Shavuot

Shavuot é o dia da entrega da Torá, o segundo dos três maiores Dias Festivos do ano judaico (Pêssach é o primeiro e Sucot o terceiro).

A palavra Shavuot significa “semanas”, nos indicando que nessa festa se completam as sete semanas entre Pêssach e Shavuot, época chamada de Sefirat haômer  que foi o período durante o qual o nosso povo se preparou para receber a Torá no Monte Sinai.

Durante este tempo nosso povo se purificou das cicatrizes da escravidão e tornou-se uma nação sagrada, pronta a entrar em uma aliança eterna com D’us.

A festa de Shavuot também é chamada de Atzéret que significa “parada” , porque ela  é o complemento da saída do Egito que começou em Pêssach. Ou seja, ganhamos nossa liberdade em Pêssach a fim de recebermos a Torá em Shavuot.

Outro nome para Shavuot é Yom Habikurim, ou o “Dia dos Primeiros Frutos”. Numa expressão de agradecimento a D’us, começando em Shavuot, cada fazendeiro na terra de Israel levava ao Templo Sagrado uma oferenda do primeiro trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras que cresciam no campo.

Shavuot é também chamado Hag Hakatzir, a Festa da Colheita, porque o trigo, o último dos grãos a ficar pronto para ser cortado, era colhido nesta época do ano.

A maioria dos trabalhos proibidos no Shabat são proibidos também no Yom Tov que no nosso caso é Shavuot, com exceção de carregar em um domínio público e cozinhar utilizando o fogo repassado de uma chama acesa desde a véspera. Quando o Yom Tov cai no Shabat os trabalhos proibidos no Shabat prevalecem

 a véspera de Shavuot

Tem quem costuma enfeitar a casa e a sinagoga com frutas, flores e folhagens. O motivo disso é que na época do Templo Sagrado, os primeiros frutos da colheita eram oferecidos em Shavuot.

Nossos Sábios nos contam que, mesmo o Monte Sinai se encontrando no deserto, quando a Torá foi dada ao nosso povo a montanha floresceu e milhares de flores brotaram milagrosamente

Comidas de leite

Costuma-se comer alimentos à base de leite em Shavuot. Existem várias razões para este costume:

Com a entrega da Torá recebemos oficialmente todos os Mandamentos Divinos relacionados à alimentação kasher.

Como a Torá foi dada no Shabat, nenhum animal poderia ser abatido e nem os utensílios poderiam ser kasherizados, portanto neste dia come-se lacticínios em memória à esse acontecimento

Outro motivo é que a Torá é comparada ao leite. A palavra hebraica para leite é “halav”. Quando o valor numérico de cada uma das letras da palavra halav são somadas (8+30+2), chega-se ao total de quarenta. Quarenta é o número de dias que Moshê passou no Monte Sinai, recebendo a Torá diretamente de D’us.

1º dia de Shavuot

Os Dez Mandamentos

Shavuot é o dia no qual celebramos a grande revelação da entrega da Torá no Monte Sinai há 3302 anos atrás, no ano judaico de 2448.

As almas de todos os judeus que iriam nascer em todos os tempos futuros e também as almas de todas as pessoas que futuramente iriam se converter ao judaísmo, juntaram-se para ouvir os Dez Mandamentos transmitidos pelo próprio D’us.

Em Shavuot, na realidade, D’us está nos dando novamente a Torá. Por isso, o Rebe pediu para que todo judeu, homens, mulheres, e especialmente crianças (até mesmo bebês recém-nascidos) devem fazer todo o esforço para estarem presentes numa sinagoga durante a leitura dos Dez Mandamentos. Este ano no Brasil está recomendado rezar no kotel, não no Kotel Hamaaravi, mas no kotel (muro) de casa !

O Livro de Ruth

Em muitas sinagogas lê-se o Livro de Ruth no segundo dia de Shavuot. Há vários motivos para este costume:

– Shavuot é a data de nascimento e yohrzeit (dia de falecimento) do Rei David, e o Livro de Ruth registra sua ancestralidade. Ruth e seu marido Boaz foram os bisavós do Rei David.

– As cenas de colheita, descritas no Livro de Ruth lembram a festa de Shavuot que também é conhecida como Festa da Colheita.

– Ruth foi uma convertida sincera que abraçou o judaísmo de todo o coração. Em Shavuot, todos os judeus foram como convertidos, tendo aceitado a Torá e todos seus preceitos.

Refeição de leite

No almoço, após o kidush, faça uma refeição festiva de laticínios. Espere no mínimo 1h de intervalo para realizar uma refeição de carne.

•Antes da refeição festiva da noite, leia o kidush de Yom Tov.

2º dia de Shavuot

Yizcor

Falamos Yizcor em memória de entes queridos falecidos. Antes da refeição festiva leia o kidush de Yom Tov.

*Veja as receitas para Shavuot de nosso site:

https://rabinogloiber.org/receitas-de-shavuot/

Certa vez uma pessoa (que não era judeu) perguntou ao grande Sábio Hilel :-Quantos tipos de TORÁ vocês tem? Dois, respondeu Hilel. Torá escrita e TORÁ oral. Ouvindo isso a pessoa declarou :- Na TORÁ escrita eu acredito mas na oral não, eu quero me converter ao judaísmo na condição de que você só me ensine a TORÁ escrita. Hilel concordou. No primeiro dia de estudos Hilel ensinou ele a ler a TORÁ escrita.

Mostrou para ele a letra Alef em hebraico e explicou para ele que isso é um Alef. Mostrou o Beit e explicou que isso é um Beit, e o mesmo fez com as outras letras. Na outra aula Hilel mostrou para ele a letra Alef e explicou que isso é o Dalet. O aluno se espantou e disse :- Mas ontem você não me explicou assim!

Você confiou no que eu te expliquei oralmente ontem?Disse Hilel, então você tem que confiar também na outra coisa que eu te disse , que também a TORÁ oral foi dada por D’us! (ou seja, sem a TORÁ oral não saberíamos nem ler e nem entender a TORÁ escrita, e isso é a prova de que elas são uma coisa só)

Quando D’eus nos deu a TORÁ elas eram duas desde o começo. Uma escrita e uma oral. Moisés ,o maior de todos os profetas escreveu a TORÁ escrita e explicou oralmente como colocar ela na prática, ou seja, de que forma cumprir o que está escrito. Em outras palavras ,o como cumprir a Mitzvá é chamado de TORÁ oral.

A TORÁ escrita pelo maior dos profetas continuou sendo escrita posteriormente por menores profetas até o exílio da Babilônia que aconteceu depois da destruição do primeiro Templo de Jerusalém .

Os últimos profetas viveram no exílio da babilônia, época em que o império persa dominava o mundo. Na época em que o segundo Templo foi construído e chegou a época do império grego e depois do império romano não tínhamos mais profetas, e portanto não tivemos mais TORÁ escrita do que aquela que foi escrita até o exílio da babilônia,ou seja, 24 livros. Posteriormente a TORÁ oral foi escrita incluindo a TORÁ oculta conhecida como Kabala.

A TORÁ oral continua sendo escrita a cada geração sendo que surgem novas situações que precisam ser esclarecidas, comparadas às anteriores, diagnosticadas e classificadas . As pessoas precisam de explicações com mais detalhes e etc. As explicações dos Sábios de cada geração de como cumprir a TORÁ da maneira correta naquela geração também é chamada de TORÁ oral. Em resumo, o que chamamos de TORÁ inclui TORÁ oral e escrita .A TORÁ escrita é composta de 24 livros e a oral hoje já chega à milhares de volumes que mais de 52000 já estão disponíveis no site Hebrew books.

Onde fica o Monte Sinai

Hoje, mais de três mil anos após o acontecimento mais sublime do mundo, a entrega da Torá, muitos estudiosos tentam identificar o lugar da montanha que foi tão sagrada no momento em que a Torá foi dada ao povo de Israel

Inúmeros estudos foram realizados ao longo de quilômetros na península do Sinai e no oeste da Arábia Saudita tentando descobrir em qual montanha Hashem nos deu a Torá.

E finalmente chegamos a mais verdadeira conclusão: O monte Sinai pode ser qualquer montanha entre o oeste da Arábia Saudita e a península do Sinai,

contanto que seja perto o suficiente de Midian que ficava na Arábia Saudita a ponto de Moshe Rabeinu levar o rebanho de Ytró para pastar e um carneirinho conseguir fugir até lá,

e perto o suficiente do Egito para que o povo de Israel conseguisse chegar lá para receber a Torá saindo do Egito em Pessach, caminhando no ritmo das mulheres e das crianças pequenas, e chegarem em menos de cinquenta dias naquela montanha para receber nela a Torá

A importância do Monte Sinai na época em que recebemos a Torá

A saída do Egito foi nossa redenção material e a entrega da Torá nossa redenção espiritual, e por isso a entrega da Torá teve que acontecer obrigatoriamente como continuação à saída do Egito, para que nossa redenção se tornasse uma redenção total

O segredo da existência do povo judeu é a Torá. Shavuot é a festa que simboliza o fato de nos tornarmos um povo. O dia da entrega da Torá é o dia em que a revelação Divina desceu no monte Sinai.

O fato de que o evento mais importante da história judaica, a entrega da Torá, ocorreu no Monte Sinai está claro, mas porque essa montanha não teve um acompanhamento, ou seja, nenhuma tradição exata foi preservada quanto à sua identidade e a localização a ponto de parente mente até na época dos Sábios já não se sabia qual era a montanha exata

O motivo para isso é tanto o fato de o Monte Sinai se encontrar no coração do deserto, não só longe da civilização como também sem um assentamento humano contínuo, ninguém para testemunhar que esse era o lugar, até mesmo porque depois que partimos de lá a presença Divina partiu junto com o nosso povo,

quanto pelo fato de impedir com que ele se torne uma idolatria, semelhante à localização da tumba de Moshe Rabeinu no Monte Nevo, em Moav, que tradicionalmente não se conhece sua localização por esse motivo

A “briga entre as montanhas na atualidade”

O Midrash nos conta que antes de Hashem nos dar a Torá no Monte Sinai, as principais montanhas da Terra Santa brigaram entre si. Cada uma esnobou sobre as outras suas superioridades tentando assim convencer Hashem de dar a Torá sobre ela.

Diz o Midrash que Hashem optou pelo monte Sinai sendo que ele era a mais humilde de todas as montanhas e por isso não participou dessa esnobação. De acordo com a kabalá cada criatura aqui embaixo tem um anjo responsável por ela lá em cima, e esses anjos foram quem brigou, cada um representando a montanha de sua responsabilidade

Hoje muitos arqueólogos brigam entre si, cada um representando a montanha que diz ser o verdadeiro Monte Sinai. A “briga das montanhas” nos tempos atuais!

Ao longo dos anos, muitos esforços foram feitos para identificar o Monte Sinai com uma das montanhas encontradas em várias partes do deserto do Sinai e além

Todas as opções:

Como vimos anteriormente o monte Sinai pode ser qualquer montanha entre o oeste da Arábia Saudita e a península do Sinai, mas então, porque algumas opções foram vistas como preferências em relação à outras?

O monte Sinai está localizado entre os desertos de Tzin e Paran, bem como entre a terra de Amalek e a terra de Midian, mas a localização desses dois desertos e a relação entre eles é desconhecida em sua localização exata, embora seus limites sejam claramente definidos pela Torá

Jab el Mussa

O lugar mais conhecido como o Monte Sinai, e essa é a primeira foto que aparece quando você digita as palavras “Monte Sinai” no Google (cuidado com essa foto) é Jab el Mussa que foi escolhido pela Imperatriz cristã Helena como Monte Sinai.

No século IV ela fez construir ali uma igreja, a Capela da Sarça Ardente no local onde ainda se encontrava vivo um arbusto de rubus sanctus que os monges acreditavam ser a sarça ardente original.

