Toldot – conceitos importantes da Torá oculta

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Toldot

 

Nossa Parashá nos conta que quando nosso segundo patriarca, Itzhak, tinha quarenta anos, ele se casou com Rifka, filha de Betuel de Padan Aram, irmã de Lavan o arameu.

 

Pergunta o Zohar, por que a Parashá nos conta que Rifka era filha de Betuel, e por que a Parashá nos conta que ela era da cidade de Padan Aram, e também que era irmã de Lavan o arameu?

 

A Torá já tinha nos contado que quando Itzhak tinha 37 anos, depois que ele passou pelo teste de Avraham quase ter feito dele um sacrifício humano, Betuel teve a filha Rifka.

 

Então por que a nossa Parashá repete que ela era filha de Betuel, e ainda acrescenta o nome da cidade onde ela nasceu e também o nome do seu irmão?

 

Responde o Zohar que a Torá nos conta esses detalhes para nos mostrar a grandeza de Rifka

 

Mesmo sendo ela filha de uma pessoa ruim, morando em uma cidade de pessoas ruins e sendo irmã de uma pessoa ruim, mesmo assim ela não se deixou influenciar pelo seu meio ambiente.

Ela é comparada à uma rosa no meio dos espinhos, que mesmo tendo nascido e vivido no meio dos espinhos não se tornou um espinho, mas muito pelo contrário, cresceu uma flor, o contrário dos espinhos.

 

Porque a Torá precisa nos atestar a grandeza de Rifka?

 

Porque naquela época ela tinha três anos de idade e poderíamos pensar que ela não era madura o suficiente para optar em ser uma pessoa boa mesmo não tendo aprendido isso com ninguém.

 

Por isso a própria Torá tem que nos testemunhar que a escolha dela era verdadeira.

 

Quando Eliezer, o servo de Avraham, chegou ao poço de Aram com dez camelos,  já era no final da tarde, quando os pastores já tinham deixado o poço e recolhido seus rebanhos.

 

Naquele horário chegavam as jovens que vinham encher seus jarros de água para abastecer suas casas.

 

Eliézer pediu para Rifka um pouco de água e ela tirou daquele poço água para Eliezer e também para todos seus dez camelos.

 

Tanto pelo horário que essas jovens chegavam ao poço, quanto pela quantidade de água que ela carregava, entendemos que elas eram grandes e fortes, e sendo que esse poço abastecia a cidade inteira incluindo seus rebanhos, entendemos que esse poço era gigantesco.

 

Rifka tinha somente três anos de idade e já era grande e forte, e daqui vemos que não temos como aplicar conceitos de força e tamanho de uma criança de três anos de hoje às crianças de 3.700 anos atrás.

 

Não só que as pessoas cresciam rapidamente, mas também os animais. Mas mesmo sendo uma menina de três anos de idade com um corpo de adolescente, mesmo assim a maturidade não se desenvolvia tão rapidamente como o tamanho das pessoas.

 

Por isso a Torá tem que testemunhar sobre Rifka que ela era exceção de regra, e sua opção em fazer o bem e de não fazer o mal era totalmente madura e consciente.

Adoçando a Guevurá

 

O Zohar nos conta que nosso patriarca Itzhak era a revelação da Sefirá chamada de Guevurá do mundo de Atzilut nesse nosso mundo material.

 

A Guevurá é a essência da rigidez, e essa era a essência de Itzhak. Mas mesmo sendo essa Guevurá, a Guevurá do lado puro, ela não deixa de ser guevurá.

 

Rifka, diz o Zohar, também era guevurá, mas ela já era uma guevurá bem mais leve.

 

Na linguagem do Zohar, uma guevurá com um fio de, Hessed, um fio de bondade.

 

O Zohar nos conta que por causa disso Rifka conseguiu “adocicar” a guevurá de Itzhak conseguindo fazer com que a guevurá dele ficasse bem mais leve.

 

O Zohar explica que D’us tem que fazer um milagre nível abertura do mar vermelho para que uma mulher e um homem se casem.

 

E sendo que o objetivo Divino do casamento é que os dois se refinem, sempre vai haver essa diferença entre o marido e a mulher.

 

No caso de Avraham, ele era a revelação da Sefirá chamada de Hessed (bondade) de Atzilut nesse nosso mundo material.

 

Sarah estava ligada a Sefirá chamada de Guevurá (rigidez).

 

Nosso terceiro patriarca, Yaakov, era a Tiferet que é mais Hessed do que Hessed, e Leah era Guevurá.

 

E esse é o trabalho que Hashem coloca nas nossas mãos. Marido e mulher vão lapidando um ao outro durante toda a vida, mas com jeitinho para não causar atrito.

 

E assim, diz o Zohar, refinamos a nós próprios e consequentemente o mundo fica mais refinado.

 

Por que Itzhak queria dar a Brahá para Essav?

O Zohar nos conta que Itzhak era a Guevura do lado puro e Essav era  Guevura do lado impuro. Essav era o resquício da Guevura de Itzhak.

 

Diz o Zohar que cada pessoa se atrai por alguém que tem as mesmas características, independentemente da procedência dessas características.

 

Por isso Avraham gostava tanto de Ishmael por que ele também era hessed, mesmo sendo Ishmael a hessed do lado impuro.

 

Da mesma forma que existem dez Sefirot no lado puro, paralelamente a elas existem dez Sefirót no lado impuro.

 

A origem desse lado impuro é a quebra dos receptáculos do mundo de Tou, e por isso os quatro mundos que vem abaixo do mundo de Tou são chamados de Olam a Tikun, os mundos do conserto.

 

Esse conserto é o refinamento do lado bom separando dele o lado ruim. Esse é o motivo de ter saído de Avraham que era a Hessed do lado bom, Ishmael que era a hessed do lado ruim. E por esse mesmo motivo, de Itzhak que era a Guevurá do lado bom, saiu Essav que era a guevurá do lado ruim.

