Hanuká

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Guia de Hanuká
Este ano, 2025, a festa de Hanuká que é uma festa de oito dias começa ao pôr do sol de domingo, dia 14 de dezembro, e termina só no dia 22

 

 

Hanuká

A partir do pôr do Sol de domingo dia 14 de dezembro

acendemos as velas de Hanuká na seguinte ordem

 

 

Hanuká comemora a reinauguração do Templo Sagrado de Jerusalem após a vitória dos macabeus e é celebrada durante oito dias através do acendimento da hanukiá.

 

Hanuká significa, literalmente, “Inauguração”.

 

A festa recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os Macabeus “hanu”,descansaram das batalhas no “ká” (25º dia) de Kislêv.

 

 

Por que comemoramos Hanuká

 

Durante o período do segundo Templo Sagrado, Antiohus, o rei da Síria grega, governou a Terra de Israel depois da morte de Alexandre, o Grande.

 

Ele pressionou os judeus a aceitarem a cultura grega proibindo o cumprimento dos mandamentos da Torá e forçando a prática da idolatria.

 

Os gregos da Síria fizeram decretos rigorosos contra o nosso povo, proibindo nossas práticas religiosas e nos proibindo de estudar Torá e cumprir as Mitzvot.

 

Eles roubaram nosso dinheiro e nossas filhas, entraram no Beit a Mikdash, nosso Templo Sagrado de Jerusalém, e profanaram tudo que era puro.

 

Eles causaram um grande sofrimento a ao nosso povo e nos oprimiram, até que D’us nos libertou e nos salvou das mãos dos inimigos.

 

 

A revolução dos Macabeus

 

Há aproximadamente 2.200 anos atrás, os Macabeus que eram uma família sacerdotal do nosso povo, se revoltaram contra o inimigo e os venceram milagrosamente.

 

O Beit a Mikdash, o Templo Sagrado de Jerusalém que tinha sido violado pelos rituais idólatras foi purificado e a Menorá reacesa com o azeite de oliva puro que foi descoberto no Templo.

 

A quantidade de azeite encontrada era suficiente para apenas um dia, mas milagrosamente durou 8 dias, até que um novo azeite puro pudesse ser produzido e trazido ao Beit a Mikdash.

 

Em lembrança destes milagres comemoramos Hanuká durante oito dias.

 

Continua…….

Yud Tet Kislev – 19 de KISLEV 1798 – O ANO NOVO DA HASSIDUT

Yud Tet Kislev

19 de KISLEV 1798

ANO NOVO DA HASSIDUT

 

Dia da Hilula do Maguid de Mezeritch, que deixou este mundo na Terça feira de Parashat Vaieshev 5533 (1772). Ele está enterrado em Anipoli.

 

O Admor Hazaken foi libertado do seu primeiro encarceramento no dia 19 de Kislev, Terça feira da Parashat Vayeshev 5559 (1798), exatamente antes da noite.

 

Ele escreveu uma carta para os Hassidim dizendo:

 

Este dia que D’us fez para vocês, o 19 de Kislev , uma Terça feira, quando a palavra “bom” foi dita duas vezes durante a criação, a Hilula do nosso santo mestre, cuja alma encontra-se no Gan Eden, enquanto eu lia no livro dos Tehilim o versículo “Ele libertou a minha alma na paz”, antes mesmo de ter começado a leitura do versículo seguinte, fui libertado, na paz, pelo D’us de Paz.

 

É um dia de Farbrenguen e de boas decisões como fixar um tempo para o estudo da parte revelada da Torá e da hassidut, um dia para se fortalecer nos caminhos dos hassidim, e acrescentar no amor ao próximo.

 

HAYOM YOM – TRATAMENTO DE CHOQUE: hassidut!

 

Salvar o povo judeu do estado de coma e prepará-lo para a chegada de Mashia’h.

 

A única solução: ha-ssi-dut!

 

Quando o Admor Hazaken estava na prisão, o Maguid de Mezeritch e o Baal Shem Tov desceram do Gan Eden para visitá-lo fisicamente (nessa cela havia lugar suficiente apenas para 3 homens de carne e ossos).

 

Esses 2 mestres da Torá vieram visitá-lo e o Admor Hazaquen perguntou à eles porque ele tinha que passar por isso, porque estava na prisão?

 

E eles lhe responderam que havia um decreto muito forte contra ele porque havia revelado demais a hassidut.

 

Então ele perguntou para eles se deveria deixar de dizer palavras de hassidut quando saísse da prisão.

 

Eles responderam: “Sendo que você já começou, agora você não deve mais parar.

 

E mais do que isso, quando você sair da prisão deverá divulgar ainda mais a hassidut, quem começa deve continuar”.

 

O decreto contra a difusão da hassidut havia também existido na época do Maguid de Mezeritch, quando ele era o Rabi da sua geração, e a história aconteceu assim :

 

“O Maguid ensinava hassidut e também difundia muito os escritos da hassidut.

 

Um dia foi encontrado um documento de hassidut que havia rolado chegando até um lugar sujo.

 

Isto fez com que no tribunal Divino se levantasse um decreto contra o Maguid que difundiu a hassidut de tal maneira que os escritos hassídicos chegaram a lugares impróprios.

 

O Admor Hazaken, na época era um dos seus discípulos.

 

Ele conseguiu sozinho anular aquele decreto contra seu mestre graças ao fato de contar a seguinte história:

 

Um grande rei tinha um filho que estava doente, vítima de uma grave doença e nenhum médico encontrava um remédio para curar o príncipe.

 

Finalmente o maior dos médicos descobriu o remédio para salvar a vida do príncipe.

 

Mas para fazer esse remédio era preciso estragar a coroa do rei tirando dela a pedra mais preciosa, moer essa pedra até ela virar pó e depois diluir este pó na água.

 

Era preciso dar para príncipe doente a jóia da coroa. Se ele conseguisse tomar esse remédio ele ficaria curado.

 

Mas o filho já estava tão doente que nem engolir o remédio ele não conseguia.

 

Então jogaram o remédio nos lábios do príncipe.

 

Grande parte daquela mistura foi desperdiçada, mas valeu a pena.

