O Beit a Mikdash vai descer quase pronto do Céu

O Beit Hamikdash, o Terceiro Templo

 

Nossos sábios afirmam que o Terceiro Beit a Mikdash, terceiro e último Templo Sagrado, já está construído pelo próprio D’us, e está aguardando o momento da Gueulá quando será materializado na forma física, no seu lugar designado em Jerusalém,  e ele será eterno.

 

Na verdade, existe uma opinião na Guemará de que um “Kohên” (Sacerdote) deve sempre se manter sóbrio, e assim ele está preparado para, de um momento para outro, participar do trabalho sacerdotal do Templo que pode descer pronto do céu a cada instante.

 

Porque quando Mashia’h se revelar, o Templo será restaurado imediatamente e os Kohanim começarão imediatamente a trabalhar nele.

 

O profeta Isaías descreve Mashia’h:

 

“E um espíríto de D’us (profecia) vai pairar sobre ele, um espírito de sabedoria e compreensão… de conhecimento e temor a D’us… ele será dotado extraordinariamente de sentidos que o habilitarão a perceber o bem e o mal nos homens… e com justiça julgará… Tirará (os maus) da Terra com o bastão (a expressão) de sua boca e com o sopro de seus lábios destruirá os perversos.”

 

A isto segue uma descrição da Era: “E o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito… e o bezerro com o filhote do leão… e uma criancinha os guiará.

 

Eles não causarão dano nem destruição, pois a Terra estará plena de conhecimento de D’us e de Torá, da mesma maneira que as águas cobrem os oceanos.”

 

De acordo com o hassidismo, esta profecia, além de seu profundo significado, deverá ser tomada literalmente.

 

Onde o conhecimento de D’us não somente elevará a humanidade, mas provocará urna completa mudança até no comportamento da vida animal.

 

O profeta Habakúk diz que a poderosa influência do Mashia’h penetrará até nos domínios vegetais e nas matérias inorgânicas: “porque a pedra (se tiver sido roubada) gritará das paredes, e a viga (roubada) do teto lhe responderá (anunciando que haviam sido roubadas e usadas na construção).”

 

Isto será Possível, porque a “Centelha Divina” que se encontra em cada criatura se revelará.

 

Desta forma todos os males serão conhecidos e consequentemente, retificados.

 

Rabi Yossef Yitzhak, o Rebe anterior de Lubavitch nos contou que hoje as coisas inanimadas, como o solo por exemplo, são silenciosas. Você pisa nelas e elas permanecem caladas.

 

Mas virá o tempo em que a coisa inanimada começará a falar e a contar os fatos.

 

Exigirá uma explicação: Porque as pessoas pisaram nele sem pensar ou conversar sobre assuntos da Torá.

 

É um fato que o ser inanimado na verdade sente quando falamos e pensamos sobre a Torá. Mesmo que hoje se encontre silencioso, no futuro relatará tudo.”

 

 

Rabino Gloiber

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Eliézer, o primeiro Shlia’h

Eliézer, o primeiro Shlia’h

 

Eliézer nos conceitos de hoje seria chamado de “o secretário de Avraham”.

 

Eliézer era o primeiro emissário da história judaica.

 

Ele era um descendente de Canaã que foi amaldiçoado por Noa’h, e quando cumpriu a missão para a qual Avraham o enviou, ele se transforma de amaldiçoado em abençoado.

 

E até o próprio Lavan, o grande feiticeiro descobre isso e diz :- “Venha abençoado por D’us”.

 

Aprendemos com Eliézer o que é um Shlia’h, um emissário.

 

Avraham mandou Eliézer para Haran na Síria procurar uma esposa para Itzhak na família de Avraham.

 

Eliézer tinha uma filha e ele gostaria muito que ela fosse a esposa de Itzhak, e mesmo assim ele se dedicou totalmente à sua missão, mesmo que pessoalmente tinha tudo a perder por causa disso.

 

Daqui aprendemos o que é um Shlia’h, um emissário.

 

O Shlia’h é alguém que absolutamente não considera sua própria opinião, mas considera somente a opinião de quem o mandou,

 

Mesmo que essa missão vai trazer um grande benefício para quem mandou e um grande prejuízo para quem foi mandado, como no caso de Eliézer que queria casar sua própria filha com Itzhak.

 

Mesmo assim, a tal ponto ele não considera a si próprio em relação à quem o mandou, que cumpre a sua missão com tanto entusiasmo e está tão envolvido nela que esquece de si próprio e sente como se ele próprio fosse quem o enviou.

 

O principal problema na nossa geração é a falta de conhecimento em relação aos assuntos judaicos, e o Rebe mandou à nós, seus emissários, irmos aos cantos mais distantes do mundo para ensinar o judaísmo ao nosso povo.

 

Em 1978 quando estudava na Yeshivá de Kfar Habad em Israel, um dos meus professores era um grande Tzadik, uma pessoa muito elevada.  O nome dele era rav Mendel Futerfas.

 

Entre os grandes feitos dele estava o fato de ele ter passado dez anos em uma prisão soviética na Sibéria.

 

Certa vez ele nos disse:- nossa comunidade é como adubo orgânico (fezes de vaca).

 

A característica do adubo orgânico é que, quando ele está armazenado em um lugar só , ninguém aguenta o cheiro, mas depois que ele se espalha pelo campo ele faz todo aquele campo florescer.

 

E assim ele nos explicou, que quando nos espalharmos pelo mundo vamos fazer o mundo florescer, mas por enquanto ainda não tínhamos nos espalhado pelo mundo…

 

E esse é o aspecto que nós, os emissários da última Shli’hut, temos em comum com Eliezer, o primeiro Shlia’h.

 

Por causa da sua extrema dedicação , Eliezer conseguiu tirar a si e a sua família da maldição de Noa’h que era algo aparentemente irreversível, e se transformar à si e à toda a sua família em abençoados por D’us.

 

Nós, os Shlu’him da última geração, também. Saímos da classificação que o rav Mendel disse que éramos antes e estamos fazendo o mundo Judaico florecer…

 

Rabino Gloiber

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Corpo e Alma

E foram os dias de Sarah….

 

O livro do Zohar , clássico da Kabala , explica que a história da vida de Sarah na Torá simboliza a decida da nossa Alma, que é apelidada de Avraham, para o nosso corpo, que é apelidado de Sarah.

 

A Alma Divina chamada de “Neshamá” é uma parte de D’us. Essa Alma é você .

