessa mesma discriminação, sendo que Reuven era o primogênito de Yaakov, e portanto o justo seria dar o sacerdócio de volta para a tribo de Reuven.
 
Os 250 rabinos que participaram dessa “mahloket” (discórdia) também se sentiram vítimas dessa discriminação. Eles eram primogênitos das outras tribos e alegavam que sendo que Moshe na opinião deles estava fazendo as nomeações de acordo com seu próprio gosto, o justo seria que ele desse o sacerdócio de volta para os primogênitos de todo o povo e não para quem ele quisesse.
 

A explicação do Zohar

 
Mesmo que essa história pode ser entendida de maneira simples, nossos Sábios no livro do Zohar nos revelam nela um assunto maravilhoso.
 
D’us criou o mundo em sete dias e cada um dos dias da criação está ligado à uma Sefirá lá de cima.
 
A Sefirá do primeiro dia é a Hessed que é a bondade, a união, a expansão. No primeiro dia D’us criou o céu e a terra coberta por água, no primeiro dia D’us criou a luz.
 
A Sefirá do segundo dia é a Guevurá que é a rigidez, a separação, a contração. No segundo dia D’us criou a separação. Separou entre as águas de cima e as águas de baixo. Criou o firmamento.
 
O terceiro dia é Tiféret. O equilíbrio entre a Hessed e a Guevurá. No terceiro dia as águas de baixo deram espaço à terra que tirou árvores e frutos, a conciliação convívio e a harmonia entre a Hessed e a Guevurá.
 
A Hessed é necessária, mas não em excesso, como a chuva que é uma imensa bondade Divina mas em excesso ela se torna uma inundação. E essa era a situação do primeiro dia da criação, “água para tudo quanto é lado”
 
No segundo dia D’us separou entre as águas de cima e as águas de baixo. Aqui encontramos detalhadamente o segredo da separação, de acordo com o Zohar, o segredo da “esquerda”, o segredo da Guevurá que é a Sefirá da esquerda.
 
A direita, a Hessed, é a perfeição de tudo, e por causa disso sobre a direita está escrito a palavra “tudo”, por que dela depende toda a perfeição
 
Quando a esquerda desperta, desperta a separação, e se não for contida pela Tiféret que à coloca na medida certa, ela pode descer ao precipício, ao lado impuro, se tornando fogo e fúria, dando origem ao guehinon, ao inferno
 
Moshe na sua grande sabedoria olhou para isso, olhou para os dias da criação.
 
Viu que o gehinon estava vinculado à Guevurá e quiz fazer o equilíbrio entre a Hessed e a Guevurá como vimos mais futuramente nas discussões entre os Sábios de “Beit Shamai” que eram a Guevurá e os Sábios de Beit Hilel que eram Hessed.
 
Naquele caso a Guevurá ficou dentro do equilíbrio, e mesmo sendo as duas opiniões válidas, a lei judaica foi de acordo com Beit Hilel, e sendo que esse tipo de “mahloket”(discórdia) não tinha “segundas intenções” ela só trouxe coisas boas para o nosso povo.
 
No caso de Kora’h e os que se uniram à ele, sendo que haviam “segundas intenções”, eles perderam o controle e escorregaram para baixo, e esse é o grande risco da Guevurá sendo que o guehinon está vinculado à ela.
 
Diz o Rav Haim Vital no seu livro “Etz Hadaat Tov” que Moshe na sua imensa bondade, sempre querendo o bem até dos piores judeus, propôs à eles em primeira instância oferecer o incenso no Mishkan dizendo que dessa maneira Hashem vai mostrar quem é o escolhido por Ele.
 
Moshe imaginou fazer algo como fez mais futuramente Eliahu Hanavi no Monte Carmel quando o fogo desceu do céu para o Korban de Eliahu revelando que Hashem é o D’us verdadeiro e Eliahu é o seu profeta.
 
Se acontecesse dessa forma, todos veriam que Hashem escolheu Aharon para ser o Cohen Gadol e ninguém morreria.
 
E também, ouvindo essa proposta eles poderiam optar por voltar atrás até antes de trazerem o incenso e o milagre acontecer, vendo que Moshe está convicto de que Hashem vai escolher Aharon e eles iriam passar vergonha. Dessa maneira eles poderiam voltar atrás respeitosamente antes que isso acontecesse.
 
Mas sendo que eles acrescentaram Guevurá à Guevurá, e a Guevurá é o escorregador para o guehinon, eles causaram uma situação em que a terra se abriu e o guehinon espiritual se revelou de forma material.
 
E esse é o problema com a Guevurá, ela é comparada pelo Zohar ao fogo. Você acende um fogo pequeno e em poucos minutos ele se torna um fogo grande e incontrolável.
 
E sendo que a Guevurá desce com tanta facilidade direto para o inferno, aprendemos da nossa Parashá que não devemos ser como Korah.
 
Não devemos correr o risco de nos sincronizar com uma conexão espiritual tão perigosa como a Guevurá.
 
Sempre que nos sentimos oprimidos devemos nos lembrar do que nos contou o Baal Shem Tov, de que até uma folha que cai de uma árvore, quantas cambalhotas ela vai dar, e se isso vai ser por meio do vento ou por meio de uma pessoa, tudo isso já está pré-determinado lá de cima, tudo isso acontece por Divina Providência.
 
Não podemos deixar a Guevurá despertar dentro de nós, e logo que sentimos a menor inclinação para ela devemos eliminá-la imediatamente sendo que ela nos conecta diretamente ao gehinon, ela se expande rapidamente e o controle sobre ela é dificílimo.
 
Mas como uma doença que deve ser tratada imediatamente quando diagnosticada para salvar a nossa vida, dessa mesma maneira quando diagnosticamos a Guevurá despertando dentro de nós não podemos dar a ela nem uma mínima chance e devemos tirá-la de dentro de nós no mesmo instante.

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Quanto mais grave o assunto maior tem que ser a reza

 

Quanto mais grave o assunto maior tem que ser a reza

 

Quando Moshe rezou para Hashem curar sua irmã Miriam, ele falou somente cinco palavras e o pedido dele foi atendido imediatamente.