 

Porque se uma gota entrasse na boca do príncipe iria salvar a vida dele.

 

O povo judeu, explicou o Admor Hazaken, é o príncipe doente e sua doença é espiritual. Sua vida espiritual está em perigo.

 

O único remédio para esta doença é a hassidut.

 

Apenas uma gota de hassidut que entrar no coração de um Judeu salvará a sua vida da doença espiritual.

 

Por isso precisamos divulgar ao máximo a hassidut, mesmo que a maioria dessa publicação acaba em desperdício.

 

Ou seja, mesmo existe o risco de as escrituras hassídicas chegarem a um lugar impróprio, mas tudo isso vale a pena na esperança de que talvez uma gota de hassidut chegue ao lugar ver.

 

Nos céus aceitaram o exemplo que o Admor Hazaquen deu, e o decreto que havia contra o Maguid foi anulado.

 

Rabino Gloiber

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O segredo do Mazal

O segredo do Mazal

O Zohar nos conta que de vez em quando vemos um Tzadik sem “Mazal” .

 

O motivo para isso é que D’us “refina” o Tzadik nesse mundo por meio de sofrimentos para que ele tenha um “gan éden” maior e isso é chamado de “sofrimentos de amor”.

 

Sabemos que a She’hiná (Presença Divina) não paira onde há tristeza mas somente onde há alegria proveniente do lado da pureza, “Alegria de Mitzvá”.

 

Como vemos no caso do profeta Elishá que precisou de um músico para alegrá-lo para que a She’hiná pairasse sobre ele e ele pudesse falar a sua profecia.

 

Nesse caso ouvir a música se tornou a Mitzvá de fazer com que a She’hiná pairasse sobre ele por meio da alegria.

 

Aprendemos isso de Yaakov , que por estar triste em achar que Yossef tinha falecido causou à She’hiná deixá-lo , e quando ele se alegrou com a notícia de Yossef estar vivo a She’hiná voltou para ele.

 

Então , pergunta o Zohar , como pode D’us deixar o Tzadik sofrer se isso causa a ele a falta de alegria.

 

E também , por outro lado, vemos Tzadikim que tudo na vida deles dá certo , eles tem “Mazal”, e se o motivo de ele ter mazal é o fato de ser um Tzadik filho de um Tzadik (o mérito do pai ajuda ele) Yaakov que era filho e neto de Tzadikim , por que sofreu tanto ?

 

O Zohar nos conta sobre um livro da antiguidade chamado “livro dos antepassados”. Esse livro revela que o segredo do Mazal é ligado às Sefirot .

 

Tem vezes que o Mal’hut (Sefirát Hamal’hut) que é o nível de Revelação Divina chamado de She’hiná está com uma falha causada pelas más ações do mundo e não se une a Tiféret para receber dela novas Neshamot (almas judias) (o Zohar chama o Zeer Anpin de Tiferet).

 

Mesmo assim o Mal’hut tem que enviar para o mundo as Neshamot que já recebeu da Tiféret quando estava unida a ela e que ficam no Mal’hut por doze meses.

 

Essas Neshamot que descem para o mundo quando o Mal’hut está em estado de Guevurá e separado da Tiféret vão estar sempre sofrendo nesse mundo .

 

A pobreza e os problemas a perseguem continuamente por toda a sua vida tanto se ele é um Tzadik ou não ele não tem “Mazal “.

 

O único jeito dele “repor” essa falta crônica de Mazal é investindo na Tefilá sendo que por meio da nossa Tefilá causamos uma união entre a She’hiná e a Tiféret e essa união faz com que a Tiféret que é comparada pelo Zohar ao sol ilumine o Mal’hut que é comparado pelo Zohar à lua que só tem o que recebe do sol .

 

A Tiféret repassa um “brilho” de riqueza para a She’hiná, esse “brilho” ilumina na raiz da nossa Neshamá e por meio disso a She’hiná inverte o que nos foi decretado de pobreza e sofrimento para riqueza e sucesso em tudo.

 

Sendo que o Mazal dessa pessoa não se transforma totalmente por meio da Tefilá mas é “remediado” essa pessoa sempre vai ter que rezar “forte” diariamente toda a sua vida para repor essa “falta” .

 

A Neshamá que desce para o mundo quando o Mal’hut está unido com a Tiféret sempre vai ter sucesso em tudo!

 

Família , saúde , dinheiro e tudo o que precisar por causa de uma das Sefirot que fazem parte desse grupo que o Zohar chama Tiferet, essa Sefirá é chamada de Yessod que é apelidado de “Mazal”.

 

Ela que repassa fartura e prosperidade quando o Mal’hut está unido com esse conjunto chamado Tiféret , toda a felicidade, riqueza e tudo de bom está ligado à Sefirá chamada de Yessod que é o Mazal.

A falta dessa ligação causa uma falta de “Mazal” em tudo, e sobre isso estudamos que :- Filhos, saúde e dinheiro não dependem das nossas ações mas dependem do Mazal.

 

Sendo que a falha na She’hiná (Mal’hut) causou isso para esses Tzadikim , D’us está sempre unido à eles , não deixa eles nem por um momento e sofre com os sofrimentos deles. Isso é o que está escrito : “D’us está próximo dos que tem o coração quebrado” , porque eles sofreram junto com Hashem a falha da She’hiná causada pelas más ações desse mundo.

 

Sendo que o Mal’hut é comparado a lua e esses Tzadikim sofrem por causa dessa falha , quando a falha da lua (Mal’hut ) for consertada e a luz da lua ficar como a luz dos sete dias da criação (extremamente maior que a luz da lua) esses Tzadikim também usufruirão desse nível de revelação que é extremamente maior do que os outros níveis .

 

Essa falta de Mazal não precisa ser aplicada ao extremo, por isso o Zohar coloca o Rabi Shimon Bar Yo’hái também nessa classificação como Yaakov sendo que Rabi Shimon teve que fugir dos romanos por treze anos.

 

O próprio exílio de quatrocentos anos que foi decretado no pacto com Avraham Avinu começou com o nascimento de Itzhak e as mudanças de lugar que eles fizeram foi considerada como exílio e poderia ter passado assim por quatrocentos anos diz o Zohar , não fosse o ódio dos irmãos por Yossef que causou um agravamento total no exílio.