 

Você , que desceu do céu para vencer uma corrida de obstáculos cheia de desafios que chamamos de vida e cumprir as Mitzvót, comandos Divinos, para ganhar por próprio mérito um “baixo paraíso” no qual uma hora eqüivale a setenta anos dos maiores prazeres nesse mundo, ou até um alto paraíso, onde uma hora eqüivale a setenta anos no baixo paraíso, como prêmio por ter feito o trabalho Divino nesse mundo.

 

A Neshamá é pura e linda , cada ano que passa fica mais refinada e reluzente por meio do cumprimento das Mitzvót.

 

Poderíamos dizer como exemplo que cada ano que passa , enquanto o corpo fica mais velho a Neshamá fica “mais jovem”.

 

O elo entre a Neshamá e o corpo é a alma animal na qual a Neshamá se reveste para acionar o corpo.

 

Essa alma animal é uma alma espiritual do nível deste mundo de Assiá .

 

Sendo que o corpo é somente equipamento com suas limitações e defeitos e a alma animal é só o software do corpo, tendo “vontades” próprias que são somente os interesses do animal racional, o primeiro desafio que temos a enfrentar (com jeitinho para não quebrar o equipamento nem seu software mas sim transformá-lo em aliado ao nosso objetivo) é focar a alma animal e o corpo nos interesses da Alma Divina que é você.

 

O primeiro obstáculo são os interesses do corpo que por instinto vai tentar usar a Neshamá para incrementar seus prazeres causando o fracasso da descida dela para esse mundo .

 

Vamos ter que domá-lo ajudando-o pouco a pouco a deixar de ser animal , mas sem overtraining , tomando o devido cuidado para ele não quebrar mas sim usar seu entusiasmo animal a nosso favor.

 

A Alma Divina tem um complemento para fazer a vontade Divina que é chamado de Yetzer a Tov que é a nossa boa inclinação.

 

A alma animal tem um complemento para fazer as vontades do corpo , esse instinto é chamado Yetzer a rá que é a nossa má inclinação.

 

O Zoar nos conta que todas as noites quando vamos dormir , nossa alma sobe e se apresenta ao tribunal Divino, “os juízes da competição”. Ela é julgada por essa etapa da “corrida” . Se ela vence ela volta de manhã para continuar competindo.

 

Ela é julgada de duas formas diferentes. O julgamento das ações positivas não é como o das negativas.

 

Ela não é julgada pelas coisas negativas que vai fazer mas somente pelas que já fez.

 

O julgamento das ações positivas é diferente, ela recebe um prêmio pelo que já fez e também é favorecida pelo que vai fazer.

 

Assim ela volta feliz e renovada de manhã para o corpo mesmo sem que seus atos atuais justifiquem isso.

 

Quando ela sobe , um espírito impuro paira sobre o corpo. Quando ela volta , esse espírito impuro foge mas ainda fica ligado a nossos dedos, por isso fazemos Netilat Yadaim , lavamos as mãos de manhã intercaladamente para tirá-lo. Acordamos felizes por termos vencido a etapa do dia e agradecemos à Hashem dizendo “Modé Ani…”

 

O Zoar nos conta que os dias da nossa vida estão vinculados à sete Sefirot compostas de dez. Ou seja , Hessed , Guevura , Tiferet , Netza’h , Hod , Issod e Mal’hut , cada uma com todas as Dez Sefirót incluindo ela novamente em segundo plano Incluindo as “Três Primeiras” que são a Ho’hmá , a Biná e a Daat.

 

Por isso diz o rei David no Tehilim :- “Os dias da nossa vida são setenta anos” , ou seja , sete sefirot compostas de dez , e quando chegamos ao último nível e já não temos mais onde nos apoiar , então começa nossa decadência .

 

Ou seja , o tempo da nossa corrida de obstáculos é cronometrado !

 

O rei David fala sobre uma pessoa normal , mas quem aproveitou os setenta anos para subir de nível a nível e se tornou um Tzadik ou uma TZADEKET , como no caso de Sarah , se conecta a Sefirá que está acima das sete , ou seja , a Biná que engloba as três primeiras , e lá não tem declinação e limite para a vida porque lá já existe o vínculo ao infinito .

 

Por isso está escrito :- “Vai’hiu hayei Sarah” , uma linguagem de “ser”, foram dias verdadeiros sem declinação. Também a palavra “esses” foram os dias da vida de Avraham se refere ao mesmo assunto.

 

E se perguntarmos :- Por quê essa mesma linguagem é usada para os dias de Ishmael ? O motivo é simples , porque  Ishmael voltou para o bom caminho, ele fez Teshuvá!

 

O Zoar nos conta que Ketora, a segunda esposa de Avraham era a própria Agar, a mãe de Ishmael. Ela fez Teshuvá e até mudou de nome para expressar a veracidade da sua mudança de comportamento.

 

O fato de a Torá nos contar a história de Sarah e o Zoar nos revelar os segredos que estão por trás dela , vem nos indicar que “As atitudes dos patriarcas são um exemplo para os filhos”.

 

À cada um de nós foram dadas as forças necessárias para chegarmos à etapa final dessa corrida de obstáculos e vencermos. Mas temos que fazer isso sem overtraining, sem fundir o motor para tentar chegar mais rápido e por outro lado também não ficarmos parados com medo de ter uma distensão.

 

Mas a cada dia fazer as Mitzvot daquele dia com muita alegria amor e carinho , e o principal : Saber que D’us é a essência do bem e a natureza de quem é bom é fazer o bem ,  e que D’us está o tempo todo na nossa torcida levando a gente pela mão , nos ajudando a ultrapassar cada obstáculo e pronto para comemorar a nossa vitória com a Gueulá verdadeira e completa por meio do Mashia’h em breve em nossos dias de verdade !

 

 

Rabino Gloiber

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Hayei Sarah

 

 

Nossa Parashá nos conta sobre o falecimento de Sarah, a primeira matriarca do nosso povo, e todos os fatos ligados à esse acontecimento.

 

Avraham se empenhou ao máximo para comprar um túmulo para Sarah no campo aonde estavam enterrados Adam e Havá.

 

Ele negociou com os habitantes locais e acabou pagando uma fortuna por esse campo aonde ficava a caverna com os túmulos de Adam e Havá que fica em Hebron.

 

Avraham enterrou Sarah, chorou por ela e logo após enviou Eliézer para Haran na Síria para trazer de lá uma esposa para Itzhak.

 

De vez enquanto aparecem no Sefer Torá letras grandes ou pequenas nos indicando um assunto profundo que se encontra por trás dessa escrita. Nossa Parashá é um desses locais.