 

Sendo que as dez Sefirót do lado ruim que repassam a vitalidade de tudo o que é ruim tem origem na quebra dos receptáculos do mundo de Tou, elas desaparecerão no futuro quando finalizarmos o conserto do mundo do Tou.

 

Então tudo o que é ruim desaparecerá junto com elas, sendo que o lado impuro não vai ter de onde receber sua vitalidade.

A época do Mashia’h é dividida em duas etapas.

Toldot

Nossa Parashá nos conta que quando nosso segundo patriarca, Itzhak, tinha quarenta anos, ele se casou com Rifka, filha de Betuel de Padan Aram, irmã de Lavan o arameu.

Pergunta o Zohar, por que a Parashá nos conta que Rifka era filha de Betuel, e por que a Parashá nos conta que ela era da cidade de Padan Aram, e também que era irmã de Lavan o arameu?

A Torá já tinha nos contado que quando Itzhak tinha 37 anos, depois que ele passou pelo teste de Avraham quase ter feito dele um sacrifício humano, Betuel teve a filha Rifka.

Então por que a nossa Parashá repete que ela era filha de Betuel, e ainda acrescenta o nome da cidade onde ela nasceu e também o nome do seu irmão?

Responde o Zohar que a Torá nos conta esses detalhes para nos mostrar a grandeza de Rifka.

Mesmo sendo ela filha de uma pessoa ruim, morando em uma cidade de pessoas ruins e sendo irmã de uma pessoa ruim, mesmo assim ela não se deixou influenciar pelo seu meio ambiente.

Ela é comparada à uma rosa no meio dos espinhos, que mesmo tendo nascido e vivido no meio dos espinhos não se tornou um espinho, mas muito pelo contrário, cresceu uma flor, o contrário dos espinhos.

Porque a Torá precisa nos atestar a grandeza de Rifka?

Porque naquela época ela tinha três anos de idade e poderíamos pensar que ela não era madura o suficiente para optar em ser uma pessoa boa mesmo não tendo aprendido isso com ninguém.

Por isso a própria Torá tem que nos testemunhar que a escolha dela era verdadeira.

Quando Eliezer, o servo de Avraham, chegou ao poço de Aram com dez camelos,  já era no final da tarde, quando os pastores já tinham deixado o poço e recolhido seus rebanhos.

Naquele horário chegavam as jovens que vinham encher seus jarros de água para abastecer suas casas.

Eliézer pediu para Rifka um pouco de água e ela tirou daquele poço água para Eliezer e também para todos seus dez camelos.

Tanto pelo horário que essas jovens chegavam ao poço, quanto pela quantidade de água que ela carregava, entendemos que elas eram grandes e fortes, e sendo que esse poço abastecia a cidade inteira incluindo seus rebanhos, entendemos que esse poço era gigantesco.

Rifka tinha somente três anos de idade e já era grande e forte, e daqui vemos que não temos como aplicar conceitos de força e tamanho de uma criança de três anos de hoje às crianças de 3.700 anos atrás.

Não só que as pessoas cresciam rapidamente, mas também os animais. Mas mesmo sendo uma menina de três anos de idade com um corpo de adolescente, mesmo assim a maturidade não se desenvolvia tão rapidamente como o tamanho das pessoas.

Por isso a Torá tem que testemunhar sobre Rifka que ela era exceção de regra, e sua opção em fazer o bem e de não fazer o mal era totalmente madura e consciente.

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Adoçando a Guevurá

O Zohar nos conta que nosso patriarca Itzhak era a revelação da Sefirá chamada de Guevurá do mundo de Atzilut nesse nosso mundo material.

A Guevurá é a essência da rigidez, e essa era a essência de Itzhak. Mas mesmo sendo essa Guevurá, a Guevurá do lado puro, ela não deixa de ser guevurá.

Rifka, diz o Zohar, também era guevurá, mas ela já era uma guevurá bem mais leve.

Na linguagem do Zohar, uma guevurá com um fio de, Hessed, um fio de bondade.

O Zohar nos conta que por causa disso Rifka conseguiu “adocicar” a guevurá de Itzhak conseguindo fazer com que a guevurá dele ficasse bem mais leve.

O Zohar explica que D’us tem que fazer um milagre nível abertura do mar vermelho para que uma mulher e um homem se casem.

E sendo que o objetivo Divino do casamento é que os dois se refinem, sempre vai haver essa diferença entre o marido e a mulher.

No caso de Avraham, ele era a revelação da Sefirá chamada de Hessed (bondade) de Atzilut nesse nosso mundo material.

Sarah estava ligada a Sefirá chamada de Guevurá (rigidez).

Nosso terceiro patriarca, Yaakov, era a Tiferet que é mais Hessed do que Hessed, e Leah era Guevurá.

E esse é o trabalho que Hashem coloca nas nossas mãos. Marido e mulher vão lapidando um ao outro durante toda a vida, mas com jeitinho para não causar atrito.

E assim, diz o Zohar, refinamos a nós próprios e consequentemente o mundo fica mais refinado.
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Por que Itzhak queria dar a Brahá para Essav?

O Zohar nos conta que Itzhak era a Guevura do lado puro e Essav era  Guevura do lado impuro. Essav era o resquício da Guevura de Itzhak.

Diz o Zohar que cada pessoa se atrai por alguém que tem as mesmas características, independentemente da procedência dessas características.

Por isso Avraham gostava tanto de Ishmael por que ele também era hessed, mesmo sendo Ishmael a hessed do lado impuro.

Da mesma forma que existem dez Sefirot no lado puro, paralelamente a elas existem dez Sefirót no lado impuro.

A origem desse lado impuro é a quebra dos receptáculos do mundo de Tou, e por isso os quatro mundos que vem abaixo do mundo de Tou são chamados de Olam a Tikun, os mundos do conserto.