 

Quando Moshe rezou pelo nosso povo na ocasião do bezerro de ouro, ele teve que se esforçar muito na sua reza.
 
Subiu ao Monte Sinai, ficou lá quarenta dias e quarenta noites, pediu para Hashem apagar o nome dele da Torá caso nosso povo não fosse desculpado, e não abriu mão de rezar até conseguir o que queria. Esse foi um esforço sobrenatural.
 
Quando Moshe rezou pelo nosso povo no caso de Kora’h o povo foi desculpado imediatamente.
 
Vemos daqui que quanto mais grave o caso, maior tem que ser a reza.
 
No caso de Miriam, ela era uma Tzadeket e tinha uma boa intenção, mas a atitude dela estava errada. Por isso cinco palavras de reza bastaram.
 
No caso de Korah, o povo inteiro se reuniu à volta dele para ver o que vai acontecer. Korah imaginou erroneamente que todos estavam a favor dele e isso o motivou a continuar a “ma’hloket”, a discórdia.
 
Sendo que a intenção do povo não era a de Kora’h continuar a discórdia mas sim de ver o que vai acontecer, quando Moshe rezou por eles e eles foram desculpados rapidamente.
 
No caso do bezerro de ouro tinha sido muito mais difícil.
 
O povo reclamou quando faltou água, reclamou quando faltou comida, reclamou que queriam carne, reclamou de tudo!
 
E quando chegaram os idólatras para arrecadar fundos para fazer a idolatria logo após o ápice da revelação Divina na entrega da Torá, ninguém reclamou!
 
As mulheres não quiseram dar as joias para fazer o bezerro de ouro e os maridos arrancaram as joias delas à força.
 
E tudo isso quarenta dias depois da entrega da Torá, não dava tempo de dizer que esqueceram que D’us existe.
 
Nesse caso Moshe Rabeinu teve que se esforçar muito na reza e não foi atendido imediatamente ou apenas rapidamente, mas somente depois de quarenta dias de esforço sobrenatural.
 
Cada um de nós recebe de Hashem absolutamente tudo o que merece receber, pelo infinito amor que Hashem tem por cada um de nós.
 
Quando merecemos um “castigo”, uma retificação lá de cima, nunca recebemos esse castigo na sua integridade, mas recebemos muito menos do que deveríamos receber.
 
Hashem na sua infinita bondade nos faz todos os descontos possíveis e impossíveis para diminuir o nosso castigo.
 
Mas ao contrário disso, o que merecemos receber de bom, recebemos integralmente.
 
Por isso, sempre que rezamos e pedimos para Hashem nos dar mais coisas boas, mesmo como adiantamento pelos nossos futuros méritos, pelas coisas boas que ainda estamos por fazer, devemos pedir para Hashem nos dar isso de presente, nos dar “de graça”.
 
Por isso a linguagem da nossa Parashá referente à quando Moshe rezou para Hashem dar para ele mais do que planejado é Vaet’hanan, que significa que ele pediu um presente gratuito, sem um motivo que justificasse isso.
 
E assim devemos rezar também.
 
Agradecer à Hashem que nos dá absolutamente tudo o que merecemos, não reclamar que nos falta alguma coisa mas pedir de presente tudo o que ainda nos falta.
 
Nunca devemos pensar nos motivos Divinos de porque alguém que na nossa opinião merece menos, tem mais, e nós que “com certeza” deveríamos receber mais de Hashem estamos recebendo menos.
 
Porque existem inúmeros motivos para isso, e um deles é o mérito ou desmérito de uma reencarnação anterior que não temos como saber.
 
Por isso, em relação aos assuntos materiais devemos olhar sempre para quem está em uma situação pior do que a nossa, agradecer à Hashem pelo que temos e pedir o resto “de presente”.
 
Em relação aos assuntos espirituais devemos sempre pedir para Hashem nos dar a possibilidade de podermos fazer mais, e isso também “de presente”.
 
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Será que uma mulher judia pode servir o exército?

 

Por que é proibido para uma mulher judia servir o exército?
 
Qualquer pessoa que tenha servido no exército sabe que não há qualquer comparação na vida civil com a relação comandante-soldado.
 
Não se trata de forma alguma de uma associação patrão-empregado, mas muito mais próxima de uma correlação patrão-servo.
 
Embora o exército israelense seja mais amigável e moral do que provavelmente qualquer exército do mundo, também aqui é necessária essa disciplina inquestionável e absoluta.
 
Você não encontrará um Rabino Posek com mentalidade mais militar e sionista do que o general Rav Shlomo Goren, ex-rabino-chefe de Tzahal e de Israel, mas mesmo ele e todos os outros poskim reconhecidos não permitem que mulheres sirvam no exército pelos seguintes razões:
 
A relação entre jovens comandantes do sexo masculino e jovens soldadas do sexo feminino que, como dissemos antes que o relacionamento no exército entre o comandante não se trata de forma alguma de uma associação patrão-empregado, mas muito mais próxima de uma correlação patrão-servo, e esse fator já causou um número absurdo de problemas no exército de Israel
 
A atmosfera especialmente tensa, suja, insone e às vezes até perigosa e violenta que, durante os intervalos, causa um ambiente extremamente solto onde quase todo mundo se comporta de maneira diferente do que na vida civil, especialmente quando meninos e meninas de 18 anos estão fora de casa juntos pela primeira vez
 
A contribuição mínima ou mesmo negativa das mulheres nas unidades de combate, diminuindo objetivamente a velocidade e as exigências físicas, distraindo os combatentes, resultando em uma atmosfera incessante de flerte, tontura, ciúme entre namorados, etc., como é a norma entre rapazes e mocinhas de 18 anos, e a falta de necessidade deles em unidades não-combatentes sendo que tantos não-religiosos não querem ir para unidades de combate que há um excesso de pessoal nas divisões de escritório “jobnick”.
 