 

A letra “כ” da palavra “ולבכותה” que quer dizer “e chorar por ela” aparece pequena, e assim ela deve ser escrita no Sefer Torá.

 

A explicação para isso é que ele chorou pouco. Todos os comentaristas concordam que a explicação para isso é que ele não chorou muito, e as divergências são somente em relação ao motivo de ele ter chorado pouco.

 

Quando analisamos o perfil do nosso patriarca Avraham vemos uma coisa muito interessante.

 

Ele sempre está olhando para frente, como diz o versículo: “Avraham estava velho, vinha com os dias”. Aparentemente uma linguagem estranha.

 

Mas uma linguagem que nos indica que cada dia dele foi aproveitado para o trabalho Divino.

 

Ou seja, chorar é passado e Avraham vivia o presente, vivia o trabalho Divino de cada dia.

 

Está escrito que as atitudes dos patriarcas são uma sinalização para nós, seus descendentes.

 

Aprendemos com Avraham a direcionar nossa energia para as coisas positivas que devemos fazer, e mesmo quando existem todos os bons motivos do mundo para chorar, não devemos chorar muito.

 

Devemos direcionar as nossas energias para o lado positivo, e fazer tudo com muito entusiasmo e muita alegria.

 

Principalmente na nossa geração em que a tristeza é um gatilho para a depressão que é a doença mais badalada dos tempos modernos com todas as suas consequências destrutivas. Então, vamos ficar sempre alegres, só temos a ganhar 🥰

 

 

Rabino Gloiber

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Vayerá

 

Vayerá

 

Nosso primeiro patriarca é conhecido por todos nós como Avraham Avinu. A palavra Avinu quer dizer “nosso pai”, ou seja, o pai do nosso povo, nosso patriarca.

 

Na Torá Avraham Avinu é chamado de Yvri, transliterado como hebreu e nosso povo de “o povo hebreu”. O significado dessa palavra é “alguém que vem da outra margem do rio”.

 

O conceito “Judeu” só surge a partir do filho de Yaakov chamado de Yehudá, transliterado como “Judá”. Yehudá deu origem à tribo de Judá que são chamados de judeus.

 

Mas de maneira genérica, costumamos chamar todo o nosso povo de “o povo judeu” porquê a palavra judeu, ou Yehudi em hebraico, vem da palavra hodaá, que significa reconhecer e expressar gratidão.

 

A essência do Judaísmo é definida explicitamente nesta palavra, e por isso, até o próprio Avraham Avinu que foi o bisavô de Yehudá e faleceu bem antes de ele nascer, é chamado de “o primeiro Judeu” .

 

O motivo de ele ser considerado o primeiro judeu, é pelo fato de D’us ter feito com ele uma aliança e ter pedido para ele fazer o Brit Milá, a circuncisão. A partir dessa hora ele se tornou o nosso primeiro patriarca, o primeiro Judeu da História.

 

 

A tenda de Avraham

 

Avraham tinha uma tenda enorme no deserto, bem maior do que uma tenda de circo de hoje em dia.

 

Por ela ser tão grande, ele fez uma porta de entrada em cada um dos seus lados, para que as pessoas não precisassem “dar a volta no quarteirão” para encontrar a porta. Ele recebia nela todo dia muitas e muitas pessoas.

 

Avraham dava para essas pessoas uma “Tzedaká” (uma doação) material, ou seja, comida e bebida do bom e do melhor.

 

Ele também dava para eles uma Tzedaká espiritual. Ou seja, ensinava essas pessoas a deixarem a idolatria e rezarem somente para D’us.

 

 

Os Três Anjos

 

Nossa Parashá nos conta que três dias depois de Avraham Avinu ter feito o Brit Milá, a circuncisão, ele estava muito fraco.

 

Hashem D’us fez aquele dia ficar um dia muito quente para que ninguém viesse para a tenda de Avraham e ele pudesse descansar um pouquinho.

 

Mas no lugar de ficar deitado descansando, ele se esforçou e sentou na porta da tenda olhando para todos os lados procurando pessoas para convidar.

 

Ele ficou muito preocupado pelo fato de ninguém estar na região para que ele pudesse convidar para a sua tenda e fazer para essas pessoas uma bondade material, dando para elas comida e bebida, e também uma bondade espiritual, ensinando elas a agradecer à D’us pelo que receberam.

 

Para consolar Avraham, D’us enviou para ele três hóspedes.

 

O Zoar nos conta que esse três hóspedes apareceram em forma de três árabes, mas na verdade eles eram os Anjos Mihael, Gravriel e Refael, que entrando na dimensão do nosso mundo criaram para si próprios corpos de pessoas desse mundo.

 

 

Os Anjos

Os Anjos são criaturas espirituais que estão continuamente ligados à D’us. O lugar onde eles se encontram é nos mundos de Briá, Yetzirá e na dimensão espiritual do mundo de Assiá.

 

Anjos e Anjas

 

Existem Anjos e Anjas, tanto do lado puro quanto do lado impuro, mas as interações reveladas que aconteceram entre nós e os Anjos do lado puro, geralmente foram com os Anjos e não com as Anjas.

 

Por outro lado, o Zohar nos conta que Adam (Adão), o primeiro homem, depois de ter acusado Havá (Eva) de ter causado a desgraça dele, se separou de Havá por 130 anos, e durante todo esse tempo teve relações conjugais com duas anjas do lado impuro que se materializavam para ter essas relações com ele.

 

Uma dessas anjas do lado impuro é chamada de “Li” (não falamos o nome inteiro dela para não atrair a coisa ruim). Ela é a “esposa”, ou seja, o aspecto feminino, do anjo da morte.

 

Adam também teve relações conjugais com outra anja do lado impuro que era chamada de “Na” (também nesse caso não falamos o nome inteiro dela para não atrair a coisa ruim). O Zoar nos conta que “Na” é a “mãe” dos demônios.

 

O que é um Anjo?

 

A tradução da palavra Mala’h, traduzida para o português como anjo, na verdade significa mensageiro. Os Anjos são chamados de mensageiros porque o trabalho deles inclui também trazer a fartura e abundância Divina para os mundos e também realizar diferentes missões.

 

As criaturas Divinas do mundo de Atzilut e dos mundos acima do mundo de Atzilut, não sentem a própria existência, sendo que esses mundos estão tão unidos à D’us a ponto de não poderem ser chamados de mundos.

 

O exemplo para isso é o brilho do Sol antes de se separar do Sol e chegar à Terra. Mesmo ele estando existindo lá no Sol da mesma maneira que ele vai existir aqui na Terra, lá no Sol ele não tem como ser chamado de brilho porque lá ele ainda é o próprio Sol.