Dr. Avigdor Shahan, especialista em estudos da terra de Israel, atesta que o vínculo entre o Monte Sinai e Jab el Mussa foi simplesmente inventado por essa Imperatriz Helena, mãe do imperador Constantino do Império Bizantico”

Ela decidiu visitar os locais cristãos na Terra Santa e se juntou a um comboio de camelos que ia do Egito à Israel. Uma noite ela ficou impressionada com a beleza de uma montanha próxima e decidiu que essa era a montanha na qual Moisés recebeu a Torá e por isso essa montanha foi chamada de “Jab el Mussa” (Monte de Moisés)

Assim nasceu a lenda de que esta montanha e não outra é o autêntico Monte Sinai. O imperador, filho de Helena, ordenou a construção de um convento naquele lugar. Imediatamente se estabeleceu ali uma comunidade cristã para proteger a igreja e os monges dos ataques de beduínos. O imperador Justiniano I mandou construir uma muralha à volta da igreja no ano 542 e os edifícios que são hoje o Mosteiro Ortodoxo de S.Catarina

Acontece que essa mesma Helena foi a que iniciou a prática de despejar lixo no Monte do Templo a fim de esconder os vestígios do” Kotel Hamaaravi, o “Muro das lamentações” e assim apagar todo e qualquer vestígio judaico na terra santa

Antes do deserto do Sinai ser dado ao Egito, os turistas israelenses podiam ser vistos frequentemente subindo as escadarias íngremes do mosteiro que levavam ao topo da montanha. Esses turistas provavelmente não sabiam que seu trabalho duro era gratuito, e pior do que isso, era visto como um apoio à idolatria.

Então, cuidado: quando você digita a palavra “Monte Sinai” no Google, essa opção aparece em primeiro lugar e esse lugar não tem absolutamente nada a ver com a nossa religião mas é um lugar totalmente vinculado ao cristianismo

Monte Karkum

Uma das hipóteses levantadas pelos estudiosos da história ao longo dos anos é o “Monte Karkum”, uma montanha no sul do Negev, onde foram descobertos sítios arqueológicos e arte rupestre,

identificada pelo arqueólogo Emanuel Anati como o monte Sinai, o monte Karkum era uma montanha sagrada para os idólatras nos séculos IV e III AC e muitas pessoas construíram suas residências no sopé da montanha. Sendo que a Torá fala sobre a proibição de subir a montanha, ele imaginou que esse era o motivo de terem construído as casas no sopé da montanha e não no seu topo, mas essa identificação é controversa na comunidade arqueológica.

Jabel Al Laws

Outra teoria sugere o Monte Jabal al-Laws, na Arábia Saudita, no lugar onde se encontrava a antiga terra de Midian. A distância entre o possível lugar da terra de Goshen e a possibilidade de lá ter sido a terra de Midian é de aproximadamente 450 km, e esse alcance não corresponde à proximidade do monte Sinai à terra de Goshen

Jab el Halal

Vários estudiosos sugeriram identificar Jab el Halal como o Monte Sinai da Torá, sendo que a localização da montanha se encaixa na “rota norte” do êxodo.  Sua escolha foi devido à sua relativa proximidade com Kodirat e Kadis que alguns estudiosos identificaram como sendo Kadesh Barnea

Serbit al-Khadam

Dr. Zvi Ilan sugeriu a identificação de Serbit al-Khadam com o Monte Sinai, que também é controverso entre os pesquisadores

Jabel Sin Bisher

Uma hipótese apresentada pelo professor Menashe Harel sugeriu a identificação de ‘Jabel Sin Bisher’ localizado na parte ocidental de Wadi Suder, no oeste do Sinai, como sendo o Monte Sinai da Torá.

E finalmente conclusão : aonde fica o verdadeiro Monte Sinai? Dentro do seu coração!

O Rebe de Lubavitch e o Monte Sinai

No início de 1956, o Egito nacionalizou a Companhia do Canal de Suez, controlada pelo Reino Unido e pela França e fechou o Estreito de Tiran à navios israelenses paralisando assim o porto de Eilat.

Ao mesmo tempo, o enorme estado árabe estava fortalecendo sua força militar e adquiriu um grande armamento da antiga Tchecoslováquia, e tudo isso levou a Grã-Bretanha e a França a convencerem Israel a entrar em uma guerra contra o Egito.

O jovem Estado de Israel embarcou em uma batalha conhecida como Operação Sinai, ou pelo segundo nome, Operação Kadesh, durante a qual conquistou a Península do Sinai, danificou a infra-estrutura militar egípcia e aniquilou dos terroristas que dominavam aguerrida região

Quando os soldados da IDF conquistaram a Península do Sinai, alguns também chegaram a uma das montanhas que os pesquisadores acreditam estar associada ao Monte Sinai.Um desses soldados era o Dr. Moshe Herb, que estava muito animado com o fato de estar pisando onde (talvez) nossos ancestrais estiveram há três mil anos atrás.

Ele se aproximou pensando que poderia estar onde o povo judeu foi criado como um povo, onde recebemos a Torá, e subiu animadamente para a montanha, onde (talvez) Moshe Rabeinu cuja montanha leva seu nome (jab el Mussa) tivesse recebido a Torá.

No entanto, chegando lá em cima, ao contrário da expectativa que ele tinha de transcendência espiritual, de uma alegria especial, ele não sentiu nada.  Apenas uma decepção.  Ele não sentiu que essa era a montanha certa, não sentiu quis lá era o Monte Sinai.

Depois que o soldado Dr Moshe Herb voltou da frente de batalha para sua casa, ele enviou uma carta ao Lubavitcher Rebbe expressando seus sentimentos sobre a identificação da montanha

O Rebe respondeu para ele com as seguintes palavras: “Em resposta ao que você escreveu que escalou uma montanha achando que lá era o Monte Sinai e não sentiu que era a mesma montanha”. Continua o Rebe dizendo: A localização física ou geográfica do Monte Sinai não tem para nós nenhum significado especial, porque todo o significado do Monte Sinai é que nele recebemos a Torá com o objetivo de cumprir a Torá conforme necessário, pois ela se torna parte integrante de nossas vidas.

A Torá, continua o Rebe escrevendo  para o soldado, é “Torá de Vida”, não é simplesmente um ensinamento mas também um modo de vida para nós.  A Torá é “o manual de instruções do mundo” e suas instruções são eternas, tanto para o mundo quanto para todo judeu a qualquer hora e em qualquer lugar.

A verdade é, explica o Rebe, que todo judeu em sua alma está vinculado com a Torá, mesmo que às vezes pareça se comportar de maneira um pouco diferente.

E esse é realmente o segredo da metodologia de Chabad: trazer todo judeu ao amor ao próximo de forma tranquila, por meio de um caminho de amor, e devolvê-lo à Torá dada no Monte Sinai, sem confundir e esconder a verdade da Torá.  Apenas removendo a cobertura que esconde seu verdadeiro vínculo (desse judeu) com a Torá.

E o Rebe termina sua carta com um resumo prático: não é suficiente entender a Torá ou o sentimento positivo que o judeu tem pela Torá, ele deve realmente colocar tudo em prática, cumprir as Mitsvot, porque esse é o propósito do homem.

Então, se te  perguntarem “onde exatamente está o Monte Sinai?”  Você pode apontar para sua localização exata: é bem aqui, dentro do coração, onde minha mente e a sua estão conectadas com a Torá.

Mas isso não basta, continua o Rebe, você tem que descer da montanha, ou, mais corretamente: dar vida à montanha, à vida cotidiana e, de fato, agir de acordo com as instruções que recebemos de Hashem no Monte Sinai, ou seja, de acordo com a Torá

Um pouquinho dos milagres que estão para acontecer

 

Sendo que no começo da nossa história como povo fomos contados, em breve, na época do Mashia’h seremos tão numerosos como a areia do mar que não tem como ser contada

 

Como nos conta nossa haftará que trás a profecia de Hoshea (Oséias) que fala sobre o enorme número de judeus que vai se revelar quando Mashia’h chegar e também sobre o amor que Hashem tem por cada um de nós.

 

Nessa Haftará vemos isso de maneira bem clara.

 

A Guemará nos conta que Hashem disse ao profeta Hoshea que o povo de Israel não está se comportando de maneira correta (para que ele rezasse pelo nosso povo como fez Moshe Rabeinu)

 

A profecia de Hoshea começa depois de ele, no lugar de rezar por nós, ter proposto à Hashem trocar nosso povo por outro.

 

O desencadeamento dessa profecia é que o país das dez tribos conhecido como “reino de Israel” onde o profeta Hoshea se encontrava e atuava, se perdeu no meio dos povos do mundo, mas volta de maneira imensurável na época do Mashia’h

 

Geralmente os profetas tinham que ligar sua profecia à uma ação. No caso de Hoshea, Hashem pediu para ele se casar e ter filhos com uma prostituta

 

Ele se casa com Gomer bat Dvalim que era prostituta filha de prostituta e que estava feliz com o que fazia.

 

Ela tinha filhos com os clientes e assim montou sua família, já havia se acomodado nessa profissão sem sonhar em sair dela e montar uma família normal.

 

Eles se casam e tem um filho que D’us pede para chamá-lo de Izreel profetizando que o nosso povo (aquelas dez tribos judaicas) vai ser semeado (espalhado) entre os povos do mundo.

 

Depois eles tiveram uma filha que D’us pede para chamá-la de “LoRuhama” profetizando que D’us não vai ter piedade do nosso povo, “no more chance”!

 

Depois eles tem mais um filho que D’us pede para chamar de “LóAmi” profetizando que o povo de Israel não é mais o povo de Hashem.
Vemos na prática que tudo isso aconteceu com o país das dez tribos)

 

No final D’us pede para ele se divorciar…

 

O profeta não concorda e diz para Hashem:-Eu tenho filhos com ela, como posso tirar ela de casa ou me divorciar? No way!

 

Então Hashem diz para o profeta:- Se até você que não tem certeza se sua esposa é só sua e se os filhos são realmente seus, mesmo assim já não é capaz de quebrar a família, como poderia Eu trocar o povo de Israel por outro povo?

 

Nessa hora o profeta entende que fez um erro de avaliação e reza forte para que Hashem inverta a profecia

 

Sendo que uma profecia negativa não é obrigada a acontecer, a profecia se inverte e Hashem diz para o profeta que no lugar de Ló Ami, “não é meu povo”, eles serão chamados de filhos do D’us vivo.

 

Isso quer dizer que seremos ainda mais queridos do que quando somos chamados de povo! Seguindo a regra da Torá de que depois de cada descida obrigatoriamente acontece uma grande subida

 

E a profecia continua, dizendo que nós (que somos chamados de judeus porque somos descendentes da tribo de Yehudá e Beniamin) vamos chamar nossos irmãos (das dez tribos) de “nosso povo” e nossas irmãs (das dez tribos) de Ruhama (nosso consolo)

 

Conclusão, quem está triste em acreditar que o povo de Israel se limita aos poucos milhões da contagem oficial vai ficar maravilhado quando em breve essa profecia acontecer!

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️🥰🌻

 

Os nossos Sonhos na visão Judaica

 


Os sonhos de Yossef, os sonhos do faraó, e os nossos sonhos

 

Quando Yossef era jovem, Hashem revelou à ele por meio de sonhos que um dia todos se prostariam na frente dele.

 

Sendo que Hashem se comunicou com Yossef que seria o maior Tzadik da sua geração por meio de sonhos, os principais acontecimentos relacionados à ele também foram por meio de sonhos, e o Egito se tornou a maior potência mundial por meio de sonhos.

 

Todos nós sonhamos, mas nossos sonhos são consequência dos nossos pensamentos e sentimentos, como dizem nossos Sábios que não devemos olhar para “coisas proibidas” de dia para não sonharmos com elas de noite.

 

Por meio da nossa fé fazemos acontecer coisas boas, e se temos fé de que uma coisa ruim vai acontecer podemos fazer com que ela aconteça só pela força da nossa fé, não por que a coisa ruim precisaria acontecer.

 

Por isso, mesmo que muitas vezes sonhamos com coisas ruins, não devemos dar crédito aos nossos sonhos, sendo que essa fé é a única maneira de fazer com que a coisa ruim aconteça.