Tudo o que foi dito acima também explica porque as Yeshivot Hesder e o Nahal Haredi que são as divisões de judeus religiosos do exército de Israel onde não há mulheres, são tão bem-sucedidos e necessários
 
Porque é essencial para o nosso exército ter algumas unidades supermotivadas e com espírito de missão que mantenham a sua atenção nas tarefas militares, sem distrações, flertes e redução de quaisquer padrões e exigências físicas apenas para agradar a algumas agendas políticas, feministas e sociais e muitas vezes antimilitares.
 
A posição do Judaísmo sobre as meninas que servem no exército
 
A Torá atribui extrema importância à manutenção dos valores de modéstia e santidade no exército, como está escrito na Torá: “Porque o Hashem seu D’us anda no meio do seu acampamento para te salvar e para te livrar dos seus inimigos de diante de você
 
Os grandes Rabinos sefarditas também publicam uma proibição assinada por 70 rabinos dos grandes sábios sefarditas ao mesmo tempo (entre eles o “Baba Sali” Rabino Israel Abuhatzira, Rabino Ben Zion Abba Shaul, o grande cabalista Rabino Mordechai Sharabi, Rabino Ovadia Yosef, Rabino Yehuda Tzadka, o chefe da Yeshiva de Porat Yosef
 
Portanto, repetimos, anunciamos e recordamos na Mishná válida a decisão dos grandes homens da geração que passou ao mesmo tempo que ‘Recrutar meninas para o serviço nacional’ é como recrutar para o exército e é absolutamente proibido.”
 
O filho do Rabino Ovadia Yosef, Rabino Yitzhak Yosef , atual Rabino chefe de Israel resume isso no livro de leis que publicou para as filhas de Israel (uma coleção de leis para mulher e filha : ” É absolutamente proibido que meninas se alistem no serviço militar, e até mesmo no serviço nacional.
 
O Rebe de Lubavitch certa vez foi perguntado sobre esse assunto e respondeu: É proibido para uma filha judia ir para o exército. E mesmo que para apagar um incêndio se usa qualquer líquido, mas a gasolina também é líquido e não se apaga um incêndio jogando sobre ele gasolina!
 
Agradecemos à nossa querida filha espiritual Rut (Jaqueline) por nos ceder a foto da época em que ela ainda não sabia que é proibido para uma mulher judia servir o exército
 
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Realidade sem D’us não é realidade

 

 

Está escrito na Torá:

 

”Talvez você diga no seu coração :- Esses povos são muito mais numerosos do que eu, como poderei conquistá-los?”
(דברים ז’ י”ז)

 

Ou seja, talvez você sinta a realidade!

 

Você mediu o tamanho do problema e se conscientizou de que não tem a mínima chance de resolvê-lo.

 

Lá vai a regra geral que nos dá Moshe Rabeinu para todo e qualquer problema (incluindo fechar as contas no fim do mês) :

 

“Não tenha medo deles ! Lembre-se do que Hashem fez ao faraó e a todo o Egito, os milagres, as maravilhas etc etc etc.

 

Ou seja, isso é o que devemos pensar e sentir sempre em qualquer situação difícil.

 

Se não saiu como queríamos, com certeza nos espera algo melhor.

 

Mas nós devemos fazer a nossa parte que é viver confiantes a cada instante, nunca pensar que não vai sair como queremos mas sim nos lembrar dos milagres e das maravilhas que Hashem fez no Egito e nos conscientizar de que assim ele vai nos fazer agora !

 

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O segredo dos Tehilim

 

Todo dia estamos falando o Tehilim número 20 para Hashem (D’us) proteger o nosso povo na nossa Terra Santa e em qualquer lugar onde estejamos

 

O segredo dos Tehilim

Porque lemos o Tehilim (Salmos) como sendo a melhor reza quando (D’us nos livre) surgem problemas de saúde , financeiros  ou de qualquer outro tipo, se esses Tehilim não estão especificando detalhadamente nenhum dos nossos pedidos, como pode ser que ele serve para tudo?

 

Como pode ser que você, lendo uma súplica do rei David pedindo para Hashem o salvar de Shaul, isso vai ser considerado como se você tivesse pedido detalhadamente e da maneira mais correta possível tudo o que você tinha intenção de pedir?

 

Sobre isso diz o Zohar:- “Venha e veja, nesses Tehilim que falou David, existem segredos e assuntos elevados nos segredos da sabedoria. Sendo que todos foram ditos por meio do Ruach Hakodesh, inspiração Divina que pairava sobre David e então ele os cantava, portanto, todos os Tehilim foram ditos por meio de segredos da sabedoria” .

 

Ou seja, quando você lê os Tehilim em hebraico você está expressando o seu sentimento e o pedido do seu coração da maneira mais profunda possível.

 

A intenção do rei David quando ele os escreveu era oculta e as palavras dele representam forças ocultas apelidadas por ele dessa maneira.

 

Mesmo que ler os Tehilim já é o suficiente, mesmo assim é bom antes ou depois do Tehilim fazer o seu pedido explícito e detalhado

 

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(א) לַמְנַצֵּחַ מִזְמוֹר לְדָוִד. (ב) יַעַנְךָ יְהוָה בְּיוֹם צָרָה יְשַׂגֶּבְךָ שֵׁם אֱלֹהֵי יַעֲקֹב. (ג) יִשְׁלַח עֶזְרְךָ מִקֹּדֶשׁ וּמִצִּיּוֹן יִסְעָדֶךָּ. (ד) יִזְכֹּר כָּל מִנְחֹתֶךָ וְעוֹלָתְךָ יְדַשְּׁנֶה סֶלָה. (ה) יִתֶּן לְךָ כִלְבָבֶךָ וְכָל עֲצָתְךָ יְמַלֵּא. (ו) נְרַנְּנָה בִּישׁוּעָתֶךָ וּבְשֵׁם אֱלֹהֵינוּ נִדְגֹּל יְמַלֵּא יְהוָה כָּל מִשְׁאֲלוֹתֶיךָ. (ז) עַתָּה יָדַעְתִּי כִּי הוֹשִׁיעַ יְהוָה מְשִׁיחוֹ יַעֲנֵהוּ מִשְּׁמֵי קָדְשׁוֹ בִּגְבֻרוֹת יֵשַׁע יְמִינוֹ. (ח) אֵלֶּה בָרֶכֶב וְאֵלֶּה בַסּוּסִים וַאֲנַחְנוּ בְּשֵׁם יְהוָה אֱלֹהֵינוּ נַזְכִּיר. (ט) הֵמָּה כָּרְעוּ וְנָפָלוּ וַאֲנַחְנוּ קַּמְנוּ וַנִּתְעוֹדָד. (י) יְהוָה הוֹשִׁיעָה הַמֶּלֶךְ יַעֲנֵנוּ בְיוֹם קָרְאֵנוּ