 

As criaturas do mundo de Atzilut são chamados de Neetzalim, e lá é o Paraíso dos grandes Tzadikim que o nível espiritual deles é chamado de “Merkavá”, “A Carruagem Divina”.

 

Esse exemplo nos indica que eles são como uma carruagem em relação ao seu condutor. No nosso mundo eles sempre representaram a vontade Divina e não a própria vontade, e por isso chegaram à esse nível de Paraíso tão elevado que é o mundo de Atzilut.

 

Eles receberam o título de “Merkavá” porque eles chegaram a um nível de união com D’us que é comparado a uma carruagem em relação à quem está dirigindo ela. Ou seja, a única vontade deles é a vontade Divina.

 

Nesse nível estão nossos patriarcas Avraham, Itzhak e Yaakov, e também nossas matriarcas, Sarah, Rifka, Rahel e Leah. Lá também se encontram Moshe Rabeinu e os Tzadikim que chegaram a esse nível tão elevado. Rabi  Shimon bar Yo’hái nos contou no Zoar que somente um ou dois Tzadikim (pessoas altamente elevadas) em cada geração conseguem chegar à esse nível, de tão elevado que ele é.

 

No caso da geração do nosso patriarca Yaakov foram três. Yaakov e suas esposas,  Rahel e Leá.

 

 

A origem dos Anjos

 

Nos mundos de Briá, Yetzirá e Assiá, em contraste ao mundo de Atzilut,  já existe uma separação entre D’us e a criação.

 

As criaturas desses mundos já tem opinião própria, mesmo estando totalmente submissas à D’us.

 

Por isso, mesmo não tendo o “livre arbítrio”, eles são passíveis de fazerem um erro de avaliação, e por esse motivo Moshe Rabeinu não aceitou que um Anjo dirigisse o nosso povo no deserto no lugar de D’us.

 

São nesses mundos de Briá, Yetzirá e Assiá que existem os Anjos, e não acima deles.

 

Os Anjos foram criados a partir da queda das “luzes” na “quebra dos receptáculos” que foi um fenômeno espiritual que aconteceu no mundo chamado de “Olam a Tohu” que se encontra acima de Atzilut.

 

Essas “luzes caídas” receberam uma característica de “partes separadas”, e mesmo estando a “raiz” delas ainda ligada ao mundo do “Tohu”, por causa da descida que tiveram, as criaturas originárias delas sentem sua própria existência, mesmo estando totalmente submissas à D’us devido a grandeza da revelação Divina que acontece nesses mundos.

 

A “Merkavá”, a “Carruagem Divina”

 

Os Anjos são divididos em categorias chamadas de “acampamentos”.

 

Os profetas Yeshaiahu (Isaías) e Yehezkel (Ezequiel) receberam uma profecia metafórica onde eles descrevem a “Merkavá“, a “Carruagem Divina”. Essa” Merkavá” não tem nada a ver com o  “nível Merkavá” que foi o nível espiritual que atingiram nossas matriarcas e nossos patriarcas, mas se trata de outro conceito com o mesmo nome.

 

O profeta Yeshaiahu chegou ao nível de “mundo da Briá”, e a “Merkavá”, “Carruagem Divina” que ele descreve, é a origem dos Anjos do mundo de Briá que são criados lá a partir das “luzes caídas” do mundo do Tou.

 

A “face do leão” da Merkavá

 

A “face do leão” da Mercavá, da “carruagem Divina” é a origem dos Anjos ligados à Sefirá chamada de Hessed (bondade).

 

Eles têm como raiz a quebra do receptáculo da Sefirá chamada de Hessed do mundo de Tou.

 

Sendo que eles são originários da Hessed, o trabalho Divino deles é sempre na categoria de amor.

 

 

A “face do boi” da Merkavá

 

A “face do boi” da “carruagem Divina” é a origem dos Anjos ligados à Sefirá chamada de Guevurá (severidade, dureza)

 

Eles tem como raíz a quebra dos receptáculos da Sefirá chamada de Guevura do mundo de Tou.

 

Sendo que eles são originários da Guevurá, o trabalho Divino deles é sempre na categoria de temor, ou seja, reverência.

 

O Rambam enumera dez categorias de anjos, mas a Hassidut explica que elas são ramificações de três categorias principais que são:

 

Os “Serafim”

 

Os “Serafim”, traduzido como “Anjos incandescentes”, são os Anjos do mundo de Briá.

 

A palavra “Serafim” é o plural da palavra “Saraf” que quer dizer “incandescente”.

 

Os Serafim são os Anjos do mundo da Briá. O trabalho Divino dos Serafim consiste na compreensão intelectual de D’us que por meio dela eles chegam ao nível de entusiasmo “incandescente” no trabalho Divino, e por isso são chamados de Serafim. Ou seja, Anjos “incandescentes”.

 

Os Serafim são uma criação por si só e de estrutura completa de dez Sefirot, tendo como primeira raiz o “Kav” que é o começo do “Seder a Ishtalshelut, “a ordem de desencadeamento” que dá origem aos mundos espirituais.

 

Foi para esses Anjos que D’us falou “vamos fazer o homem a nossa imagem e semelhança”. Essa “imagem e semelhança” são as Dez Sefirót lá em cima e não tem nenhuma ligação à imagem e semelhança material, sendo que o espiritual e o material são duas dimensões totalmente opostas uma da outra.

 

Araíz do nosso corpo material é o”grande Tzimtzum” que é a fonte dos receptáculos enquanto que a raíz da nossa Alma é o “Kav” que é a fonte das “Luzes”. A partir do primeiro Tzimtzum começa um paralelismo entre luzes e receptáculos. O nosso corpo material é o “receptáculo” da nossa Alma que é a “Luz”, e ela, nossa Alma, está ligada às Dez Sefirót.

 

Os Anjos Mihael, Refael e Gavriel que vieram “visitar” nosso patriarca Avraham eram Serafim, ou seja, Anjos do primeiro escalão.

 

Hayot a Kodesh

Os Anjos chamados de “Hayot a Kodesh”, traduzido como “animais santos”, são os Anjos do mundo de Yetzirá.

 

O trabalho Divino dos Hayot a Kodesh acontece por meio do entusiasmo que eles tem por própria natureza, e não pelo entendimento intelectual, e por isso são chamados de Hayot “animais”, sendo que o animal age por instinto e não por compreensão.