 

O grande Sábio Shmuel foi o fundador da grande Yeshivá de Nehardea na Babilônia persa há 1800 anos atrás. Ele era amigo íntimo do grande Rei da Pérsia chamado Shabur (Shapur 1).

 

Esse rei da Pérsia tinha ganho duas batalhas contra os romanos e com certeza a maior preocupação dele sempre foi o império romano.

 

Certa vez ele perguntou à Shmuel:- Vocês dizem que são grandes sábios, se você é tão sábio assim então me diga o que eu vou sonhar essa noite?

 

Shmuel sabia que o rei da Pérsia estava sempre preocupado com os romanos, então disse para ele:- você vai sonhar essa noite que os romanos ganharam a guerra e te colocaram para moer caroços de tâmaras com um moinho de ouro.

 

O rei pensou nisso o dia inteiro e consequentemente de noite sonhou com isso!

 

Quando Shmuel sonhava com uma coisa ruim ele dizia o versículo de Zeharia: “os sonhos só falam coisas vãs.

 

Quando ele sonhava com uma coisa boa ele dizia: será que os sonhos falam coisas vãs? Ao contrário, está escrito (Bamidbar) “no sonho vou falar com ele”

 

Ou seja, se você tem um sonho ruim, não acredite nele, e assim a sua fé não vai forçar ele a acontecer.

 

Mas se você tem um sonho bom, tenha fé que ele vai acontecer e a sua fé vai fazer com que ele aconteça!

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
mas sempre rezando por você ❤️

 

 

 

O benefício dos sofrimentos e o benefício da Tzedaká

Nossa Parashá nos conta que Hashem pediu para Moshe Rabeinu contar o povo de Israel junto com Aharon e com o presidente de cada tribo

 

Diz o Zohar que a Benção Divina não paira sobre uma coisa contada, e quando a Benção Divina deixa de pairar sobre algo, a “sitra ahara” (o lado impuro) paira sobre isso podendo trazer um prejuízo e até mesmo a morte e por isso não devemos contar as pessoas do jeito normal, um dois três quatro….

 

Então como pode ser que o próprio D’us pede para contar o nosso povo?

 

Dizem nossos Sábios que nesse caso foi pedido de cada homem de vinte anos para cima no caso de todas as tribos for a a tribo de Levi, e no caso da tribo de Levi de um mês de idade para cima, darem uma moeda de dez gramas de prata chamada de “beka”.

 

Somente as moedas foram contadas, e sendo que cada um deu uma moeda, sabemos a contagem do nosso povo sem precisar contá-los.

 

🌻🌻🌻

 

A tribo de Levi foi contada a partir de um mês de idade e mesmo assim o número dela foi menor do que a metade de qualquer uma das outras tribos

 

Dizem nossos Sábios que a tribo de Levi não foi escravizada pelos egípcios. As tribos que foram escravizadas receberam uma Benção Divina sobrenatural, e quanto mais os egípcios afligiam eles, mais eles cresciam e se multiplicavam.

 

A tribo de Levi cresceu de maneira natural, e todas as outras tribos seriam também pequenas como ela se não tivessem sofrido

 

Diz o Zohar que na ordem das Sefirot, a Guevurá que é a fonte dos sofrimentos antecede a Tiféret, chamada de “corpo”, que é a fonte da coisas boas. Se não passamos pela Guevurá não temos como chegar à Tiféret.

 

Por esse motivo está escrito que relativo ao que eles sofreram, assim eles cresceram e se multiplicaram.

 

Quem sofreu mais, cresceu mais e se multiplicou mais, quem sofreu menos, como a tribo de Levi, cresceu menos esse multiplicou menos

 

Por isso devemos sempre agradecer à Hashem pelos sofrimentos da mesma maneira que agradecemos pela coisas boas, sendo que por meio deles chegamos à Tiféret que é a fonte de todas as coisas boas

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

 

 

Bamidbar


Bamidbar

Nossa Parashá nos conta que Hashem (D’us) pediu para Moshe Rabeinu contar o povo de Israel. Rashi explica que o motivo dessa contagem é o grande amor que Hashem tem por nós

 

Durante os quarenta anos que estávamos no deserto nosso povo foi contado três vezes. A primeira vez foi quando saímos do Egito.

 

Antes de recebermos a Torá no Monte Sinai, Moshê Rabeinu contou nosso povo, como diz o versículo: ” e o povo de Israel viajou de Ramsés à Sucot seiscentos mil homens andando, fora as crianças”.

 

Porque Moshê fez esse senso? Para receberem a Torá. Como foi feita essa contagem não está explícito na Torá. O versículo nos conta sobre ela de maneira indireta nos trazendo apenas o resultado final desse primeiro senso.

 

Quando o povo de Israel saiu do Egito, eles ainda tinham que cumprir somente 7 Mitzvot de Bnei Noach. Talvez nesse nível ainda não houvesse a necessidade de contá-los de maneira indireta por meio de cada um trazer meio shekel e os shekalim serem contados, como aconteceu nas contagens posteriores

Três censos foram feitos. O primeiro para que o povo de Israel recebesse a Torá e os outros dois para que a “Presença Divina” pairasse sobre eles

 

Quando muitas pessoas morreram por causa do bezerro de ouro foram contados novamente, “aparentemente” para saber quantos sobreviveram

 

Quando foi feito o Mishkan (o Templo móvel) para que pairasse sobre nós a Shehiná (a Presença Divina), novamente foram contados. E essa é a contagem da nossa Parashá.

 

No primeiro dia do primeiro mês da Torá que é o mês de Nissan, foi montado o Mishkan. E por causa disso, no primeiro dia do segundo mês da Torá, que é o mês de Iyar citado aqui na nossa Parashá, nosso povo foi novamente contado.

 

E porque não foram contados imediatamente quando a Presença Divina pairou sobre nós por meio do Mishkan, mas Hashem esperou um mês inteiro para contar o nosso povo? Porque pela Torá um mês inteiro determina que algo é fixo, no caso, a Shehiná que pairou sobre nós

 

A contagem determina limites, e a fonte de todos os limites é o primeiro Tzimtzum, a grande ocultação Divina. A partir desse fenômeno espiritual entramos em um esquema de “Luzes” e “receptáculos” até chegar à nós. Nossa Alma está na categoria de “Luz” e nosso corpo de “receptáculo”

O problema com os limites é que eles descem até a “sitra ahara” que é o “lado espiritual impuro”. Os limites se tornam limites desnecessários, excessos de limite. Como por exemplo uma epidemia, que é desde um limite de saúde até um limite de vida, ou seja, a morte

 

Por isso, quando o rei David pediu para fazer o censo do nosso povo de maneira direta, a consequência disso foi uma epidemia que dizimou dezenas de milhares do nosso povo

 

O Rei David não achou que isso fosse uma coisa tão grave até ver com os próprios olhos a tragédia que aconteceu como consequência da contagem direta, algo que não teve precedentes por não ter sido feito de outra forma desde que recebemos o nosso upgrade com a entrega da Torá e nos tornamos oficialmente o povo escolhido

 

Depois que o nosso povo recebeu a Torá e se tornou o povo sagrado no sentido da palavra, Hashem pediu para contar o nosso povo indiretamente, e o motivo para isso foi exatamente esse, para que não acontecesse uma epidemia

Ou seja, pediu para contar o nosso povo por causa do carinho que Ele tem por nós, e por outro lado pediu para Moshe nos contar de maneira indireta, por meio de cada um trazer uma moeda de meio Shekel. As moedas foram contadas e assim ficamos sabendo quantos éramos

Então porque Hashem pediu para nos contar indiretamente por causa do carinho que Ele tem por nós? Seria melhor não pedir para nos contar e evitar o risco…

Luzes e receptáculos

Como vimos antes, para as “Luzes espirituais” descerem à esse mundo elas precisam de um receptáculo que as contenham, como por exemplo nosso corpo e nossa Alma.

O corpo nos limita, mas sem ele não temos como interagir nesse mundo, e uma Alma neste mundo sem um corpo não é uma pessoa viva.

Assim também as grandes Bênçãos Divinas que pairaram sobre nós por meio da entrega da Torá e da construção do Mishkan precisavam de um recipiente, um limite que as comtesse nesse mundo. E esse recipiente foi a contagem.

Por isso, depois do bezerro de ouro fomos novamente contados, para que as grandes Bençãos Divinas que nos deixaram por causa da idolatria voltassem para nós depois que Hashem desculpou o nosso povo.

E por isso Hashem pediu para nos contar, por causa do carinho que Ele tem por nós. Mas a contagem teve que ser de maneira indireta para criar um receptáculo para que as Bençãos Divinas pudessem pairar sobre nós, mas que não fosse um receptáculo tão direto a ponto de dar a possibilidade de a “sitra ahara”, as forças do lado impuro, transformarem esse receptáculo que é um “limite”, em “limite de vida”.

E por isso nosso povo só foi contado nessas ocasiões e não foi contado quando realmente deveria ter sido contado, como no caso das guerras contra Midiã, Sihon e Og.

Daqui vemos que o único motivo verdadeiro dessas contagens foi para fazer um receptáculo para que as Bençãos Divinas pudessem pairar sobre nós.

 

Rabino Gloiber

Sempre rezando por você

 

 

 

 

