Ódio gratuito

Ódio Gratuito:

No começo da nossa Parashá Hashem (D’us) pede para fazer uma guerra contra Midian por eles terem abalado a estrutura do nosso povo recrutando um exército de mulheres para seduzir os jovens judeus e induzi-los à idolatria do Baal Peor causando 24.000 mortes em uma epidemia que surgiu como consequência disso

Essa guerra aconteceu há mais de 3260 anos. Por qual motivo temos que nos lembrar hoje que vencemos a guerra de Midian há tanto tempo atrás?

A Torá tem um lado revelado que chamamos de “corpo da Torá” e um um lado oculto, “Alma da Torá”.

O lado “corpo” dessa guerra aconteceu há mais de 3260 anos atrás mas o lado “Alma” dela acontece diariamente.

Aqui na nossa Parashá estudamos no lado oculto da Torá o diagnóstico de uma “Klipá” (força espiritual negativa que atua no mundo) chamada de klipat Midian.

Essa Klipá é a fonte espiritual do ódio gratuito que causou a destruição do segundo Beit Hamikdash, o exílio do nosso povo, e até hoje ela continua no nosso meio.

Então não é por acaso que lemos essa Parashá nessa época em que o Beit Hamikdash foi destruído .

A Torá já tinha nos contado sobre os meraglim (espiões) que contra a vontade Divina queriam que o povo ficasse no deserto estudando Torá para entrarem na terra de Israel mais preparados.

Agora, depois de décadas de estudo, nosso povo se encontra com um exército de mulheres que vem nos seduzir.

Como poderiam correr atrás da primeira mulher que vissem depois de estar quase quarenta anos estudando Torá?

Essa é a consequência da Klipá que se provou resistente a estudos de Torá, à classe social e até à nível espiritual. Todos nós estamos sujeitos à ela, ela é a pior de todas as klipot.

Características da Klipá de Midian

1-Bilam o feiticeiro sabia que para D’us as piores coisas são a idolatria e as relações ilícitas.

Bilam não tinha motivo justo para aconselhar Balak, rei de Moav contra nós. Seu país (Midian) estava longe de nós e não estava nos nossos planos de conquista, e portanto o ódio dele por nós era “ódio gratuito”.

Ele viajou até Moav sabendo que Moav também não estava em perigo, para dar o conselho mais destrutivo do mundo em relação à nós.

Ele estava “possuído” por essa klipá

Quando essa Klipá nos contagia nos tornamos dispostos a fazer tudo para destruir. Ela desperta em nós o sentimento de destruição sem limites, sem motivo ou por um motivo muito pequeno, destruir gratuitamente.

Como nos proteger dessa klipá

Não nos deixando seduzir pela Klipá! Sempre que sentirmos motivação para entrar em uma briga e querer destruir nosso próximo a ponto de desejar até sua inexistência, sabemos que ela se despertou em nós.

Imediatamente temos que despertar nosso sistema imunológico espiritual (yetzer hatov) contra ela e tomarmos a decisão de não brigar, não dar palpites destrutivos e não “colocar lenha na fogueira” seja o que não for.

As jovens de Midian justificaram seu comportamento como causa nobre e espiritual, e até princesas participaram dessa sedução em massa.

Cada uma levou com ela seu deuzinho, o Baal Peor, que foi apresentado como deus politicamente correto que apoiava o prazer e bem estar de seus adoradores e cuja adoração consistia em fazer as “necessidades” sobre ele demonstrando que não existe nada proibido no mundo contanto que isso te dê prazer

A mensagem dessa klipá é: “Se você se sente bem brigando com alguém, brigue!”

Ela apresenta a destruição por meio de brigas e intrigas como causa nobre, politicamente correta e ainda com o apoio divino da idolatria.

Como sabemos que isso é Klipá ? Pelas consequências !

Por mais nobre e politicamente correta que seja a causa, se a consequência dela é a destruição, aí a klipá se encontra.

Então vamos abrir mão da legitimidade da briga olhando mais longe, vendo que se continuarmos uma briga todos sairemos perdedores.

No começo da briga ou da intriga já temos que mentalizar a paisagem da destruição do pós briga, e do tempo necessário para reparar os prejuízos que ela causará e para curar os ferimentos que ela trará.

Vamos abrir mão dos prazeres descontrolados da briga que a klipá nos oferece para não morrer na peste espiritual que é a consequência desse tipo de prazer .

Separação: bem ou mal?

No primeiro dia da criação do mundo quando D’us criou a luz ele disse “Ki Tov”(Que bom)

No segundo dia D’us criou a separação colocando limites entre os oceanos e as nuvens, uma separação extremamente necessária que sem ela não existiríamos.

Mesmo assim D’us não falou que era bom.

A separação pode ser uma coisa extremamente necessária, mas sendo que é uma separação coisa boa ela não é. Talvez em certos casos ela seja até necessária, mas boa ela não é !

Nosso Beit HaMikdash foi destruído por causa de ódio gratuito e será reconstruído por causa de amor gratuito.

Então chegou a hora, como sempre dizia Rabi Akiva:  Amar ao próximo como a si mesmo é uma grande regra da Torá

וְאַהֲבָתָהּ לְרֵעֲךָ כָּמוֹךָ זֶה כְּלָל גָּדוֹל בַּתּוֹרָה

Rabino Gloiber

Sempre correndo

mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.org

Bein HaMeitzarim בין המיצרים (entre os apertos)

 

 

Bein HaMeitzarim בין המיצרים (entre os apertos)

 

As “Três Semanas” entre os dias 17 de Tamuz e 9 de Av representam um período de luto anual no qual lembramos a destruição do primeiro e do segundo Beit HaMikdash (o Templo Sagrado de Jerusalém) e o início de nosso exílio.

 

Nessas três semanas não fazemos casamentos e nem cortamos o cabelo, também não ouvimos musicas tocadas por instrumentos musicais verdadeiros e ao vivo.

 

Esse período tem início no dia 17 do mês hebraico  de Tamuz, data que marca a destruição das muralhas de Jerusalém pelos romanos em 69 da EC.

 

Essa época termina com o jejum de Tishá BeAv,  dia 9 do mês de Av, data da destruição do Beit Hamikdash.

 

Este é o dia mais triste do calendário judaico, e é também a data em que muitas outras tragédias aconteceram para o  nosso povo

 

Um pouquinho de Guemátria

 

O número 21 que é a soma dos dias dessas “Três Semanas” forma a palavra hebraica A’h que significa somente

 

O dia 17 de Tamuz tem o valor numérico da palavra hebraica “Tov”, que quer dizer “bondade”

 

Essas duas palavras juntas são o começo do versículo : “A’h tov Leisrael”, que quer dizer “Apenas o bem para Israel”

 

Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente à coisas boas.

 


17 de Tamuz

 

Cinco acontecimentos trágicos aconteceram nesse dia na história do nosso povo:

 

No dia 6 de Sivan recebemos os Dez Mandamentos no Monte Sinai. No dia 7 de Sivan Moshe Rabeinu subiu bem cedinho no Monte Sinai para receber o resto da Torá, e ficou lá quarenta dias e quarenta noites.

 

No dia 17 de Tamuz Moshe Rabeinu desceu do Monte Sinai, depois de 40 dias de “altas revelações” carregando as duas Lu’hot que eram lousas de pedra preciosa gravadas por Hashem (D’us) com os Dez Mandamentos e juntas formavam um cubo de pedra preciosa.

 

Quando Moshe viu o povo dançando em volta do Bezerro de Ouro, as essas Lu’hot que Moshe Rabeinu conseguia carregar somente por milagre de Hashem, caíram das suas mãos e se quebraram. Essa tragédia aconteceu no dia 17 de Tamuz.

 

Na época do primeiro Beit Hamikdash que era o Templo Sagrado de Jerusalém, no dia de 17 de Tamuz as oferendas do Beit Hamikdash foram anuladas por causa do cerco em volta da cidade.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz, Nebuzaradan, que era o general da Babilônia, quebrou a muralha de Jerusalém e seu exército invadiu a cidade de Jerusalém onde todos os judeus tinham se refugiado, fazendo um verdadeiro holocausto, assassinando uma quantidade enorme de pessoas.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz foi colocada uma estátua no Beit Hamikdash.

 

 

O Talmud Yerushalmi nos traz duas opiniões em relação a essa estátua:

 

Uma opinião é de que na época do primeiro Beit Hamikdash, Menashe, que era o rei da Judéia  naquela época, colocou um ídolo no Beit Hamikdash, e isso aconteceu no dia 17 de Tamuz.

 

Outra opinião é de que “Apostomos o Rashá” (Apostomos o criminoso) que era um governador dos gregos da Síria que dominava a nossa terra na época do segundo Beit Hamikdash, colocou uma estátua no Beit HaMikdash.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz “Apostomos o Rashá” ordenou queimar o Sefer Torá.

 

Não sabemos se o motivo para esse acontecimento ter entrado na nossa história é pelo fato de isso ter acontecido pela primeira vez ou pelo fato de eles terem confiscado nossos Sifrei Torá durante muito tempo e no dia 17 de Tamuz terem feito um evento público de queima de todos os Sifrei Torá apreendidos.

 

A diferença entre as primeiras e as últimas Lu’hot :

 

As primeiras eram a obra de Hashem (D’us) , as segundas eram obra de Moshe, como está escrito:“faça para você” (Moshe as fez).

 

A milagrosa escrita Divina gravada nas primeiras Lu’hot nunca mais foi recuperada.
Essa forte revelação Divina cujas letras estavam gravadas de lado à lado de forma legível sob qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem qualquer possibilidade de distorção da escrita

 

Quando as primeiras Lu’hot foram dadas, nosso povo estava em um nível de “Tzadikim” (pessoas altamente elevadas) porque ao acamparem em frente ao Monte Sinai, a impureza que eles tinham antes desapareceu.
Quando eles receberam as segundas Lu’hot eles estavam em um nível de Baalei Teshuvá, ou seja, de pessoas que ficaram com remorso do que fizeram.

 

Mas as segundas Lu’hot tinham uma grande qualidade: elas foram dadas com as Hala’hot, o Midrash e as Agadot. Elas foram assim “uma dupla doação de sabedoria da Torá”, como o explica a Guemará em Nedarim (22B).

 

Além disso, a partir da hora que recebemos essas segundas Lu’hot, um raio de luz iluminou o rosto de Moshe.

 

Em breve em nossos dias todos esses dias de sofrimento vão se transformar em dias de festa com a chegada do Mashia’h e a Gueulá, nossa redenção final .

 

Rabino Gloiber
sempre correndo
Mas sempre rezando por você

 

www.RabinoGloiber.com

 

Os poderes da fala


 

Nossa Parashá nos conta que Balak, o rei de Moav, depois de ver as grandes vitórias que tivemos sobre os mais poderosos e invencíveis reis da região que eram Sihon rei dos emoreus, e Og rei de Bashan, viu que não teria a mínima chance de vitória se fosse atacado por nós.

 

Mesmo que era público o fato de termos uma meta pela frente que não incluía a conquista de Moav, mesmo assim ele não tinha como confiar.

 

Balak fez uma ampla pesquisa para descobrir como pode um povo sair da escravidão, passar quarenta anos no deserto como se nada tivesse acontecido, e ainda vencer as maiores potências mundiais da época?