 

Em nosso exílio atual que foi causado por ódio gratuito isso fica mais grave ainda, sendo que sairemos desse exílio por meio de amor gratuito,

 

Sendo assim o principal trabalho da nossa geração é despertar o amor ao próximo e ajudarmos uns aos outros como é a característica natural do nosso povo de sermos tímidos , bondosos e gostarmos de fazer favores.

 

Conclusão :

 

A Tefilá e o amor ao próximo podem transformar o nosso Mazal é até uma viagem de férias pode ser considerada um exílio !

 

D’us é a essência do bem e a natureza de quem é bom é fazer o bem , e por isso , mesmo que o nosso Mazal não é dos bons não temos com o que nos preocupar.

 

Acrescentando em Tefilá e boas ações qualquer decreto pode ser substituído por meios que só D’us sabe fazer

 

Rabino Gloiber

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Os sonhos de Yossef e os sonhos do faraó

Nossa Parashá nos conta sobre os sonhos de Yossef e a próxima Parashá vai nos contar sobre os sonhos do Faraó.

 

Yossef teve dois sonhos que compartilhavam um mesmo tema, de que um dia sua família se curvaria perante ele.

 

No primeiro sonho, Yossef e seus irmãos foram representados por grãos de trigo. Onze feixes de trigo se inclinaram perante um único feixe, o de Yossef.

 

No segundo sonho, sua família, representada pelo sol, a lua e as estrelas, voltou a se curvar na frente dele.

 

Como Yossef na nossa Parashá, na próxima Parashá o Faraó também vai ter dois sonhos, e seus sonhos também irão compartilhar um mesmo tema, de que o Egito iria passar por sete anos de abundância seguidos de sete anos de fome.

 

E como nos sonhos de Yossef, nos sonhos do Faraó as imagens também  mudaram de um sonho para o outro.

 

No primeiro sonho, os anos de abundância e fome foram representados por sete vacas bem alimentadas  indicando uma grande fartura, e sete vacas mal alimentadas indicando uma grande escassez.

 

No segundo sonho, os sete anos de abundância foram representados por sete espigas de grãos saudáveis ​​e gordurosos e os anos de escassez representados por sete espigas secas e atrofiadas.

 

Nos sonhos de Yosef apareceram assuntos celestiais como o sol, a lua e as estrelas, os sonhos de Yossef progrediram do terrestre para o celestial.

 

Nos sonhos do Faraó não apareceram assuntos celestiais.

 

Seu primeiro sonho (do faraó) envolveu a vida animal, mas seu segundo sonho já desceu para a vegetal, uma forma de vida muito menor.

 

Podemos dizer que os sonhos do Faraó  “se deterioraram”!

 

O contraste entre esses dois conjuntos de sonhos realça as diferenças entre os sonhadores.

 

Os sonhos do faraó estavam desprovidos de qualquer coisa celestial, simbolizando uma pessoa cuja mente estava inteiramente absorvida em atividades terrestres.

 

Não é surpresa que essa pessoa gradualmente se torne mais e mais enraizada em suas obsessões materiais, como é representado pela seqüência “degenerativa” dos sonhos do faraó.

 

Os sonhos de Yosef, no entanto, eram diferentes. Um judeu, mesmo interagindo com o mundo físico, tem que estar sempre pensando nos aspectos celestiais de sua vida, seu desenvolvimento espiritual e propósito espiritual.

 

Yossef, portanto, sonhou tanto com o mundo material quanto com o celestial, e em uma ordem de “progressão”, porque sua vida como um todo estava em constante crescimento.

 

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O casamento do Rebe


O casamento do Rebe

 

Em 14 de kislev (27 de novembro de 1928) o Rebe se casou com a Rabanit Haya Mushka (1901-1988), que era segunda filha do Rabi Yossef Yitzhak.

 

O casamento do nosso Rebe com a Rabanit Haya Mushka aconteceu em Varsóvia, Polônia, na terça-feira à tarde, em 14 de Kislêv de 1928.

 

Centenas de hassidim da Polônia , da Lituânia e da Rússia Branca vieram para o casamento, e também grandes Rebes e grandes rabinos.

 

Logo após o casamento, o pai da Rabanit Haya Mushka, o Rebe Yossef Itzhak, pediu para o jovem casal morar em Berlim que era naquela época a capital intelectual da Europa Ocidental.

 

Em Berlim o Rebe atuou como Tzadik Nistar, um Tzadik oculto. Tudo o que o jovem casal fez em Berlim foi orientado pelo seu sogro. Uma dessas missões ocultas foi o fato de o Rebe ter ido estudar na universidade de Berlim.

 

Rabi Yossef Ber Soloveichik também se encontrava em Berlim naquela época e os dois estudaram na universidade juntos.

 

Rabi Soloveichik contou que o Rebe trazia uma Guemará ou outros livros sagrados nas aulas da universidade, e o colocava o livro  dentro dos livros da universidade.

 

Uma vez um dos professores viu que o Rebe estava lendo um livro judaico no  falta no meio da sua palestra, e disse ao Rebe:- “você pode repetir alguma palavra daquilo que eu disse?” Humildemente, o Rebe se levantou e repetiu a palestra inteira, palavra por palavra!

 

Em 1933 o Rebe teve que deixar a Alemanha por causa do nazismo. Em Heidelberg o Rebe recebeu um diploma de engenharia superior, e de lá o jovem casal se mudou para Paris.

 

Em Paris o Rebe entrou na universidade de Sorbonne e recebeu um diploma de engenharia mecânica, com especialização em engenharia naval.

 

Em Paris o Rebe dava aulas de Guemará, e o rabino Eliyáhu Reichman contou que quando era jovem participava todo dia da aula de Guemará do Rebe.

 

Uma vez, depois da aula, foram à estante do Rebe para ver o livro de Guemará que ele estava usando para dar a aula, e descobriram que o livro do Rebe não era aquela Guemará que o Rebe estava ensinando.