Esse conserto é o refinamento do lado bom separando dele o lado ruim. Esse é o motivo de ter saído de Avraham que era a Hessed do lado bom, Ishmael que era a hessed do lado ruim. E por esse mesmo motivo, de Itzhak que era a Guevurá do lado bom, saiu Essav que era a guevurá do lado ruim.

Sendo que as dez Sefirót do lado ruim que repassam a vitalidade de tudo o que é ruim tem origem na quebra dos receptáculos do mundo de Tou, elas desaparecerão no futuro quando finalizarmos o conserto do mundo do Tou.

Então tudo o que é ruim desaparecerá junto com elas, sendo que o lado impuro não vai ter de onde receber sua vitalidade.

A época do Mashia’h é dividida em duas etapas. Na segunda etapa acontece a profecia de Zeharia capítulo 13 versículo 2 que diz: “e o espírito da impureza vou tirar da terra”.
🌻🌻🌻🌻

Anjos do lado puro e anjos do lado impuro

Antes de D’us nos criar, ele criou os Anjos. Sendo que os quatro mundos espirituais e nosso mundo material foram criados a partir da destruição do mundo do Tou que deu origem ao mal, o conserto dos mundos aconteceria quando o primeiro homem, que era o objetivo da criação, se recusasse a fazer o mal.

Para que isso pudesse acontecer, Dus criou o anjo do mal para seduzir Adam e Havá e eles terem a oportunidade de se recusar a fazer o mal, e por meio dessa ação os mundos estariam consertados.

O anjo da morte, que é o extremo do lado impuro da Guevura, “baixou” na cobra, que é a criatura mais próxima a ele, ou seja, a mais traiçoeira das criaturas, e a cobra começou a falar.

A origem do aspecto feminino da Alma é a Sefirá chamada de Biná, que também é Sefirá do lado esquerdo como a Guevurá.

A Biná está acima da Guevurá e está sincronizada com ela, por isso o anjo da morte que é o lado impuro da Guevurá, baixou na cobra que é um animal impuro ligado à Guevurá e foi falar com a mulher sendo que o lado feminino da Alma tem origem na Biná que dá origem à Guevurá.

Havá convenceu Adam a fazer aquela primeira transgressão. Adam, Havá, e consequentemente o mundo inteiro, caíram na klipat noga que é o nível de impureza onde o bem e o mal estão misturados.

Quando Adam e Havá caíram, o anjo da morte ficou mais forte. Ele roubou as bênçãos de Adam e Havá por meio de trapaça, e o único jeito de tirar essas bençãos dele e nos trazer elas de volta seria por meio de trapaça também.

Espiritualmente falando, a humanidade se divide em setenta povos raízes, cada um falando uma língua diferente que são a origem de todas as línguas do mundo.

Todos os povos do mundo de hoje com todos os seus idiomas, são ramificações desses setenta povos originais e de seus setenta idiomas.

Cada povo tem um anjo responsável por ele que repassa a “cota” de vitalidade que esse povo vai receber lá de cima, e isso se transforma nos bens materiais desse povo aqui em baixo.

Quanto maior e mais importante se torna um povo aqui em baixo, mais importante se torna o anjo responsável por esse povo lá em cima.

Por isso, quando um desses setenta anjos reivindica para o seu povo aqui embaixo uma parte maior de terra e de bens, ele começa uma “briga” entre os anjos adversários à ele lá em cima, e consequentemente acontece uma guerra entre os povos que eles representam aqui em baixo.

No livro do profeta Daniel vemos várias indicações citando indiretamente os anjos responsáveis pela Pérsia e pela Grécia, e o Anjo Mihael que nessa divisão de povos lá em cima representa o nosso povo.

O Anjo Mihael é um dos Serafim que são os Anjos do mundo de Briá, Anjos do lado puro.

Os setenta anjos dos setenta povos são anjos do lado impuro, e o extremo de baixo desses povos é o povo de Essav que mais futuramente se divide em tribos, dando origem aos romanos e aos outros povos europeus.

Sendo que os Bnei Essav, os filhos de Essav, são o extremo de baixo de todos os povos, o anjo responsável por eles é o anjo do extremo de baixo, o S.M. (não falamos o nome para não atrair a coisa ruim) que é o anjo da morte, aquele que por meio de trapaça roubou as bençãos de Adam e Havá e as reivindicou para os Bnei Essav que são os povos da sua responsabilidade.

🌻🌻🌻🌻

Recuperando por meio de trapaça as bênçãos que tinham sido roubadas por meio de trapaça

Na nossa Parashá, Essav diz ao seu pai: -Será que por isso Yaakov “foi chamado” de Yaakov? (uma linguagem de “Ekev” que quer dizer calcanhar) já “me passou a perna” duas vezes. Pegou minha primogenitura e agora pegou a minha Brahá (benção).

O Zohar nos conta que realmente Yaakov nasceu para fazer isso.

Nossos três patriarcas eram a reencarnação dos três níveis da Alma de Adam a Rishon, do primeiro homem, o Adão que foi criado no Paraíso.

Avraham era a reencarnação do nível Nefesh de Adam a Rishon, Itzhak era a reencarnação do nível Rua’h e Yaakov do nível Neshamá, o nível mais elevado.

A cobra disse para Havá que Adam a Rishon se tornaria um deus depois de comer aquela fruta, e também disse que por isso D’us pediu para ele não comer aquela fruta, sendo que ninguém gosta de concorrência.

Ao comer a fruta da Etz Hadaat com aquela intenção, Adam a Rishon cometeu a transgressão de idolatria que afetou o nível mais baixo da sua Alma, o nível Nefesh.

Avraham era a reencarnação do nível Nefesh do Adam a Rishon, por meio de Avraham ter deixado as idolatrias e ensinado à todos o que é D’us, ele retificou o nível Nefesh da Alma do Adam a Rishon que tinha sido afetado pela idolatria que Adam fez por causa do conselho da cobra.