 

Ele descobriu o segredo da “bomba atômica” judaica: A Tefilá (a Reza).

 

Balak descobriu que o nosso povo saiu do Egito porque rezou para Hashem (D’us).

 

Hashem mandou Moshe tirar nosso povo do Egito com palavras!

 

Mesmo que em cada uma das pragas que Hashem trouxe para o Egito era obrigatório ter uma ação para sincronizar o mundo de cima com o nosso mundo de baixo que é o mundo da ação, mesmo assim o lado mais relevante foi a fala

 

Moshe disse que o rio Nilo iria virar sangue e ele virou sangue, mesmo que para isso foi necessário a “cajadada” de Aharon somente para motivos de sincronização.

 

Moshe disse que viriam rãs e vieram rãs!

 

Moshe disse que viriam piolhos e vieram piolhos!

 

Moshe falava e as pragas aconteciam !

 

O faraó prometia que iria deixar nosso povo sair e pedia para Moshe rezar para parar a praga. Moshe rezava e a praga parava, e nesse caso não precisava de “cajadada”.

 

Balak descobriu que a nossa força está nas palavras que falamos.

 

Nenhum judeu deu uma única flechada em nenhum egípcio. O Egito que era a superpotência mundial da época foi destruído com palavras! As palavras trouxeram as pragas e as palavras tiraram as pragas.

 

E no caso de Sihon e Og foi exatamente igual. Não tínhamos um exército treinado e nem equipado que justificasse vencer as maiores potências do mundo. Nossa Tefilá trouxe esses milagres. Nossa força está nas nossas palavras!

 

Balak contra atacou da maneira correta. Ele descobriu que não tinhamos força a não ser por meio das nossas palavras, então ele foi chamar o maior feiticeiro da época para nos atacar também com palavras. Bomba atômica contra bomba atômica!

 

A Torá nos conta que não existiu no povo de Israel um profeta tão grande como Moshe. No povo de Israel não existiu mas entre os povos do mundo sim. E quem era ele? Bil’am!

 

Para os povos do mundo não dizerem que se eles tivessem um profeta tão grande como Moshe Rabeinu eles se comportariam melhor, Hashem deu para eles Bil’am. Mas por causa dele, não só que eles não se comportaram melhor, mas ao contrário, eles se comportaram pior ainda!

 

Bil’am era mundialmente conhecido. Quem ele abençoava era abençoado e quem ele amaldiçoava morria.

 

Da mesma maneira que nós, a força de Bil’am estava nas palavras que ele dizia.

 

Existe um pequeno instante em que a Sefirá da Guevurá desperta lá encima. Bil’am sabia qual era esse instante. Quando a Guevurá despertava ele começava a sua maldição, e quem é amaldiçoado nesse pequeno instante não escapa.

 

A tal ponto que o próprio D’us foi obrigado a impedir o despertar da Guevurá todo o tempo que Bil’am tentou amaldiçoar o nosso povo.

 

Daqui aprendemos que nunca devemos falar palavras ruins, principalmente dentro da família, porque se, D’us nos livre, acertamos sem querer esse instante, estaremos causando um prejuízo irreversível. E depois que a briga terminar não adianta chorar….

 

Hashem trocou a maldição de Bilam por Bençãos.
Bilam profetiza sobre o Rei David e sobre o Mashiach

 

Por que a Benção de Bilam e suas profecias foram necessárias para nós?

 

Para entender isso vamos votar na nossa história até a época do nosso patriarca Yaakov que lutou contra uma criatura espiritual que era o próprio anjo de Essav. Essav era o patriarca de Edom que mais futuramente deu origem que países europeus.

 

Yaakov pediu para o anjo de Essav abençoar ele. O anjo de Essav abençoou Yaakov dizendo que seu nome não será mais Yaakov mas sim Israel.

 

Poderíamos e com razão dizer que o anjo foi forçado a abençoar Yaakov. Aí vem Bilam e diz : Quanto são boas suas tendas Yaakov, suas moradias Israel. O reconhecimento final vem por meio de Bilam que representa todos os povos do mundo

 

A profecia de Bilam continua revelando o futuro Rei David e o mais futuro ainda, o descendente do Rei David, o Mashiach.

 

O Rei David subjugou todos os povos à nossa volta, e o Mashiach vai subjugar o mundo inteiro.

 

E por que essa profecia tinha que vir por meio de Bilam?

 

Da mesma maneira que a profecia do término de Edom tinha que vir por meio do profeta Ovadiahu (Abadias) que tinha se convertido ao judaísmo e era proveniente de Edom.

 

Diz o Zohar que o fato de o anjo de Essav ter ferido a perna de Yaakov não foi um simples ferimento material, mas foi um ferimento espiritual profundo que se revelou materialmente.

 

Esse ferimento espiritual teve como consequência o fato de que qualquer profeta judeu que tentasse falar a profecia da destruição de Edom cairia antes de dizê-la.

 

Por isso ela teve que ser dita pelo profeta Ovadiahu que não era um descendente de Yaakov mas sim de Essav.

 

E assim conseguimos entender a necessidade das Bençãos de Bilam e de suas profecias.

 

Conclusão

 

Nunca devemos amaldiçoar ninguém por pior que seja a situação, sendo que nossas palavras têm uma sincronização espiritual. Se acertamos sem querer o momento em que a Guevurá está revelada podemos causar uma tragédia mesmo não tendo intenção.

 

Sempre devemos dar Bençãos à todos sem limites🌻🥰❤️

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️

 

www.RabinoGloiber.org

 

O Rebe Yossef Itzhak de Lubavitch

 

O Rabi Yossef Itzhak era um ardente defensor da nossa coletividade na época do império russo e posteriormente da união soviética.

 

Ele lutou incansavelmente pela nossa autonomia, tanto material quanto espiritual.

 

Sua ação o opôs ao regime anti-semita tsarista e mais tarde aos comunistas, que negavam D’us.

 

A consequência disso foi que ele conheceu as prisões russas, onde ele foi encarcerado algumas vezes.

 

12-13 de Tamuz
Aniversário do Rabi Yossef Itzhak (1880-1950), sexto líder de Chabad-Lubavitch.

 

Libertação do Rabi Yossef Itzhak Schneerson da prisão bolchevique de Leningrado, 1927.

 

Seu encarceramento foi resultado da sua luta implacável para preservar a vida religiosa judia dentro da União Soviética.

 

Ajudado por fiéis seguidores, estabeleceu uma ampla rede clandestina de escolas de Torá, e de ajuda financeira para a observância do Shabat e a compra de artigos religiosos, construção e manutenção de Mikves (banho ritual para pureza familiar) e fortalecimento de todos os assuntos judaicos dentro da cortina de ferro,

 

Embora a sentença inicial que os russos lhe deram tenha sido pena de morte, a pressão internacional fez com que a pena fosse comutada a 10 anos de trabalhos forçados no Ártico e depois a três anos de exílio nos Urais.

 

Depois de uns poucos dias de exílio, ele foi libertado em Tamuz 12-13 e logo depois, forçado a deixar a Rússia.

 

Sua libertação foi considerada, nessas circunstâncias, milagrosa.

 

Sua luta assegurou que a chama de judaísmo, esmagada quase até a extinção, permanecesse iluminando clandestinamente e se tornasse a fonte da surpreendente onda moderna de retorno ao judaísmo entre os milhares de judeus intelectuais soviéticos, criados por quatro gerações de ateísmo e materialismo marxista!

 

12 de TAMUZ 12 Tamuz no Hayom Yom, o Dia de Hoje

 

Festa da liberação – Não se fala o Tachanun – Aniversário do Rebe Yossef Itzhak nascido em 5640 (1880).

 

Neste dia, ele recebeu em 5687 (1927) a boa notícia da sua liberação do exílio que tinha lhe sido aplicado depois do seu encarceramento, por ter reforçado a Torá e o judaísmo. (Sabe-se que durante o dia do seu aniversário, o Mazal do homem domina e vem ajudá-lo.)

 

Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak:

 

“Nestes dois dias de libertação, os 12 e 13 de Tamuz próximos, os hassidim farão um Farbrenguen, para o bem e para a benção, material e espiritual, como instituiu o nosso primeiro pai, o Admor Hazaquen, possa o mérito do santo Tzadik ser uma benção para a vida do mundo futuro.

 

Sua Alma reside nos palácios celestiais. Possa seu mérito proteger-nos.

 

Durante este Farbrenguen, os hassidim discutirão, num ambiente fraterno, como reforçar os momentos do estudo.

 

Dirijo-lhes a minha benção para que D’us lhes dê muito, tanto material quanto espiritualmente.

 

Sexta 13 Tamuz 5703 Festa da liberação Foi neste dia que o Rebe Yossef Itzhak foi libertado.

 

O encarceramento começou às duas horas e quinze da manhã, na quarta feira 15 de Sivan 5687 (15 de julho de 1927).

 

Ele ficou exilado na cidade de Kostrama até meio dia e trinta de quarta feira 13 de Tamuz 5687 (13 de julho de 1927).

 

Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak de escrita na ocasião da festa da liberação:

 

“Envio-lhes um discurso hassídico… Ele constitui a minha participação aos meus caros amigos, os hassidim, no lugar onde se encontrarem, para que possam ter muito sucesso.

 

Desta maneira, estarei com vocês durante o seu Farbrenguen para reforçar as práticas da hassidut, para fixar um tempo para estudá-la, para respeitar este tempo, para ser estimulado a cumprir o que resulte deste estudo…

 

Nosso D’us e o D’us dos nossos pais abençoará toda a comunidade dos hassidim, eles mesmos, sua família, seus filhos e seus netos, no seio de nossos irmãos, os filhos de Israel, a quem D’us outorgará longa vida e todo o bem da alma e do corpo.”

 

12 de Tamuz, o nascimento e a vida de um grande Líder

 

Uma vez em muitas gerações, quando Seu povo Israel está muito aflito, quando no seu amargo exílio ele recebe uma dose suplementar de sofrimento e de opressão, o Todo-Poderoso envia uma alma elevada para ajudá-lo nessas horas críticas.

 

Líder único, assim, foi o sexto Rebe de Lubavitch, o Rabi Yossef Itzhak Schneerson, filho único dos seus santos pais, Rabi Shalom-Ber (RaShaB) e a Rabanit Shterna Sara.

 

Foi certamente a Providência Divina que enviou um homem tão grande, com seu amor insondável pelos Judeus, sua Messirut Nefesh (devoção total) sem limites por eles, seus talentos e suas qualidades excepcionais de espírito e de personalidade para salvar o judaísmo russo em tempos de grave perigo.

 

E quando a horrível catástrofe do nazismo engoliu o Judaísmo Europeu, foi o Rebe, com seu idealismo sem compromisso e sua absoluta devoção à Torá e à Tradição judaica o escolhido pela Providencia Divina para fazer dos Estados Unidos um porto para a Torá.

 

Rabi Yossef Itzhak Schneerson, o sexto Rebe de Lubavitch, nasceu no dia 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch na Rússia e faleceu em 10 de Shevat de 5710 (1950) em Brooklin, Nova Iorque.

 

Em 1927 ele foi detido pelas autoridades soviéticas por causa do seu trabalho incansável para preservar o judaísmo e as instituições da Torá sob o regime soviético.