 

Ou seja, para que os alunos pudessem usar a Guemará certa, o Rebe usava outro livro, fingia que estava lendo aquela Guemará, mas na verdade ele estava falando tudo decor!

 

O estudo na universidade de Berlim e Sorbonne ajudou o Rebe a resolver dúvidas halá’hicas que surgiram com a fundação do Estado de Israel nos anos posteriores, problemas halá’hicos que não existiram antes disso, aí entendemos porque o Rebe teve que estudar nesses lugares.

 

Muitos desses problemas foram em relação à frota israelense de navegação. Os capitães dos navios alegaram que um navio com tripulação de judeus poderia viajar no Shabat por motivos de perigo de vida.

 

Sendo que eram problemas de segurança em alto mar, o Rebe era obrigado a ter um diploma de engenharia mecânica e naval de uma universidade renomada para que a sua opinião disse levada em conta pelos responsáveis pela frota.

 

O Rebe publicou que a alegação de que certos trabalhos proibidos poderiam ser realizados automaticamente no navio, e de que o navio não poderia parar no meio do mar, demonstrava não somente a ignorância do capitão do navio em relação aos princípios halá’hicos sobre trabalhos automáticos, mas também uma ignorância total em relação à engenharia naval.

 

Com esses diplomas o Rebe conseguiu convencer os rabinos de Israel a não acreditarem nas justificativas dos capitães dos navios israelenses que tinha outros interesses e se aproveitavam da ignorância do rabinato em relação à engenharia naval para acionar os navios no Shabat e até destilar água do mar para o consumo dos passageiros no meio do próprio Shabat .

 

 

 

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Por que marido e mulher não podem ser iguais?

Rav Moshe Weber explica o que era a caça de Essav:

 

No versículo :- “E amou Itzhak a Essav porque a caça dele estava na sua boca, mas Rifka gostava de Yaakov”. A palavra “caça” geralmente é relacionada ao fato de Essav fazer agrados à seu pai caçando para ele , demonstrando ser um filho prestativo e assim despertando ainda mais o amor natural que o pai já tinha por ele.

 

O Rav Moishe Weber, grande Tzadik que viveu em Jerusalém , explica que a palavra “caça na sua boca” se refere ao próprio Essav que possuía “aprisionada” dentro de si as Almas de grandes Tzadikim que iriam nascer no futuro, como Rabi Akiva e Rabi Meir Baal a Nés entre outros .

 

Itzhak sabia que de Essav iria sair o grande Rabi Akiva e achava que por isso Essav iria fazer Teshuvá. Isso foi o que impulsionou Itzhak a querer dar a Brahá para Essav.

 

A Rabanit Miriam , esposa do Rav Moishe acrescentou:- Se Essav tivesse recebido a Brahá de Itzhak, com certeza Rabi Akiva não seria nem Rabi e até mesmo nem judeu.

 

Por que Rifká pensava diferente?

 

O Zohar nos conta que Itzhak era a Guevurá intensa e Rifka era “Guevurá leve com um fio de Hessed pendente”. Por causa desse ” fio de Hessed” Itzhak não se apaixonou por ela logo que se casou , mas com o tempo o amor surgiu , como está escrito :- “Ele se casou e a amou”. Primeiro se casou e depois a amou .

 

O Zohar nos conta que D’us faz por milagre as pessoas se casarem dessa maneira , uma diferente da outra, como no caso de Itzhak e Rifka , ele Guevurá e ela uma leve guevura com um fio de Hessed pendente, para que um equilibre o outro criando harmonia no mundo.

 

 

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Mensagem da Parashá

Como rezar para a nossa reza ser atendida?

 

Nossa Parashá nos conta que Yaakov lutou contra um anjo e venceu.

 

Como pode Yaakov ter lutado contra um anjo, uma criatura espiritual, e porque Yaakov precisou da benção desse anjo que era nada mais nada menos que o anjo de Essav?

 

Diz o Zohar que o anjo para poder interagir nesse mundo é obrigado a se revestir em uma forma material e por isso Yaacov conseguiu materialmente lutar contra ele e vencer.

 

Yaakov insistiu para que o anjo concordasse com o fato de as Bra’hót pertencerem à ele para que esse anjo não se tornasse lá encima um Kitrug (um anjo promotor) contra o povo de Israel acusando no tribunal Divino de termos roubado a prosperidade de Essav.

 

O Zohar nos conta que Yaakov não quis ter proveito dessas Bra’hót nesse mundo e as guardou para os tempos do Mashia’h.

 

Por enquanto Essav se aproxima com 400 homens para atacar Yaakov….. e agora?

 

Como se faz para receber um milagre e ainda guardar os méritos para os tempos do Mashia’h?

 

Tefilá! Yaakov rezou para D’us ajudá-lo e não precisa usar seu mérito e dele.

 

Aprendemos algumas regras básicas em relação às nossas rezas:

 

Aprendemos que quando rezamos devemos explicar e especificar o que queremos de maneira clara e detalhada.

 

D’us está em todo lugar e sabe o que queremos mesmo sem pedirmos, mas aprendemos com Yaakov que para recebermos alguma coisa sem pedir necessitamos de um grande mérito lá em cima que até o próprio Yaakov, o maior dos patriarcas preferiu não usá-los enquanto não fossem extremamente necessários.

 

E se até Yaakov que tinha de verdade esse mérito preferiu guardá-lo para que possamos usá-lo nos tempos do Mashiach e por isso rezou detalhadamente para não precisar usar aquele mérito, quem somos nós para esperar que D’us faça um milagre sem pedirmos.

 

E mesmo que muitas vezes D’us nos faz verdadeiros milagres em coisas que nem chegamos a saber, mesmo assim o certo é pedirmos detalhadamente quando sabemos o que precisamos, e isso por dois motivos:

 

1 – Se não rezarmos talvez o milagre não aconteça.

 

2 – E se acontecer, ele poderá ser descontado dos nossos méritos.

 

Por isso, diz o Zohar, Yaakov detalhou a sua reza dizendo: – “Me salve por favor” (talvez de Lavan?) “do meu irmão” (parentes eram chamados de irmãos!) “de Essav” (e o motivo que eu preciso disso?) “para que ele não venha e ataque mulheres e crianças”.