Behukotai


Behukotai
Nossa Parashá nos conta que se estudarmos a Torá e cumprirmos as Mitzvót, Hashem vai nos dar a chuva na hora certa e a terra vai dar sua produção com muita fartura a ponto de no futuro as árvores do campo que por natureza não dão frutos, não só que vão dar frutos, mas também que os frutos delas vão ser muito melhores do que os frutos das árvores atuais para compensar o tempo em que elas eram estéreis
Daqui vemos que todas as coisas boas desse mundo estão dependendo de nós, de despertarmos lá encima a fartura que vai descer aqui para baixo
O Zohar nos conta como isso acontece lá encima e conclui que o principal meio para trazer as Bençãos Divinas para cá é por meio da Mitzvá da Tzedaká.
A “Árvore da Vida”
Diz o Zohar que o conjunto de seis Sefirót (emanações Divinas) chamado de “Zeer Anpin”(pequeno rosto) que é composto das Sefirot “Hessed”, “Guevura”, “Tiferet”, “Netzah”, “Hod” e “Issod” , é a fonte de todos os bens materiais. Por isso o “Zeer Anpin” é chamado de “a árvore da vida”.
Ou seja, para esses bens materiais acontecerem no mundo eles precisam descer da fonte espiritual para depois se materializarem.
Podemos comparar isso ao nascimento de uma criança.
O pai e a mãe podem estar juntos muitas vezes, mas para que a gravidez aconteça na prática D’us tem que colocar uma Alma nessa relação, só assim a mãe engravida
E todo o tempo que essa Alma espiritual está nesse corpo ele continua sendo um corpo vivo. Na hora que essa Alma deixa o corpo ele falece.
Esse falecimento pode acontecer no mesmo dia em que a mulher engravidou, ou, como costumamos dizer, 120 anos depois. Mas a regra é essa, se a Alma não desce para esse mundo essa criança nunca vai existir.
Esse mundo em todos os seus aspectos, sejam eles humano, animal, vegetal ou mineral, está sincronizado com o mundo de cima, e tudo o que acontece aqui só acontece porque antes estava no mundo espiritual, desceu para cá e se materializou.
Não há nada nesse mundo que não esteja ligado diretamente com a sua fonte espiritual lá encima.
Para que essa descida aconteça, o “Zeer Anpin” tem que se unir à última Sefirá chamada de “Mal’hut”, mas quando eles estão separados essa fartura fica no mundo espiritual e não desce para nós.
A “árvore da morte”
O “Mal’hut” é chamado pelo Zohar de “a árvore da morte” sendo que ela não tem vida de si própria e é comparada à lua que não tem luz própria e só ilumina a luz que recebe do sol.
O Mal’hut recebe as emanações do “Zeer Anpin” quando se une à ele, e assim a fartura espiritual desce ao mundo e se materializa dando origem à todos os bens materiais.
Nossas Almas Divinas são uma parte de D’us. E aonde nos tornamos parte de D’us? O aspecto masculino da nossa Alma Divina começa na primeira Sefirat, na Ho’hma, o aspecto feminino da Alma Divina acontece na Bina.
Poderíamos dizer que no Mal’hut acontece a “gravidez” da nossa Alma, e lá nossa Alma “nasce”.
A partir de lá recebemos nossa própria identidade e de lá descemos para esse mundo, passando por todos os outros mundos espirituais no meio do caminho
Até nos revestirmos em um corpo material nesse único mundo material, o mais baixo de todos chamado pelo Zohar de “o fundo do precipício”.
Essa decida tem duas formas, e de acordo com isso vamos dizer que existem Almas mais elevadas e Almas menos elevadas, mesmo sendo todas elas da mesma origem.
Uma forma de acontecer essa descida é de as Almas só passarem pelos mundos de Briá, Yetzirá e pelo aspecto espiritual do nosso mundo de Assiá até se revestirem em um corpo material.
Nesse primeiro caso essas almas somente passam por esses mundos, mas sem se revestirem neles. Essas Almas são as dos maiores Tzadikim da nossa história, uma muito pequena minoria.
Outra forma de acontecer essa descida é de a Alma se revestir em um mundo mais baixo, e novamente essa “gravidez” acontecer no Malhut do mundo mais baixo.
Lá nos transformamos e de lá descemos para nos revestirmos no nosso corpo material.
Por isso existem Almas de Briá , Yetzirá e Assiá, dependendo do mundo aonde essa Alma se revestiu e se transformou no meio do caminho, mesmo que na essência somos todos iguais.
Diz o Zohar que, se acontecer de na hora de essa Alma “nascer”, ou seja, deixar o Mal’hut para descer ao corpo material, se nessa hora o Mal’hut estiver separado do”Zeer Anpin” (isso acontece lá encima devido às nossas más ações aqui embaixo) essa pessoa não vai ter sucesso em assuntos materiais.
Ou seja, sempre vai viver com dificuldades financeiras, vai ser um pobre crônico.
Quando damos à ele a Tzedaká, fazemos acontecer lá encima a união entre o “Zeer Anpin” e o “Mal’hut”, e quando isso acontece a fartura desce ao mundo e se materializa fazendo com que a chuva caia na hora certa e a terra dê a sua produção à ponto de até acontecer a própria Gueulá e as árvores estéreis darem frutos.
Por isso, quando damos uma Tzedaká estamos fazendo mais bem para nós próprios do que para o necessitado
Por esse motivo sempre temos que dar Tzedaká com muita alegria e nunca dizer que essa pessoa todo ano está precisando.
Porque talvez esse necessitado seja uma Alma dessa origem, e quando você dá vida à ele por meio da sua Tzedaká você está fazendo acontecer a união entre o Zeer Anpin e o Mal’hut trazendo vida para todos os mundos, e o principal beneficiado é você próprio!
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Nossa Parashá nos conta que quando nos esforçamos no estudo da Torá e cumprimos os Mandamentos Divinos, recebemos neste mundo “condições de trabalho” excepcionais.
A chuva vai cair na hora certa e na quantidade certa, podemos dormir confiantes e de porta destrancada sendo que não haverão guerras e a nossa terra não será usada como base militar para um país que quer defender o outro.
E porque chamamos isso de “condições de trabalho”? Porque a recompensa Divina pelo nosso estudo de Torá e o cumprimento das Mitzvot (Mandamentos Divinos) é tão grande que não temos como recebê-la neste mundo.
Então porque a Torá já não fala sobre o próximo mundo, e no lugar disso nos conta sobre condições materiais genéricas?
A chuva vai cair para todos por igual, e todos estão ricos e seguros, mesmo que uma pessoa cumpriu mais Mitzvót do que a outra ou se esforçou mais no estudo da Torá do que a outra, e mesmo assim a Torá promete chuvas, fartura e segurança igual para todos?
Moshe Rabeinu não pôde falar sobre o próximo mundo porque foi ele que nos revelou os 613 Mandamentos Divinos
A Guemará nos conta que certa vez uma pessoa queria ser judeu, mas ele tinha uma condição: Queria aprender toda a Torá enquanto conseguia ficar sobre um pé só. Ele foi para Shamai que era o “Av Beit Hadin”, o diretor do tribunal rabínico
Quando ele explicou para Shamai que queria se converter ao judaísmo com a condição de aprender toda a Torá enquanto ele aguenta ficar em um pé só, Shamai ficou muito bravo e o expulsou de maneira humilhante.
Então ele foi para Hilel, e disse que quer se converter ao judaísmo com a condição de aprender toda a Torá enquanto ele aguenta ficar em um pé só (Vemos aqui que já há dois mil anos atrás quando não dava certo com um rabino a pessoa procurava outro!).
Hilel disse para ele: – O que você odeia que te façam não faça para os outros, essa é toda a Torá, o resto é explicação, agora que você já aprendeu toda a Torá, vai estudar a explicação!
Das palavras de Hilel entendemos a base da Torá, como disse Rabi Akiva, Ame ao próximo como a si mesmo, essa é a grande regra na Torá.
Então porque a Torá escrita por Moshe Rabeinu não fala nada sobre o próximo mundo e deixa essa matéria totalmente para a categoria da Torá Oral conhecida como Kabalá que é uma parte da Torá que não nos revela quais são os Mandamentos Divinos mas sim o que há por trás deles?
E no lugar de Moshe Rabeinu falar sobre o Gan Éden ele fala sobre chuva e segurança de maneira genérica nos indicando explicitamente que esse não é o pagamento pelo trabalho Divino mas simplesmente um bônus?
O que é ruim nesse mundo é bom no outro e quem é pequeno aqui é grande lá
Quando chegamos no próximo mundo descobrimos a grande bondade Divina que estava por trás dos sofrimentos que passamos neste mundo, porque no mérito deles temos acesso direto ao Gan Éden e não precisamos passar pela retificação do “Guehinom”.
As pessoas ruins já se encarregaram de nos fazer o “Guehinom” neste mundo, e descobrimos no mundo de cima o grande favor que essas pessoas ruins nos fizeram.
Vemos lá o que fizemos de errado nas reencarnações passadas e o castigo que estava nos esperando e que foi anulado por causa dos sofrimentos que passamos aqui.
Ficamos com vontade de dar uma descidinha para esse mundo só para agradecer as pessoas ruins pelo favor que eles fizeram em nos maltratar.
Então, se a mesma categoria da Torá que está nos ensinando que “O que você odeia que te façam não faça para os outros, essa é toda a Torá”, se nessa mesma categoria da Torá fosse revelada a grandeza da bondade Divina que está por trás dos sofrimentos pelos quais passamos, as pessoas ruins iriam achar que estavam nos fazendo um favor em nos maltratar.
Por isso a categoria da Torá que fala sobre o que é proibido fazer ao próximo não pode ela própria falar sobre o próximo mundo, mas somente sobre os bônus que recebemos neste mundo material para que possamos por meio desses bens materiais investir mais no nosso trabalho Divino e ter um futuro melhor.
Um futuro melhor que é o Gan Éden HaTahton, o Gan Éden HaElion, e por final a Tehiat Hametim, a revelação Divina no seu mais alto nível que vai acontecer aqui embaixo a ponto de todas as pessoas do mais alto Gan Éden quererem voltar para cá para usufruir da revelação do Keter que vai acontecer aqui.
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Parashat Behukotai nos conta que quando estudamos Torá e cumprimos as Mitzvót (Mandamentos Divinos) Hashem (D’us) nos dá a chuva na hora certa e na quantidade adequada.
A linguagem da Torá é : “a terra dará seus produtos e as árvores darão seus frutos”.
E a pergunta é: Se a terra dará a seus produtos isso já inclui os frutos das árvores​, então, quais são essas árvores que darão seus frutos como consequência do nosso estudo de Torá e do cumprimento das Mitzvót?
O Midrash Sifra nos conta que essas são as árvores estéreis que nos tempos do Mashiach elas darão frutos!
Nosso estudo de Torá hoje é comparado a um pai muito sábio que ensina sua enorme sabedoria para uma criança pequena.
Nesse caso a sabedoria do pai desce ao nível de capacidade de entendimento da criança.
Ele ensina a criança que é proibido roubar e etc. A Torá que estudamos hoje está em um nível de dia a dia deste mundo.
Nosso nível de cumprimento das Mitzvót também é limitado, por não podermos cumprir as Mitzvót ligadas ao Beit Hamikdash.
E mesmo a Mitzvá da Shemitá hoje, de acordo com a maior parte dos “Poskim” (legisladores rabínicos que determinam o modo da aplicação da lei judaica) a Shemitá é “Derabanan” (decreto dos Sábios de Israel usando a autoridade que a Torá lhes deu para fazê-los​) e não “Deoraita” (Mitzvá direta da Torá).
Isso por motivo de dez tribos de Israel estarem temporariamente perdidas e as Mitzvót relacionadas à terra de Israel só poderão ser cumpridas em todos os seus aspectos quando cada tribo estiver na parte da Terra Santa relacionada à sua herança, e isso só vai acontecer nos tempos do Mashia’h.
Então nosso estudo de Torá e cumprimento de Mitzvót hoje é o suficiente para a terra dar os seus frutos convencionais.
O estudo da Torá nos tempos do Mashiach é comparado a um pai muito sábio ensinando segredos muito profundos​ à um filho muito sábio.
Hoje só conseguimos “degustar” um pouquinho disso estudando a parte oculta da Torá que antes era revelada somente para um “petit comité” e hoje, de acordo com o Ari Zal, é uma Mitzvá revelar essa sabedoria. Mesmo assim a quantidade desse estudo é limitada.
Mesmo que nas últimas gerações foram revelados muitos assuntos profundos por meio da “Hassidut”, mesmo assim em relação às revelações dos tempos do Mashiach quando o mundo inteiro de encherá com o conhecimento Divino em quantidade e qualidade, o que estudamos hoje ainda não é o suficiente para as árvores estéreis darem os frutos exóticos que elas darão no futuro.
Conclusão: vamos pedir todo dia para Hashem mandar o Mashia’h imediatamente nem que seja só para usufruir de todas as maravilhas dessa era tão maravilhosa que nunca esteve tão próxima!
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Para uma regra da Torá ter exceção a própria Torá tem que trazer essa exceção.
Na nossa Parashá encontramos uma linguagem muito pesada em relação ao​ que pode acontecer se não estudarmos Torá e não cumprirmos as Mitzvót.
O versículo diz: “Se vocês não escutarem a mim”…etc
O Midrash Sifra nos conta que essa palavra “a mim” vem especificar que todas essas tragédias que a Torá descreve na continuação desse versículo recaem sobre a pessoa que conhece D’us e tem a intenção de fazer conscientemente contra o pedido Divino.
Como exemplo o Midrash traz Sodoma e Gomorra, que conheciam D’us e faziam intencionalmente o contrário do que ele pediu, assassinando, roubando e etc.
O Ari Zal nos conta sobre as pessoas que trocaram intencionalmente o judaísmo pela idolatria na época do primeiro Beit Hamikdash.
A destruição não veio naquela mesma geração porque a bondade Divina determina um longo período para que a pessoa possa fazer Teshuvá, naquela reencarnação ou em outra.
Mas quando​ chegou a “deadline”, o prazo final, e eles ainda não conseguiram consertar o que fizeram, aquelas almas se reencarnaram na época das cruzadas e da inquisição e tiveram a sua purificação.
Se precisasse morrer queimado em praça pública para não fazer idolatria, eles davam a vida e não faziam idolatria.
Se precisasse fugir da Espanha e de Portugal deixando os pertences para trás e não fazer idolatria, eles fugiam.
E o destino de cada um foi traçado de acordo com o nível de obsessão pela idolatria que ele teve naquela reencarnação quando ele vivia na época do primeiro Beit Hamikdash e trocou consientemente e intencionalmente o judaísmo pela idolatria.
Mas quem já nasceu em uma família Judia idólatra não entra nessa categoria como vemos no Midrash mas é considerado como alguém que não conhece D’us e não tem intenção de fazer algo propositalmente.
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A “linguagem pesada” da Torá também vem para dar um ênfase na gravidade do assunto , como um pai bondoso que explica para o filho as consequências de certas coisas para que ele não as faça.
Entãos, vamos aproveitar e estudar muita Torá e trazer a Gueulá imediatamente!
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Nossa Parashá nos conta sobre as grandes bênçãos Divinas que recebemos quando estudamos a Torá e cumprimos os mandamentos Divinos.
E depois nos conta sobre as coisas ruins que podem acontecer por não termos estudado a Torá e não termos cumprido os mandamentos Divinos.
Uma dessas “maldições” é o fato de fugirmos sem que ninguém esteja nos perseguindo.
Aparentemente, se ninguém está nos perseguindo, isso deveria estar da lista das bênçãos, e por qual motivo está na lista das maldições?
Explica o Rav Moshe Kramer de Vilna, que era o avô do Gaon de Vilna:
O Rei Salomão no livro do “Kohelet” escreve “D’us ajuda o perseguido”. Quando alguém é perseguido Hashem  deixa tudo o que está fazendo para ajudá-lo.
E mesmo quando um Tzadik está perseguindo um rashá (uma pessoa boa está perseguindo uma pessoa ruim) Hashem deixa tudo o que está fazendo para ajudar o perseguido. Por isso o fato de ninguém estar nos perseguindo entra na lista das maldições
Então, se você sente que existem pessoas que querem o seu mal e tentam te sabotar, você tem que ficar feliz, você está na lista dos abençoados por D’us!
Emuná e Bita'hon

Por que precisamos rezar?