 

Após um encarceramento doloroso e aterrador na célebre prisão “Shpalerca” em Leningrado, durante dezoito dias e meio, no curso dos quais sua vida estava em jogo, a sentença do prisioneiro foi comutada para deportação para Costroma por um período de três anos. Mas dez dias depois, ele foi liberado.

 

A notícia da sua liberação iminente foi comunicada a ele no dia do seu aniversário e no dia seguinte ele já era um homem livre.

 

Sua mãe, a Rabanit Shterna Sara, contou um dia a seguinte história: “Já tinham passado muitos anos desde o meu casamento mas eu ainda não tinha sido abençoada com uma criança.

 

Isso me deprimia um pouco, especialmente por eu ser ainda muito jovem e por estar longe da casa da minha família.

 

No dia de Sim’hat-Torá do ano de 5640 estávamos no Kidush com alguns convidados na casa do meu sogro o Rebe de Lubavitch da época, Rabi Shmuel (o MaHaRaSh).

 

No momento culminante da celebração foi feita uma bênção “Mi Shebera’h” para aqueles que prometessem contribuir para uma certa causa de Tzedaká.

 

Tendo terminado com os homens, os “oficiantes” se dirigiram para a sala onde estavam as mulheres e muitas mulheres foram abençoadas com um “Mi Shebera’h”.

 

Parece que me esqueceram pois não foi dito nenhum “Mi Shebera’h” para mim!

 

Fiquei muito decepcionada porque gostaria de ter sido particularmente abençoada nesta ocasião tão especial.

 

Alguns instantes depois, alguém, aparentemente, percebeu o esquecimento. O oficiante voltou para dizer um Mi Shebera’h para mim.

 

Mas senti que não era a mesma coisa, isso estava me parecendo um “remendo”. O Kidush não durou muito.

 

Meu santo sogro voltou para seu quarto e os hassidim, inclusive meu esposo, se dirigiram à casa do Rabi Shulem Reich, genro do Rabi Baruch Shalom, o filho mais velho do Tzema’h Tzedek, para ali prosseguirem a festa.

 

Depois da saída dos hassidim, me retirei para o meu quarto onde sentei-me, lamentando a minha sorte.

 

Eu estava me sentindo triste por não ter filhos ainda; e me sentia completamente só.

 

Para coroar tudo, o incidente do Mi Shebera’h também me irritava. Abaixei a cabeça e comecei a chorar, encostada na mesa. Então adormeci.

 

Nesse momento um venerável Judeu entrou no meu quarto e me perguntou: ‘Porque choras assim, minha filha?’

 

Abri meu coração para ele e lhe disse o que havia provocado minhas lágrimas.

 

O visitante me disse então: ‘Não chore. Eu lhe prometo para este ano a bênção de um filho. Mas tem duas condições: primeiro, logo depois de Iom-Tov será preciso dar hai (18) rublos de caridade, do seu dinheiro pessoal; segundo ….’ Não lembro exatamente qual foi a segunda condição, mas acho que tinha algo a ver com o segredo que eu devia guardar sobre a gravidez pelo maior tempo possível.

 

O visitante inesperado deixou então o quarto para voltar pouco depois na companhia de dois outros veneráveis Judeus.

 

Em sua presença, ele me repetiu sua promessa, bem como as condições necessárias; os outros dois deram o seu consentimento.

 

Os três então me abençoaram e foram embora.

 

Acordei com o coração palpitando. Pouco depois o meu marido voltou.

 

Ele estava visivelmente feliz e de bom humor e mal entrou no quarto, fez uma travessura.

 

Falei-lhe imediatamente do meu sonho. Ele ficou muito sério e foi se consultar com seu pai.

 

Quando voltou, disse que seu pai desejava ver-me imediatamente. Fui falar com meu sogro.

 

Ele me pediu para repetir o sonho com os mínimos detalhes e me questionou depois com respeito à aparência dos três homens que eu tinha visto no meu sonho.

 

Descrevi-os, e ele então explicou: ‘o primeiro era meu pai (o santo Tzema’h Tzedek) e os dois outros: meu avô (o Miteler Rebe) e meu bisavô (o Alter Rebe), bendita seja sua memória.

 

Após Yom Tov, eu deveria me submeter à primeira condição. Mas como juntar os 18 rublos para Tzedaká?

 

Recordei que possuía um vestido novo caro, feito na última moda, que meu sogro não queria me ver usando; portanto ele ficava pendurado num armário.

 

Chamei uma mulher judia influente que era ativa na cidade em obras de caridade e lhe pedi, confidencialmente, para vender meu vestido.

 

Não ficaria bem se corresse a voz que a nora do Rebe de Lubavitch estava vendendo alguma coisa do seu guarda-roupa.

 

O produto dessa venda e de outros objetos pessoais me permitiram reunir os 18 rublos que distribuí em dinheiro para Tzedaká.

 

Neste mesmo ano de 5640 (1880), no dia 12 de Tamuz, meu filho Yossef Itzhak nasceu.”

 

12-13 TAMUZ

 

O Shloh nos ensinou que todas as festas judaicas, inclusive aquelas de origem rabínica, estão ligadas à porção semanal da Torá em que ocorrem.

 

Entendemos que isso também se aplica à “festa da libertação” de 12 e 13 de Tamuz, que celebra a libertação do Rebe precedente de Lubavitch das prisões soviéticas onde fora encarcerado unicamente por ter se dedicado à propagação do judaísmo.

 

Esta festa está, portanto, ligada à Sidra de Balak, já que acontece na mesma semana.

 

Qual a ligação entre as duas?

 

Nossos sábios nos contam que Balak odiava o povo judeu ao máximo.

 

Consequentemente ele fazia questão de prejudicá-lo de todas as maneiras possíveis até chegar a contratar os serviços do feiticeiro Bilam.

 

Isto também ocorreu no arresto e liberação do Rebe precedente de Lubavitch.

 

Como ele próprio escrevera numa carta, “o seu trabalho religioso era permitido de acordo com as leis do país ”.

 

Ele foi detido por aqueles que procuravam atrapalhar “aqueles que observam as leis de Moisés e de Israel”, embora isso estivesse “em oposição com as leis do país ”.

 

O ódio destas pessoas pelo judaísmo e pelos judeus religiosos era similar ao de Balak, a ponto de estarem prontos a ir contra as leis da natureza, destruindo o trabalho sagrado do Rebe Yossef Itzhak.

 

Do mesmo modo que Balak e Bilam falharam nas suas tentativas a ponto de, em vez de maldizer os judeus, Bilam acabou por abençoá-los, do mesmo modo o Rebe Yossef Itzhak foi liberado.

 

As pessoas que eram responsáveis pela sua prisão foram forçadas a assistir à sua liberação e até participaram para ajudar o Rebe a deixar o país.

 

Deste modo, o Rebe Yossef Itzhak mereceu este milagre porque seu ser inteiro, bem como suas ações pelo judaísmo estavam totalmente penetradas pelo sacrifício total de si mesmo.

 

Foi especialmente assim já que sua obra para difundir o judaísmo “neste país” precisava do sacrifício de si para cada aspecto da Torá e das Mitzvot.

 

Sua liberação milagrosa podia estar revestida em fatos naturais.

 

Mais que anular as leis da natureza este milagre foi tão elevado que ocorreu naturalmente.

 

D’us tem, em geral, três modos de dirigir o mundo:

 

a) de acordo com as leis da natureza

 

b) com milagres que transcendem e anulam as leis naturais

 

c) com uma revelação divina tal que o milagre está envolto na própria natureza.

 

Com referência a este último ponto, a própria natureza está tão penetrada de espiritualidade que concorda com o milagre e se torna disponível para que ele aconteça por meio dela.

 

Assim foi o milagre de Purim. Apesar de envolto pelas leis da natureza, é claro para todos que as causas foram sobrenaturais.

 

Isto também ocorreu com o milagre de 12 e 13 de Tamuz, em que as mesmas pessoas que deram a ordem de prisão ao Rebe pronunciaram a sua liberação.

 

Nossos Rebes de Chabad nos ensinam que o auto-sacrifício, sacrifício de si próprio, é tão elevado que ele transforma a natureza num receptáculo para a divindade.

 

A abnegação constante do Rebe Yossef Itzhak de Lubavitch foi soldada por um milagre cuja fonte era mais alta.

 

O QUE DEVE FAZER AQUELE QUE É “PRESO” PELO DESÂNIMO

 

Contando sobre seu encarceramento, o Rebe Yossef Itzhak disse ter sido invadido pelo desespero ao pensar nos membros da sua família.

 

De repente, uma ideia surgiu na sua mente:

 

“Basta! Tudo vem de D’us. Não tenho direito de ter um pensamento desses.

 

Devo me lembrar da face do meu pai, o Rebe”.

 

Disso podemos deduzir o que devemos fazer quando somos “presos” pelo desânimo:

 

Devemos imaginar a face do Rebe.

 

De fato, cada um de nós deve fazer isso de vez em quando, se lembrar dos propósitos que foram ouvidos dele, saber que o Rebe vai sempre nos ajudar e por isso é preciso se preocupar.

 

(Palavras do Rebe em Lag Baomer 5710, 1950)

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️

 

www.RabinoGloiber.org

 

Hoje é o dia da libertação do Rebe 🌻 12 e 13 de Tamuz


 
Bom dia pessoas maravilhosas ❤️🥰
 
Hoje é dia 12 de Tamuz, 5640 (1880) – 10 de Shevat, 5710 (1950)
 
Os Primeiros Anos
 
Rabi Sholom DovBer, o quinto líder do crescente Movimento Chabad, estava sempre ocupado com o crescente número de encontros públicos, conferências e importantes convocações rabínicas aos quais tinha de comparecer.
 
O desfile interminável de delegações hassídicas, pessoas em busca de conselhos e orientação, a necessidade de supervisionar e instruir seus seguidores, além de sua necessidade pessoal de estudos bíblicos e hassídicos, aumentavam cada vez mais seus dias de trabalho, que já se alongavam do início da manhã até tarde da noite.
 
Ele resolveu designar um secretário pessoal para aliviá-lo de parte do seu pesado fardo.
 
Sua escolha recaiu no seu filho de quinze anos, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn.
 
Nascido a 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch, na Rússia, o jovem já provara sua capacidade no campo dos estudos, e era reconhecido como um brilhante erudito. Ele em breve provaria ser também um competente administrador, com enorme talento para atividades comunitárias e cívicas.
 
Em 5655 (1895), o jovem Rabino participou da grande conferência de líderes religiosos e leigos em Kovno, e novamente no ano seguinte em Vilna.
 
No dia 13 de Elul de 5657 (1897), aos dezessete anos, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn casou-se com Nehamah Dinah, filha de Rabi Abraham Schneersohn, um homem importante de grande erudição e religiosidade (e neta do Tsêmach Tsêdec).
 
Durante a semana de festividades que se seguiu à cerimônia de casamento, Rabi Sholom DovBer anunciou a fundação do famoso seminário Yeshivá Tomchei Temimim, e no ano seguinte nomeou seu filho como diretor executivo.
 
Sob a hábil direção de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn, e orientado pelo seu pai sempre atento, a Yeshivá Lubavitch floresceu e desenvolveu-se em muitos seminários em toda a Rússia.
 