 

 

 

A visão da Torá em relação ao profissionalismo

 

Nossa Parashá nos conta que, atendendo aos pedidos do nosso povo, Moshe manda 12 espiões para verificar a terra prometida antes da conquista.

 

Moshe pede para eles verificarem se os povos da terra são fortes ou fracos, e dá uma dica de como verificar isso:

 

Dica de Moshe Rabeinu : Muralhas altas são sinais de fraqueza!

 

Moshe Rabeinu deu um sinal para os espiões: “Se as cidades não tem muralhas é sinal de que seu povo é forte, confiam na própria bravura.

 

Mas se elas têm muralhas, isso é sinal de fraqueza, não confiam na própria capacidade de se defender”.

 

Porque Moshe precisou dar esse sinal? Porque a natureza humana é de generalizar.

 

Quando você vê uma cidade com uma grande muralha você acha que o povo dentro dela é muito forte e tudo lá dentro segue esse alto padrão, mas o contrário é o certo: uma grande muralha demonstra a grande fraqueza do povo que vive por trás dela.

 

A Torá é eterna e essa dica de Moshe Rabeinu é atual também hoje, e até em relação a nós ! Se no nosso dia a dia somos “divas inacessíveis” e construímos uma enorme muralha à nossa volta, estamos simplesmente expressando nossa própria fraqueza!

 

Quando aprendemos um pouquinho de judaísmo não devemos nos fechar para proteger o que sabemos, mas ao contrário! Devemos compartilhar o pouquinho que sabemos com outras pessoas que nem esse pouquinho sabem.

 

O erro de avaliação dos espiões

 

A Parashá nos conta que os doze espiões voltaram depois de quarenta dias. Dez deles opinaram que os povos da terra são muito fortes, o rio Jordão é intransponível… etc etc etc.

 

Eles se impressionaram com as muralhas das cidades e contaram que elas eram muito grandes esquecendo totalmente de que isso é um sinal de fraqueza.

 

No final deram sua própria avaliação que era a de não termos a capacidade de conquistar a terra, se esquecendo de mais uma coisa: De que eles foram mandados para nos dar um relato sobre a terra e não uma opinião própria de sermos ou não sermos capazes de conquistá-la!

 

Kaleb – um ponto de vista diferente.

 

Aprendemos com Kaleb que quando observamos um lugar não temos que procurar nele problemas mas sim soluções!

 

Os espiões eram pessoas importantes e influentes e a eficiência deles era reconhecida por todos. Kaleb também aparentava pertencer a essa estrutura e a essa “mentalidade”.

 

Ele começou a falar como se fosse “mais um” que aparentemente iria acrescentar mais alguma dificuldade, mas ao contrário dos outros, revela que podemos conquistar a terra e ainda com facilidade.

 

Kaleb lembra ao povo que Moshe abriu o mar vermelho e que fez milhões de aves aterrizarem no acampamento e virarem “frango assado”

 

Kaleb era visto pelo povo como alguém tão qualificado como os outros, e por isso era esperado dele relatar de maneira profissional e objetiva o que viu na terra prometida, mas aparentemente seus relatos não tinham nada a ver com sua missão.

 

Os outros espiões contaram sobre o que espionaram e Kaleb contou sobre os feitos anteriores de Moshe. Qual era a lógica de Kaleb?

 

Kaleb Lembrou a todos que Moshe abriu o mar vermelho para o nosso povo passar, e o que é um rio Jordão para quem já abriu um mar?

 

Que Moshe fez aterrissar no acampamento milhares de aves que a natureza delas era voar para cima e não descer para baixo, e o que é para ele uma muralha de pedras que já tem a natureza de afundar no chão?

 

E assim foi. Quarenta anos depois, quando o povo de Israel entrou na terra prometida, o rio Jordão se abriu e as muralhas de Jericó afundaram na terra.

 

Aqui vemos o profissionalismo de Kaleb. Claro que ele acreditava no total poder de Hashem que poderia fazer o rio Jordão desaparecer e as muralhas de Jericó saírem voando por aí, mas o raciocínio lógico dele foi profissional e realista:

 

Ele listou os milagres que já tinham acontecido e concluiu: Se Moshe já tinha feito milagres tão grandes, o que seria para ele fazer milagres menores?

 

Conclusão:

 

Cada um de nós já passou durante a sua vida por verdadeiros milagres. Aprendemos com Kaleb que sempre temos que ter em mãos a lista de todos os milagres que nos aconteceram e usá-la como base para o nosso dia a dia.

 

Não olhar para as dificuldades que temos à frente mas sim para os milagres que temos atrás, nos lembrando a cada instante que Hashem está cuidando hoje de cada um de nós com o mesmo amor e carinho que sempre cuidou de nós no passado.

 

E como Kaleb, que no mérito desse raciocínio correto, mais futuramente entrou na terra prometida, cada um de nós exercitando dia a dia esse tipo de raciocínio vai receber de Hashem tudo o que precisar.

 

Como uma mãe não esquece seu nenê no supermercado, Hashem também não se esquece de nós. E o amor que Hashem tem por cada um de nós é infinitamente maior do que uma mãe tem pelo seu próprio nenê.

 

Mas de nós é exigido fazer a nossa parte, como Kaleb que no mérito disso recebeu a cidade de Hebron.