O segredo do Mazal

 

O Zohar nos conta que de vez em quando vemos um Tzadik sem “Mazal” .

 

O motivo para isso é que Hashem “refina” o Tzadik nesse mundo por meio de sofrimentos para que ele tenha um “gan éden” maior e isso é chamado de “sofrimentos de amor”.

 

Sabemos que a She’hiná (Presença Divina) não paira onde há tristeza mas somente onde há alegria proveniente do lado da pureza, “Alegria de Mitzvá”, como vemos no caso do profeta Elishá que precisou de um músico para alegrá-lo para que a She’hiná pairasse sobre ele e ele pudesse falar a sua profecia.

 

Nesse caso ouvir a música se tornou a Mitzvá de fazer com que a She’hiná pairasse sobre ele por meio da alegria.

 

Aprendemos isso de Yaakov , que por estar triste em achar que Yossef tinha falecido causou à She’hiná deixá-lo , e quando ele se alegrou com a notícia de Yossef estar vivo a She’hiná voltou para ele.

 

Então , pergunta o Zohar , como pode Hashem deixar o Tzadik sofrer se isso causa a ele a falta de alegria.

 

E também , por outro lado, vemos Tzadikim que tudo na vida deles dá certo , eles tem “Mazal”, e se o motivo de ele ter mazal é o fato de ser um Tzadik filho de um Tzadik (o mérito do pai ajuda ele) Yaakov que era filho e neto de Tzadikim , por que sofreu tanto ?

 

O Zohar nos conta sobre um livro da antiguidade chamado “livro dos antepassados”.

 

Esse livro revela que o segredo do Mazal é ligado às Sefirot .

 

Tem vezes que o Mal’hut (Sefirát Hamal’hut) que é o nível de Revelação Divina chamado de She’hiná está com uma falha causada pelas más ações do mundo e não se une a Tiféret para receber dela novas Neshamot (almas judias) (o Zohar chama o Zeer Anpin de Tiferet) mesmo assim o Mal’hut tem que enviar para o mundo as Neshamot que já recebeu da Tiféret quando estava unida a ela e que ficam no Mal’hut por doze meses.

 

Essas Neshamot que descem para o mundo quando o Mal’hut está em estado de Guevurá e separado da Tiféret vão estar sempre sofrendo nesse mundo .

 

A pobreza e os problemas a perseguem continuamente por toda a sua vida tanto se ele é um Tzadik ou não ele não tem “Mazal “, e o único jeito dele “repor” essa falta crônica de Mazal é investindo na Tefilá sendo que por meio da nossa Tefilá causamos uma união entre a She’hiná e a Tiféret e essa união faz com que a Tiféret que é comparada pelo Zohar ao sol ilumine o Mal’hut que é comparado pelo Zohar à lua que só tem o que recebe do sol .

 

A Tiféret repassa um “brilho” de riqueza para a She’hiná, esse “brilho” ilumina na raiz da nossa Neshamá e por meio disso a She’hiná inverte o que nos foi decretado de pobreza e sofrimento para riqueza e sucesso em tudo.

 

Sendo que o Mazal dessa pessoa não se transforma totalmente por meio da Tefilá mas é “remediado” essa pessoa sempre vai ter que rezar “forte” diariamente toda a sua vida para repor essa “falta” .

 

A Neshamá que desce para o mundo quando o Mal’hut está unido com a Tiféret sempre vai ter sucesso em tudo!

 

Família , saúde , dinheiro e tudo o que precisar por causa de uma das Sefirot que fazem parte desse grupo que o Zohar chama Tiferet, essa Sefirá é chamada de Issod que é apelidado de “Mazal”.

 

Ela que repassa fartura e prosperidade quando o Mal’hut está unido com esse conjunto chamado Tiféret , toda a felicidade, riqueza e tudo de bom está ligado à Sefirat Haissod que é o Mazal.

 

A falta dessa ligação causa uma falta de “Mazal” em tudo, e sobre isso estudamos que :- Filhos, saúde e dinheiro não dependem das nossas ações mas dependem do Mazal.

 

Sendo que a falha na Shechiná (Mal’hut) causou isso para esses Tzadikim , Hashem está sempre unido à eles , não deixa eles nem por um momento e sofre com os sofrimentos deles. Isso é o que está escrito : “Hashem está próximo dos que tem o coração quebrado” , porque eles sofreram junto com Hashem a falha da She’hiná causada pelas más ações desse mundo.

 

Sendo que o Mal’hut é comparado a lua e esses Tzadikim sofrem por causa dessa falha , quando a falha da lua (Mal’hut ) for consertada e a luz da lua ficar como a luz dos sete dias da criação (extremamente maior que a luz da lua) esses Tzadikim também usufruirão desse nível de revelação que é extremamente maior do que os outros níveis .

 

Essa falta de Mazal não precisa ser aplicada ao extremo, por isso o Zohar coloca o Rabi Shimon Bar Yo’hái também nessa classificação como Yaakov sendo que Rabi Shimon teve que fugir dos romanos por treze anos.

 

O próprio exílio de quatrocentos anos que foi decretado no pacto com Avraham Avinu começou com o nascimento de Itzhak e as mudanças de lugar que eles fizeram foi considerada como exílio e poderia ter passado assim por quatrocentos anos diz o Zohar , não fosse o ódio dos irmãos por Yossef que causou um agravamento total no exílio

 

Em nosso exílio atual que foi causado por ódio gratuito isso fica mais grave ainda, sendo que sairemos desse exílio por meio de amor gratuito, então o principal trabalho da nossa geração é despertar o amor ao próximo e ajudarmos uns aos outros como é a característica natural do nosso povo de sermos tímidos , bondosos e gostarmos de fazer favores.Conclusão :

 

A Tefilá e o amor ao próximo podem transformar o nosso Mazal é até uma viagem de férias pode ser considerada um exílio !

 

Hashem é a essência do bem e a natureza de quem é bom é fazer o bem , e por isso , mesmo que o nosso Mazal não é dos bons não temos com o que nos preocupar.

 

Acrescentando em Tefilá e boas ações qualquer decreto pode ser substituído por meios que só Hashem sabe fazer

 

Rabino Gloiber
Sempre rezando por você

 

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A Reversão da pobreza

 

 

Nossa Parashá nos conta sobre como devemos ajudar à nossos semelhantes em várias situações.

 

E quem melhor para explicar esse assunto do que Don Itzhak Abarbanel que foi um dos maiores comentaristas da Torá e junto com isso foi ministro das finanças de três países em uma das épocas mais conturbadas que o nosso povo já passou

 

A explicação do Abarbanel 

 

Nossa Parashá nos conta sobre a Shemitá, o ano sabático no qual os campos são abertos aos pobres.

 

A Parashá nos conta também sobre o resgate das terras que foram vendidas pelos seus donos originais que empobreceram e as venderam por necessidade, sobre o ano do Yovel em que as terras voltam automaticamente aos seus donos originais que as tinham vendido por necessidade, e todos esses mandamentos Divinos vem favorecer aos empobrecidos

 

Por final a Parashá fala sobre o último estágio da pobreza no qual todos se igualam, tanto o que chegou à ela depois de ter vendido o que tinha e ficou sem fonte de renda, quanto aqueles que não tinham nenhuma fonte de renda desde o começo como por exemplo alguém que se converteu ao judaísmo vindo de outro povo.

 

Ou até mesmo o “guer toshav” que assumiu no Beit Hadin sete mandamentos, e por causa disso, diz o Abarbanel, ele também é chamado de “o seu povo” e a ordem Divina é de que “ele vai viver com você”, ou seja, por meio da sua ajuda ele vai viver e não vai morrer

 

E sendo que a linguagem do versículo é de que todas essas categorias de pobres “vão viver com você”, a Torá está nos indicando que os pobres da sua cidade são prioridade, não podemos abandoná-los, não podemos deixá-los

 

E eles vão ser esses aos quais devemos emprestar nosso dinheiro à eles sem juros e também fazer para eles Tzedaká do nosso dinheiro. E quando o versículo fala sobre a proibição de pegar juros ele usa as palavras “e você vai ter temor à D’us”

 

Porque talvez (D’us nos livre) um dia nós próprios ou nossos filhos ou nossos netos poderemos estar nessa situação, porque a pobreza é um círculo que roda pelo mundo. E então nossos irmãos vão estar ao nosso lado

 

E por isso a Torá diz para darmos à ele nosso apoio como presente, como Tzedaká. E nesse caso o versículo usa a frase “Eu sou Hashem seu D’us que tirei de do Egito”, onde vocês estavam no aperto e na pressão, na extrema pobreza, para dar à vocês a terra de Canaã, uma terra boa e ampla, uma herança sem limites, e não dei ela para vocês com juros mas para ser o D’us de vocês

 

O primeiro estágio da pobreza

 

A primeira fase da pobreza é a venda da própria fonte de renda, por isso a Torá começa nos dando a lei em relação à pessoa que empobreceu à ponto de ter que vender o campo e o vinhedo da sua herança – pobreza nível 1

 

O segundo estágio da pobreza

 

A segunda fase da pobreza é venda da própria casa, por isso a Torá continua nos dando a lei em relação à pessoa que teve que vender a própria casa – pobreza nível 2

 

O terceiro estágio da pobreza

 

A terceira fase da pobreza é a pessoa deixar seus objetos de valor como hipoteca para pegar um empréstimo em dinheiro ou em mantimentos por isso a Torá continua nos dando as leis em relação aos empréstimos, leis de juros – pobreza nível 3

 

O quarto estágio da pobreza

 

A quarta fase da pobreza é a pessoa se vender a si próprio ou roubar e ser vendido como escravo por causa do seu roubo, por isso a Torá continua nos dando a lei do escravo judeu – pobreza nível 4

 

A reversão da pobreza

 

Primeira etapa – Em primeiro lugar a Torá nos proíbe de dar à um escravo judeu um trabalho escravo como se ele fosse um escravo de verdade, mas ele tem que ser para nós como um cidadão, como se você tivesse contratado alguém para trabalhar com você. Ou seja, primeira etapa é levantar a moral do pobre

 

Segunda etapa – até o ano do Yovel ele vai trabalhar com você, e não mais do que isso, e então ele sai livre e volta para a sua família.

 

Ou seja, no máximo até o ano do Yovel o empobrecido vai trabalhar com você, mas se os seis anos que ele precisa trabalhar com você terminaram antes do Yovel, ele sai no sétimo ano.