As duas primeiras décadas do século vinte foram para testar ao máximo a ilimitada energia, zelo e capacidade do jovem rabino. Pode-se somente fazer uma breve menção dos eventos mais importantes contidos naqueles vinte anos.
 
Como parte dos extenuantes esforços feitos para melhorar o status econômico dos judeus na Rússia, Yossef Yitschac Schneersohn foi incumbido pelo pai de conduzir uma intensa campanha para o estabelecimento de uma indústria têxtil em Dubrovna.
 
Esta campanha, em 5661 (1901), levou Rabi Schneersohn a Vilna, Lodz e Koenigsberg.
 
Ele obteve a cooperação de rabinos importantes e de famosos filantropos, os irmãos Jacob e Eliezer Poliakoff, e a tecelagem foi realmente aberta, com cerca de 2.000 empregados judeus.
 
Intercessão em Prol dos Judeus da Rússia
Já conhecemos a situação difícil dos judeus sob o regime czarista e como os Rebes de Lubavitch intercederam continuamente em prol de seus irmãos, tanto com o Governo como com o Tribunal.
 
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn aceitou muitas dessas missões e viajava freqüentemente para S. Petersburgo e Moscou.
 
Quando a Guerra Russo-Japonesa irrompeu no Leste em 5664 (1904), Rabi Yossef Yitschac Schneersohn tornou-se ativo na campanha iniciada por seu pai para prover os soldados judeus na Frente Leste com Matzot para Pêssa’h.
 
Na confusão que se formou no desenrolar daquela guerra, uma nova onda de pogroms varreu os Assentamentos Judaicos.
 
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn foi enviado pelo pai à Alemanha e Holanda, e conseguiu obter a intercessão de importantes homens de estado em prol dos judeus da Rússia.
 
No ano 5668 (1908), ele participou novamente na convocação rabínica em Vilna, No ano seguinte, foi à Alemanha para reunir-se com líderes judeus locais.
 
Na volta, ele tomou parte nos preparativos para a convocação rabínica de 5670 (1910).
 
Suas atividades públicas enérgicas e abrangentes, sua vigilante defesa dos direitos dos judeus russos e sua luta constante contra as autoridade locais e centrais despertaram a inimizade do regime czarista da época.
 
Entre os anos de 5662 e 5671 (1902-1911), Rabi Schneersohn foi preso em Moscou e S. Petersburgo em quatro ocasiões.
 
Como as investigações do Governo nada descobrissem de ilícito em suas atividades, ele foi libertado todas as vezes com uma severa advertência.
 
Estes incidentes não detiveram Rabi Schneersohn de continuar sua obra, mas o estimularam a esforços ainda maiores.
 
Nos anos de 5677 (1917) e 5678 (1918) ele novamente tomou parte na assembléia de Rabinos e leigos em Moscou e Kharkov.
O Czar, a KGB, etc.
 
O corpo físico de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn, sexto Rebe de Lubavitch, foi encarcerado na infame Prisão Spalerno, porém seu espírito indomável continuou completamente livre.
 
Apesar das severas torturas físicas e psicológicas a ele infligidas pelos cruéis e rudes carcereiros, ele jamais vacilou na sua crença em D’us e na sua devoção ao Judaísmo.
 
Em 15 de Sivan, após uma noite interminável de tortura, ele exigiu que lhe entregassem seus tefilin. “Esqueça!” riram os torturadores. “Jamais os receberá enquanto estiver aqui!”
 
“Nesse caso, declaro que vou entrar em greve de fome. Até que me entreguem meus tefilin, não vou comer nem beber nada, e os prisioneiros da minha cela serão testemunhas do meu jejum.”
 
O Rebe ficou na cela escura rezando em voz alta, enquanto seus companheiros de cela permaneciam num silêncio respeitoso.
 
Nem o ambiente assustador nem as coisas profanas gritadas pelos guardas conseguiam permear as profundas meditações do Rebe.
 
O Rebe continuou sua greve de fome durante os dois dias e noites seguintes. Às dez horas daquela noite foi levado para um interrogatório.
 
Havia três interrogadores: dois judeus – Lulov e Nachmanson – e um não-judeu, Dachtriov.
 
A sala era grande e as paredes de mármore alinhavam-se tubos grandes que permitiam aos agentes da GPU na sala adjacente ouvir e transcrever o interrogatório.
 
Quando o Rebe entrou na sala, voltou-se aos seus interrogadores e disse:
 
“Esta é a primeira vez que entro numa sala e nem uma única pessoa se levanta do seu lugar!”
 
“Você sabe onde está?” perguntaram a ele.
 
“Claro. Sei que este é um lugar onde NÃO é preciso colocar uma mezuzá.
 
Existem outros locais assim, como por exemplo, um estábulo e um banheiro.”
 
O Rebe recusou-se a ficar intimidado e declarou furioso: “Vocês não têm o direito de acusar-me! Devolvam meus objetos!”
 
Porém eles começaram a ler as acusações contra o Rebe.
 
Enfrentar as forças reacionárias da URSS; contra-revolução; exercer influência sobre judeus russos; divulgar a religião; corresponder-se com estrangeiros e passar informação sobre a União Soviética, etc.
 
O Rebe explicou que ele não impunha sua vontade sobre ninguém; a hassidut influencia pelo exemplo, não pela força ou poder.
 
Cento e oitenta anos antes, seu ancestral, Rabi Shneur Zalman, tinha sido forçado a explicar os dogmas da hassidut aos interrogadores do Czar; agora Rabi Yossef Yitschac tinha de fazer o mesmo aos interrogadores soviéticos.
 
O Rebe respondeu a todas as acusações, e então lançou palavras duras a Lulov, dizendo: “Escute. Talvez você pense que vai dar início a um novo caso Beilis [a infame acusação de libelo de sangue], mas lembre-se como aquela tentativa falhou.”
 
O Rebe continuou a refutar dessa maneira todas as palavras deles.
 
Naquele momento, Nachmanson entrou na sala e relatou o seguinte caso: “Lulov, você sabia que meus pais não tinham filhos até que foram pedir uma bênção ao Rebe de Lubavitch?
 
Este é o homem, bem aqui… e eu sou o filho que nasceu.”
 
Os interrogadores riram desbragadamente pela ironia.
 
O interrogatório durou a noite toda.
Ao final, Lulov explodiu furioso: “Mais 24 horas e você será fuzilado!” Esta era uma possibilidade real naquela época.
 
Sofrendo dores lancinantes pelas surras que tinha recebido, o Rebe continuou sua greve de fome até sexta-feira, quando seus tefilin e livros lhe foram devolvidos.
 
Naquela hora, o Rebe anunciou que comeria apenas alimentos trazidos de sua casa.
 
Naquele Shabat, recebeu três halot inteiras assadas em casa (um exemplo do novo tratamento que passaria a receber).
 
O guarda que anteriormente tinha sido tão cruel, agora saía de seu caminho para acomodar o Rebe.
 
Como o Rebe tinha pedido, o guarda batia à sua porta para indicar a hora da prece noturna, e na conclusão daquele Shabat, o
Rebe recebeu dois fósforos para a santidade do Shabat e a semana mundana.
 
Em 12 de Tamuz, Rebe Yossef Yitschac foi libertado da prisão e da morte certa.
 
Treze anos depois, o Rebe chegou aos Estados Unidos.
 
Sua chegada assinalou o início de uma nova era no Judaísmo. Tinha-se presumido que a Torá jamais poderia florescer na América como tinha feito na Europa, mas com seu famoso pronunciamento “A América não é diferente”, o Rebe.
 
Lidando Com as Autoridades Comunistas
Com o falecimento de seu pai em 2 de Nissan de 5680 (1920), Rabi Yossef Yitschac Schneersohn foi convidado por todo o mundo Chabad a aceitar a liderança do Movimento e tornar-se o próximo Rebe de Lubavitch
 
Naquela época as condições tinham mudado bastante. Como resultado da Guerra e da Revolução de Outubro, a Rússia estava em constante conflito interno. Como sempre, os judeus eram quem mais sofria.
 
Naqueles dias, Rabi Schneersohn viu-se praticamente sozinho, enfrentando uma tarefa que exigia um esforço sobre-humano – a reabilitação da vida comunitária e religiosa dos judeus na Rússia.
 
Ele enfrentou sua luta em duas frentes, a material e a religiosa.
 
Os judeus russos tinham sido reduzidos à mais abjeta pobreza e sofrimento, e o futuro do Judaísmo tradicional era ameaçado pela política atéia da Yevsektzia (o ramo judaico do Partido Comunista Soviético, responsável pelas atividades anti-judaicas.
Posteriormente foi dissolvido pelo Governo Soviético).
 
Durante sua luta solitária pela preservação do Judaísmo tradicional na Rússia, Rabi Yossef Y. Schneersohn percebeu que um novo país teria de superar a Rússia como grande centro de Torá.
 
Portanto, ele fundou um Seminário Talmúdico Lubavitch (yeshivá) em Varsóvia, em 5681 (1921), e ali continuou sua obra.
 
A yeshivá Lubavitch na Polônia, como sua similar na Rússia, desenvolveu-se rapidamente num sistema completo de seminários, e centenas de estudantes foram matriculados em suas várias filiais.
 
Enquanto isso, Rabi Yossef Y. Schneersohn conduzia corajosamente sua obra na Rússia, fundando e mantendo seminários, escolas de Torá e outras instituições religiosas.
 
Naquela época Rabi Schneersohn tinha sua sede principal em Rostov sobre o Don, mas devido a acusações caluniosas foi preciso mudar-se dali.
 
Ele fixou residência em Leningrado (S. Petersburgo), de onde continuou incansavelmente a dirigir suas atividades.
 
Ele organizou um comitê especial para ajudar artesãos judeus e operários que desejavam observar o Shabat, e enviou professores, pregadores e outros representantes às mais remotas comunidades judaicas na Rússia, para fortalecer sua vida religiosa.
 
Percebendo a necessidade de organizar comunidades Chabad fora da Rússia, o Rebe formou a Agudat Chassidei Chabad dos Estados Unidos e Canadá, mantendo contato regular com seus seguidores no Novo Mundo.
 
Em 5687 (1927), o Rebe fundou o seminário Lubavitch no Usbequistão, uma província remota da Rússia.
 
Sua posição contra aqueles que desejavam minar a religião judaica tornou-se ainda mais arriscada.
 
A Yevsektzia estava determinada a contê-lo, e recorreu até mesmo a intimidação e tortura mental.
 
“Certa manhã, quando o Rebe estava observando yahrzeit pelo seu pai, três membros da Yevsektzia entraram na sinagoga, armados de revólveres, para prendê-lo. Calmamente, o Rebe terminou suas preces e seguiu-os.
 
Enfrentando um conselho de homens armados e determinados a tudo, o Rebe novamente reafirmou que não desistiria de suas atividades religiosas, sem temer ameaças.
 
Quando um dos agentes apontou um revólver para ele, dizendo: “Este brinquedinho já fez muitos homens mudarem de idéia”, o Rebe respondeu calmamente: “Este brinquedinho pode intimidar somente o homem que tem muitas paixões e deuses, e apenas um mundo – este mundo.
 
Como eu tenho somente um D’us e dois mundos, não estou impressionado pelo seu brinquedinho.”
 
