
Nossa Parashá nos conta que AShem (D’us) abençoou Noa’h e seus filhos.
O Zoar nos conta sobre o que escreveu o rei Salomão, que “a benção Divina é quem nos traz as riquezas e não precisamos acrescentar sofrimentos e esforço para receber essas riquezas, porque é suficiente a benção Divina, porque somente dela vem as riquezas.”
E como essa benção Divina que nos enriquece desce para o nosso mundo material?
A She’hiná
A “She’hiná”, traduzido como “a presença Divina”, é a Sefirá chamada de Mal’hut.
Ela é comparada pelo Zoar a uma grande represa que recebe águas de muitos lugares e repassa essas águas para nós de acordo com as nossas necessidades, sem nos causar uma inundação.
A palavra “represa”, em hebraico bre’há בְּרֵכָה , vem da mesma raiz que a palavra benção em hebraico, Bra’há בְּרָכָה, nos mostrando que a Mal’hut é uma represa em relação às Sefirot que a antecedem, e isso se transforma para nós na benção Divina que nos traz todas as riquezas.
Zeir Anpin, a “Pequena Face”
O conjunto de Sefirot (plural de Sefirá) chamado de Zeir Anpin é composto pelas Sefirot: Hessed, Guevura, Tiferet, Netza’h Od e Yessod.
Esse conjunto de Sefirot que também é chamado de “Kudsha Brih’u”, repassa para a Mal’hut, que também é chamada de “She’hinta”, todas as coisas boas lá de cima.
Esse repasse acontece quando o Zeir Anpin e a Mal’hut se unem.
O Zeir Anpin é comparado ao noivo, a Mal’hut comparada a noiva, e a união dessas Sefirót lá em cima é comparada ao casamento.
Y’hud (a união) de Kudsha Brih’u e She’hinta
A união do Zeir Anpin e Mal’hut lá em cima só acontece no mérito do nosso estudo da Torá e do nosso cumprimento das Mitzvot que são os Mandamentos Divinos, aqui no nosso mundo da Assiá que é o mundo da ação.
Quando estudamos Torá e cumprimos os Mandamentos Divinos, estamos fazendo o “vestido” e as “jóias” da noiva.
Espiritualmente falando, estamos preparando a noiva para o casamento.
Quando essa união acontece, a Mal’hut recebe a fartura do Zeir Anpin por meio da Yessod e a repassa para nós, e essa é a benção Divina que nos trás as riquezas.
Podemos comparar a Mal’hut a uma mãe amamentando seu nenê.
Depois que ela comeu tudo o que precisava, ela repassa tudo aquilo para o nenê, mas no nível dele.
Naquele leitinho que ele está mamando estão todas as variedades de comida que ela comeu, e ela consegue fazer com que tudo isso chegue até o nenê, mas no nível dele.
Se ela desse para o nenê diretamente os alimentos que ela recebeu, ele não conseguiria comer e morreria de fome na frente de todos aqueles alimentos.
E essa é a característica da mãe, o pai não conseguiria fazer isso.
A capacidade de transformar o espiritual em bens materiais e repassar tudo isso para nós no nosso nível é a característica da Mal’hut e não do Zeir Anpin.
Essa formação de Sefirot chamado de Zeir Anpin representa o lado espiritual masculino, o pai que traz a comida para casa.
A Mal’hut nas Sefirot representa o lado espiritual feminino, a mãe que, depois de ter comido, amamenta o nenê repassando para o nível dele a comida que ela recebeu do marido.
Ou seja, não temos como receber a fartura lá de cima a não ser dessa forma.
Depois que essa fartura chega à Mal’hut, a Mal’hut nos repassa tudo isso em forma de bens materiais.
Somente assim conseguimos usufruir aqui nesse mundo o que recebemos do mundo de cima. E essa é a benção Divina que nos traz as riquezas.
Mas se a mãe não se alimenta, ela não tem como amamentar.
Por isso, quando não estudamos Torá e não cumprimos os Mandamentos Divinos, causamos a separação entre o Zeir Anpin e a Mal’hut.
A Mal’hut não recebe do Zeir Anpin e não tem como nos repassar o que ela não recebeu.
E esse é o segredo da benção Divina que te enriquece 🌻
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.org