 

Isso se chama “Bitahon”, mais do que uma simples confiança, uma segurança.

 

Não temos como pensar errado e receber o certo, temos que pensar certo, ter plena segurança em Hashem, e aí os milagres acontecem!

 

O Rebe de Lubavitch sempre deixou claro que nós somos a geração da redenção final e estamos prestes a entrar em uma era onde tudo vai ser bom.

 

Todos os sinais que os nossos sábios deram sobre essa última geração aconteceram e não há dúvida nenhuma de que Mashiach está bem próximo.

 

Então, mais um pouquinho de Bitahon, e no lugar de remediar todo dia um mundo crônico, vamos entrar imediatamente em um mundo melhor, em uma nova era!

 

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Mensagem da Parashá

O benefício da dúvida

Nossa Parashá nos conta que Miriam, irmã de Moshe, estava ao lado de Tzipora, esposa de Moshe, quando vieram comunicar à Moshe que Eldad e Meidad estão profetizando no acampamento.

 

Tzipora ficou com dó das esposas deles por eles terem se tornado profetas, e disse que agora eles não vão mais ter relações conjugais com suas esposas à exemplo de Moshe Rabeinu.

 

Miriam se assustou com o comportamento de Moshe, seu irmão mais novo, e contou o caso para Aharon.

 

Os dois concordaram que Moshe Rabeinu não estava agindo certo, porque Miriam e Aharon também eram profetas e não faltavam com esse tipo de obrigação em relação à família

 

O problema

 

Sabemos que o único jeito de subirmos espiritualmente e recebermos mais santidade é por meio do cumprimento dos mandamentos Divinos.

 

Um desses mandamentos é a obrigação de um homem ou mulher casados terem relações conjugais na frequência adequada à eles que é determinada de acordo com o trabalho de cada um, levando em consideração a distância do trabalho e o esforço físico necessário para fazê-lo.

 

Em outras palavras, pelo menos no Shabat o marido deve ter uma relação com a mulher quando ela está pura.

 

Se eles tem a saúde adequada para terem relações conjugais mas não querem mais se relacionar,  no judaísmo isso justifica um divórcio.

 

Se o motivo disso é que ela, por qualquer motivo que justifique isso, não quer mais ter filhos, é permitido usar meios anticoncepcionais femininos como um D.I.U. que é o mais recomendado nesse caso, mas parar de ter relações conjugais é proibido.

 

Sendo que Moshe era o maior exemplo de santidade e na opinião da sua esposa esse exemplo seria seguido por todo aquele que quisesse ter mais santidade, o comportamento dele, de acordo com Miriam e Aharon, era um mau exemplo para todos.

 

Um comportamento que ia contra a própria Torá que Moshe recebeu de D’us e repassou para o nosso povo.

 

A solução

 

Miriam já tinha uma solução “na gaveta”. Quando ela era jovem, o faraó decretou jogar todos os meninos judeus recém nascidos no rio Nilo, e por causa disso seu pai se separou da sua mãe.

 

Na época ela disse à seu pai que ele era pior do que o faraó, porque o faraó decretou somente contra os meninos, e Amram estava causando, com o seu mau exemplo como líder do nosso povo, com que todos os judeus se separassem de suas esposas, e dessa maneira nosso povo não teria meninas também.

 

Amram aceitou a repreensão de Miriam, voltou para sua esposa, e como consequência disso nasceu o próprio Moshe Rabeinu.

 

Miriam já tinha esse método pronto para aplicar sobre Moshe Rabeinu, e com certeza daria certo no caso dele também.

 

A intervenção Divina

 

Sendo que Miriam tinha feito um enorme erro de avaliação em relação à seu irmão colocando em cheque a conduta dele, o que automaticamente abalaria a credibilidade dele em relação à todos os assuntos Divinos que ele repassou ao nosso povo, o próprio D’us foi obrigado a intervir para mostrar que existe uma diferença entre um homem como Moshe, que três vezes subiu ao Monte Sinai e em cada uma delas ficou quarenta dias e quarenta noites sem comer descendo de lá com a mesma saúde que tinha quando subiu, e qualquer outro “simples mortal” por mais profeta que fosse.

 

E portanto não haveria espaço para copiar o comportamento de Moshe, ou seja, quem não estava no nível dele não deveria fazer o que ele fazia, nem deixar de comer quarenta dias e quarenta noites e nem deixar de ter relações conjugais.

 

E esse foi o erro de avaliação dela, ela achou que o nível que ela e Aharon estavam era o mesmo que o dele, ou talvez ainda maior sendo que eles eram os irmãos mais velhos dele.

 

D’us foi obrigado a intervir dessa maneira para que todos soubessem que ela fez um grave erro de avaliação que poderia abalar toda a estrutura do nosso povo.

 

Miriam recebeu uma “Tzaraat”, manifestação espiritual que acontecia para quem fazia intrigas, e teve que sair do acampamento por uma semana.

 

Nosso povo esperou uma semana para ela voltar ao acampamento e poderem prosseguir a viajem.

 

Sendo que todos ficaram sabendo que esse era o motivo do atraso, ficou publicado para todos a diferença entre Moshe Rabeinu e os outros profetas, o que justificava o seu comportamento e não justificava copiá-lo.

 

O que para ele era um rigor para outros seria considerado uma transgressão à Torá

 

Aprendemos daqui várias coisas importantes

 

1- Miriam fez seu comentário com a melhor das intenções, mesmo assim a consequência foi um desastre e o próprio D’us foi obrigado a intervir e dar para ela uma Tzaraat para consertar o que ela fez.

 

Quanto mais nós que não estamos no nível dela não devemos fazer esses tipos de comentário por melhor que seja a nossa intenção.

 

2- Muitas vezes nos sentimos grandes Tzadikim. Lemos alguma história sobre o comportamento particular de algum grande Tzadik, queremos fazer igual e começamos a pisar em todos à nossa volta.