Sua luta chegou ao auge no verão de 5687 (1927), quando o Rebe foi preso e colocado em confinamento solitário na famosa prisão Spalerno em Leningrado.
 
Ele foi sentenciado à morte, mas a intervenção oportuna de estadistas estrangeiros salvou sua vida. Em vez de ser executado, ele foi banido para Kostroma, nos Urais, por três anos.
 
Cedendo à pressão feita por aqueles estadistas, as autoridades decidiram libertar o Rebe. Ele foi informado desta decisão no dia de seu aniversário, 12 de Tamuz.
 
No dia seguinte ele teve permissão de partir e se alojar na aldeia de Malachovka, nas vizinhanças de Moscou. Outra intervenção resultou na permissão para o Rebe deixar a Rússia e ir para Riga, na Latvia.
 
No dia seguinte à Festa de Sucot, juntamente com sua família e sua biblioteca histórica e valiosa, o Rebe partiu para Riga.
 
Sem fazer uma pausa para descansar, ele retomou suas atividades, estabelecendo um seminário talmúdico em Riga, Em 5688 e 5689 (1928/29), ele assegurou a provisão de matsot para os judeus da Rússia.
 
Irrompe a Segunda Guerra
 
No ano de 5689 (1929), o Rebe visitou Israel e em seguida foi aos Estados Unidos.
 
Em Nova York ele teve uma recepção cívica, e lhe foi concedida liberdade na cidade. Centenas de rabinos e líderes leigos deram as boas vindas ao Rebe, e pediram entrevistas pessoais com ele. Durante esta visita, ele foi recebido pelo Presidente Hoover na Casa Branca.
 
Voltando à Europa, ele continuou suas diversas atividades, mas para ter melhores facilidades em seu trabalho ele fixou residência em Varsóvia em 5694 (1934).
 
As atividades dos seminários Lubavitch na Polônia tinham agora recebido um impulso considerável.
 
O seminário central em Varsóvia e na vizinha Otwosk atraíam centenas de eruditos de todas as partes da Polônia e de outros países, incluindo os Estados Unidos.
 
Dois anos depois, o Rebe fixou residência em Otwosk e passou a dirigir suas atividades daquele local.
 
Quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939 (5699), o Rebe recusou muitas oportunidades de deixar o inferno de Varsóvia até que tivesse cuidado de seus seminários e feito todo o possível para ajudar seus irmãos sofredores da capital polonesa.
 
Ele permaneceu lá durante todo o terrível cerco e bombardeio a Varsóvia e sua capitulação final aos invasores nazistas.
 
Mesmo durante esta época, ele conseguiu evacuar muitos de seus alunos para regiões mais seguras, e todos os meninos americanos que estavam estudando no seminário Lubavitch em Otwosk foram transportados em segurança de volta para os Estados Unidos.
 
Sua coragem e temeridade (ele teve uma sucá construída e cumpriu a Mitzvá de “habitar na sucá” no auge do bombardeio) foram uma fonte de inspiração para a sofrida comunidade judaica de Varsóvia.
 
Com a cooperação do Departamento de Estado em Washington, os amigos e seguidores do Rebe trabalharam incansavelmente para organizar sua viagem de Varsóvia a Nova York.
 
Finalmente, o Rebe e sua família receberam uma salvo-conduto para Berlim e dali para Riga na Latvia, que ainda era neutra na ocasião.
 
Uma vez lá, o Rebe continuou a auxiliar os numerosos refugiados que tinham conseguido escapar da Polônia para a Lituânia e Latvia.
 
Em 9 de Adar Sheni de 5700 (19 de março de 1940), o Rebe chegou a Nova York no S.S.
Drottningholm.
 
Foi entusiasticamente recebido por milhares de seguidores e muitos representantes de diversas organizações, bem como autoridades civis.
 
Chegada aos Estados Unidos
Quando o Rebe chegou aos Estados Unidos, não perdeu tempo para estabelecer um fundo de ajuda para os judeus do outro lado do oceano.
 
Entrou em contato com funcionários do governo e dos departamentos de Estado, fazendo enorme pressão para validar o máximo possível de vistos, à medida que a guerra ficava mais perigosa e mais portões de fuga se fechavam.
 
Ele trabalhou com organizações humanitárias para tentar conseguir ajuda para muitos dos campos, antes que se soubesse sobre o genocídio em massa.
 
Uma ênfase especial foi dada aos judeus nos Países Bálticos e na União Soviética, de onde milhões fugiam em busca de segurança.
 
Estes refugiados não tinham alimentos, um local para viver ou para onde fugir.
 
O governo russo os mandava executar ou deportar para a Sibéria, onde milhões estavam desaparecendo.
 
O Rebe enviava secretamente pacotes de alimentos e itens religiosos para estes judeus através de operações subterrâneas, enquanto fazia campanhas oficiais juntamente com outros rabinos proeminentes e organizações judaicas para receber permissão oficial e acesso à União Soviética durante o tempo de duração da Guerra.
 
O Rebe respondeu a muitos pedidos de campos de refugiados judeus durante a Guerra, enviando-lhes artigos religiosos vitais, bem como representantes para encorajá-los a não desistir, dizendo que haveria um futuro para a nação judaica.
 
A década que se passara entre a primeira e a segunda visitas do Rebe aos estados Unidos tinha deixado cicatrizes em sua saúde.
 
Porém, embora ele estivesse minado pelo sofrimento e martírio, Rabi Schneersohn devotou-se à nova missão de transformar os Estados Unidos num centro vibrante de estudo de Torá.
 
O Seminário Talmúdico Central “Tomchei Temimim Lubavitch” logo foi fundado, e tornou-se o precursor de muitos seminários e escolas em todos os Estados Unidos.
 
O Rebe continuou seus esforços em prol de seus irmãos afligidos pela guerra do além-mar, e ao mesmo tempo concentrou-se na sua intenção de provocar um renascimento religioso nos Estados Unidos.
 
Após uma breve estadia em Nova York, o Rebe transferiu a sede para o Brooklyn. A primeira edição da revista mensal Hakriah Vehakdusha fez sua aparição como órgão oficial da Agudat Chassidei Chabad Mundial e continuou durante toda a Guerra.
 
Durante os dez anos de sua vida nos Estados Unidos, a influência e as realizações de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn no fortalecimento do Judaísmo, na melhoria da educação judaica, e na criação de instituições de estudos judaicos foram tão notáveis, que o Judaísmo e o estudo de Torá nos Estados Unidos, e posteriormente em outros países, assumiram uma feição totalmente diferente.
 
Além do estabelecimento das yeshivot Tomchei Temimim Lubavitch nos Estados Unidos e Canadá, o Rebe fundou Machne Israel, Merkot L’Inyonei Chinuch, Beth Rivkah e Beth Sarah, escolas para meninas, e a Editora Kehot, dedicada à publicação de livros no verdadeiro espírito e tradição de Torá.
 
Foram criados também os grupos Mesibot Shabat para meninos e meninas, para tornar crianças e adolescentes judeus conscientes de seu grande legado espiritual.
 
Encontrar-se todo Shabat numa atmosfera agradável, ser liderados por uma pessoa na mesma faixa etária e de seu próprio bairro, imbui estas crianças com os fundamentos da religião judaica, da santidade do Shabat e de outros preceitos.
 
Ao final da Guerra em 5705 (1945), Rabi Yossef Y. Schneersohn estabeleceu sua Organização para Ajuda e Reabilitação a Refugiados, Ezras Oleitim Vesidurom, com um escritório regional em Paris.
 
Muitos refugiados foram ajudados por este escritório a emigrar para Israel. Em 5708 (1948), o Rebe estabeleceu a aldeia Chabad (Kfar Chabad) perto de Tel Aviv.
 
Pouco antes de sua morte, Rabi Yossef Y. Schneersohn voltou sua atenção às necessidades do Judaísmo na África do Norte.
 
Foi lançado o alicerce para uma rede de instituições educacionais, incluindo seminários, escolas primárias para meninos e meninas, das quais todas continuaram a prosperar sob o nome “Oholei Yossef Yitschac Lubavitch”.
 
Uma rede semelhante de instituições foi estabelecida em Israel, e escolas de tempo integral em Melbourne, Austrália.
 
Muitos líderes comunitários e trabalhadores judeus se inspiraram com o sucesso da obra de Rabi Yossef Y. Schneersohn e redobraram seus próprios esforços.
 
Novas organizações e instituições brotaram no campo da educação judaica e observância do Shabat, e sua influência está se fazendo sentir cada vez mais.
 
Pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que este homem notável foi um dos pilares do Judaísmo mundial em nossa geração.
 
Rabi Yossef Y. Schneersohn faleceu no Shabat 10 de Shevat de 5710 (1950), após trinta anos de esforços infatigáveis como líder de Chabad e dos judeus de todo o mundo.
 
A notícia de sua morte entristeceu judeus em todos os países, que prantearam com uma sensação de perda pessoal o falecimento de um líder tão inspirador, iminente e devotado.
 
No entanto, eles encontraram consolo ao saber que seu espírito vive na corrente inquebrável de liderança Chabad; e que as instituições que ele fundou continuam a florescer e se expandir sob a liderança de seu sucessor, o atual Rebe e líder do Movimento Chabad, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória.
 
Genealogia
 
O Rebe Anterior – Yossef Yitschac
5640 (1880): Nascimento do Rebe, a 12 de Tamuz.
 
5655 (1895): Inicia sua obra comunitária como secretário particular de seu pai, e participa da conferência de líderes comunitários em Kovno.
 
5656 (1896): Participa da reunião de Vilna.
 
5657 (1897): A 13 de Elul, desposa a Rebetzin Nechama Dina, filha de R. Avraham.
 
5658 (1898): Designado líder da Yeshivat Tomchei T’mimim.
 
5661 (1901): Para iniciar as fundações para estabelecer a fábrica de Dubrovna, viaja a Vilna, Brisk, Lodz e Koenigsberg.
 
5662 (1902): Viaja a Petersburgo para tratar de assuntos comunais.
 
5665 (1905): Participa na organização de um fundo para fornecer as necessidades de Pessa’h para as tropas no extremo Oriente.
 
5666 (1906): Viaja à Alemanha e Holanda, e lá persuade banqueiros a usarem sua influência para impedir os pogroms.
 
5668 (1908): Participa na organização da Conferência de Vilna.
 
5669 (1909): Vai à Alemanha para conferenciar com líderes comunitários.
 
5670 (1910): Ocupa-se em preparar o encontro de Rabinos. Entre 5662 e 5671 (1902 e 1911), é preso quatro vezes em diferentes ocasiões, em Moscou e Petersburgo, devido às suas atividades.
 
5677 (1917): Ajuda a organizar a Conferência de Rabinos em Moscou.
 
5678 (1918): Participa na organização do Encontro de Kharkov.
 
5680 (1920): Aceita o cargo de Rebe,
 
5681 (1921): Cria programas de atividades comunitárias para reforçar o judaísmo na Rússia; estabelece a Yeshivat Tomchei T’mimim em Varsóvia.
 
5684 (1924): Forçado pela Cheka (Polícia Secreta) a deixar Rostov, por calúnias feitas pela Yevsektzi (Seção hebraica do Partido Comunista). Estabelece-se em Petersburgo e trabalha para fortalecer a Torá e o judaísmo através de atividades envolvendo Rabinos, escolas de Torá para crianças, Yeshivot, shochtim, professores formados para ensinar Torá e a abertura de mikva’ot; forma um comitê especial para auxiliar trabalhadores manuais a cumprir o Shabat; estabelece Agudat Chabad nos Estados Unidos e Canadá.
 