 

Mesmo que essa reza foi curta, somente três versículos, vemos que ela conteve todos esses detalhes e foi eficiente. Nós próprios somos a prova ”viva” de que a Tefilá dele funcionou !

 

Se é assim, porque a melhor reza para resolver qualquer problema de saúde, financeiro, de família, social ou de qualquer outro tipo , é ler Tehilim que não estão especificando nenhum dos seus pedidos, como pode ser que ele serve para tudo?

 

Como pode ser que você lendo uma súplica do rei David pedindo para D’us o salvar de Shaul isso vai ser considerado como se você tivesse pedido detalhadamente e da maneira mais correta possível tudo o que você tinha intenção em pedir?

 

Sobre isso diz o Zohar na nossa Parashá:- “Venha e veja, nesses Tehilim que falou David existem segredos e assuntos elevados nos segredos da sabedoria, sendo que todos foram ditos por meio do Rua’h a kodesh que era um nível de revelação Divina que pairava sobre David e então ele escrevia os Tehilim. Portanto todos os Tehilim foram ditos por meio de segredos da sabedoria” .

 

Ou seja, quando você lê os Tehilim em hebraico você está expressando o seu sentimento e o pedido do seu coração da maneira mais profunda possível.

 

Mesmo assim é bom depois do Tehilim fazer o seu pedido explicito e detalhado como o fez Yaakov!

 

Fora a reza Yaakov se preparou para uma guerra e também mandou presentes para Essav. A Tefilá tem que recair sobre uma ação material, rezamos para que o nosso trabalho dê frutos, pedimos para D’us nos dar sucesso no que fizermos.

 

Essav aceitou os presentes e depois quis devolvê-los mas Yaakov não os aceitou de volta porque sendo sua Tefilá aconteceu por meio desses presentes , se os presentes fossem devolvidos talvez a Tefilá tivesse que recair sobre a guerra que era a outra opção.

 

Daqui aprendemos que quando perdemos algo é porque estamos ganhando lá de cima uma bondade ainda maior mesmo que não percebemos

 

 

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Mensagem da Parashá

Por que Essav não se intimidou dos anjos que Yaakov mandou para ele ?

No começo da Parashá anterior Yaakov vê Anjos na visão profética que teve no seu sonho. No final da Parashá anterior ele se encontra pessoalmente com esses anjos e os reconhece como sendo aqueles Anjos que ele viu no seu sonho.

 

Na nossa Parashá ele manda esses Anjos para Essav como primeira tentativa de fazer com ele as pazes.

 

Qualquer pessoa normal se intimidaria em uma situação dessas, mas Essav não se intimida. Os Anjos voltam para Yaakov e dizem que Essav vem atacá-lo com quatrocentos homens.

 

Como pode ser que essas criaturas Divinas não surtiram efeito e Yaakov é obrigado a dividir o povo em dois acampamentos, se preparar para uma guerra, rezar pedindo detalhadamente para D’us salvar ele do seu irmão, de Essav, para que ele não venha e mate as mulheres e as crianças. E Yaakov se vê obrigado até a mandar presentes para ”subornar” Essav?

 

E ainda mais, no final de todos esses preparativos Yaakov acaba ficando sozinho e é atacado pelo próprio anjo de Essav que é um dos setenta ”Sarim” responsáveis pelos povos do mundo, um anjo do nível impuro.

 

Para entender isso vamos pular para o final da nossa Parashá que nos conta sobre os sete reis que reinaram em Edom antes de ter um Rei no povo de Israel.

 

A Torá não conta para nós quantos faraós reinaram no Egito e nem quantos reis reinaram em outros países onde vivemos, e por que a Torá nos conta sobre os reis de Edom, um país onde nunca estivemos?

 

Mas na verdade a história dos reis de Edom é a explicação da estrutura espiritual de Essav com toda a expressão que ela tem no mundo, culminando com nosso “Galut Edom” na qual vivemos no momento. E também nos esclarece o fato de Essav não ter se intimidado com os Anjos que mandou Yaakov.

 

Olam a Tou, o mundo vazio

 

O Zohar nos conta que a história dos reis de Edom aparece na Torá para nos indicar um fenômeno Cabalistico que aconteceu antes de surgir o mundo de Atzilut, chamado de Olam aTikun, o mundo do conserto.

 

A quebra dos receptáculos

 

Antes do mundo de Atzilut existia o Olam a Tou. No Olam a Tou as “Luzes” , a revelação Divina, eram grandes e os receptáculos pequenos.

 

Cada Sefirá no Olam a Tou iluminava intensamente e não dava espaço para outras Sefirot.

 

Por causa disso aconteceu a “quebra dos receptáculos” e as luzes se separaram até caírem nos mundos de Briá Yetzirá e Assiá

 

Por meio do cumprimento dos mandamentos Divinos “consertamos” essas “Luzes” que caíram nos mundos de Briá Yetzirá e Assiá e fazemos elas subirem para o mundo de Atzilut que é o Olam a Tikun, o “mundo do conserto”

 

Na história dos sete reis de Edom encontramos a linguagem “e reinou e morreu” representando as sete Sefirot de Tou aonde aconteceu a quebra dos receptáculos, por isso está escrito “e reinou e morreu” porque uma queda de nível tão grande é comparada à morte.

 

O mundo do Tou é a raiz de Essav e o mundo do Tikun é a raíz de Yaakov. Pelo motivo de a raíz do mundo de Tou ser mais alta do que a raíz do mundo de Tikun está escrito “antes de reinar um Rei em Israel”, demonstrando que os reis de Edom são mais elevados do que os reis de Israel, mas somente na sua raiz.

 

No mundo de Atzilut as Sefirot são divididas em receptáculos separados mas cada Sefirá é englobada em segundo plano dela própria junto com todas outras Sefirot também, mas com uma intensidade menor que não oculta o aspecto principal de cada Sefirá.

 

O fato de o Olam a Tou anteceder o Olam a Tikun está lembrado em Parashat Bereshit também: “o mundo estava Tou vaVou e escuridão sobre a face do abismo”.