D’us tinha avisado Adam a Rishon que se ele comesse aquela fruta, ele iria trazer a morte para o mundo.

Adam causou com que ele próprio e o mundo inteiro morressem por causa dessa transgressão, e isso afetou o nível Rua’h da Alma dele.

Itzhak era a reencarnação do nível Rua’h de Adam a Rishon e o retificou por meio de ter se controlado no teste da “Aquedá”, quando Avraham quase fez dele um sacrifício e ele não reagiu.

Sendo que os dois níveis da Alma de Adam a Rishon que tinham sido danificados pelos “conselhos” da cobra já tinham sido retificados e Yaakov já era a retificação do nível Neshamá de Adam a Rishon, o nível mais elevado da Alma que se reveste nesse mundo, (existem mais dois níveis, mas eles não se revestem nesse mundo) chegou a hora de pegar as bênçãos de volta.

Mas sendo que elas tinham sido roubadas por meio de trapaça, elas só poderiam ser recuperadas dessa mesma forma.

Foi para isso que nasceu Yaakov, como disse o próprio Essav, para passar a perna nele. Mas será que essa era a intenção daquele Tzadik, daquela pessoa tão elevada que era Yaakov?

Nossa Parashá nos conta que Yaakov era um homem ingênuo. Rashi explica que a palavra “Tam”, usada pela nossa Parashá para definir a personalidade de Yaakov, significa alguém que não sabe enganar.

Então como Yaakov conseguiu recuperar as bençãos de Adam a Rishon por meio de trapaça se ele não sabia e também não era capaz de fazer isso?

A Parashá nos conta que no dia do falecimento do nosso primeiro patriarca, Avraham, Yaakov estava cozinhando lentilhas para seu pai que estava enlutado.

Aquele costume de o enlutado comer lentilhas era pelo fato de as lentilhas serem redondas, representando assim o ciclo da vida.

Essav chegou do campo “cansado”. Dizem nossos Sábios que naquele dia Essav tinha cometido adultério, assassinato e idolatria, e esse era o motivo do cansaço.

D’us tinha prometido para Avraham que ele iria falecer com tranquilidade. Por isso, Avraham faleceu cinco anos antes do tempo que teria que falecer, para não ver que Essav tinha cometido essas atrocidades e ficar atordoado por causa disso até o final da vida.

Daqui vemos que o que Essav tinha cometido aquele dia não tinha como esconder de ninguém, a ponto de Avraham ter que falecer antes da hora para não ficar sabendo disso.

Nessa situação Essav pede para Yaakov dar aquela comida “vermelha” para ele que acabou de derramar sangue.

A tradição judaica desde Avraham até o caso do bezerro de ouro, era de o primogênito ser o responsável por todos os assuntos religiosos da família. Qualquer pessoa, por mais ingênua que fosse, estava vendo que Essav não tinha condições de ser o “Rabino” da família.

No momento em que Essav pediu para Yaakov a comida que estava sendo feita para seu pai, Yaakov entendeu que está recebendo lá de cima uma oportunidade única de se tornar o responsável pelos assuntos religiosos da família no lugar desse criminoso, e assim Yaakov comprou a primogenitura de Essav.

Ou seja, Yaakov não teve a mínima intenção em enganar Essav. A única intenção de Yaakov era a de não deixar aquele criminoso se tornar o líder religioso da sua geração como foram Avraham e Itzhak antes dele.

Vendo a Divina providência que trouxe Essav morrendo de fome até ele, Yaakov viu que chegou a hora de assumir essa responsabilidade e se tornar o líder religioso da sua geração no lugar desse criminoso.

Yaakov não sabia que nesse momento e por meio dele, as bênçãos roubadas pela cobra por meio de trapaça começaram a ser recuperadas.

Muito pelo contrário, Yaakov sentiu que estava exercendo o mínimo de responsabilidade em relação aos assuntos religiosos da família e nunca imaginou que Hashem estava fazendo com que esse resgate espiritual de extrema importância estivesse acontecendo em tempo real por meio dele.
🌻🌻🌻🌻

A Brahá

A Parashá nos conta que quando Itzhak sentiu que sua vida já havia entrado na etapa final, pediu para Essav preparar comida para ele, e disse para Essav que nessa ocasião ele repassaria para ele as bênçãos Divinas.

A partir daquele momento Essav se tornaria literalmente o “dono do mundo”, se tornaria nosso terceiro patriarca.

Rifka entrou em pânico pelas consequências que isso acarretaria ao mundo inteiro.

Imediatamente, mas de maneira sigilosa, ela pediu para Yaakov fazer o abate de dois bodes, preparar a comida que seu pai tinha pedido para Essav, e amarrar nos seus braços a pele recém extraída dos bodes para seu pai pensar que ele é Essav.

Novamente Yaakov estava sendo induzido a fazer uma coisa contra seus  princípios.

Novamente a “cobra” seria enganada por aquele que tinha nascido ingênuo e não sabia enganar.

Novamente D’us iria fazer isso acontecer por meio dele.

D’us tinha revelado ao nosso primeiro patriarca, Avraham, toda a Torá antes de ela ter sido entregue para nós no Monte Sinai, incluindo obviamente as leis de abate “kasher”.

Yaakov obedeceu sua mãe, fez o abate dos dois bodinhos, extraiu a pele deles, e Rifka amarrou essas peles de bode nos braços e no pescoço de Yaakov.

Quando Yaakov trouxe a comida para seu pai, Itzhak, que já não estava enxergando, entendeu pela delicadeza das palavras do seu filho que era Yaakov quem estava na sua frente, e não Essav.

Itzhak pediu para Yaakov se aproximar e apalpou seus braços para verificar se ele era Essav de verdade.