5687 (1927): Cria yeshivot em Bukhara. A 15 de Sivan é preso e mantido na prisão de Shpalerno. A 4 de Tamuz, é exilado para Kostrama. A 12 de Tamuz é informado de sua liberdade; no próximo dia é realmente libertado e por ordens do Governo muda-se para Malachovka, perto de Moscou. No dia seguinte a Sucot, 5688 (1927), deixa a Rússia, indo para Riga, Latvia, e lá funda uma yeshivá.
 
5688-9 (1928-9): Cria com sucesso campanhas para enviar matsot à Rússia.
 
5689-90 (1929-30): Visita Erets Yisrael e os Estados Unidos.
 
5694 (1934): Transfere-se para Varsóvia; estabelece associação de t’mimim; cria filiais da Yeshivat Tomchei T’mimim em várias cidades afastadas na Polônia.
5695 (1935): Inicia a publicação do periódico Hatamim.
 
5696 (1936): Transfere a Yeshivá Tomchei T’mimim e sua residência de Varsóvia para a cidade de Otwock.
 
5699 (1939): Cria Agudat-Chabad no mundo todo.
 
5700 (1940): A 9 de Adar II, chega a New York e estabelece-se no Brooklyn; devota-se com sucesso a resgatar seus pupilos; funda a Yeshivat Central Tomchei T’mimim.
 
5701 (1941): Inicia a publicação do jornal Hak’ria V’hak’dusha; funda a Machne Israel.
 
5702 (1942): Funda Yeshivat Tomchei T’mimim com escolas preparatórias em Montreal, Canadá; estabelece Merkos L’inyonei Chinuch; funda Yeshivat Achei T’mimim em Newark, Worcester e Pittsburgh; estabelece a Sociedade Editora Kehot de Lubavitch.
 
5703 (1943): Cria a Biblioteca Otzar Hachassidim de Lubavitch.
 
5704 (1944): Estabelece um grupo Nichoach para compilar e publicar melodias de Chabad; inicia a publicação do jornal Kovetz Lubavitch; cria a Sociedade para Visitação aos Doentes (Bikur Cholim).
 
5705 (1945): Abre um escritório para refugiados, com uma filial em Paris; estabelece a Sociedade Eidenu para estudos avançados do Talmud, e Shaloh (instrução religiosa para alunos de escolas públicas); inicia esforços para melhorar a situação espiritual de fazendeiros judeus e outros em comunidades rurais na América.
 
5708 (1948): Funda a aldeia Chabad em Safaria, perto de Tel Aviv, para refugiados da Rússia.
 
5709 (1949): Apressa a organização de uma comissão para a educação dos filhos de olim para Erets Israel abrigados em maabarot (campos transitórios) e tem sucesso.
 
5710 (1950): Algumas semanas antes de seu falecimento lança as fundações e o programa para a obra educacional e o fortalecimento da Torá no norte da África. Como resultado, foram criados um seminário para professores, uma Yeshivá, uma Yeshivá júnior, um Talmud Torá para meninos e outro para meninas, todos sob a denominação geral de “Oholei Yosef Yitschac – Lubavitch.” No Shabat Parashat Bo, a 10 de Shevat de 5710 (1950) às oito da manhã, faleceu e foi enterrado em New York.
 
Seu genro, nosso Rebe de Lubavitch, assumiu a liderança um ano depois que ele faleceu e é o nosso Rebe até a nossa Gueulá completa em breve e em nossos dias Amén ❤️
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️
 
www.RabinoGloiber.com
 

A fonte dos super poderes do maior de todos os feiticeiros

Lavan, Bilam, Naval

Todo o poder de Bilam, toda a sua força, estava na fala. Ele fazia feitiços por meio da fala, maldições por meio da fala, dava maus conselhos e fazia intrigas, tudo por meio da fala

 

Na Parashá anterior estudamos que o principal da Alma de Kora’h era o lado ruim da Alma de Hevel (Abel).

 

No Shaar Hapsukim do Ari Zal em Parashat Kora’h consta que em Kora’h estavam 308 Almas do lado ruim de Hevel e isso era o principal da Alma dele. Posteriormente ele “pegou” o lado ruim da Alma de Caim.

 

Depois desse acontecimento Kora’h é visto como Alma de Caim até seu conserto e refinamento feito pelo seu descendente, o profeta Shmuel (Samuel) que também é ligado à raiz de de Caim.

 

O profeta Shmuel tirou seu antepassado Kora’h do gehinom seguindo a regra judaica de que o mérito do filho serve para o pai, regra que inclui todos os antepassados.

 

Bil’am também era o lado ruim da Alma de Hevel, mas em um aspecto diferente da Alma de Kora’h.

 

Diz o Sefer Haguilgulim do Ari Zal (livro das reencarnações) que Lavan, o pai das nossas matriarcas, mesmo sendo “Lavan o ruim”, tinha poderes na fala.

 

Quando Eliezer chegou à Haran e ele o recebeu com as palavras “Benvindo abençoado por D’us”, tirou Eliezer da maldição de Noa’h e o transformou de amaldiçoado em abençoado.

 

Posteriormente Lavan se reencarnou e se tornou Bil’am.

 

A fonte dos super poderes

 

O lado ruim de Hevel também tinha um pequeno aspecto de Kedushá (Santidade) porque quando o lado ruim é refinado e “expelido” para fora do lado bom leva com ele um pouco da Kedushá do lado bom.

 

E por isso Bil’am era profeta de alto nível e comparado à Moshe Rabeinu por causa desse lado bom que ainda tinha permanecido nele.

 

Essa comparação de nível também é causada pelo fato de tanto a Alma de Moshe quanto a de Bil’am terem origem em Hevel (Abel) e posteriormente estarem em Shet onde aconteceu o refinamento e a separação.

 

Nessa separação o lado bom foi para Moshe e o lado ruim para Bil’am. Esse era o aspecto espiritual comum entre Moshe e Bil’am

 

Reencarnação como mineral

 

D’us é a essência do bem e o que chamamos de castigo não é um castigo mas sim o refinamento da Alma.

 

Todo o mal que Bil’am fez foi por meio da fala e por isso, diz o Shaar Haguilgulim, ele se reencarnou como pedra.

 

A pedra não fala, e o sofrimento dessa Alma obcecada em falar coisas ruins, quando reencarnada em mineral é enorme.

 

Depois de passar por reencarnação em pedra, diz o Shaar Haguilgulim que Bil’am se reencarnou como Naval Hacarmeli, um judeu muito rico, descendente de Kaleb e portanto parente de David.

 

Os homens de David deram uma ajuda muito grande aos pastores de Naval, e quando Naval fez a grande festa da tosa do seu rebanho como se costumava fazer naquela época.

 

David mandou uma delegação de seus homens para arrecadar fundos para ajudar as famílias dos homens de David que necessitavam de alimentos para as festas judaicas que iriam começar.

 

Nessa ocasião, não só que Naval não participou com nada, mas também fez uma horrível e incriminadora declaração contra seu próprio parente, o Rei David que o ajudou.

 

David tinha sido ungido pelo profeta Shmuel para ser o novo rei Israel e Shaul desconfiava disso e queria assassinar David.

 

A declaração de Naval contra David estava colocando ele e seus homens em perigo dando mais um pretexto para Shaul fazer um novo ataque.

 

Se Naval agradecesse pela grande ajuda que recebeu de David e desse essa Tzedaká que seria o mínimo de reconhecimento pelo trabalho que eles tinham feito para Naval.

 

Esse apoio para as famílias necessitadas que protegeram seus rebanhos, não só que não seria para ele um prejuízo mas seria até um investimento para as próximas vezes que precisasse dessa ajuda.

 

E o principal, o bem da sua Alma, porque se fizesse isso também conseguiria consertar de maneira positiva o que fez de errado na reencarnação anterior.

 

O Rei David ouvindo os insultos de Naval relatados pelos pelos seus homens decidiu usufruir do seu direito de Rei Ungido de poder atacar a pessoa que se declarou contra ele e estava colocando ele em perigo de vida.

 

David e seus homens só não colocaram isso na prática porque Avigail, esposa de Naval se encontrou com David no meio do caminho trazendo mantimentos e implorando para que ele deixasse isso nas mãos de D’us, o que foi visto pelo rei David como uma grande sabedoria e inspiração Divina.

 

Diz o versículo que quando Avigail conta à Naval a consequência das suas palavras ruins “ele ficou como uma pedra”.

 

A memória da Alma

 

Diz o Ari Zal que a linguagem do versículo nos revela que mesmo não nos lembrando da nossa reencarnação anterior, nossa Alma se lembra, e por isso ele teve essa reação.

 

Inconscientemente ele se lembrou que por esse mesmo motivo ele tinha se reencarnado em uma pedra.

 

Logo após esse acontecimento ele faleceu, nos mostrando que quando a pessoa não faz o conserto da sua Alma de maneira positiva o conserto acontece por si só, mas de maneira negativa.

 

Aprendemos da história de Bil’am para o nosso dia a dia que Hashem nos protege das pessoas que nos amaldiçoam e transforma as maldições em bênçãos.

 

E por isso não precisamos nos preocupar mas sempre devemos confiar em D’us.

Aprendemos também que sempre devemos falar coisas boas e nunca falar coisas ruins, e que Hashem pode resolver os nossos problemas de várias maneiras sem que você seja o bruxo ou a bruxa má da história.

 

E aprendemos também que existe reencarnação em minerais!

 

Conclusão: de vez em quando é melhor ser uma pedra durante a vida e não falar coisas ruins do que ter que ser uma pedra depois da vida….

 

Então, vamos falar só coisas boas, só temos a ganhar.

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.com

 

Mensagem da Parashá

O livre arbítrio


 

Nossa Parashá nos conta que existiu em Midian, um feiticeiro com poderes espirituais que se comparavam à Moshe Rabeinu. Midian era o país de onde partiu Moshe para tirar nosso povo do Egito.
 
Os poderes desse feiticeiro eram tão grandes que se Hashem (D’us) não fizesse um milagre e a maldição dele não se transformasse em bênçãos, estaríamos em grandes apuros.
 
Porque Hashem deixou isso acontecer?
 
Dizem nossos Sábios que Hashem permitiu que Bilam tivesse esses poderes para que os povos do mundo não falassem que se eles tivessem um profeta tão grande como Moshe o comportamento deles seria melhor.
 
O livre arbítrio
 
O motivo que Hashem deu para Bil’am esses superpoderes foi para que pudéssemos exercer nosso livre arbítrio e escolher entre Moshe e Bil’am
 
Para entendermos o que é o livre arbítrio, temos que voltar ao começo do mundo, quando Hashem criou o homem, deu à ele um mandamento, e colocou no paraíso uma cobra em forma humana.
 
D’us falou para Adam e Havá não comerem a fruta proibida e a cobra falou para sim comer.
 
Aí começa a história do mundo e o objetivo da criação, nosso direito de escolher entre o bem e o mal.
 
O livre arbítrio nos foi dado antes mesmo de termos qualquer má inclinação ou vontade de optar por algo ruim.
 