 

Descubrimos assim porque Essav não se intimidou com os Anjos de Yaakov, porque a raiz dele era mais alta do que os Anjos.

 

Por outro lado ele se deixou subornar pelos animais que Yaakov mandou de presente para ele, sendo que as “Luzes” de Tou caíram tão baixo, até o aspecto mais materializado desse nosso mundo material.

 

Aprendemos com a nossa Parashá que cada um de nós quando começa o trabalho Divino descobre muitas luzes, mas nossos receptáculos ainda são pequenos, e podemos achar que qualquer meio justifica o fim, fazendo do nosso trabalho Divino uma grande mistura entre o bem e o mal, como diz o Pirkei Avot: “estuda, revisa o estudo, e chuta seu pai e sua mãe e quem é maior do que ele”.

 

Aprendemos com a nossa Parashá que não devemos ser como Essav, muitas luzes mas que tem como consequência a quebra dos receptáculos.

 

Mas devemos ser como Yaakov, menos Luzes e mais receptáculos, uma história mais difícil, mas com um final feliz.

 

 

 

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Aprendendo com Yaakov

Nossa Parashá nos pergunta por que Yaacov fez uma promessa condicional para D’us , quando o certo seria fazer o trabalho Divino sem querer nada em troca ?

 

A resposta para isso é:

 

Yaakov não achava que podia confiar em seus próprios méritos e também não estava esperando que D’us o recompensasse pelo fato de ele estar cumprindo as Mitzvot , por isso ele optou por acrescentar coisas que se entendiam além das obrigações básicas da lei judaica .

 

Aparentemente uma coisa assim parece ir contra a ideologia dos nossos Patriarcas .

 

Nossos sábios ensinaram que nossos Patriarcas eram tão dedicados à D’us, a ponto de abrir mão de suas vontades pessoais para fazer o trabalho Divino.

 

Eles são comparados a uma “carruagem” que está totalmente submissa a quem a conduz.

 

Assim como no caso de Avraham, quando D’us pediu para ele que fazer uma ação, um “ato físico” para reforçar sua futura posse da terra , através do seu comprimento e amplitude, pediu para ele se levantar e caminhar pela terra , porque aquela terra seria dada para ele” .

 

Também aqui no caso de Yaacov, D’us compactou fisicamente toda a terra de Israel embaixo de Yaacov enquanto ele dormia para enfatizar a futura posse da terra por seus descendentes.

 

O fato de Yaacov ter “dormido” sob a terra , mostraria que Yaacov iria conquistar essa terra de modo fácil .

 

D’us mostrou para Yaacov que para os descendentes dele essa terra seria tão facilmente conquistada como uma área de 4 amot (2 metros) que era a medida do espaço onde Yaacov dormiu.

 

D’us mostrou para Yaacov que a terra que Ele estava prometendo aos seus descendentes não necessitaria de qualquer esforço para conquista-la , assim como dormir sobre o solo.

 

Ou seja, quando chegar a hora da Gueulá a nossa terra prometida desde o rio Eufrates no oriente até o rio Nilo no Egito será nossa com tanta facilidade como o esforço que alguém precisa fazer para deitar e dormir.

 

Então vamos rezar forte para a Gueulá chegar imediatamente e assim vamos receber com toda a facilidade possível e imaginável a Terra que D’us prometeu aos nossos patriarcas dar para os seus filhos que somos nós.

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você.

www.RabinoGloiber.org

Mensagem da Parashá

nossa Parashá – Vayetzê

Vayetzê

 

Nossa Parashá nos conta que nosso terceiro patriarca, Yaakov, saiu de Beer Sheva e foi para Haran.

 

No meio do caminho, a Parashá nos conta que ele “se encontrou com o lugar”, sem especificar qual era o lugar, e depois dormiu lá porque o Sol se pôs.

 

Vemos que depois disso ele continuou sua viagem até Haran, e concluímos que o “lugar” não era o lugar para o qual ele estava viajando, mas que era um lugar tão importante que todos o conheciam como “o lugar”, sem precisar especificar o nome dele.

 

Yaakov estava no meio do caminho entre a Terra Santa e Haran, e não havia lá nenhum lugar de destaque nesse caminho.

Então porque nesse caso a Parashá usa somente a palavra “o lugar” como se estivesse nos contando sobre o lugar mais importante do mundo?

A linguagem do versículo é “se encontrou com o lugar”, nos indicando que um foi ao encontro do outro. Como pode um lugar ir ao encontro de alguém?

 

E também, por que a Parashá tem que nos contar que “o Sol se pôs” e por isso ele dormiu lá, sendo que aparentemente isso é uma coisa óbvia?

 

Fugindo de Essav para Lavan

 

Os dois motivos pelos quais Yaakov teve que sair de Beer Sheva e ir para Haran foram o fato de Rifka ter ouvido que Essav estava esperando seu pai falecer para assassinar Yaakov, e também para Yaakov se casar com a filha de Lavan que não era menos perigoso do que Essav.

 

Por esses motivos Yaakov estava atordoado, e por isso, mesmo tendo passado próximo ao Monte Moriá que era o lugar mais sagrado do mundo, ele não parou lá para rezar.

 

Nossos Sábios nos contam que quando ele chegou no final da Terra Santa, a caminho de Haran, Yaakov se questionou e disse:

 

:– Como pode ser que eu passei pelo lugar sagrado e não parei para rezar lá?

 

Yaakov decidiu viajar de volta para o Monte Moriá, para rezar, e depois voltar para continuar sua viagem à Haran.

 

O “despertar de baixo” causa o “despertar de cima”

 

Diz o Zohar que quando “despertamos” para fazer uma coisa boa nesse nosso mundo aqui em baixo, causamos o “despertar de cima”.

 

Ou seja, quando você toma a iniciativa para fazer uma coisa boa aqui nesse mundo, você desperta a ajuda Divina que é sempre imensamente maior do que a iniciativa que tínhamos tomado.

 

E foi isso o que aconteceu com Yaakov. No momento em que ele tomou a iniciativa de viajar de volta para o Monte Moriá, o Sol se pôs milagrosamente.

 

Por isso o versículo diz que o Sol se pôs, sendo que nesse caso não seria uma coisa óbvia porque não era o horário de o Sol se pôr.

