Quanto mais grave o assunto maior tem que ser a reza

 

Quanto mais grave o assunto maior tem que ser a reza

 

Quando Moshe rezou para Hashem curar sua irmã Miriam, ele falou somente cinco palavras e o pedido dele foi atendido imediatamente.

 

Quando Moshe rezou pelo nosso povo na ocasião do bezerro de ouro, ele teve que se esforçar muito na sua reza.
 
Subiu ao Monte Sinai, ficou lá quarenta dias e quarenta noites, pediu para Hashem apagar o nome dele da Torá caso nosso povo não fosse desculpado, e não abriu mão de rezar até conseguir o que queria. Esse foi um esforço sobrenatural.
 
Quando Moshe rezou pelo nosso povo no caso de Kora’h o povo foi desculpado imediatamente.
 
Vemos daqui que quanto mais grave o caso, maior tem que ser a reza.
 
No caso de Miriam, ela era uma Tzadeket e tinha uma boa intenção, mas a atitude dela estava errada. Por isso cinco palavras de reza bastaram.
 
No caso de Korah, o povo inteiro se reuniu à volta dele para ver o que vai acontecer. Korah imaginou erroneamente que todos estavam a favor dele e isso o motivou a continuar a “ma’hloket”, a discórdia.
 
Sendo que a intenção do povo não era a de Kora’h continuar a discórdia mas sim de ver o que vai acontecer, quando Moshe rezou por eles e eles foram desculpados rapidamente.
 
No caso do bezerro de ouro tinha sido muito mais difícil.
 
O povo reclamou quando faltou água, reclamou quando faltou comida, reclamou que queriam carne, reclamou de tudo!
 
E quando chegaram os idólatras para arrecadar fundos para fazer a idolatria logo após o ápice da revelação Divina na entrega da Torá, ninguém reclamou!
 
As mulheres não quiseram dar as joias para fazer o bezerro de ouro e os maridos arrancaram as joias delas à força.
 
E tudo isso quarenta dias depois da entrega da Torá, não dava tempo de dizer que esqueceram que D’us existe.
 
Nesse caso Moshe Rabeinu teve que se esforçar muito na reza e não foi atendido imediatamente ou apenas rapidamente, mas somente depois de quarenta dias de esforço sobrenatural.
 
Cada um de nós recebe de Hashem absolutamente tudo o que merece receber, pelo infinito amor que Hashem tem por cada um de nós.
 
Quando merecemos um “castigo”, uma retificação lá de cima, nunca recebemos esse castigo na sua integridade, mas recebemos muito menos do que deveríamos receber.
 
Hashem na sua infinita bondade nos faz todos os descontos possíveis e impossíveis para diminuir o nosso castigo.
 
Mas ao contrário disso, o que merecemos receber de bom, recebemos integralmente.
 
Por isso, sempre que rezamos e pedimos para Hashem nos dar mais coisas boas, mesmo como adiantamento pelos nossos futuros méritos, pelas coisas boas que ainda estamos por fazer, devemos pedir para Hashem nos dar isso de presente, nos dar “de graça”.
 
Por isso a linguagem da nossa Parashá referente à quando Moshe rezou para Hashem dar para ele mais do que planejado é Vaet’hanan, que significa que ele pediu um presente gratuito, sem um motivo que justificasse isso.
 
E assim devemos rezar também.
 
Agradecer à Hashem que nos dá absolutamente tudo o que merecemos, não reclamar que nos falta alguma coisa mas pedir de presente tudo o que ainda nos falta.
 
Nunca devemos pensar nos motivos Divinos de porque alguém que na nossa opinião merece menos, tem mais, e nós que “com certeza” deveríamos receber mais de Hashem estamos recebendo menos.
 
Porque existem inúmeros motivos para isso, e um deles é o mérito ou desmérito de uma reencarnação anterior que não temos como saber.
 
Por isso, em relação aos assuntos materiais devemos olhar sempre para quem está em uma situação pior do que a nossa, agradecer à Hashem pelo que temos e pedir o resto “de presente”.
 
Em relação aos assuntos espirituais devemos sempre pedir para Hashem nos dar a possibilidade de podermos fazer mais, e isso também “de presente”.
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.com

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