 

Ofanim

 

Ofanim é o plural de Ofan, que quer dizer roda e também eixo. Esse é o nome dos anjos que estão na dimensão espiritual do nosso mundo material, no lado espiritual do nosso mundo, o mundo de Assiá.

 

O trabalho Divino deles consiste apenas em reconhecimento, contemplação e submissão à distância, e por isso são chamados de “Ofanim” que são as rodas e os eixos da Merkavá, da “carruagem Divina”.

 

Sendo que eles são os anjos do mundo de Assiá, eles fazem o último “repasse” da abundância da décima das Dez Sefirót que é chamada de Mal’hut, do mundo superior para o mundo material.

 

Cada etapa desse “repasse” consiste na transformação dessa abundância da dimensão na qual ela é recebida para a dimensão para a qual ela é repassada.

 

Ou seja, a Sefirá chamada de Mal’hut recebe a fartura e a abundância do conjunto de seis Sefirót chamado de Zeir Anpin (a pequena face) e rebaixa essa abundância para a dimensão espiritual do mundo material.

 

Esses Anjos do mundo de Assiá vão personalizar essa abundância repassando ela individualmente e de forma material para cada criatura, de acordo com o que foi decretado para ela lá em cima.

 

Por isso, esses anjos dizem “Bendita é a glória de D’us desde o seu lugar”, que significa a continuação da abundância Divina para o mundo de baixo que é o nosso mundo, o lado material do mundo de Assiá.

 

 

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Os Três Anjos

🌻Os Três Anjos🌻

 

Nossa Parashá nos conta que depois de ter feito o Brit Milá, nosso patriarca Avraham recebe a visita de três anjos que desceram para esse mundo em forma humana.

 

Diz o Zohar que nesse caso foram necessários três anjos diferentes. O motivo para isso é que o anjo não tem como fazer algo que não está na sua categoria, e aqui deveriam acontecer coisas de três categorias diferentes.

 

A palavra מלאך, anjo em hebraico, quer dizer enviado. Ou seja, ele é enviado para um assunto específico e não para outro.

 

Diz o Zohar que esses três anjos que vieram visitar Avraham tem como essência três Sefirot diferentes.

 

Em outras palavras, eles não tem como ser enviados para um assunto que não tem a ver com a essência deles, com a Sefirá à qual eles pertencem.

 

O Zohar nos conta que esses três anjos eram Mihael, Gavriel e Refael que se revestiram no “ar” e desceram para esse mundo em forma de pessoas.

 

O anjo Mihael é o responsável pelo “lado direito”, a Sefirá dele é Hessed e todas as coisas boas, todas as bençãos que vem das Sefirot do lado direito foram entregues na sua mão.

 

Nesse caso ele foi enviado para oficializar o que D’us prometeu na Parashá anterior, que Sarah vai ter um filho.

 

O anjo Gavriel é o responsável pelo “lado esquerdo” e a Sefirá dele é a Guevurá. Ele é responsável pelas punições que acontecem no mundo. Ele foi enviado para destruir Sodoma e Gomorra.

 

O Anjo Refael é o “responsável pelas curas” e a Sefirá dele é a Tiferet. Ele veio curar Avraham do Brit milá.

 

Como vimos, o anjo Mihael veio para Sarah, Refael para Avraham e Gavriel para Sodoma e Gomorra. Então, o que o anjo Gavriel estava fazendo na tenda de Avraham?

 

E ainda mais, os anjos perguntam para Avraham “Aonde está Sarah sua esposa”. Será que os anjos não sabiam que ela estava na tenda? Como pode ser que até Mihael, que veio especificamente para ela, não sabia aonde ela estava?

 

Diz o Zohar que o anjo só sabe deste mundo o que é revelado para ele. Nesse caso, por motivo Divino, nem o anjo Mihael que veio comunicar à Sarah que ela vai ter um filho sabia aonde ela estava e foi obrigado a pergutar para Avraham.

 

Se ele veio somente para ela, porque não foi revelado para ele onde ela estava?

 

E ainda mais, da linguagem do versículo entendemos que os outros anjos, que não foram enviados para ela, também perguntaram aonde ela está.

 

Se cada anjo atua somente na sua categoria, porque os outros anjos também tinham que perguntar por ela se eles não tinham nenhuma missão direcionada a ela?

 

🌻A inacreditável resposta de Avraham🌻

 

Avraham responde para eles que Sarah está na tenda. Rashi explica que Avraham usou essa linguagem para determinar que ela tem pudor e por isso não está aqui com eles. Ou seja, nem um copo de água ela vai trazer para eles porque ela é uma mulher e eles são homens.

 

Na próxima Parashá, quando Eliezer vai procurar uma esposa para Itzhak, pede para D’us que a jovem a qual ele pedir um copo de água e ela der água para ele e também para todos os seus camelos será a esposa de Itzhak, a nora de Avraham.

 

Rashi explica que, sendo que ela é generosa, essa é a prova de que ela é adequada para entrar na família de Avraham.

 

Ou seja, se ela não desse o copo de água para Eliezer que era um homem, não se casaria com Itzhak.

 

Como pode ser que aqui na nossa Parashá Avraham se comporta de uma maneira exatamente contrária ao seu próprio perfil!

 

E mais, quando o anjo Gavriel vai destruir Sodoma e Gomorra, o anjo Refael vai com ele. O motivo que a Torá dá é de que Hashem se lembrou de Avraham para salvar Lot, e portanto o anjo Refael vai com a Anjo Gavriel sendo que salvar e curar estão na mesma categoria.

 

🌻Lot, Rut e o Rei David🌻

 

Diz o Zohar que a diferença entre Noa’h, Avraham e Moshe Rabeinu é que Noa’h não rezou por ninguém, Avraham rezou somente pelos Tzadikim e Moshe Rabeinu rezou por todos.

 

De acordo com o Zohar, Avraham não rezou por Lot para não dizerem que Lot por ser parente dele, mesmo não sendo Tzadik foi salvo pela reza de Avraham.

 

Como pode a Torá dizer que Lot foi salvo no mérito de Avraham se Avraham rezou do pelos Tzadikim e explicitamente não rezou por Lot ?

 

Na Parashá anterior vimos que Avraham arriscou a própria vida e a vida das pessoas que o ajudaram para salvar Lot dos quatro reis que o tinham prendido.

 

Nessa ocasião Avraham não pediu para Lot voltar a morar com ele e não cobrou dele um comportamento melhor. O único interesse de Avraham era de que Lot continuasse vivo.