 

E não só isso, mas também D’us fez mais um milagre sobrenatural e sincronizou toda a Terra de Israel embaixo dele, na linguagem dos nossos Sábios “dobrou embaixo dele toda a Terra de Israel”.

 

Por isso D’us disse para ele no sonho profético que ele teve naquele lugar : – “A Terra que você está deitado sobre ela, para você eu vou dar, e para todos os seus descendentes”.

 

Ou seja, a Terra que ele estava deitado sobre ela era toda a Terra de Israel.

 

Nosso primeiro patriarca, Avraham, tinha instituído a reza de Shaharit, a reza da manhã.

 

Seu filho, Itzhak, instituiu a reza de Min’há, a reza da tarde.

 

E agora seu neto, Yaakov, institui a reza da noite, a reza de Arvit.

 

Ele queria ir ao Monte Moriá, mas D’us fez com que o Monte Moriá viesse até ele!

 

O segredo da escada de Yaakov

 

Yaakov adormeceu naquele lugar e teve um sonho profético. Nesse sonho ele viu uma escada apoiada na terra e essa escada chegava até o céu. Ele também viu que os anjos subiam e desciam por ela.

 

Quando o profeta Yeshaiahu (Isaías) descreve a profecia da “Merkavá”, da “Carruagem Divina” do mundo de Briá, e o profeta Yehezkel (Ezequiel) descreve a Profecia da Merkavá do mundo de Yetzirá, eles descrevem os anjos como sendo criaturas com asas representando que absolutamente eles não precisam de escadas para subir e descer.

 

Quando os anjos são citados em qualquer escritura Judaica eles também aparecem e desaparecem “voando”, sem nenhuma necessidade de terem escadas para subir e descer de qualquer lugar, e o principal, sem precisarem de asas também sendo que eles “voam” de uma dimensão para outra.

 

Então uma coisa aqui é óbvia, a escada que Yaakov viu no seu sonho profético não era uma escada de verdade.

A palavra escada na Parashá veio somente para nos mostrar o raciocínio que está por trás desse assunto, e nesse caso, como em vários outros assuntos na Torá, somos obrigados a desmaterializar o conceito.

 

Como por exemplo no caso da criação do ser humano. Quando a Torá nos conta que D’us fez um homem de terra e “soprou” nele uma Alma, isso vai diretamente contra o segundo dos Dez Mandamentos onde está explícito que nenhum conceito material se aplica à D’us.

 

Nesse caso, diz o Zohar, a palavra soprou aparece somente para nos mostrar o raciocínio que está por trás desse assunto e facilitar o nosso entendimento.

 

Quem sopra, diz o Zohar, sopra o que tem dentro, e a palavra soprou aparece no lugar da palavra colocou, para nos mostrar que a nossa Alma Divina é uma parte de D’us.

 

Ou seja, a primeira raiz dela é a Sefirá chamada de Ho’hmá do mundo de Atzilut.

 

Quando a Torá nos conta que D’us “cheirou” o cheiro agradável dos sacrifícios de Noa’h, e jurou que nunca mais iria trazer um dilúvio para a humanidade, aqui também a intenção não é a de que D’us “cheirou”, sendo que nenhum conceito material se aplica à Ele.

 

Então por que a Torá usa a palavra “cheirou” se referindo à D’us, se ele está infinitamente acima de qualquer conceito material?

 

Novamente para facilitar o nosso entendimento, a Torá nos traz o raciocínio que está por trás desse assunto.

 

Ou seja, quando Noa’h transformou o animal que é a coisa mais grotesca do mundo, em Mitzvá, em Trabalho Divino, essa atitude chegou até o nível espiritual mais elevado.

 

Soprou é o contrário de cheirou. Quando a Torá nos conta que D’us soprou a Alma, ela está dizendo que a nossa Alma Divina desceu do nível espiritual mais elevado ao mundo mais baixo.

 

Quando a Torá nos conta que D’us “cheirou” o cheiro “agradável” dos korbanot (sacrifícios), ela está dizendo que o korban, o sacrifício que Noa’h fez, subiu do mundo mais baixo para o nível espiritual mais elevado.

 

Em resumo, D’us não soprou e D’us não cheirou, mas a Torá usa essas palavras para facilitar o nosso raciocínio.

 

Aqui na nossa Parashá, quando a Torá nos conta sobre uma escada, a intenção da Torá também é a de facilitar o nosso raciocínio.

 

Ou seja, os anjos não precisam de escada nem para subir e nem para descer. Então por que a Torá usa a palavra escada? Para facilitar o nosso entendimento.

 

Diz o Zohar que a escada nesse caso é a Sefirá chamada de Mal’hut.

 

Ela é comparada a uma escada que liga o nosso mundo ao mundo superior.

 

Quando nos comportamos da maneira correta, estudamos Torá e cumprimos os Mandamentos Divinos, a Mal’hut sobe e se une a Sefirá chamada de Yessod que está acima dela.

 

A Yessod recebe a fartura e a abundância das Sefirót que estão acima dela e repassa para a Mal’hut e a Mal’hut transforma a abundância espiritual em bens materiais.

 

Um exemplo para isso é uma mãe que após comer um jantar de Shabat completo, com vinho, pão, peixe e saladas, carne com batata, sucos e sobremesa, transforma tudo isso em leitinho para o nenê

 

Se ela desse todo esse jantar de Shabat para o nenê do jeito que foi oferecido para ela, o nenê simplesmente morreria de fome.

 

Não por causa da qualidade desses alimentos, mas por causa da incapacidade do nenê em relação a esse nível de alimentação

 

Então a mãe come toda essa comida, transforma ela em leitinho e depois dá de mamar para o nenê, e só assim ele consegue assimilar esse “jantar de Shabat” e crescer saudável.

 

Mas quando nosso comportamento decai, quando não encontramos mais tempo para estudar Torá e perdemos o interesse em cumprir os Mandamentos Divinos, enfraquecemos a Mal’hut lá em cima, e ela cai ao nível dos setenta anjos responsáveis pelos setenta povos que vem “mamar” da Mal’hut no nosso lugar.