 

Nessa hora devemos nos lembrar que lá encima não seremos julgados por ter imitado ou não imitado algum Tzadik, mas com certeza seremos julgados pelo sofrimento que causamos aos outros.

 

Com certeza seremos julgados por ter maltratado nossa esposa e nossos filhos, e o pior, achando que estamos fazendo uma Mitzvá

 

O benefício da dúvida

 

Se nem Miriam e Aharon que eram profetas sabiam os motivos que causaram para Moshe Rabeinu se comportar daquela maneira, quanto mais nós que não somos profetas e não temos como saber todos os motivos que estão causando o comportamento de todos à nossa volta

 

Sendo que o motivo pode ser ruim, mas também pode ser bom, em toda e qualquer situação estaremos na dúvida

 

Então vamos julgar todos à nossa volta usando o benefício da dúvida à seu favor, sempre julgando todos à nossa volta pelo lado bom ❤

 

Rabino Gloiber
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Mensagem da Parashá

Como estudar 🥰🌻

Nossa Parashá nos conta que o Levi entrava com 25 anos para o trabalho no Mishkan (Templo móvel) e com com 50 mudava para um trabalho mais leve.

 

Em Parashát Bamidbar, a Torá nos conta que o Levi começava o trabalho no Mishkan com 30 anos.

 

Rashi explica que realmente ele começava o trabalho no Mishkan com 30 anos, então porque nossa Parashá diz que ele começava com 25?

 

Explica Rashi que dos 25 aos 30 ele fazia o “curso de Levi”, estudava todas leis relacionadas ao trabalho que ele deveria fazer na primeira etapa, durante os primeiros vinte anos, e também as leis relacionadas ao trabalho mais leve que ele continuaria fazendo depois dos 20 anos de trabalho mais pesado.

 

Daqui aprendem nossos Sábios que um aluno que não teve progresso em um determinado estudo durante cinco anos, com certeza não vai progredir nesse assunto após esses cinco anos também.

 

Ou seja, ele está aconselhando pelos nossos Sábios à mudar de área!

 

Toda regra na Torá escrita e na Torá oral pode ter uma exceção, contanto que a própria Torá escrita traga um versículo para determinar essa exceção, ou, no caso da Torá oral, nossos Sábios tragam oralmente essa excessão.

 

No caso da Torá escrita vemos por exemplo o caso de Ishmael que era o primeiro filho de Avraham Avinu e consequentemente deveria ter sido nosso segundo patriarca se a Torá não trouxesse o versículo que diz que “em Itzhak será considerada a sua descendência” que vem excluir Ishmael de ser um descendente de Avraham Avinu.

 

O mesmo acontece com a Torá oral. Mesmo nossos Sábios dizendo que na maioria dos casos a pessoa que não teve nenhum sucesso nos estudos dos primeiros cinco anos com certeza nunca mais terá sucesso nessa área, eles próprios trazem o exemplo de Rabi Akiva que era o “Moshe Rabeinu” da Torá oral como a maior exceção dessa mesma regra!

 

Rabi Akiva era totalmente incapaz de aprender uma letra em hebraico até os 40 anos de idade, mas por meio do seu grande esforço se tornou o maior de todos os Sábios de Israel.

 

Para todos nós que nos avaliamos como sendo pessoas que fazem parte de uma grande maioria, a regra geral é aplicada e nossos Sábios não nos incentivam à nos esforçar ao nível de Rabi Akiva, mas sim levar em conta nossas limitações e procurar a área em que nos destacamos mais, mesmo não sendo ela uma área intelectual.

 

Portanto diz a Guemará que cada um de nós deve ensinar ao seu filho uma profissão limpa e fácil, porque tanto a pobreza quanto a riqueza não dependem da profissão mas sim de Hashem (D’us), que por ter nos criado é o responsável pelas nossas despesas como o pai é responsável pelas suas crianças pequenas.

 

A diferença é que o pai é responsável pela filha até ela se casar, e então o marido se torna responsável por ela, mas Hashem (D’us) continua sendo responsável pelas nossas despesas durante toda a nossa vida!

 

Por isso dizem nossos Sábios, temos três associados na nossa criação: nosso pai, nossa mãe, e Hashem.

 

Mas as vezes não cumprimos a nossa parte em relação à Hashem (D’us), não estudamos Torá nem o mínimo que somos obrigados a estudar mesmo não tendo tido sucesso nos estudos por mais de cinco anos, como no caso das leis práticas por exemplo.

 

Até mesmo as mulheres são obrigadas pela Torá à estudar as leis judaicas práticas relacionadas às mulheres (podem estudar pelo Youtube também) e os homens devem estudar as leis judaicas práticas relacionadas aos homens (também pode ser pelo Youtube).

 

E ambos devem estudar Hassidut, sendo que essa categoria da Torá desperta em nós amor e temor à D’us que é um Mandamento Divino que abrange tanto homens quanto mulheres (nesse caso é até melhor estudar pelo Youtube sendo que essa categoria da Torá oral é um pouco mais difícil de entender diretamente do livro).

 

E às vezes por não sabermos o que é permitido fazer e o que é proibido, fazemos coisas erradas.

 

E por causa dessas coisas erradas os milagres que precisamos para o nosso dia a dia não acontecem, e culpamos um ao outro por eles não terem acontecido.

 

Conclusão: Vamos estudar Torá todo dia e com muita alegria!

 

Rabino Gloiber
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Mensagem da Parashá

Beaalote’ha

Beaalote’ha

 

Nossa Parashá nos conta um fato muito interessante. Tzipora, esposa de Moshe Rabeinu, deixou vazar um desabafo de que seu marido, por ser um profeta, não tinha mais tempo para ela.

 

Aaron e Miriam também eram profetas e Moshe era o irmão mais novo deles, e mesmo sendo eles devidamente profeta e profetiza, eles tinham tempo para viver com seus cônjuges.

 

Eles contestaram o comportamento de Moshe achando que todos os profetas são iguais e que Moshe não é nenhuma exceção de regra. Quase que eles tinham razão… mas… quase!