Depois disso, Itzhak cheirou as roupas de Yaakov e disse:- O cheiro do meu filho está como o cheiro do campo que D’us abençoou, se referindo ao Paraíso do mundo superior.

Yaakov estava vestindo peles de bode recém extraídas, e o cheiro dessas peles com certeza está longe de ser chamado de “cheiro do paraíso”. Então, como pôde Itzhak dizer que o cheiro do seu filho está como o cheiro do campo que D’us abençoou, como o cheiro do Paraíso Superior?

Diz o Zohar que absolutamente não se tratava do cheiro das roupas de Yaakov, sendo que o próprio versículo diz: “o cheiro do meu filho”, mas essa afirmação aparece após o versículo dizer que ele cheirou as roupas de Yaakov.

O sopro e o cheiro nos exemplos da Torá

Está escrito que quando D’us criou o homem, fez uma criatura de terra e “soprou” nas suas narinas uma Alma de vida.

O Zohar nos conta que D’us não soprou, como vemos no segundo dos Dez Mandamentos que D’us está acima de todos os conceitos materiais.

Então por que a Torá usa a palavra soprou? Para nos mostrar que nossa Alma Divina é uma parte de D’us, como diz o Zohar, quem sopra, sopra o que tem no seu interior.

Nesse caso a palavra “soprou” vem nos indicar que a fonte da nossa Alma Divina é o mundo de Atzilut, por que acima de Atzilut já somos o “brilho do Sol dentro do próprio Sol”, já não somos uma “parte” de D’us. Acima de Atzilut já não temos nossa própria identidade.

Depois do dilúvio, quando Noa’h fez os sacrifícios, está escrito que “D’us cheirou o cheiro agradável…”. Novamente vamos para o Segundo  Mandamento e vemos que nenhum conceito material se aplica à D’us. Ou seja, D’us não cheirou! Novamente a Torá está nos dando um exemplo para nos indicar o raciocínio do assunto.

O animal é o extremo da grosseria deste mundo. Quando Noa’h transformou o animal em “trabalho Divino”, esse ato chegou ao mais alto nível espiritual.

Conclusão:

“Soprou”, como vimos no caso da Alma Divina, representa o mais alto nível descendo e se revestindo nesse mundo.

“Cheirou” que é o contrário de “soprou” representa o mais baixo nível subindo até o mais alto nível.

Itzhak “cheirou” as “roupas” de Yaakov e falou sobre o “cheiro” do seu filho e não sobre o cheiro das suas roupas.

Diz o Zohar que, sendo que Itzhak não tinha dados para determinar quem estava na sua frente porque estava quase cego e “a voz era a voz de Yaakov e os braços eram os braços de Essav”, Itzhak teve que “cheirar”.

Diz o Zohar que nesse caso, “cheirar” é olhar a partir do mundo de cima.

O versículo diz que Itzhak cheirou as roupas e sentiu o cheiro do filho. Explica o Zohar que cada ação no mundo de baixo causa uma sincronização no mundo de cima.

Quando fazemos algo, nossa Alma Divina recebe uma vestimenta. Se o que fizemos é uma boa ação, nossa Alma recebe uma vestimenta no paraíso, e por meio dessa vestimenta vamos usufruir de todos os prazeres do mundo superior.

Ou seja, nós somos a nossa Alma. Para usufruirmos desse mundo material precisamos de um corpo material que é a nossa vestimenta nesse mundo.

Para usufruirmos dos prazeres do paraíso superior precisamos de um corpo espiritual que é a nossa vestimenta naquele mundo.

 

Cada ação causa uma sincronização

Quando fazemos algo que é considerado uma boa ação pela Torá, recebemos uma vestimenta para a nossa Alma no Paraíso.

Quando fazemos algo ruim, recebemos uma vestimenta para a nossa Alma no gehinom que é o “inferno” judaico que já não vai mais existir no mundo da ressurreição.

Sendo que Itzhak não tinha como verificar neste mundo material quem era a pessoa que estava na sua frente, ele “cheirou as suas roupas” cheirou as roupas de Yaakov.

Ou seja, ele teve um acesso rápido ao mundo de cima e viu que as vestimentas da Alma de Yaakov estavam no nível do campo que D’us abençoou, no nível do Paraíso espiritual.

Consequentemente, a pessoa que estava na sua frente era digno de receber as Bra’hót, as bençãos Divinas.

E assim, sem saber, Itzhak repassou todas as bênçãos roubadas pela cobra para o seu verdadeiro dono, para quem merecia recebê-las.

Depois que Yaakov saiu Essav chegou. Está escrito que Itzhak ficou apavorado.

Novamente, sendo que Itzhak achava que Essav já esteve ali antes e já tinha recebido as bênçãos, Itzhak teve que olhar para as vestimentas espirituais da pessoa que estava na sua frente para ver quem ele era.

Nesse momento, diz o Zohar, Itzhak viu o gehinom, o inferno, aberto embaixo de Essav, e por isso entrou em pânico.

Esse inferno é o local espiritual da retificação da alma, e só vai existir enquanto o lado impuro existe, ou seja, até a época do Mashia’h

O fato de Essav já estar ligado à ele fez com que Itzhak entrasse em um grande pânico

Bra’hót na prática

Yaakov não usou as bençãos que recebeu e as guardou para a época do “parto” da nossa redenção final.

Yaakov entendeu que sem essas Bra’hót não teríamos como sobreviver a saída do último exílio que são os nossos exílios atuais, os exílios de Edom e Ishmael.

O Zohar nos conta sobre o que diz o profeta Yeshaiahu (Isaías capítulo 11 versículo 3) que  Mashia’h vai fazer os julgamentos pelo “cheiro” e não por meio de testemunhas.