 

🌻A explicação do Guerer Rebe🌻

 

Rabi Itzhak Meir Alter foi o primeiro Rebe da cidade de Gur na Polônia, há 150 anos atrás. Aquela cidadezinha originalmente era um centro religioso católico.

 

Em 1859 quando o Rebe Itzhak Meir assumiu o rabinato dos Hassidim de Kotzk, mudou-se para a cidade de Gur e a chamou de “Guer”, que em Hebraico quer dizer “convertido”.

 

Ou seja, aquela cidade que fazia parte de um roteiro de peregrinação católica se converteu em um grande centro Judaico, atraindo para si uma verdadeira peregrinação de judeus de todos os cantos da Polônia.

 

Rebe Itzhak Meir explicou que Avraham salvou Lot dos quatro reis porque de Lot sairia Rut e dela sairia o Rei David.

 

Diz o Ari Zal que na Alma de Lot estavam as Almas de Rut e do rei David.

 

O Ari Zal nos revelou que Avraham Avinu era uma reencarnação do nível ”Nefesh” de Aão, o primeiro homem.

 

O Midrash nos conta que D’us mostrou para o primeiro homem cada geração e os judeus mais destacados dela. Quando chegou ao Rei David, Adam se entusiasmou, mas D’us revelou à ele que o Rei David seria um aborto.

 

Ouvindo isso, Adam, o primeiro homem, deu 70 anos da própria vida para o Rei David. Ou seja, Avraham tinha um vínculo de Alma com a Alma do Rei David que estava em Lot e por isso tinha que salvá-lo.

 

E agora que o anjo Gavriel foi enviado para destruir Sodoma e Gomorra novamente Avraham teria que salvá-lo.

 

Diz Rabi Itzhak Meir, o Guerer Rebe, que o que aconteceu na tenda de Avraham foi o julgamento de Lot.

 

Ou seja, Lot por si só não teria o mérito de ser salvo, mas dele sairia Rut a Moabita que se converteu ao judaísmo e dela saiu o Rei David.

 

A Torá proibe um Moabita, mesmo convertido, de se casar com uma mulher Judia.

 

A própria Torá traz o motivo para isso, de que eles não levaram pão e água ao nosso povo quando eles saíram do Egito.

 

Quando Avraham responde que Sarah está na tenda, ou seja, que a mulher por motivos de pudor não deve levar pão e água para os homens e nem para mulheres, ou seja, Sarah está na tenda e não é bonito para a filha do Rei se expor, Avraham está determinando que Rut, por ser mulher, não se enquadra dentro do decreto da Torá que proíbe o casamento com Moabitas, e consequentemente o Rei David que saiu dela pôde ser o Rei de Israel ungido pelo profeta Shmuel.

 

O anjo Gavriel estava lá somente para ouvir isso. Ouvindo isso ele foi obrigado a abrir espaço ao anjo Refael para salvar Lot, e quando Refael passava com a família de Lot, Gabriel ia destruindo atrás dele.

 

Quando Avraham viu que Gavriel estava indo para Sodoma acompanhado de Refael não precisou mais rezar por Lot, sendo que a salvação dele estava garantida.

 

 

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Rosh Hodesh – primeira parte

Rosh Hodesh

 

O calendário judaico é baseado na Lua. Ela aparece no céu no início de cada mês judaico como um crescente estreito, que gradualmente se torna mais pleno a cada noite, até ficar perfeitamente cheio e redondo, no meio do mês.

 

Então a Lua “encolhe” até desaparecer totalmente por volta do fim do mês, apenas para reaparecer no começo do novo mês.

 

Quando a Lua surge primeiramente como um estreito crescente, é chamada de  “Molad” que é o “nascimento da Lua”( “novilúnio” ).

 

No Shabat antes da Lua nova, anunciamos e abençoamos o novo mês exceto o mês de Tishrei, que é abençoado unicamente pelo próprio D’us.

 

De um Molad ao seguinte passam-se pouco mais de vinte e nove dias e meio, e essa é a duração do mês judaico.

 

Mas sendo que não podemos ter metade do dia pertencendo a um mês e a outra metade ao seguinte, o calendário foi construído de um jeito que às vezes temos vinte e nove dias no mês, e as vezes, trinta, mas nunca mais do que trinta e nunca menos do que vinte e nove.

 

É por isso que às vezes temos somente um dia de Rosh Hodesh que é o início do mês e às vezes dois.

 

Quando temos somente um dia de Rosh Hodesh, significa que o mês que terminou porque tinha somente 29 dias.

 

Quando temos dois dias de Rosh Hodesh, o primeiro dia de Rosh Hodesh  pertence ao mês anterior, ou seja, é o 30º dia do mês que terminou, e o segundo dia de Rosh Hodesh é o primeiro dia do novo mês.

 

Num ano “comum” temos seis meses “cheios”, ou seja, “completos”, que são os meses de 30 dias cada, e seis meses “curtos” de 29 dias, seguindo-se um ao outro (30, 29, 30, 29, etc).

 

Isso nos dá um total de 354 dias no ano judaico. Em certos anos “perdemos” um dia, e em outros “ganhamos” um, fazendo com que o número total de dias num ano seja de 353, 354, ou 355, conforme o caso.

 

As vezes o motivo para isso é para evitar que o Yom Kipur caia numa sexta-feira, ou num domingo, para não se seguirem dois dias de Shabat.

 

A Torá nos diz que Pessa’h deve ser na primavera, considerando-se as estações do hemisfério norte, que é a estação em que nossos antepassados saíram do Egito

 

Portanto, não devemos ignorar o sistema solar que determina as quatro estações do ano que em Hebraico são chamadas de “Tekufot”.

 

O Ano Solar tem pouco menos de 365 dias e meio, enquanto o Ano Lunar tem cerca de onze dias a menos!

 

Portanto, se ignorássemos inteiramente o Ano Solar, nossas festas não seriam na mesma época a cada ano com relação à estação do ano, e iriam atrasar onze dias.

 

Em cerca de três anos, sairiam fora de sua respectiva estação por aproximadamente um mês e em nove anos, por cerca de três meses. Nesse caso Pessa’h não seria mais na primavera, e sim no inverno!

 

Por isso fazemos a sincronização entre o Ano Lunar e o Ano Solar. fazemos essa sincronização adicionando mais um mês de Adar para empurrar o mês de Nissan para frente, para o seu lugar apropriado na primavera. acrescentando um mês a mais a cada dois ou três anos de acordo com a necessidade, e assim o nosso calendário se sincroniza tanto com o ciclo da lua quanto com o ciclo do Sol.