Na décima praga do Egito, Hashem fez um milagre e todas as estátuas dos deuses egípcios derreteram com exceção de uma: o “Baal Tzafon”.
 
Hashem pediu para todos os judeus se reunirem em frente ao Baal Tzafon antes de sair do Egito.
 
Novamente o livre arbítrio, a opção de pensarem que se aquela estátua não desapareceu pode ser que foi ela quem fez as dez pragas.
 
Quando D’us criou o mundo, ele criou o Grand Canyon no Arizona onde parece que o Rio Colorado causou o surgimento do Canyon correndo sobre ele milhões de anos.
 
D’us criou o Grand Canyon já cortadinho e bonitinho nos seis dias da criação há 5782 anos atrás, e o conservou inteirinho para termos o livre arbítrio de optar entre D’us ter criado o mundo há 5785 anos atrás ou achar que o mundo surgiu por si só e já tem milhões de anos.
 
Se um cientista estivesse nos seis dias da criação do mundo e analisasse cada coisa no momento em que D’us a criou, ficaria espantado!
 
Quando Hashem criou a luz ele diria : – Não pode ser que já existem bilhões de anos luz da terra até as estrelas se as estrelas ainda nem existem!
 
No terceiro dia ele cortaria uma árvore que acabou de ser criada e diria que cada anel dela representa pelo menos cem anos, e que não pode ser que essa árvore acabou de brotar!
 
No quarto dia, quando Hashem colocou as estrelas no final dos bilhões de anos luz, ele diria que a luz teria que sair da estrela e levaria bilhões de anos até chegar à terra, e que não poderia estar lá antes de as estrelas existirem.
 
Ele faria uma análise geológica das pedras e diria que essas pedras tem bilhões de anos! Ele veria que o Grand Canyon foi criado antes do Rio Colorado e que Adam e Havá não eram dois bebês recém nascidos.
 
Ou seja, há 5785 anos atrás Hashem criou do nada pedras de milhões de anos, um mundo que aparenta ser muito mais velho do que realmente é.
 
E porque Hashem fez assim?
 
Para termos o livre arbítrio! Para podermos ter nossa própria opção e escolher o bem por nossa própria escolha, e consequentemente por próprio mérito receber um paraíso enorme por ter feito a escolha certa.
 
Hashem faz o milagre e a maldição se transforma em benção. A ciência tira conclusões se apoiando nos inúmeros detalhes vinculados à causa dos acontecimentos e determina que caso esses inúmeros detalhes se reúnam novamente nessas mesmas circunstâncias aquilo acontecerá novamente.
 
De vez em quando todas as inúmeras circunstâncias são opostas e mesmo assim aquilo acontece.
 
Então eles atestam que existe alguém que dirige o mundo, e as pessoas têm mais facilidade para aceitar que por trás de tudo existe D’us.
 
A própria ciência traz estatísticas de que quem faz “Brit Milá” (circuncisão) está quilometricamente abaixo da média de doenças como HIV, e que a mulher que guarda a pureza familiar está quilometricamente abaixo da média de doenças como câncer de útero, e que quem come Kasher está bem abaixo da média de doenças causadas pela alimentação como o infarto.
 
Inventaram o smartphone nos dando acesso instantâneo para que cada um de nós pudesse baixar mais de 50.000 livros judaicos que antes disso tínhamos que comprá-los um a um em Israel ou nos Estados Unidos
 
E no smartphone um navegador com “search” para encontrarmos os assuntos que precisamos em cada um desses livros, fazendo com que o que era antigamente privilégio de grandes Sábios agora esteja acessível à todos nós
 
Os cientistas não têm a intenção de defender ou divulgar o judaísmo, mas no mérito da ciência conseguimos evidenciar o judaísmo hoje mais do que nunca.
 
Como diz a nossa Parashá, Hashem transformou a maldição em benção!
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.org
 

Emuná e Bita'hon

Mashia’h e Gueulá


 
Um dos 13 princípios da fé judaica é que Mashia’h vai chegar.
 
Esse princípio consiste em que no fim do “Galut” (exílio) um descendente direto do rei David que se iguala ao rei David no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot, constrói o Beit Hamikdash (Templo Sagrado de Jerusalém) no lugar sagrado chamado o “Monte do Templo” onde hoje se encontra o Kotel, vence as guerras contra os povos do mundo que se opõem à Gueulá e traz todos os judeus de volta para Israel.
 
Fazendo isso ele se torna o Mashia’h que em hebraico quer dizer simplesmente o “rei ungido”, sendo que ele é um descendente direto do rei David o qual foi ungido rei de Israel pelo profeta Shmuel e portanto não precisa de uma segunda unção para ser o rei de Israel
 
Daqui aprendemos que a solução para o fim do problema do exílio judaico não é um presidente eleito mas sim o Mashia’h
 
Na época da Guemará os alunos dos grandes Sábios que estavam dentro desse critério, ou seja, eram descendentes do rei David e eram grandes como ele no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot, diziam que o Rebe deles era o Mashia’h, como vemos na Guemará em Sanhedrin
 
Com isso queriam dizer que caso acontecesse a Gueulá naquela época, o candidato mais adequado para ser o Mashia’h seria aquele sábio
 
Na nossa geração o Rebe de Lubavitch foi apontado como candidato dentro desses critérios dos antigos sábios da Guemará.
 
Quando acontecer a Gueulá, o Beit Hamikdash for reconstruído em Jerusalém e as guerras vencidas, o candidato a Mashia’h se torna o Mashia’h na prática
 
Antes disso, os alunos do Rabi Hanina na Guemará ou os alunos do Rabi Inon puderam dizer que o Rebe deles era o Mashia’h (dentro dessa intenção) e isso não consistiu em um problema de lei judaica.
 
O mesmo se aplica hoje à quem aponta o Rebe de Lubavitch como candidato a Mashia’h da nossa geração
 
A Guemará em Sanhedrin também diz que o fato de o Mashia’h ser dos vivos ou dos mortos não é de relevante nesse caso, contanto que a Gueulá aconteça na geração dele, ou seja, enquanto ainda existem alunos dele que ouviram pessoalmente os ensinamentos dele.
 
Nesse caso é necessário que ele se revele, construa o Beit Hamikdash, vença as guerras de Hashem e traga o nosso povo de volta para a terra prometida.
 
Passando depois junto com todo o povo de Israel para a etapa em que a vida será eterna
 
Os romanos antigos copiaram também esse aspecto da religião judaica e aplicaram ele inadequadamente à alguém que não era um descendente do rei David, não cumpriu a Torá e as Mitzvot como o rei David, na época dele o Beit Hamikdash foi destruído, as guerras perdidas e o povo se espalhou para fora de Israel, não tendo qualquer relação ou comparação com o princípio judaico da vinda do Mashia’h e com o fato de os alunos dos Sábios de Israel dizerem que o Rebe deles era o Mashia’h
 
Em resumo, dizer que o Rebe é Mashia’h não é contra a lei judaica sendo que a intenção é de apontá-lo como candidato aos grandes milagres da Gueulá que estão para acontecer
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.org
 

Mensagem da Parashá

Mais detalhes sobre a Vaca Vermelha

 

Nossa Parashá nos conta sobre uma Mitzvá (um Mandamento Divino) que aconteceu somente nove vezes em toda a nossa história, e acontecerá pela décima e última vez na época do Mashiach

 

Essa Mitzvá é chamada de Pará Adumá, que literalmente significa a “Vaca Vermelha”
 
Ela consiste em se fazer o abate de uma vaca totalmente vermelha sobre uma estrutura de toras de madeira e depois acender um fogo nessa estrutura transformando-a em uma grande fogueira
 
Quando a maior parte da vaca vermelha (que já foi abatida) está queimando e a barriga dela se abre, se joga dentro dela um pedaço de “erez” que é a maior árvore da terra de Israel, um pedaço de “ezov” que é a menor árvore daquela região, e tolaat shani que é uma lã tingida com tinta vermelha originaria de um vermezinho
 
As cinzas da fogueira da vaca vermelha junto com tudo o que foi queimado nela é usada para purificar as pessoas da maior de todas as impurezas, a impureza dos mortos
 
Todos os que participam da preparação dessas cinzas em todas as suas etapas devem estar puros antes de começar esse procedimento, e ao final dele se tornam impuros, caracterizando a vaca vermelha como algo que purifica os impuros mas impurifica os puros
 
A explicação do Baal Shem Tov
 
a vaca vermelha representa o orgulho
 
O Baal Shem Tov nos ensinou que todos os Mandamentos Divinos são eternos.
 
Mesmo que na prática eles precisam ser cumpridos por meio de uma ação determinada e em um tempo determinado, mesmo assim eles sempre trazem para nós um ensinamento que pode ser colocado na prática por cada um de nós e em qualquer momento
 
Nesse aspecto os Mandamentos Divinos são eternos, pelo motivo de a Torá ser Divina e a revelação Divina ser eterna.
 
Dizem os alunos do Baal Shem Tov em seu nome, que toda a Torá tem que estar sempre presente na nossa vida diária dentro desse aspecto, o de aprendermos de cada Mandamento Divino uma instrução que pode ser colocada na prática no nosso dia a dia
 
Eles perguntaram ao Baal Shem Tov:- O que podemos aprender da Mitzvá da “Pará Adumá”(a vaca vermelha) para o nosso trabalho Divino diário, se até na época do Beit Hamikdash ela não aconteceu a não ser raramente?
 
E também, o que podemos aprender do fato de que ela impurifica os puros e purifica os impuros?
 
E assim respondeu o Baal Shem Tov:
 
A “Pará Adumá” representa o orgulho!
 
No princípio, quando nos comportamos de maneira incorreta e portanto estamos distantes de Hashem (D’us), o começo do nosso “conserto” é por meio do orgulho e das “segundas intenções”
 
Temos que cumprir os Mandamentos Divinos para “nos exibir”, por exemplo, ou de uma maneira mais nobre, mas ainda com “segundas intenções”, de “ganharmos o Paraíso futuro”.
 
Temos que pensar que é mais do que justo que Hashem nos dê uma enorme recompensa por tudo o que estamos fazendo, temos que achar que estamos fazendo algo para D’us
 
Mas a verdade é que se D’us não nos desse força, o que seria de nós? Como podemos cobrar de Hashem uma coisa que fizemos com a força que ele próprio nos deu?
 
Mas nunca conseguiríamos chegar à essa verdade, e D’us nos livre, ficaríamos de fora, se não começássemos o trabalho Divino como uma criança pequena, para exibir que estamos fazendo o que é certo e portanto somos importantes, ou para receber algo em troca, por mais nobre que seja a recompensa como por exemplo o futuro Paraíso
 
Depois que começamos o trabalho Divino com essas “segundas intenções” e conseguimos “crescer e amadurecer” dentro do trabalho Divino, descobrimos que Hashem é a essência do bem e ele nos ama mais do que nós amamos nossas próprias crianças, infinitamente mais do que imaginávamos!
 
Perdemos o interesse pelo que os outros vão pensar de nós, perdemos a vontade de nos “exibir”, e vemos o futuro paraíso como uma coisa óbvia, como voltar para casa depois de estarmos perdidos na selva por tanto tempo.
 