 

Nesse momento Hashem se revelou para os três, Moshê, Aharon e Miriam, e obviamente Miriam e Aharon precisaram correr para procurar água enquanto que Moshe já estava imediatamente disponível.

 

Hashem revelou para eles que existem diferentes níveis de revelação profética. Essa passagem aparece em uma linguagem exclusiva que é explicada pelo Zohar e pela Guemará:

 

A profecia não é somente uma informação Divina, mas ela tem que se incorporar ao mundo causando uma transformação nele.

 

Para ela descer ao mundo e acontecer por meio dela um vínculo entre​ o mundo espiritual e o mundo material, ou seja, para que ela aconteça, ela tem que ser incorporada pelo profeta, e por meio dele ela se incorpora ao mundo.

 

A revelação e incorporação da profecia para Moshe Rabeinu é direta, como alguém que olha por uma janela de vidro transparente e vê claramente o que há do outro lado.

 

Ou seja, uma profecia clara e objetiva, na linguagem dos nossos Sábios: “Aspaklaria Meirá”.

 

A tradução literal desse termo técnico da antiguidade é: “vidro que ilumina”, ou seja, uma janela de vidro transparente.

 

(A origem dessa palavra é spéculo, em latim, termo usado para vidro na época em que os romanos dominavam a nossa terra.)

 

A revelação da profecia para todos os outros profetas é oculta e indireta, um nível mais baixo, levando em consideração a capacidade do profeta de incorporá-la.

 

Ela acontece por meio de visões e sonhos, por meio de exemplos e enigmas, como alguém que olha para um espelho que reflete a imagem e não está vendo ela diretamente, mas sim um reflexo dela que tem que ser decifrado.

 

Na linguagem dos nossos Sábios: “Aspaklaria Sheeina Meirá”, um vidro que não ilumina.

 

Ou seja, uma janela de vidro que não é transparente e somente reflete as imagens.

 

Dentro desse contexto existem alguns critérios, como nos explica o Zohar a seguir:

 

A Revelação Divina só acontece em um lugar adequado, em um ambiente adequado e sobre uma pessoa adequada para recebê-la, e de acordo com o nível que o profeta pode incorporar.

 

Por esse motivo, por exemplo, o profeta Yoná tentou fugir para um lugar inadequado para que a profecia de Nínive não acontecesse por meio dele.

 

Avraham Avinu, nosso primeiro patriarca, era a pessoa adequada no lugar adequado, mas Lot estava morando ao lado dele e se comportando como os habitantes de Sodoma, fazendo com que o ambiente ficasse inadequado.

 

Hashem se revelou para Avraham naquele mesmo lugar somente depois que Lot saiu de lá e foi morar definitivamente em Sodoma, e assim o ambiente de Avraham voltou a ser adequado.

 

Mas mesmo assim a profecia era somente no nível que ele tinha a capacidade de incorporar.

 

Yaakov Avinu, nosso terceiro patriarca, teve uma revelação profética quando fugiu de Essav.

 

Essa revelação foi por meio de um sonho que é o nível mais baixo de recebimento de uma profecia.

 

Diz o Zohar que o motivo disso foi o fato de Yaakov ainda não estar casado, e mesmo estando em Beit E-l , lugar adequado, ainda não era a pessoa totalmente adequada por estar solteiro.

 

Depois que ele se casou em Haran, teve novamente uma revelação profética por meio de sonho, aí ele já era a pessoa adequada, mas o lugar, Haran na Síria, não era adequado, e por isso o nível da profecia foi o mais baixo.

 

Quando ele voltou já casado para a “Terra Santa”, a revelação profética aconteceu para ele estando acordado mas por meio de uma “visão”, ainda não era o nível de Moshe que via a profecia claramente.

 

E mesmo assim, diz o Zohar que esse nível só foi alcançado porque seu pai Itzhak já havia falecido, mais um critério na profecia.

 

Ou seja, enquanto um profeta está no mais alto nível possível na sua época, outro profeta não tem como atingir esse nível.

 

Mesmo assim a profecia dele ainda estava no nível dos patriarcas, não tinha chegado ao nível de Moshe.

 

Diz o Zohar que Moshe teve o maior de todos os níveis​ de profecia.

 

Ele incorporava a revelação profética para trazê-la ao mundo diretamente, em pé e com toda a sua força e energia, e via a revelação claramente.

 

Diferente dos outros profetas que na hora de incorporar a profecia caíam sobre suas faces, enfraqueciam, e não tinham a capacidade de incorporar a profecia claramente.

 

E qual era o motivo dessa fraqueza? Diz o Zohar que era pelo fato de o “anjo de Essav” ter ferido a perna de Yaakov e Yaakov ter saído mancando desse acontecimento.

 

Espiritualmente o anjo ”sugou” a força das pernas de Yaakov causando com que depois disso nenhum profeta conseguisse incorporar (trazer para esse mundo) a profecia do que Hashem vai fazer para os “Bnei Essav”.

 

De acordo com Don Itzhak Abarbanel, os “Bnei Essav” são os povos da Europa e suas ramificações coloniais.

 

Nenhum profeta conseguiu incorporar a profecia do final dos Bnei Essav com exceção do profeta Ovadiahu (Abadias) , proveniente de Edom que eram os descendentes diretos de Essav, por isso, sobre ele o assunto espiritual do anjo de Essav não recaiu.

 

Ele pôde incorporar claramente a profecia do fim de Essav e não enfraqueceu, e nenhum outro profeta pôde incorporar isso.

 

Moshe é a exceção de todas essas regras por estar em um nível tão alto que poderia incorporar claramente qualquer revelação sem enfraquecer.

 

Diz o Zohar que Moshe recebia a profecia em um nível da Sefirá chamada de Tiferet de Atzilut , nível espiritual que nenhum profeta teve acesso

 

Diz o Ari Zal que o Mashia’h vai ser a reencarnação de Moshe Rabeinu e vai revelar para todos nós as maravilhas ocultas da Torá.