 

 

Rabino Gloiber

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Mas se

Mensagem da Parashá

Fazendo contra a vontade Divina achando que essa é a vontade Divina

 

Fazendo contra a vontade Divina achando que essa é a vontade Divina

 

Nossos Sábios nos ensinaram que tudo o que D’us criou não é perfeito, nem os anjos e quanto mais nós, e portanto podem fazer erros de avaliação.

 

Os anjos Gabriel e Refael, dois dos três que vieram visitar Avraham, revelaram a ele que iriam destruir Sodoma e Gomorra. Assim eles causaram uma discussão entre Avraham e D’us.

 

Chegando em Sodoma disseram que eles próprios vieram destruir a cidade (e não D’us) e assim fizeram contra a vontade Divina achando que isso era a vontade Divina, e por isso levaram uma “suspensão”, e só puderam voltar aos céus na época de Yaakov.

 

Daqui vemos que muita coisa que fazemos errado não é por maldade, mas sim por que avaliamos errado por não sermos perfeitos.

 

Daqui aprendemos que temos sempre que avaliar e reavaliar o que fazemos e o que falamos, sempre levando em conta que talvez estamos avaliando errado e a dor que podemos causar ao próximo poderá ser irreversível.

 

Temos que aplicar o benefício da dúvida, dúvida que fizemos um erro de avaliação, sempre a favor do nosso próximo, por isso temos que julgar todos sempre pelo lado bom e nunca fazer coisas que possam magoar alguém, portanto devemos estar sempre olhando para todos com bons olhos.

 

❤️❤️❤️❤️❤️

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Aprendemos com o nosso patriarca Avraham Avinu a base do sucesso nos negócios

Vayerá

 

Aprendemos com o nosso patriarca Avraham Avinu a base do sucesso nos negócios .

 

Avraham não se fechou em um quarto dentro de uma casa esperando alguém bater na porta da casa, depois bater na porta do quarto e depois perguntar qual é a mensagem que ele tem para a humanidade.

 

Mas foi à um lugar onde muita gente passava, abriu sua tenda aos quatro ventos e ainda ficou na porta no sol escaldante chamando as pessoas para comerem em sua tenda e aprenderem a agradecer à D’us que criou o céu e a terra !

 

Daqui aprendemos que:

Se você faz e não divulga, é como se não tivesse feito.

 

Esse é o segredo do sucesso nos assuntos materiais e espirituais , divulgar o que fazemos por todos os meios que temos alcance, sempre fazendo todo mundo saber que você existe e o que você está oferecendo , transformando as pessoas a sua volta em fãs e sempre tomando a iniciativa !

 

Muitos de nós somos limitados por velhos e desatualizados conceitos de sermos divas inacessíveis demonstrando assim nosso alto nível e valor, noções inadequadas para a era atual.

 

Achamos que não precisamos interagir com as pessoas porque que fazer isso é uma atitude que nos rebaixaria ao nível delas , ou porque não damos importância a essa interação , ou porque não nos sentimos confortáveis interagindo , e por final nos fechamos no nosso “mundinho”.

 

Aprendemos com Avraham Avinu a interagir!

 

Quando Avraham recebeu os anjos disfarçados de simples viajantes, foi pessoalmente chamá-los para a sua tenda, pediu à Sarah para fazer bolos, correu para fazer a comida, pediu para seu filho Ishmael ajudar, e por fim ficou em pé ao lado deles pronto para servi-los no que for preciso.

 

No final ele descobriu que eram anjos do céu, e recebeu deles o maior presente da sua vida, ter um filho com Sarah.

 

Aprendemos com ele que quando interagimos com as pessoas só temos a ganhar.

 

Cada pessoa pode ser o anjo que vai te ajudar, ou se não, pelo menos você ganhou uma grande Mitzvá.

 

 

Rabino Gloiber

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Emuná e Bita'hon

D’us é o nosso pai biológico

 

A Guemará nos conta que três participantes são necessários para existirmos:

 

Nossa mãe, que participa com a parte dela (o óvulo), nosso pai, que participa com a parte dele, e D’us que participa colocando nesse óvulo fecundado uma Alma.

 

Ou seja, se D’us não coloca nele a Alma, o óvulo não se torna um embrião e é descartado automaticamente.

 

Em outras palavras, D’us também é o nosso pai biológico e consequentemente responsável por nós como os pais são responsáveis em suprir todas as necessidades dos seus filhos.

 

E ainda mais, sendo que a participação de D’us é mais importante do que a dos nossos pais, ele é mais responsável por nós do que nossos próprios pais.

 

E essa responsabilidade não termina quando fazemos dezoito anos e nos casamos, porque para D’us sempre seremos suas amadas crianças pequenas durante todos os nossos 120 anos de vida neste mundo.

 

Em outras palavras, nós somos essa Alma que D’us colocou, e nosso corpo é a nossa vestimenta, a roupa da nossa Alma.

 

Por isso, quando alguém perde o pai, ou a mãe, ou a irmã, ou o irmão, ou a filha, ou o filho, ou quando a esposa perde o marido ou o marido perde a esposa, D’us nos livre de tudo isso, nesses sete casos de falecimento, o costume judaico é rasgarmos a roupa.

 

O motivo oculto para isso é o de demonstrar que a pessoa querida está deixando uma roupa que é o corpo material e daqui a pouco ela vai vestir outra roupa.

 

Ela vai ganhar um corpo espiritual no mundo superior para poder usufruir daquele mundo por meio daquele corpo espiritual.

 

O Zoar nos conta que quando a Alma sai do corpo, depois que a pessoa falece, ela vai para a “Mearat a Ma’hpela”, o túmulo dos nossos patriarcas, porque lá é o ponto de acesso ao Paraíso.

 

Lá ela se encontra com o Adam a Rishon, o primeiro homem, e se encontra também com os patriarcas do nosso povo.

 

Se ela tem o mérito, eles ficam muito alegres com a chegada dela, abrem o portão que liga o mundo material ao mundo espiritual, e ela tem acesso ao Paraíso.

 

Chegando ao “Gan Éden”, traduzido como o “jardim dos prazeres”, o Paraíso, ela recebe uma “roupa nova”.

 

Um corpo espiritual na aparência do corpo material que ela tinha nesse mundo, para poder, por meio dele, usufruir de todos os prazeres daquele mundo espiritual.

 

Quando falamos sobre a aparência que tínhamos nesse mundo, levamos em conta que nossa aparência muda de um extremo ao outro durante nossos longos anos de vida.