Agora entendemos como isso funciona. Sendo que um dos trabalhos do Mashia’h é o de trazer de volta as dez tribos perdidas que hoje de acordo com o que se ouve ou o que se vê não teríamos como determinar quem é quem, o único jeito para isso é fazer como fez Itzhak e ver essa pessoa a partir do mundo de cima.

Então vamos rezar forte para que a Gueulá, nossa redenção final, aconteça imediatamente e o nosso mundo se torne realmente um mundo melhor 🌻
 

Shabat Shalom 🥰

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.org

Na segunda etapa acontece a profecia de Zeharia capítulo 13 versículo 2 que diz: “e o espírito da impureza vou tirar da terra”.
🌻🌻🌻🌻

Anjos do lado puro e anjos do lado impuro

Antes de D’us nos criar, ele criou os Anjos. Sendo que os quatro mundos espirituais e nosso mundo material foram criados a partir da destruição do mundo do Tou que deu origem ao mal, o conserto dos mundos aconteceria quando o primeiro homem, que era o objetivo da criação, se recusasse a fazer o mal.

Para que isso pudesse acontecer, Dus criou o anjo do mal para seduzir Adam e Havá e eles terem a oportunidade de se recusar a fazer o mal, e por meio dessa ação os mundos estariam consertados.

O anjo da morte, que é o extremo do lado impuro da Guevura, “baixou” na cobra, que é a criatura mais próxima a ele, ou seja, a mais traiçoeira das criaturas, e a cobra começou a falar.

A origem do aspecto feminino da Alma é a Sefirá chamada de Biná, que também é Sefirá do lado esquerdo como a Guevurá.

A Biná está acima da Guevurá e está sincronizada com ela, por isso o anjo da morte que é o lado impuro da Guevurá, baixou na cobra que é um animal impuro ligado à Guevurá e foi falar com a mulher sendo que o lado feminino da Alma tem origem na Biná que dá origem à Guevurá.

Havá convenceu Adam a fazer aquela primeira transgressão. Adam, Havá, e consequentemente o mundo inteiro, caíram na klipat noga que é o nível de impureza onde o bem e o mal estão misturados.

Quando Adam e Havá caíram, o anjo da morte ficou mais forte. Ele roubou as bênçãos de Adam e Havá por meio de trapaça, e o único jeito de tirar essas bençãos dele e nos trazer elas de volta seria por meio de trapaça também.

Espiritualmente falando, a humanidade se divide em setenta povos raízes, cada um falando uma língua diferente que são a origem de todas as línguas do mundo.

Todos os povos do mundo de hoje com todos os seus idiomas, são ramificações desses setenta povos originais e de seus setenta idiomas.

Cada povo tem um anjo responsável por ele que repassa a “cota” de vitalidade que esse povo vai receber lá de cima, e isso se transforma nos bens materiais desse povo aqui em baixo.

Quanto maior e mais importante se torna um povo aqui em baixo, mais importante se torna o anjo responsável por esse povo lá em cima.

Por isso, quando um desses setenta anjos reivindica para o seu povo aqui embaixo uma parte maior de terra e de bens, ele começa uma “briga” entre os anjos adversários à ele lá em cima, e consequentemente acontece uma guerra entre os povos que eles representam aqui em baixo.

No livro do profeta Daniel vemos várias indicações citando indiretamente os anjos responsáveis pela Pérsia e pela Grécia, e o Anjo Mihael que nessa divisão de povos lá em cima representa o nosso povo.

O Anjo Mihael é um dos Serafim que são os Anjos do mundo de Briá, Anjos do lado puro.

Os setenta anjos dos setenta povos são anjos do lado impuro, e o extremo de baixo desses povos é o povo de Essav que mais futuramente se divide em tribos, dando origem aos romanos e aos outros povos europeus.

Sendo que os Bnei Essav, os filhos de Essav, são o extremo de baixo de todos os povos, o anjo responsável por eles é o anjo do extremo de baixo, o S.M. (não falamos o nome para não atrair a coisa ruim) que é o anjo da morte, aquele que por meio de trapaça roubou as bençãos de Adam e Havá e as reivindicou para os Bnei Essav que são os povos da sua responsabilidade.

Recuperando por meio de trapaça as bênçãos que tinham sido roubadas por meio de trapaça

Na nossa Parashá, Essav diz ao seu pai: -Será que por isso Yaakov “foi chamado” de Yaakov? (uma linguagem de “Ekev” que quer dizer calcanhar) já “me passou a perna” duas vezes. Pegou minha primogenitura e agora pegou a minha Brahá (benção).

O Zohar nos conta que realmente Yaakov nasceu para fazer isso.

Nossos três patriarcas eram a reencarnação dos três níveis da Alma de Adam a Rishon, do primeiro homem, o Adão que foi criado no Paraíso.

Avraham era a reencarnação do nível Nefesh de Adam a Rishon, Itzhak era a reencarnação do nível Rua’h e Yaakov do nível Neshamá, o nível mais elevado.

A cobra disse para Havá que Adam a Rishon se tornaria um deus depois de comer aquela fruta, e também disse que por isso D’us pediu para ele não comer aquela fruta, sendo que ninguém gosta de concorrência.

Ao comer a fruta da Etz Hadaat com aquela intenção, Adam a Rishon cometeu a transgressão de idolatria que afetou o nível mais baixo da sua Alma, o nível Nefesh.

Avraham era a reencarnação do nível Nefesh do Adam a Rishon, por meio de Avraham ter deixado as idolatrias e ensinado à todos o que é D’us, ele retificou o nível Nefesh da Alma do Adam a Rishon que tinha sido afetado pela idolatria que Adam fez por causa do conselho da cobra.

D’us tinha avisado Adam a Rishon que se ele comesse aquela fruta, ele iria trazer a morte para o mundo.

Adam causou com que ele próprio e o mundo inteiro morressem por causa dessa transgressão, e isso afetou o nível Rua’h da Alma dele.