 

E se o ano do Yovel chegou antes, ele sai antes. E até se ele quiser ficar escravo a vida inteira, ele sai no Yovel e volta para a sua dignidade por voltar para a sua família

 

E também os campos que ele vendeu, sua fonte de renda, vai voltar para ele, ele volta para a herança dos seus pais

 

Então por que nesse meio tempo D’us deixaria você tratá-lo como escravo, um trabalho duro e humilhante, e quanto mais pelo fato de isso ser uma profanação da honra de D’us sendo que todos os judeus são escravos de D’us que os tirou do Egito, então como você pode tratar ele como se fosse seu escravo, como se tivesse roubado o escravo de D’us

 

Por isso você tem que tratar ele como se fosse alguém que trabalha por um salário, ter temor à D’us que é o único que tem o poder de diminuir alguém e também engrandecer, e é possível que também você ou um descendente seu pode futuramente (D’us nos livre) estar nessa mesma situação

 

Conclusão do assunto de ontem que se encontra no vídeo acima:

Em primeiro lugar D’us nos dá a oportunidade de participarmos da interação Divina no mundo nos dando a oportunidade de resgatar o campo, a fonte de renda que o nosso semelhante teve a necessidade de vender, e devolver à ele

 

Se o nosso semelhante já caiu mais do que isso e teve a necessidade de vender sua própria casa também, D’us nos dá a oportunidade de participarmos da interação Divina no mundo nos dando a oportunidade de resgatar a sua casa e devolver à ele

 

Em terceiro lugar, se o nosso semelhante já está em uma situação de hipotecar os seus pertences para comprar mantimentos D’us nos dá a oportunidade de dar à ele toda a Tzedaká necessária para que ele não precise hipotecar seus pertences

 

Em quarto lugar, se ele já se tornou um escravo, D’us nos dá a oportunidade de resgatá-lo e torná-lo novamente um homem livre e voltar a viver junto à sua família com toda a dignidade

 

E por final, se não aproveitarmos a oportunidade de participar da interação Divina no mundo e não fizermos nada disso, o próprio D’us vai fazer tudo isso sozinho sem a nossa participação

 

Mas sendo que a pobreza é um círculo que gira pelo mundo, mesmo agora estando são e salvos, ou seja, estando na parte de cima desse círculo, ninguém nos garante que não estejamos futuramente na parte de baixo.

 

Ninguém a não ser D’us que não nos deixaria cair se tivéssemos levantado quem já caiu

 

A Torá é eterna e todos os assuntos dela se encontram espiritualmente em cada etapa da nossa vida.

 

Na época da Torá a fonte de renda era a nossa terra que nos foi dividida aparentemente por sorteio, mas nesse sorteio a interação Divina foi de 100%.

 

Dessa mesma forma hoje em dia quando encontramos a fonte de renda dos nossos sonhos e acreditamos que tivemos sorte em encontrar, na verdade isso nos foi dado totalmente lá de cima

 

E o mesmo D’us que nos deu a nossa fonte de renda aparentemente por “sorteio”, mas na verdade por Divina Providência, nos dá a oportunidade de interagir com essa Divina Providência em relação ao nosso próximo!

 

Essa Parashá é tão atual para os nossos dias!

 

Como dizem nossos Sábios, que precisamos nos relacionar à Torá como se ela nos tivesse sido entregue hoje!

 

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Mensagem da Parashá

Emor


Emor

Na nossa Parashá Hashem diz para Moshe pedir aos Cohanim, os sacerdotes, filhos de Aharon, não se impurificarem participando de um enterro de alguém a não ser que essa pessoa seja sua esposa, seu pai, sua mãe, seu irmão, sua irmã, seu filho ou sua filha.

Ou em uma situação extrema, alguém que não tenha absolutamente ninguém para enterrá-lo, que nesse caso é denominado “Met Mitzvá” e até o Cohen é obrigado à enterrá-lo.

O motivo para esses limites em relação ao Cohen, diz a Torá, é que o Cohen não pode se impurificar a não ser por um motivo de extrema necessidade sendo que ele é quem faz os Sacrifícios no Beit Hamikdash.

E a pergunta é: Porque o extremo da impureza paira especificamente sobre um morto?

E se é assim, por que a Torá não libera totalmente o Cohen de enterrar seus parentes próximos?

Morte e impureza

Rabi Yehudah Halevi nos ensinou que a impureza está sempre ligada à morte, e por isso o caso mais grave de impureza é um judeu ou judia que faleceram.

Abaixo disso está a mulher que dá à luz uma menina.

Antes de dar a luz ela era um conjunto de dois corpos e duas Almas, no parto ela volta a ser um corpo e uma Alma, ou seja, menos vida.

E sendo que essa vida que saiu dela vai dar origem à outras vidas, ela fica impura 66 dias por causa da vida que saiu do seu próprio corpo, mesmo que a menina que saiu dela não só que tem vida própria mas também futuramente vai dar a luz à mais vidas.

Abaixo disso está a mulher que dá à luz a um menino.

Antes de dar à luz ela era um conjunto de dois corpos e duas Almas, no parto ela volta a ser um corpo e uma Alma. Ou seja, menos vida.

Abaixo disso está a mulher que perdeu o óvulo e por isso ficou Nidá. O óvulo era vida, e ele saiu dela, agora ela é menos vida.

Abaixo disso está o marido que teve relação com a mulher. O que saiu dele entrou nela, mas quem ficou impuro foi ele e não ela, porque dele saiu vida, e nela entrou.

Essa regra se aplica também no caso da “nega tzaraat”, a manifestação espiritual que se revelava na pele da pessoa causando a morte das células, e onde há morte há impureza, e por isso a pessoa ficava impura por causa da “nega tzaraat”

Quando acordamos de manhã estamos impuros (até jogarmos água nas nossas mãos por meio de um recipiente seis vezes intercaladamente) porque nossa Alma sobe para os céus nos colocando em uma situação de 1/60 da morte.

Ou seja, durante o sono estamos menos vivos.

Quando cortamos as unhas ou os cabelos, ou quando fazemos uma doação de sangue, também devemos fazer a “netilat yadayim”, (jogarmos água nas nossas mãos por meio de um recipiente seis vezes intercaladamente) para tirar a impureza que pairou sobre nós por causa da perda de uma pequena parte de vida, uma pequena parte do nosso sangue, dos nossos cabelos ou das nossas unhas.

Mas porque a impureza paira sobre nosso corpo sempre que há nele um pouquinho de redução de vida, ou, D’us nos livre, a própria morte que traz com ela a maior de todas as impurezas?

A explicação do Zohar

Diz o Zohar que a pessoa não morre antes de ver a “Shehiná” (Presença Divina) e por causa do intenso desejo da nossa Alma em se unir à Shehiná, nossa Alma sai do corpo ao seu encontro.

Depois que a Alma sai do corpo e, consequentemente, aquele corpo se torna um corpo morto, é proibido deixá-lo sem que seja enterrado.

O Zohar traz vários motivos para isso.

Porque se deixamos passar 24 horas entre a morte e o enterro causamos uma fraqueza nas Sefirot do mundo superior, sendo que a “imagem e semelhança” Divina descritas pela Torá em relação à criação do homem se refere às Sefirot lá de cima e por isso cada um de nós está sincronizado com essas Sefirot

E da mesma maneira que existe a infiltração do lado espiritual negativo no corpo do falecido aqui em baixo, se ele não é enterrado em 24 horas esse lado espiritual negativo acessa ao mundo superior e suga vitalidade das Sefirot lá de cima

Outro motivo que não podemos atrasar o enterro é para não atrasar a ajuda Divina decretada para aquela pessoa.

Porque talvez Hashem tenha decretado para o bem daquela pessoa que ela vai se reencarnar naquele mesmo dia que faleceu, explicitamente para o bem dela

E enquanto o corpo não é enterrado a Alma não pode se apresentar na frente de Hashem, e consequentemente não pode entrar em uma próxima reencarnação. Isso pelo motivo de que não é dado para a Alma um segundo corpo enquanto o primeiro não é enterrado.

O Zohar compara esse caso à uma pessoa cuja esposa faleceu. Não é correto ele se casar com outra mulher enquanto a esposa falecida não é enterrada, assim também não é correto ele receber um novo corpo enquanto o corpo anterior não é enterrado.

Outro motivo para que a pessoa seja enterrada no mesmo dia é porque quando a Alma sai do corpo e precisa ir para o mundo superior, para o Gan Éden (o Paraíso) e ela não pode entrar lá enquanto não é dado a ela um novo corpo.

Mas sendo que o Gan Éden fica no mundo superior, esse novo corpo é infinitamente melhor do que o atual e é denominado pelo Zohar como um “corpo de luz”.

Um corpo espiritual para usufruir do Gan Éden HaTa’hton (Baixo Paraíso) onde uma hora lá equivale à setenta anos dos maiores prazeres aqui nesse mundo, ou do Gan Éden HaElion (Alto Paraíso) onde uma hora lá é comparada à setenta anos no Gan Éden HaTahton.

Mas só depois que a Alma recebe esse corpo espiritual ela pode entrar no mundo superior, e isso só acontece depois que o corpo material que ela usou aqui embaixo é enterrado.

Somente depois disso ela recebe o corpo espiritual e pode entrar no mundo superior

Diz o Zohar que aprendemos isso de Eliahu Hanavi (o profeta Elias) que tem dois corpos.

Um corpo que ele usa para aparecer para as pessoas aqui nesse mundo, mas com esse corpo ele não consegue subir para o mundo superior. Outro corpo ele usa para aparecer lá em cima entre os Anjos do céu

Mais um motivo que traz o Zohar é o de que todo o tempo em que o corpo ainda não foi enterrado a Alma, mesmo não estando mais nele, sofre por causa do espírito impuro que aparece para habitar nele causando com que o corpo morto fique impuro.

E sendo que o espírito impuro aparece por causa da morte, a pessoa não deve deixar aquele corpo por uma noite sem enterrá-lo porque o espírito impuro se encontra com mais intensidade durante a noite e vaga por toda a terra procurando um corpo sem Alma para impurificá-lo, e de noite ele impurifica com muito mais intensidade

🌻🥰❤️

O Zohar nos conta que no momento do falecimento é dada à pessoa a permissão de ver o que ele não conseguiria ver enquanto estava vivo.

Ele vê que estão vindo ao seu encontro seus parentes e amigos do mundo superior e ele reconhece cada um deles mesmo sendo eles seus ancestrais que nunca viu em vida.

E todos se revelam para ele com a aparência que tinham neste mundo. Se a pessoa que falece tem o mérito de estar à caminho do Gan Éden (paraíso celestial) todos os amigos e parentes que estão no Gan Éden chegam alegres ao seu encontro e dão boas vindas à ela

Mas se ela não tem o mérito de ir para o Gan Éden, ou seja, se está a caminho do gehinom, não aparecem para ela a não ser aquelas pessoas ruins que estão sendo retificadas no gehinom.E todos se revelam para ela tristes. Começam com um “ai” por causa do castigo que vai ser acrescentando à eles por causa dessa pessoa, e terminam com um “ai” por causa do castigo que essa pessoa vai receber

O “Guehinom”

 

O Guehinom é o “mundo de baixo”, dimensão espiritual negativa criada para a retificação da Alma mas com limite de estadia limitado para o máximo de doze meses.O Guehinom é exatamente o contrário proporcional do Baixo Paraíso. Da mesma maneira que uma hora no Baixo Paraíso equivale à setenta anos dos maiores prazeres aqui nesse mundo, uma hora no Guehinom equivale à setenta anos dos maiores sofrimentos nesse mundo

O exemplo do relógio de Sol

 

Diz o Baal HaTanya que da mesma maneira que o Sol percorre uma distância de milhares de quilômetros no céu, e relativo à isso sua sombra percorre alguns centímetros aqui embaixo, essa mesma proporção é aplicada aos nossos sofrimentosUm pouquinho de sofrimentos neste mundo nos liberam de milhares de quilômetros de sofrimentos no gehinom, e por isso devemos sempre agradecer à Hashem por qualquer sofrimento pelo qual passamos

Continuando a descrição do Zohar em relação à saída da Alma e os parentes e amigos do Gan Éden que vem receber ela neste momento

No momento da saída da Alma, todos os parentes e amigos que estão no Gan Éden vêm recebê-la e fazem para ela um passeio até lá. Mostram para ela o lugar que ela vai receber no Gan Éden e ela sobe para conhecer e usufruir um pouquinho dos intensos prazeres daquele mundo. Um verdadeiro turismo pelo mundo superior !