 

Esses anjos pertencem ao lado impuro, e eles tem uma cota de vitalidade pré-determinada para repassar aos povos pelos quais eles são responsáveis.

 

Esses anjos estão na função de intermediários entre a fartura repassada pela Mal’hut e o povo que cada um deles representa.

 

Cada um deles serve como um “deus” para aquele povo que é representado por ele.

 

Quando a Mal’hut baixa de nível devido ao nosso comportamento ela desce ao nível deles.

 

Quando isso acontece eles acessam à ela, conseguem sugar a abundância Divina que estava guardada para nós e repassá-la para os povos aos quais eles são responsáveis.

 

E esses anjos, diz o Zohar, foram os anjos que Yaakov viu “subindo” por aquela escada. Primeiro subindo, sendo que o nível deles é baixo e eles só conseguiram subir devido a “queda” da Mal’hut.

 

Yaakov também viu que quando fazemos Teshuvá, voltamos para o bom caminho, encontramos tempo para estudar Torá e voltamos a cumprir os Mandamentos Divinos, a Mal’hut sobe novamente.

 

Então esses anjos que são chamados de “Sarim” (ministros), porque eles governam os povos do mundo, são obrigados a descer para não se desintegrarem com a subida do Mal’hut para o nível espiritual mais elevado.

 

E por isso Yaakov viu que os anjos que no começo estavam subindo naquela “escada”, depois estavam descendo.

 

Ele viu o ciclo dos “Sarim” e entendeu que D’us revelou tudo isso para ele porque agora que ele estava saindo da casa dos seus pais para dar origem ao nosso povo D’us mostrou para ele a responsabilidade que estava nas mãos dele e que posteriormente estaria nas nossas mãos.

 

As setenta faces da Torá

 

Encontramos outras explicações para essa passagem da Torá. Uma explicação não anula a outra, mas somente acrescenta mais detalhes à ela.

 

Rashi explica que nessa sincronização da Mal’hut também subiram os anjos que acompanhavam Yaakov da Terra Santa e desceram anjos de outra categoria para acompanhá-lo fora da Terra Santa.

 

Rabi Yeshaiau (Isaías) Horovitz (1565 – 1630) escreveu o livro chamado “Shnei Luhot a Brit” conhecido por suas iniciais “Shla”.

 

Em seu livro ele explica que os Anjos que estavam subindo para o céu eram os Anjos Refael e Gavriel, anjos do primeiro escalão, que levaram uma “suspensão” do tribunal Divino e ficaram na Terra desde a época do nosso primeiro patriarca Avraham até a “escada de Yaakov”.

 

Quando nosso patriarca Avraham fez o “Brit Milá”, a circuncisão, com 99 anos, os anjos Mihael, Refael e Gavriel vieram visitá-lo.

 

Saindo da tenda de Avraham, Mihael voltou para o céu, Gavriel foi destruir Sodoma e Gomorra, e Refael foi com ele para salvar Lot e sua família.

 

Chegando em Sodoma, Gavriel e Refael disseram aos seus habitantes que eles vieram destruir a cidade.

 

Eles achavam que dessa forma estavam fazendo a vontade Divina.

 

Ou seja, como pode ser que D’us que é a essência do bem mandou eles fazerem uma destruição dessas?

 

Mas na verdade eles estavam fazendo contra a vontade Divina, sendo que se eles dissessem que foi D’us quem mandou eles para destruírem a cidade, talvez aquelas pessoas tivessem feito Teshuvá, voltado para o bom caminho, como aconteceu posteriormente em Nínive na época do profeta Yona (Jonas).

 

Por terem feito contra a vontade Divina, esses Anjos receberam uma suspensão, foram obrigados a ficar nesse mundo, e só puderam voltar para o céu naquela revelação da Mal’hut que foi a “escada de Yaakov”.

 

Estamos falando sobre anjos do lado puro, anjos do lado bom. Não se trata do anjo da morte e suas ramificações ou outras categorias diferentes de anjos do lado impuro que não vão mais existir depois da Gueulá como os “setenta Sarim”, os anjos responsáveis pelos setenta povos.

 

Esses Anjos do “primeiro escalão” são anjos do lado bom. Eles são os Anjos do mais alto nível, Anjos do mundo de Briá onde o bem e o mal não se misturam, e, portanto, eles não tem o livre arbítrio.

 

Eles não têm nenhuma inclinação para fazer o mal. Eles não precisam optar entre fazer o bem fazer ou o mal, sendo que eles não têm o lado mal e nem a má inclinação conhecida como “yetzer a rá”.

 

Então como podem eles terem feito algo contra a vontade Divina?

 

Diz o Rebe, eles fizeram contra a vontade Divina achando que estavam fazendo a vontade Divina, fizeram um erro de avaliação.

 

Como pode ser que esses Anjos chamados de Serafim que são os Anjos principais, fazem um erro de avaliação?

 

Por que tudo o que D’us criou não é perfeito?

 

No término dos seis dias da criação a Torá nos conta que “D’us abençoou o sétimo dia e o santificou porque nele cessou todo o trabalho que D’us criou para fazer”.

 

Se D’us terminou todo o trabalho da criação, por que aparece no final do versículo a palavra “para fazer”? Diz o Midrash que a intenção de “para fazer” é para fazer um conserto, para consertar.

 

O Midrash nos conta que tudo o que D’us criou não é perfeito e até mesmo os Anjos do “primeiro escalão” podem fazer contra a vontade Divina por meio de um erro de avaliação causado pela imperfeição de tudo o que foi criado por D’us.

 

E esse é o nosso trabalho aqui nesse mundo, isso D’us deixou para nós. Vivemos neste mundo para nos refinar.

 

Estamos aqui para trabalhar continuamente o nosso intelecto e os nossos sentimentos, e pouco a pouco chegar à essa perfeição que D’us deixou intencionalmente para nós.

 

D’us fez o mundo dessa forma para que tenhamos o mérito de participar da criação do mundo junto com Ele, o mérito de termos feito a parte final da criação, a parte principal!

 

 

 

Shabat Shalom
Rabino Gloiber
Sempre correndo mas sempre rezando por você