Itzhak era a reencarnação do nível Rua’h de Adam a Rishon e o retificou por meio de ter se controlado no teste da “Aquedá”, quando Avraham quase fez dele um sacrifício e ele não reagiu.

Sendo que os dois níveis da Alma de Adam a Rishon que tinham sido danificados pelos “conselhos” da cobra já tinham sido retificados e Yaakov já era a retificação do nível Neshamá de Adam a Rishon, o nível mais elevado da Alma que se reveste nesse mundo, (existem mais dois níveis, mas eles não se revestem nesse mundo) chegou a hora de pegar as bênçãos de volta.

Mas sendo que elas tinham sido roubadas por meio de trapaça, elas só poderiam ser recuperadas dessa mesma forma.

Foi para isso que nasceu Yaakov, como disse o próprio Essav, para passar a perna nele. Mas será que essa era a intenção daquele Tzadik, daquela pessoa tão elevada que era Yaakov?

Nossa Parashá nos conta que Yaakov era um homem ingênuo. Rashi explica que a palavra “Tam”, usada pela nossa Parashá para definir a personalidade de Yaakov, significa alguém que não sabe enganar.

Então como Yaakov conseguiu recuperar as bençãos de Adam a Rishon por meio de trapaça se ele não sabia e também não era capaz de fazer isso?

A Parashá nos conta que no dia do falecimento do nosso primeiro patriarca, Avraham, Yaakov estava cozinhando lentilhas para seu pai que estava enlutado.

Aquele costume de o enlutado comer lentilhas era pelo fato de as lentilhas serem redondas, representando assim o ciclo da vida.

Essav chegou do campo “cansado”. Dizem nossos Sábios que naquele dia Essav tinha cometido adultério, assassinato e idolatria, e esse era o motivo do cansaço.

D’us tinha prometido para Avraham que ele iria falecer com tranquilidade. Por isso, Avraham faleceu cinco anos antes do tempo que teria que falecer, para não ver que Essav tinha cometido essas atrocidades e ficar atordoado por causa disso até o final da vida.

Daqui vemos que o que Essav tinha cometido aquele dia não tinha como esconder de ninguém, a ponto de Avraham ter que falecer antes da hora para não ficar sabendo disso.

 

Nessa situação Essav pede para Yaakov dar aquela comida “vermelha” para ele que acabou de derramar sangue.

A tradição judaica desde Avraham até o caso do bezerro de ouro, era de o primogênito ser o responsável por todos os assuntos religiosos da família. Qualquer pessoa, por mais ingênua que fosse, estava vendo que Essav não tinha condições de ser o “Rabino” da família.

No momento em que Essav pediu para Yaakov a comida que estava sendo feita para seu pai, Yaakov entendeu que está recebendo lá de cima uma oportunidade única de se tornar o responsável pelos assuntos religiosos da família no lugar desse criminoso, e assim Yaakov comprou a primogenitura de Essav.

Ou seja, Yaakov não teve a mínima intenção em enganar Essav. A única intenção de Yaakov era a de não deixar aquele criminoso se tornar o líder religioso da sua geração como foram Avraham e Itzhak antes dele.

Vendo a Divina providência que trouxe Essav morrendo de fome até ele, Yaakov viu que chegou a hora de assumir essa responsabilidade e se tornar o líder religioso da sua geração no lugar desse criminoso.

Yaakov não sabia que nesse momento e por meio dele, as bênçãos roubadas pela cobra por meio de trapaça começaram a ser recuperadas.

Muito pelo contrário, Yaakov sentiu que estava exercendo o mínimo de responsabilidade em relação aos assuntos religiosos da família e nunca imaginou que Hashem estava fazendo com que esse resgate espiritual de extrema importância estivesse acontecendo em tempo real por meio dele.
A Brahá

A Parashá nos conta que quando Itzhak sentiu que sua vida já havia entrado na etapa final, pediu para Essav preparar comida para ele, e disse para Essav que nessa ocasião ele repassaria para ele as bênçãos Divinas.

A partir daquele momento Essav se tornaria literalmente o “dono do mundo”, se tornaria nosso terceiro patriarca.

Rifka entrou em pânico pelas consequências que isso acarretaria ao mundo inteiro.

Imediatamente, mas de maneira sigilosa, ela pediu para Yaakov fazer o abate de dois bodes, preparar a comida que seu pai tinha pedido para Essav, e amarrar nos seus braços a pele recém extraída dos bodes para seu pai pensar que ele é Essav.

Novamente Yaakov estava sendo induzido a fazer uma coisa contra seus  princípios.

Novamente a “cobra” seria enganada por aquele que tinha nascido ingênuo e não sabia enganar.

Novamente D’us iria fazer isso acontecer por meio dele.

D’us tinha revelado ao nosso primeiro patriarca, Avraham, toda a Torá antes de ela ter sido entregue para nós no Monte Sinai, incluindo obviamente as leis de abate “kasher”.

Yaakov obedeceu sua mãe, fez o abate dos dois bodinhos, extraiu a pele deles, e Rifka amarrou essas peles de bode nos braços e no pescoço de Yaakov.

Quando Yaakov trouxe a comida para seu pai, Itzhak, que já não estava enxergando, entendeu pela delicadeza das palavras do seu filho que era Yaakov quem estava na sua frente, e não Essav.

Itzhak pediu para Yaakov se aproximar e apalpou seus braços para verificar se ele era Essav de verdade.

Depois disso, Itzhak cheirou as roupas de Yaakov e disse:- O cheiro do meu filho está como o cheiro do campo que D’us abençoou, se referindo ao Paraíso do mundo superior.

Yaakov estava vestindo peles de bode recém extraídas, e o cheiro dessas peles com certeza está longe de ser chamado de “cheiro do paraíso”. Então, como pôde Itzhak dizer que o cheiro do seu filho está como o cheiro do campo que D’us abençoou, como o cheiro do Paraíso Superior?