Depois ela desce para participar da “Shiva”  que é a semana de luto pela sua morte. Todos esses primeiros sete dias a partir do enterro a Alma vai da sua casa para o seu túmulo e do seu túmulo para a sua casa. Na sua casa ela vê que todos estão enlutados pela sua morte e ela também fica enlutada pela própria morte

Depois de sete dias desde o enterro, o corpo continua na sua decomposição, e agora ela vai se mudar oficialmente para o Gan Éden.
Para sair oficialmente desse mundo ela passa primeiro pela Mearat HaMahpelá que é o túmulo de Adão e Eva e dos nossos Patriarcas e Matriarcas.

Lá ela vê o que tem permissão para ver e entra no lugar que tem permissão para entrar até chegar ao Gan Éden HaTahton, porque a Mearat HaMahpelá, diz o Zohar, é o caminho para o Gan Éden HaTahton.

No caminho do Gan Éden ela vê os “keruvim” com o brilho das suas espadas circundantes, que são os anjos de destruição que Hashem (D’us) colocou para guardar o caminho da Árvore da Vida, a entrada do Gan Éden HaTahton. Se ela tem a permissão eles abrem para ela o portão e ela entra

Os quatro Anjos principais, Mihae-l, Gavrie-l, Urie-l e Refae-l são convidados para “vesti-la”. Eles aparecem segurando uma semelhança de corpo nas suas mãos.

Um corpo espiritual que foi feito por ela própria por meio dos Mandamentos Divinos que ela cumpriu nesse mundo, e de acordo com o nível desse corpo ela vai usufruir dia intensos prazeres daquele mundo

Ela se reveste nele com muita alegria e recebe o lugar dela no Gan Éden HaTahton. Ela fica lá somente durante o período que ainda não é permitido para ela subir ao Gan Éden HaElion, porque às vezes por causa do nosso comportamento nesse mundo não é liberada a nossa entrada diretamente para o Gan Éden HaElion

Quando termina nosso tempo de espera nesse lugar maravilhoso que é o Gan Éden HaTahton chega a hora de subirmos ao Gan Éden HaElion. Nesse momento ela ouve que estão anunciando lá de cima que chegou a hora de ela subir ao Gan Éden HaElion. Ela é chamada pelo seu nome

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.org

Mensagem da Parashá

Nossa Parashá


Aharei Mot

Nossa Parashá começa nos contando sobre os dois filhos de Aharon que faleceram por terem entrado com um “fogo estranho” na parte mais sagrada do Mishkan

 

A Parashá termina nos ensinando que existe uma situação em que a Terra Santa “vomita” seus habitantes devido ao comportamento deles em relação a “casamentos” e a santidade daquele lugar

 

Existe uma ligação entre esses dois assuntos que fazem parte de uma mesma categoria, mas em níveis diferentes

 

Quando Hashem (D’us) nos deu a Torá no Monte Sinai, pediu para Moshe avisar nosso povo para não subir naquela montanha e nem tocar nela enquanto estivesse acontecendo lá a entrega da Torá

 

A linguagem do versículo naquele caso é de que todo aquele que tocar em qualquer parte daquela montanha, mesmo em sua parte mais extrema, vai falecer

 

E também os animais deveriam ser impedidos de pastar no Monte Sinai no momento da entrega da Torá, porque eles morreriam também se estivessem naquele momento naquele local

 

A Torá nos conta mais adiante que Nadav e Avihu, os dois filhos de Aharon que faleceram por terem entrado no Mishkan com o “fogo estranho”, eram pessoas muito elevadas espiritualmente como o próprio Moshe diz ao seu irmão Aharon que Nadav e Avihu estavam em um nível superior ao deles

 

O “fogo estranho era o incenso feito de acordo com a Torá, mas esse trabalho deveria ter sido feito pelo pai deles, por Aharon que era o sumo sacerdote, e não pelos seus dois filhos, por uma pessoa e não por duas

 

Mas o fato de o Midrash ter nos contado que eles faleceram por ter entrado no Mishkan bêbados já nos ensina que o fato de eles terem entrado no Mishkan com o incenso no lugar de Aharon não justificaria a morte deles

 

Sendo assim, é óbvio que o motivo do falecimento deles naquela ocasião não tinha relação com o nível espiritual deles, que era elevado o suficiente

 

Pelo fato de Moshe ter avisado os Cohanin para não entrarem “bêbados” no Mishkan, surge a possibilidade de eles terem bebido muito vinho antes de terem entrado lá, e pode ser que foi isso o que causou a morte deles

 

Essa hipótese trazida pelo Midrash é vista como uma lição de moral, mas não é a prova de que esse foi o motivo verdadeiro, sendo que em relação à conduta moral  Nadav e Avihu estavam dentro dos padrões e não havia nenhuma base para suspeitar de alguma conduta negativa em relação à eles

 

Também o fato de não ter sido possível encontrar vinho naquele lugar nos leva a conclusão de que o Midrash está usando essa hipótese como lição de moral, mas não como prova de que o motivo do falecimento deles foi esse

 

Então qual foi o motivo real da morte de Nadav e Avihu

 

A Torá nos conta que no momento da entrega da Torá Hashem (D’us) chamou Moshe para subir na montanha, dando à ele por meio desse chamado uma proteção especial para que ele pudesse presenciar a intensidade da revelação Divina sem que sua Alma deixasse seu corpo

 

Mas qualquer pessoa ou animal que tocasse naquela montanha naquele momento, mesmo que fosse somente no extremo da montanha, a Alma sairia do corpo devido ao nível da revelação Divina que estava acontecendo lá

 

Depois da entrega da Torá, a revelação Divina deixou definitivamente o Monte Sinai

 

O Monte Sinai voltou a ser uma montanha como qualquer outra, e não haveria mais nenhum problema para os pastores com seus animais subirem até o ponto mais alto dela, e eles já poderiam fazer isso sem que nada acontecesse

 

Aprendemos daqui que quando a revelação Divina paira sobre um lugar, todo o tempo que ela se encontra lá, nem as pessoas e nem os animais conseguem manter as almas nos corpos a não ser que ele seja chamado para, lá como foi o caso de Moshe Rabeinu no Monte Sinai na hora em que a presença Divina pairou sobre ele

 

Quando o Mishkan, nosso “Templo-móvel” foi construído no deserto, a revelação Divina pairou sobre ele se revelando na sua parte mais sagrada chamada de “Kodesh HaKodashim”

 

O sinal de que a revelação Divina pairou sobre o Mishkan foi o mesmo que aconteceu no Monte Sinai, a nuvem baixou sobre ele

 

A regra em relação ao Mishkan foi a mesma que no monte Sinai. Quando a nuvem pairava sobre o Mishkan mostrando claramente que a revelação Divina estava acontecendo lá, Moshe era chamado para o Mishkan e Hashem (D’us) falava com ele. Se Moshe não fosse chamado ele não iria lá por si só,

 

Por outro lado, Aharon e seus filhos faziam parte da estrutura do Mishkan. Ou seja, o Templo-móvel tinha os seus sacerdotes que eram Aharon e seus filhos, e por isso está escrito em relação à entrada no Kodesh HaKodashim “o estranho que entrar vai falecer. E quem está na categoria de estranho

 

A Guemará nos conta que certa vez alguém estava passando por trás de uma Sinagoga, escutou do lado de fora uma descrição sobre as roupas do Cohen, entrou na Sinagoga e perguntou :- Quem vai vestir essas roupas? :- O Cohen Gadol, respondeu o professor

 

A pessoa que não era judeu tomou uma decisão consigo próprio: – vou me converter ao judaísmo com a condição de ser o Cohen Gadol

 

Chegou ao tribunal rabínico onde se encontrou com Shamai, que ouvindo esse argumento concluiu que a pessoa não tinha uma boa intenção

 

Mas aquela pessoa não desistiu e foi procurar o outro grande Rabino da época que se chamava Hilel. Hilel fez para ele um curso de Cohen Gadol

 

Quando chegaram nesse assunto de “o estranho que se aproximar vai morrer” a pessoa perguntou:- Quem é considerado “estranho” em relação ao “Kodesh HaKodashim”

 

Até David, o rei de Israel que também era a pessoa mais elevada espiritualmente da sua geração e também a mais rica e poderosa, nada disso adiantaria em relação ao “Kodesh HaKodashim”, e se ele entrasse lá ele morreria como qualquer outro

 

Aquela pessoa descobriu que não poderia ser Cohen Gadol e se tornou um bom judeu

 

Nadav e Avihu não estavam na classificação de “o estranho que se aproximar vai morrer” sendo que eles eram Cohanin, eles eram os sacerdotes

 

Mesmo assim, a permissão para eles entrarem lá era restrita aos trabalhos específicos que deveriam fazer. Incluindo detalhes como roupas específicas para eles poderem trabalhar lá

 

Cada ação no nosso mundo material tem uma sincronização com o mundo espiritual, e de acordo com essa sincronização acontece uma reação

 

O Cohen, por meio do seu trabalho, sincroniza entre o mundo de baixo e o mundo de cima, trazendo para cá fartura e abundância

 

Isso acontece por meio da sincronização entre as Dez Sefirót lá em cima. A fartura e abundância lá de cima é repassada por meio da Sefirá chamada de Yessod para a Sefirá chamada de Mal’hut, a Mal’hut transforma a abundância espiritual em bens materiais

 

Um exemplo para isso é uma mãe que após comer um jantar de Shabat completo, com vinho, pão, peixe e saladas, carne com batata, sucos e sobremesa, transforma em seu corpo tudo isso em leitinho para o nenê

 

Se ela desse todo esse jantar de Shabat para o nenê do jeito que foi oferecido para ela, o nenê simplesmente morreria de fome. Não por causa da qualidade desses alimentos, mas por causa da incapacidade do nenê em relação a esse nível de alimentação

 

Então a mãe come toda essa comida, transforma ela em leitinho e depois dá de mamar para ele. Assim o nenê cresce saudável

 

Dessa maneira a Sefirá chamada de Mal’hut transforma a fartura e abundância espiritual em bens materiais. Mas para que o repasse dessa fartura do Yessod para o Mal’hut aconteça, nós precisamos merecer

 

E aí entra o trabalho do Cohen. Ele faz o trabalho Divino nos representando como se cada um de nós estivesse lá fazendo esse trabalho junto com ele. Esse trabalho é feito totalmente em sincronização com as forças ocultas espirituais

 

Quando Moshe Rabeinu trouxe as dez pragas para o Egito, ele teve que fazer ação material que causasse a reação espiritual para cada uma das dez pragas separadamente

 

Na primeira praga, quando Hashem (D’us) pediu para ele dar uma cajadada no Rio Nilo, Moshe respondeu que não vai poder dar essa cajadada porque esse rio salvou a sua vida quando sua mãe o colocou lá em uma cestinha

 

Hashem não cancelou a ordem da cajadada para trazer a praga, mas pediu para Moshe pedir ao seu irmão Aharon para ele dar essa cajadada

 

Porque para trazer algo lá de cima precisamos fazer uma ação nesse mundo material para que aconteça a reação no mundo superior

 

E essa ação precisa ser de acordo com os detalhes da ordem Divina que no caso da primeira praga foi a cajadada

 

No caso da praga dos piolhos, Hashem pediu para Moshe jogar a terra do Egito para o alto. Moshe novamente se desculpou de não poder fazer isso sendo que aquela terra o ajudou quando ele salvou um judeu de ser assassinado por um soldado egípcio