 

Rabino Gloiber
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Mensagem da Parashá

A grandeza do Shalom Bait

A grandeza do Shalom Bait 

Por pior que tenha sido a atitude da Sota, não estamos sozinhos nesse mundo.Hashem é a essência do bem e ama a cada um de nós infinitamente mais do que o amor que um pai teria pela sua filha única que nasceu quando ele tinha 100 anos de idade.
 

E por isso, para tirar a suspeita do marido, Hashem pede para ele levar a esposa ao Beit Hamikdash, e lá o Cohen  escreve uma parte dessa nossa Parashá, a parte que fala sobre essa proposta Divina para fazer o Shalom Bait.
 

O Sefer Torá é a coisa mais sagrada no judaísmo por estarem escritos nele os nomes de D’us, e para fazer o Shalom Bait, para que marido e mulher vivam em harmonia familiar, Hashem (D’us) exige que o seu próprio nome seja apagado para que a família não seja apagada.
 

Daqui vemos a estrondosa importância do Shalom Bait para Hashem, e seria uma “cara de pau” de nossa parte negligenciarmos uma coisa tão sagrada na visão Divina, ou seja, negligenciarmos o nosso próprio Shalom Bait.
 

Se até nos preocupamos com as revisões periódicas do carro para que o motor não venha a fundir, quanto mais devemos nos preocupar com a manutenção do nosso Shalom Bait que para Hashem é infinitas vezes mais importante.
 

Somos um casal de três no casamento. O marido, a mulher, e o principal : D’us!
 

 🌻🌻🌻

 

 

Diz o Zohar que o trabalho do anjo mal nas sextas feiras é causar brigas entre marido e mulher, e a estatística nos mostra que o índice de brigas entre marido e mulher nas sextas feiras é bem maior do que o dos outros dias da semana.
 

A Guemará nos conta que duas pessoas apostaram se é possível deixar o grande Sábio Hilel nervoso, e a sexta feira foi o dia escolhido para fazer a provocação por causa dessa propensão.
 

Os grandes Sábios de Israel faziam questão de participar dos preparativos do Shabat ajudando a esposa com alguma coisa, e sendo que quando há muita kedushá (santidade) o “anjo mau” tenta contra atacar, vemos que sexta-feira é o dia da batalha!
 

O jeito simples de ultrapassar essa situação é fazer como Hilel e assumir que seja o que não for, você reage somente com uma voz meiga e um sorriso nos lábios.
 

Sexta feira ao meio dia você se transforma em “anjinho” e nem a terceira guerra mundial vai conseguir fazer você se irritar.
 

Você se blinda com um grande sorriso nos lábios e voz meiga, e assim se torna invencível .
Fazendo esse esforço durante algum tempo todos acabam entendendo que não dá para te irritar e mudam o comportamento parando de te atacar.
 

Você vira um “anjinho” de verdade. Nas sextas feiras, você se transforma e se torna invencível, blindado de alegria e tranquilidade como na história de Hilel.

 

🌻🌻🌻

 

Sendo que cada casal é um trio, e o principal desse trio é Hashem, trouxe para vocês parte de uma escritura de Rabeinu Bahya ben Yosef ibn Paquda do seu livro Al Hidayah ila Faraid al-Qulub que foi escrito em árabe aproximadamente no ano de 1040 e depois traduzido para o hebraico por Yehuda ibn Tibbon durante os anos de 1161-80 com o título de Hovot Halevavot

 

 

Temos a obrigação de confiar em D’us!”


Porque se não confiamos em D’us , automaticamente estaremos confiando em outra coisa, e quem confia em outra coisa a não ser D’us está abrindo mão da Divina Providência e caindo nas mãos daquilo em que confiou.

 

Quem acha que não precisa da ajuda Divina por ser muito inteligente e esperto, ter muita força e dedicação

 

Mas ele precisa se lembrar de que se D’us não desse à ele constantemente inteligência, esperteza, saúde e dedicação ele estaria fraco intelectualmente e fisicamente, e também deixaria escapar grandes oportunidades por não percebê-las a tempo.

 

Quem confia na própria riqueza tem que se lembrar que sem a proteção Divina essa riqueza poderia ser tirada dele e dada a outros.

 

Ou poderia continuar com ele sem que tivesse proveito e ainda fosse obrigado a protegê-la e aumentá-la até que ela chegasse ao destino certo.

 

Ou, no pior dos casos, essa riqueza poderia se tornar o motivo da sua desgraça ou da sua morte.

 

Quem confia em D’us vive sempre tranquilo, não fica dependente das pessoas e não tem nada acima de si a não ser D’us.

 

Quem confia em D’us sempre terá como manter sua família, porque D’us vai fazer com que ele descubra sempre um meio para isso sendo que nenhum meio está oculto para D’us em nenhum lugar e em nenhuma época.

 

Quem confia em D’us não fica preocupado com coisas que possam acontecer, mas sabe que só vão acontecer para ele coisas boas ou que pelo menos sejam para o seu bem.

 

Recebe todos os acontecimentos com alegria e trabalha sempre com muita calma e tranquilidade.

 

Quem confia em D’us sabe que D’us sempre vai dar à ele tudo o que ele precisar, quando precisar, e no lugar que precisar.

 

Da mesma maneira que D’us cuidou dele quando ainda estava no ventre da sua mãe, da mesma maneira que D’us sustenta as aves no céu e os peixes na água e até as criaturas tão pequenininhas e fraquinhas.

 

Quem confia em D’us sempre vai ser querido por todos, até os animais vegetais e minerais querem o seu bem.

 

Quem confia em D’us está confiante de que não vai ficar doente, e se isso acontecer pelo menos vai ser uma refinação para a sua alma no lugar de alguma coisa pior.

 

Quem confia em D’us não vai passar necessidades em nenhuma época durante todos os dias da sua vida.

 

Quem confia em D’us vai estar sempre seguro no seu país e tranquilo no seu lugar, e só terá que mudar dele por motivo Divino.

 

Quem confia em D’us vai ser acompanhado pela recompensa da sua confiança neste mundo e no próximo !!!

 
 
 
🌻🌻🌻🌻🌻