Diz o Zohar que absolutamente não se tratava do cheiro das roupas de Yaakov, sendo que o próprio versículo diz: “o cheiro do meu filho”, mas essa afirmação aparece após o versículo dizer que ele cheirou as roupas de Yaakov.

 

O sopro e o cheiro nos exemplos da Torá

Está escrito que quando D’us criou o homem, fez uma criatura de terra e “soprou” nas suas narinas uma Alma de vida.

O Zohar nos conta que D’us não soprou, como vemos no segundo dos Dez Mandamentos que D’us está acima de todos os conceitos materiais.

Então por que a Torá usa a palavra soprou? Para nos mostrar que nossa Alma Divina é uma parte de D’us, como diz o Zohar, quem sopra, sopra o que tem no seu interior.

Nesse caso a palavra “soprou” vem nos indicar que a fonte da nossa Alma Divina é o mundo de Atzilut, por que acima de Atzilut já somos o “brilho do Sol dentro do próprio Sol”, já não somos uma “parte” de D’us. Acima de Atzilut já não temos nossa própria identidade.

Depois do dilúvio, quando Noa’h fez os sacrifícios, está escrito que “D’us cheirou o cheiro agradável…”. Novamente vamos para o Segundo  Mandamento e vemos que nenhum conceito material se aplica à D’us. Ou seja, D’us não cheirou! Novamente a Torá está nos dando um exemplo para nos indicar o raciocínio do assunto.

O animal é o extremo da grosseria deste mundo. Quando Noa’h transformou o animal em “trabalho Divino”, esse ato chegou ao mais alto nível espiritual.

Conclusão:

“Soprou”, como vimos no caso da Alma Divina, representa o mais alto nível descendo e se revestindo nesse mundo.

“Cheirou” que é o contrário de “soprou” representa o mais baixo nível subindo até o mais alto nível.

Itzhak “cheirou” as “roupas” de Yaakov e falou sobre o “cheiro” do seu filho e não sobre o cheiro das suas roupas.

Diz o Zohar que, sendo que Itzhak não tinha dados para determinar quem estava na sua frente porque estava quase cego e “a voz era a voz de Yaakov e os braços eram os braços de Essav”, Itzhak teve que “cheirar”.

Diz o Zohar que nesse caso, “cheirar” é olhar a partir do mundo de cima.

O versículo diz que Itzhak cheirou as roupas e sentiu o cheiro do filho. Explica o Zohar que cada ação no mundo de baixo causa uma sincronização no mundo de cima.

Quando fazemos algo, nossa Alma Divina recebe uma vestimenta. Se o que fizemos é uma boa ação, nossa Alma recebe uma vestimenta no paraíso, e por meio dessa vestimenta vamos usufruir de todos os prazeres do mundo superior.

Ou seja, nós somos a nossa Alma. Para usufruirmos desse mundo material precisamos de um corpo material que é a nossa vestimenta nesse mundo.

Para usufruirmos dos prazeres do paraíso superior precisamos de um corpo espiritual que é a nossa vestimenta naquele mundo.

 

Cada ação causa uma sincronização

Quando fazemos algo que é considerado uma boa ação pela Torá, recebemos uma vestimenta para a nossa Alma no Paraíso.

Quando fazemos algo ruim, recebemos uma vestimenta para a nossa Alma no gehinom que é o “inferno” judaico que já não vai mais existir no mundo da ressurreição.

Sendo que Itzhak não tinha como verificar neste mundo material quem era a pessoa que estava na sua frente, ele “cheirou as suas roupas” cheirou as roupas de Yaakov.

Ou seja, ele teve um acesso rápido ao mundo de cima e viu que as vestimentas da Alma de Yaakov estavam no nível do campo que D’us abençoou, no nível do Paraíso espiritual.

Consequentemente, a pessoa que estava na sua frente era digno de receber as Bra’hót, as bençãos Divinas.

E assim, sem saber, Itzhak repassou todas as bênçãos roubadas pela cobra para o seu verdadeiro dono, para quem merecia recebê-las.

Depois que Yaakov saiu Essav chegou. Está escrito que Itzhak ficou apavorado.

Novamente, sendo que Itzhak achava que Essav já esteve ali antes e já tinha recebido as bênçãos, Itzhak teve que olhar para as vestimentas espirituais da pessoa que estava na sua frente para ver quem ele era.

Nesse momento, diz o Zohar, Itzhak viu o gehinom, o inferno, aberto embaixo de Essav, e por isso entrou em pânico.

Esse inferno é o local espiritual da retificação da alma, e só vai existir enquanto o lado impuro existe, ou seja, até a época do Mashia’h

O fato de Essav já estar ligado à ele fez com que Itzhak entrasse em um grande pânico

 

Bra’hót na prática

Yaakov não usou as bençãos que recebeu e as guardou para a época do “parto” da nossa redenção final.

Yaakov entendeu que sem essas Bra’hót não teríamos como sobreviver a saída do último exílio que são os nossos exílios atuais, os exílios de Edom e Ishmael.

O Zohar nos conta sobre o que diz o profeta Yeshaiahu (Isaías capítulo 11 versículo 3) que  Mashia’h vai fazer os julgamentos pelo “cheiro” e não por meio de testemunhas.

Agora entendemos como isso funciona. Sendo que um dos trabalhos do Mashia’h é o de trazer de volta as dez tribos perdidas que hoje de acordo com o que se ouve ou o que se vê não teríamos como determinar quem é quem, o único jeito para isso é fazer como fez Itzhak e ver essa pessoa a partir do mundo de cima.

Então vamos rezar forte para que a Gueulá, nossa redenção final, aconteça imediatamente e o nosso mundo se torne realmente um mundo melhor 🌻
 

Shabat Shalom 🥰

Rabino Gloiber
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Mas sempre rezando por você

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