 

Novamente Hashem não cancelou essa ação, mas pediu para Moshe pedir à seu irmão Aharon para ele fazer esse ato material de jogar a terra do Egito para cima e assim começou a praga dos piolhos

 

Se Aharon tivesse invertido a ordem Divina e tivesse jogado a água do Rio Nilo para cima e dado uma cajadada na terra, nada aconteceria

 

E assim é o trabalho dos nossos Cohanin que são os nossos sacerdotes. Cada trabalho tem que ser feito da maneira correta, e se não for feito da maneira correta a sincronização não acontece e nada de bom desce para baixo

 

Sendo que é permitido para o cohen entrar no Mishkan e ele não está na classificação de “o estranho que entrar vai falecer”, e se o trabalho dele não for feito certo ele não traz as bênçãos celestiais para nós, o fato de Nadav e Avihu terem falecido ainda precisa de uma explicação

 

Por isso, dia o Zohar, o motivo que restou foi o fato de eles não terem se casado

 

E por esse motivo, quando a Torá se refere a pessoa que vai fazer o korban, o sacrifício, ela usa a palavra Adam

 

Quando Hashem criou o ser humano, diz o Zohar, ele fez uma pessoa que era um lado homem e o outro mulher. Essa pessoa foi chamada de Adam

 

Hashem fez Adam adormecer profundamente, separou entre os dois lados, e assim surgiu Hava, a Eva da Torá

 

(A estória de que D’us criou a mulher da costela não tem fonte judaica)

 

Por isso Nadav e Avihu faleceram, diz o Zohar, eles eram somente “meio corpo”. Cada um deles era “meio corpo”, e mesmo assim eles decidiram fazer o trabalho mais sagrado de todos os trabalhos do Mishkan

 

E por causa do contraste entre a fraqueza de eles serem “meio corpo”, de não serem casados, e a intensidade do Ketoret, do trabalho de trazer o incenso para o Kodesh HaKodashim que deveria ter sido feito pelo pai deles, eles faleceram

 

E por isso, diz Rabi Aba no Zohar, pelo fato de eles serem “meio corpo” e terem feito o mais importante de todos os trabalhos do Mishkan, por isso eles faleceram

 

Mas se eles fossem casados ou se tivessem feito outro trabalho do Mishkan que não fosse esse, não teriam falecido

 

Nossa Parashá começa nos contando os procedimentos tomados depois que faleceram os dois filhos de Aharon, e termina nos contando sobre as relações íntimas proibidas

 

Nos revelando por meio disso que de acordo com o nosso comportamento a Terra Santa pode chegar ao extremo de “Vomitar os seus habitantes como vomitou os povos que estavam lá antes de nós” por terem tido essas relações íntimas proibidas

 

Daqui aprendemos que da mesma maneira que aqueles povos foram tirados da nossa terra por meio de sete anos de guerra que fizemos com eles, nós também podemos ser tirados de lá da mesma forma, e isso é a expressão do conceito da Torá de “a terra vomitar os seus habitantes”

 

Sendo que a Torá não está falando sobre outras terras mas somente sobre a “Terra Santa”, entendemos que também no nosso nível pode acontecer um curto circuito espiritual, entre a santidade da terra e a falta de santidade do nosso comportamento.

 

Por isso a Torá nos avisa isso antecipadamente. Para sabermos que cada ação no mundo material causa uma reação no mundo espiritual.

 

Quando essa ação aqui embaixo se compara ao comportamento dos povos que foram “vomitados” da nossa terra, estamos trazendo para nós por meio desse comportamento essa mesma consequência que esse comportamento trouxe para eles.

 

Então vamos estudar muita Torá e fazer muitas Mitzvot para trazer imediatamente a Gueulá

 

🌻🌻🌻🌻

Kedoshim

Nossa Parashá nos conta (entre inúmeros assuntos) sobre a proibição de guardar rancor.

 

Toda pessoa que guarda rancor contra um judeu principalmente se ele for o cônjuge, transgride uma Mitzvá da Torá, como está escrito na nossa Parashá: “Ló titor”, não guarde rancor.

 

Exemplo: Você pede um favor para alguém e a pessoa não quis fazê-lo.

 

No dia seguinte, essa pessoa precisou de você e você responde: “Eu não sou como você. Eu não vou lhe negar um favor como você me fez”!

 

Isso acontece porque a pessoa estava guardando aquele rancor e achou o momento exato para revelar isso.

 

Em outras palavras, “jogar na cara” é proibido pela Torá.

 

O Baal Shem Tov explicou que nossos sábios comparam a pessoa que fica brava a alguém que está fazendo idolatria porque no momento da fúria, a fé em D’us desaparece automaticamente, e quando não se acredita em D’us consequentemente se está acreditando em outra coisa”.

 

Porque se ele soubesse que tudo o que acontece com ele vem de D’us, ele nunca ficaria bravo.

 

E mesmo que uma pessoa que por livre-arbítrio optou por fazer-lhe o mal, e amaldiçoa ou bate nele, ou lhe causa prejuízo monetário sendo condenada pelo tribunal humano ou Divino pela maldade da sua escolha, mesmo assim, à quem foi prejudicado já estava decretado pelos Céus que assim seria.

 

O tribunal Divino apenas usou a pessoa ruim para cumprir o decreto Divino por meio dela, e mesmo nesse momento em que a pessoa bate em alguém ou o amaldiçoa, o pensamento que cai na cabeça dessa pessoa para nos prejudicar ou o sentimento que a impulsionou a fazer isso veio lá de cima.

 

D’us faz as coisas boas acontecerem por meio de pessoas boas e as coisas ruins por meio de pessoas ruins.

 

O agente causador do nosso infortúnio foi apenas uma ferramenta usada por D’us para cumprir o decreto Divino que veio para nos purificar de alguma coisa ruim que fizemos na reencarnação atual ou em outra.

 

Tudo vem lá de cima, e as pessoas que nos fazem o mal são os verdadeiros “bobos” que estão sendo usados para nos prejudicar e depois serem castigados por terem nos prejudicado.

 

Se tudo isso foi dito sobre qualquer pessoa, imagine marido e mulher ou pais e filhos que são o grupo de risco nesse assunto por terem mais intimidade entre si, quanto temos que tomar cuidado com isso.

 

Então, não vamos ser bobos de brigar em casa!

 

Vort israelense: (dugri)

 

O rancor é comparado à fezes espirituais. Guardar rancor é prisão de ventre espiritual, você está com rancor de alguém? Baixe a descarga! Porque quanto mais acumula pior fica!

 

Nossa Parashá nos conta entre muitos assuntos interessantes que não devemos olhar para a idolatria.

 

Diz o Ari Zal que quando olhamos para alguém ou para alguma coisa, recebemos a “energia” dessa pessoa ou dessa coisa ruim.

 

Quando olhamos para uma coisa boa, a energia boa que tem nela se une à nós e gera dentro de nós uma energia positiva.

 

Mas se olhamos para uma coisa ruim recebemos dela a energia ruim que  ela contém. Essa energia ruim se une à nós tirando de nós a energia boa.

 

E esse é o segredo que está por trás desse mandamento da Torá de não olhar para a idolatria. Porque quando olhamos para uma coisa impura como a idolatria, a impureza dela se adere à nós tirando a nossa santidade e nos atraindo para a impureza.</p

 

Vamos encher a nossa casa de quadros de Tzadikim que hoje na nossa geração Google é fácil de baixar, mandar revelar e colocar uma moldura.

 

Perguntei para vários rabinos de Israel se é permitido baixar uma foto do Rebe pelo Google. A resposta foi sempre a mesma: O Rebe pertence aos Hassidim!

 

E fora isso, com certeza ninguém nunca pagou ao Rebe direitos autorais pela foto que tirou dele. Isso se refere somente à fotos e não à desenhos, pinturas, ou fotos decoradas.

 

Certa vez o Rebe disse sobre o Rabino que eu tinha escolhido para fazer as minhas perguntas difíceis, o Rav Moshe Weber de Yerushaláim (Jerusalém): “É o suficiente olhar para ele para receber “Irát Shamaim” (temor aos céus, ou seja, reverência à D’us)

 

Rav Moshe Weber

 

🌻🌻🌻

 

Nossa Parashá nos conta sobre a Mitzvá de amar ao próximo como a si mesmo.

 

O Ari Zal explica que está por trás disso se encontra o segredo de que todo o povo de Israel é uma Alma só e cada um de nós é uma ramificação dessa Alma Divina que Hashem (D’us) deu ao Adam Harishon (o primeiro homem) e por isso cada um de nós é responsável pela transgressão do outro.

 

Por isso, diz o Ari Zal, a reza chamada de “Vidui” na qual falamos uma lista de pecados (que geralmente não fizemos) foi instituída no plural, sendo que temos cumplicidade pelas transgressões de todos os judeus por fazermos parte de uma Alma só.

 

Por isso, mesmo quando rezamos sozinhos falamos essa reza no plural, sendo que o pecado que um judeu faz é como se todos nós tivéssemos feito, pelo motivo de sermos a mesma Alma ramificada.

 

🌻🌻🌻🌻

 

Nossa Parashá também nos ensina que devemos dar uma advertência à qualquer judeu que está fazendo uma coisa ruim.

 

Na maioria dos casos a pessoa se comporta errado por não saber o que é certo, e por isso, no lugar de dar uma bronca causando uma revolta nessa pessoa, devemos ensinar  à ela com muito amor e carinho o que é certo e assim estamos cumprindo essa Mitzvá com eficiência.

 

Isso também aprendi com o Rav Moshe Weber, que com oitenta anos de idade dedicava várias horas do dia para ensinar os soldados israelenses a colocarem Tefilin, e muitas vezes ele me contou sobre soldados que colocaram o Tefilin pela primeira vez na vida.

 

Ou seja, temos que advertir cada judeu, mas dessa maneira. Ensinando ele a cumprir as Mitzvót (Mandamentos Divinos) com muito amor e carinho.

 

🌼🌹🌼🌹

 

Nossa Parashá nos conta que devemos amar o “guer” (alguém que se converteu ao judaísmo).

 

O Rebe de Lubavitch nos ensina que a linguagem da Torá que se refere ao “guer” diz “guer shemitgaier” (convertido que se converte) nos ensinando que ele já tinha uma Alma judia, mas que se revelou no dia da sua conversão.

 

 

Sendo assim, tudo o que o Ari Zal explicou sobre o mandamento de amar ao próximo como a si mesmo se aplica ao guer também, mas com mais intensidade sendo que a Torá acrescenta no caso do guer mais uma Mitzvá.

 

🌻🌻🌻

 

Nossa Parashá nos conta que é proibido se vingar e proibido guardar rancor. Sendo que a Torá já nos proíbe assassinar, ferir e etc, e não podemos pegar a lei com as mãos, mas temos que procurar o tribunal rabínico que vai cobrar do agressor o que é devido pela Torá, então o que sobrou para nós nos vingarmos que a Torá precisa acrescentar esses dois mandamentos?

 

O Midrash Sífra nos traz a explicação para esses dois mandamentos.

 

O que é considerado vingança pela Torá?

 

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice. Mas a outra pessoa não emprestou.

 

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice.

 

A resposta foi:- Não vou te emprestar a minha enxada da mesma maneira que você não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido se vingar”.

 

O que é considerado guardar rancor pela Torá?

 

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice? A outra pessoa não emprestou.

 

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice, e a resposta foi:- pode pegar, não sou como você que não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido guardar rancor”.

 

Em outras palavras, o rancor é comparado à uma “prisão de ventre” espiritual. Você só tem a perder com isso, nesse mundo você sofre e no próximo você ainda é julgado por causa disso.

 

Se até uma prisão de ventre material quanto mais tempo passa mais duro fica de tirar e mais perigoso fica, quando mais uma prisão de gente espiritual!

 

Então vamos fazer todo dia a nossa higiene espiritual e baixar a descarga sobre todas as nossas mágoas antes que elas fiquem duras demais e precisemos de mais esforço para removê-las!

 

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