Paramos de pensar em nós próprios e começamos a pensar em Hashem que está tão preocupado com a nossa “volta para casa”. Vamos pelo caminho certo para que Hashem fique “menos preocupado” com a gente e não para termos algum lucro com isso
 
Nessa segunda etapa, ter orgulho, cumprir os Mandamentos Divinos para nos exibir ou para ganhar o paraíso é uma regressão à etapa anterior. Nessa segunda etapa se tivermos orgulho ele nos derruba
 
Nessa segunda etapa, na qual voltamos a ser crianças puras, temos que manter essa pureza e nos afastar do orgulho até o extremo
 
Porque a prepotência é uma auto idolatria, e aonde há idolatria a revelação Divina se oculta. Nessa etapa o orgulho nos impurifica
 
Conclusão: o orgulho purifica os impuros e impurifica os puros
 
E esse assunto existe em todos os níveis, até no nível dos Tzadikim, das pessoas mais elevadas espiritualmente.
 
Até os próprios Tzadikim, para subirem do seu nível tão elevado para um nível mais elevado ainda, precisam usar esse sistema de começar pelo orgulho para decolar, e depois se apegar à humildade para aterrissar com segurança no nível superior
 
E por isso, também sobre os Tzadikim podemos dizer que o orgulho purifica os impuros, sendo que qualquer nível espiritual em relação ao nível superior à ele é comparado à impureza em relação à pureza
 
Sendo que o nível espiritual inferior está distante do superior, em relação ao nível de revelação Divina superior o Tzadik está longe de D’us, mesmo que para nós que estamos em um nível muito mais baixo ele está infinitamente mais perto de D’us do que nós
 
E antes de qualquer pessoa se aproximar de Hashem por meio de alguma Mitzvá, Torá ou Tefilá (reza) ele é considerado impuro, ou seja, distante de Hashem em relação ao nível da aproximação que ele vai chegar por meio da Mitzvá, da Torá ou da Tefilá que ele vai fazer, e não temos como nos aproximar de Hashem a não ser por meio do orgulho
 
Na “sitra ahara”, no lado espiritual impuro, representado principalmente pelo que está mais próximo à nós que é o nosso próprio “yetzer hará” (nossa má inclinação), o raciocínio é totalmente contrário
 
O yetzer hará começa pela humildade e termina no orgulho
 
Começa pela humildade dizendo:
 
– “Quem é você para fazer uma Mitzvá?”
 
-“O que adianta você estudar Torá, de qualquer jeito você nunca vai saber tudo”
 
:- “Você acha que é tão querido por Hashem para que a sua reza seja ouvida?”
 
Quando um pensamento desses proveniente do yetzer hará nos atinge como um míssil do Hamas que sai de dentro da própria terra de Israel para destruí-la, você deve responder com todo o orgulho dizendo:
 
:-Quem sou eu para não fazer uma Mitzvá!
 
 meu estudo de Torá lá encima é visto como uma pequena luz na escuridão que é muito mais importante do que uma grande luz que não está na escuridão
 
:- A minha reza lá encima é ouvida com mais atenção ainda, como uma criança aprendendo a falar que mesmo falando errado o pai está tão feliz em ouvi-la que até repete as palavras dela de tanta felicidade
 
O fato de o orgulho no começo do trabalho Divino fazer parte da santidade e não ser comparado à uma Mitzvá feita por meio de uma “averá” (transgressão) é porque por trás dele se encontra a verdadeira humildade como vemos nos exemplos acima
 
A humildade da “sitra ahara” é dizer :-quem sou para fazer uma Mitzvá
 
A humildade da Kedushá (santidade) é dizer :-quem sou eu para não fazer uma Mitzvá.
 
E esse lado oculto da verdadeira humildade se disfarça de orgulho para enfrentar o Yetzer hará que tenta nos seduzir dizendo que é uma grande Mitzvá ser humilde mas que por motivos de humildade você não deve cumprir Torá e Mitzvót sendo que você ainda não está nesse nível!
 
E você só consegue refutar os argumentos dele com orgulho. E por meio desse orgulho você se purifica e se aproxima de Hashem, por meio de ter orgulho em estudar Torá, em rezar, em cumprir as Mitzvót
 
O orgulho de fonte impura é o orgulho da segunda etapa, quando você já está estudando Torá, cumprindo Mitzvót e caprichando na Tefilá. Aí aparece o Yetzer hará e tenta te convencer de que você é melhor do que as pessoas que não estão fazendo o que você faz.
 
Esse é o orgulho proveniente da “sitra ahara” e o objetivo dele é te derrubar dessa forma fazendo com que você se ache melhor do que os outros, fazendo com que você se sinta um deuzinho, transformando você em uma pequena idolatria e te distanciando de Hashem muito mais do que você estava antes de começar
 
Por isso o orgulho é chamado de Pará Adumá. Pará(vaca) é uma linguagem de crescimento, o orgulho de fazer uma Mitzvá faz você crescer.
 
Adumá (vermelha) se refere à “sitra ahara” que é o orgulho que você sente depois de ter feito a Mitzvá, o orgulho de ser melhor do que alguém que não fez essa Mitzvá, orgulho proveniente do lado impuro
 
Portanto é colocado dentro da fogueira da vaca vermelha um pedaço de Erez que é a maior árvore, um pedaço de ezov que é a menor árvore, e tolaat shani, a lã tingida com a tinta vermelha originaria de um vermezinho
 
Como explica Rashi que quem se orgulhou como um Erez, tem que se rebaixar como um ezov e como uma tolaat, um vermezinho
 
Diz o Rambam que o cajado de Erez que era colocado dentro da fogueira da vaca vermelha tinha um limite de altura de cinquenta centímetros
 
Disso nos ensina o Baal Shem Tov mais uma regra importante que aprendemos da Mitzvá da Pará Adumá
 
Que mesmo sendo necessário o orgulho no começo do trabalho Divino, ele tem que ter um limite. Não podemos perder o controle sobre ele para que seja possível eliminá-lo depois com muita facilidade
 
Conclusão:
 
Leia novamente tudo o que foi dito acima e coloque na prática com muito amor e carinho!
 

Rabino Gloiber
Sempre correndo mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.com

Emuná e Bita'hon

Gam Zu LeTová

 

A Guemará nos conta em nome de Rabi Akiva que devemos nos acostumar a dizer que tudo que o bom D’us faz é para o bem e também nos traz uma história de como o próprio Rabi Akiva colocou isso na prática:

 

Certa vez quando Rabi Akiva estava viajando e precisou dormir em uma cidadezinha no meio do caminho, os habitantes da cidadezinha que eram pessoas muito ruins não deixaram Rabi Akiva dormir lá. O que ele fez? Dormiu no meio do mato!

 

O veículo da época era o burro, o despertador um galo e a iluminação uma vela provavelmente de azeite (tudo ecologicamente correto).

 

Soprou um vento e apagou a vela, apareceu um gato e comeu o galo, veio um leão e comeu o burro

 

Com tudo isso, não só que Rabi Akiva não se desanimou mas muito pelo contrário! Como dizendo para Hashem (D’us) “Surpreenda-me”, ele disse :- “Tudo que o bom D’us faz é para o bem”

 

Naquela noite a cidade foi atacada e todos seus habitantes levados como escravos

 

Agora tudo o que aconteceu ficou retroativamente bem claro! Se a vela estivesse acesa, o galo cantando e o burro relinchando, Rabi Akiva teria sido descoberto e levado como escravo junto com todos os habitantes daquela cidadezinha

 

A explicação do Maharsha

 

Rabi Shmuel Eidels (Cracóvia Polonia 1555 – Ostroh Ucraina 1631) é conhecido como “o Maharsha” que é o acrônimo do seu nome em hebraico significando “Nosso mestre Rabi Shmuel Eidels”.

 

O Maharsha foi um dos maiores comentaristas da Guemará conseguindo decifrar muitas partes dela que até a sua época eram verdadeiras incógnitas.

 

Na sua explicação sobre a categoria da Guemará chamada de “Agadot” ele pergunta porque a Guemará não trouxe a história de Nahum Ish Gam Zu como exemplo da lei judaica em relação à benção que trata do assunto que da mesma maneira que agradecemos à D’us por uma coisa boa que nos acontece devemos agradecer à ele por uma coisa ruim?

 

A Guemará nos conta que o grande Sábio de Israel Nahum Ish Gam Zu que foi o Rebe de Rabi Akiva certa vez foi mandado para Roma levando uma arca cheia de pedras preciosas para dar de presente ao imperador e conseguir por meio disso anular um terrível decreto do governo romano cobra o nosso povo

 

No caminho para Roma em uma hospedagem sem que ele percebesse os donos do hotel roubaram o tesouro que estava dentro da arca, e para não sentirem a diferença do peso encheram a arca de terra. Nachum Ish Gam Zu e os que estavam com ele não suspeitaram que isso tivesse acontecido e continuaram a viagem para Roma

 

Quando Nahum Ish Gam Zu foi recebido pelo imperador e deu à ele o “presente” o imperador abriu a arca e encontrou dentro dela somente terra.

 

O imperador achou que os judeus estão fazendo ele de ridículo e quiz executar Nahum Ish Gam Zu

 

Mesmo nessa situação extremamente perigosa Nahum Ish Gam Zu continuou tranquilo e disse : Gam Zu Letová (também isso é para o bem)

 

Hashem (D’us) fez um milagre e o profeta Eliahu apareceu em forma de um dos ministros do rei e disse ao imperador que provavelmente essa é a terra que usou Avraham, o patriarca dos judeus, quando lutou contra os quatro reis e essa terra demonstrou ser a arma mais poderosa do mundo.

 

O imperador pediu para testar essa arma poderosa contra um país que estava em guerra com ele, o milagre aconteceu e aquilo realmente funcionou e ele conseguiu conquistar aquele lugar

 

Em agradecimento à esse presente tão original o imperador anulou o decreto que tinha feito contra os judeus e ainda homenageou Nahum Ish Gam Zu e deu à ele de volta a mesma arca que ele tinha trazido, mas agora no lugar daquela terra ela estava cheia de pedras preciosas.

 

Portanto, pergunta o Maharsha, a Guemará poderia trazer isso como exemplo de termos que receber as coisas ruins que nos acontecem com a mesma alegria que recebemos as coisas boas

 

Explica o Maharsha que a Guemará preferiu as palavras de Rabi Akiva que citou D’us na sua frase de que “Tudo que D’us faz é para o bem” do que a frase de Rabi Nahum que diz genericamente “também isso é para o bem”

 

A explicação do Baal HaTania

 

De acordo com a Hassidut o nível de Nahum Ish Gam Zu que era o Rebe de Rabi Akiva era superior

 

Rabi Akiva acreditou com toda a sua fé que não existe nenhum mal que desce lá de cima mas tudo o que Hashem faz tudo é para o bem, e ele também viu que na raiz de tudo lá em cima é assim

 

Mas Nahum Ish Gam Zu não só acreditou com toda a sua fé e viu que o mal na sua fonte espiritual é bom, mas também conseguia trazer esse bem aqui para baixo na prática.

 

Ele conseguia fazer com que a coisa ruim se tornasse visivelmente boa aqui em baixo também

 

E por isso ele sempre dizia “também isso é para o bem”, e não “tudo é para o bem” de maneira genérica. “Também ISSO é para o bem quer dizer que especificamente isso é para o bem

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.com