 

É claro que esse corpo espiritual que vamos receber lá, mesmo tendo a aparência do corpo material que tínhamos aqui nesse mundo, não vai ter a aparência dos sinais de idade ou outros problemas de estética que tivemos durante a nossa longa vida neste mundo material.

 

A Guemará nos conta que quando D’us criou Adam (Adão) e Havá (Eva) criou eles com vinte anos de idade e exatamente com essa mesma aparência Adam faleceu 930 anos depois.

 

A velhice só começou com o nosso patriarca Avraham que foi a primeira pessoa a envelhecer fisicamente desde o começo do mundo.

 

Ou seja, vinte gerações de Adam até Avraham não envelheceram.

 

Noa’h tinha aparência de vinte anos de idade, sua esposa e seus filhos também.

 

Assim também será o nosso corpo espiritual no Gan Éden, com aparência de vinte anos independente da idade que a pessoa tinha quando faleceu.

 

O panorama do Gan Éden a Ta’hton, o Baixo Paraíso, que fica no mundo da Yetzirá, é composto de imagens desse mundo e imagens do mundo de cima, sendo que ele é o intermediário entre o mundo que está acima dele que é o mundo da Briá, e o nosso mundo.

 

Uma hora no Gan Éden a Tah’ton, no baixo paraíso, equivale a setenta anos dos maiores prazeres aqui nesse mundo.

 

No meio do Gan Éden a Tah’ton existe uma grande “coluna bordada de todas as cores”, ou seja, sincronizada com todas as sincronizações entre o baixo Paraíso e o Alto Paraíso.

 

Quando chega o Shabat, e também quando chega o Rosh Hodesh que é o começo do mês judaico, todos sobem por meio dela do Gan Éden a Tah’ton, do baixo Paraíso, para o Gan Éden a Elion, para o Alto Paraíso.

 

Uma hora no Gan Éden a Elion, no alto Paraíso, equivale a setenta anos dos maiores prazeres do baixo Paraíso.

 

Mas para subir para o alto Paraíso, a Alma tem que deixar o corpo espiritual que ela recebeu no baixo Paraíso na entrada dessa “coluna”, e lá no Alto Paraíso ela recebe um corpo espiritual compatível àquele nível para poder usufruir dos prazeres do Alto Paraíso.

 

Depois do Shabat e do Rosh Hodesh, ela deixa o corpo espiritual do Alto Paraíso, desce por essa “coluna” para o baixo Paraíso e se reveste novamente no corpo espiritual dela compatível para o baixo Paraíso.

 

Rabi Israel Baal Shem Tov, fundador da Hassidut que é a linha do judaísmo feita para tornar o lado oculto da Torá acessível à cada um de nós, escreveu uma carta para o seu cunhado Rabi Avraham Guershon Kitover, contando sobre a sua viagem ao Gan Éden.

 

Trouxe aqui para vocês uma parte dessa carta:

 

Escreveu o Baal Shem Tov: Em Rosh Hashaná no ano de 5507 (1746) acessei (somente Alma) aos mundos superiores, e vi lá coisas maravilhosas que nunca havia visto antes.

 

Eo que eu vi e aprendi lá é impossível de te compartilhar mesmo pessoalmente de tão maravilhoso.

 

Quando voltei para o Gan Éden a Tah’ton (baixo Paraíso) vi muitas e muitas Almas de pessoas que conhecia, e também de pessoas que não conhecia.

 

Todos estavam subindo e descendo de mundo para mundo por meio da “coluna” conhecida pelos estudiosos da Torá oculta.

 

E estavam com tanta alegria, uma alegria tão grande que não conseguiria descrever em palavras, e até se conseguisse você não conseguiria imaginar de tão grande que era.

 

Etambém encontrei lá pessoas que nesse mundo fizeram muitas coisas erradas, mas no final se arrependeram e foram desculpados, porque aquele momento era um momento muito especial que até eu fiquei muito impressionado.

 

Porque muitos e muitos foram desculpados e aceitos lá no Paraíso, muitos que você conheceu e nunca imaginaria que eles estariam aqui.

 

E eles também estavam em uma alegria tão intensa, tão grande, que não conseguiria descrever, e subiam também todas aquelas subidas.

 

E todos juntos, como se fossem uma só pessoa, me pediram e insistiram muito muito dizendo:- Alto dos altos, maior de todos os eruditos da Torá, D’us te abençoou com um entendimento profundo para compreender todos esses assuntos.

 

Suba com a gente para ser a nossa ajuda e o nosso apoio (sendo que existem inúmeros níveis de inúmeros aspectos nessas subidas).

 

E por causa da alegria tão grande que vi entre eles decidi subir junto com eles.

 

Lá eu descobri por meio de uma visão, que o anjo da morte estava atuando no tribunal Divino por meio de delações para conseguir trazer ao mundo decretos contra as comunidades judaicas, e muitas pessoas morreriam de formas trágicas.

 

Fiquei muito espantado e arrisquei a vida de verdade para impedir com que isso acontecesse.

 

Pedi ao meu Rebe e mestre, o profeta Ahiya a Shiloni, ir comigo. Porque é um grande perigo para uma pessoa viva subir mais e mais nos mundos superiores.

 

Porque desde que cheguei ao nível de conseguir subir aos mundos espirituais nunca subi à alturas tão grandes como essas.

 

E subi de nível em nível, até chegar ao salão do Mashia’h, onde ele estuda Torá com todos os Tanaim que são os Sábios da Mishná, e com todos os Tzadikim que são as pessoas altamente elevadas.

 

Lá eu vi uma alegria extremamente grande, e não sabia qual era o motivo de toda essa alegria.

 

Achei que eles estavam tão alegres porque provavelmente eu iria deixar o mundo físico e me unir a eles.

 

Mas me avisaram depois que eu ainda não iria falecer porque eles tem um grande prazer lá em cima dos Y’hudim que eu faço lá embaixo no mundo material com a Torá que eles nos ensinaram.

 

Mas a essência daquela grande alegria eu não sei até hoje.

 

E perguntei para o Mashia’h :- Quando o Sr. vem para o mundo? E ele me respondeu :-Vou te dar um sinal: Quando o seu estudo (a Hassidut) for publicado e revelado pelo mundo, e se espalharem suas fontes para fora.🌻

 

Daqui vemos a importância de estudar a Hassidut que começou a ser revelada pelo Baal Shem Tov e continuou a ser revelada de geração em geração pelos seus sucessores, o Maguid de Mezritch, o Baal a Tanya, e todos os Rebes de Lubavitch que vieram após eles.

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo mas sempre rezando por você

🌻🌻🌻🌻🌻