Nossa Parashá começa nos contando sobre as frutas da Terra de Israel, de como devemos expressar a nossa gratidão ao criador lembrando toda a história do nosso povo desde que chegamos ao Egito e fomos escravizados até que Hashem nos tirou do Egito com grandes milagres, agradecemos pelas coisas tão boas que Hashem fez para nós.
Depois a Parashá fala sobre bençãos e maldições e na continuação fala explicitamente sobre as maldições.
Dizem nossos Sábios que com o mesmo entusiasmo que agradecemos à D’us pelas coisas boas que ele nos dá temos que agradecer pela coisas ruins, e podemos perguntar, e com razão, qual seria o mínimo motivo para agradecer pelas coisas ruins que nos acontecem?
Sobre as coisas boas que ele nos dá temos que agradecer e não podemos ser ingratos, mas será que existe gratidão também pelas coisas ruins?
O relacionamento entre Hashem e o povo de Israel.
No casamento Judaico o marido assume a responsabilidade pelas despesas da esposa.
Entre as obrigações que ele assume está a obrigação de comprar roupas para a esposa, e que mulher não gosta de receber uma roupa nova?
Entre essas obrigações está também a obrigação de comprar jóias ou pelo menos semi jóias para a esposa, e que mulher não ama receber uma jóia?
E também entre essas obrigações está a obrigação de levar a mulher para o médico caso ela fique doente, e não só a obrigação de pagar o médico caso ele cobre, mas também a obrigação de pagar as despesas dos remédios e do tratamento caso ela precise.
Mas será que existe alguma mulher que ama ser internada em um hospital?
Muito pelo contrário!
Mas sendo que ele é o responsável por ela e ela está doente ele é responsável pelo tratamento dela também.
E com certeza depois desse tratamento ele vai dar muitos presentes para ela para e levar ela para muitos passeios para consolar ela pelo que ela sofreu.
E o principal, sempre ela vai estar mais agradecida à ele por ter salvo a vida dela, mesmo que essa parte da história do casal foi a mais dolorida.
E essa é a mensagem da Parashá:
No começo a Parashá nos ensina como devemos agradecer à Hashem (D’us).
Devemos ir para Yerushalaim para levar as primeiras frutas que Hashem nos deu e na nossa declaração de agradecimento também lembramos o fato de termos descido para o Egito e os egípcios terem nos escravizado.
Em outras palavras, viemos para agradecer pelas frutas, mas nesse agradecimento lembramos que éramos escravos no Egito e que Hashem nos tirou de lá com milagres sobrenaturais e nos deu essa terra maravilhosa para nos consolar de tudo que passamos.
Na hora que agradecemos pelas frutas e contamos que éramos escravos no Egito e como Hashem nos salvou de lá, as frutas já perdem a importância em relação aos milagres tão grandes que Hashem fez para nos tirar do Egito.
Na continuação a Parashá nos conta sobre as bençãos que virão para nós se fizermos as coisas certas e sobre as maldições se fizermos as coisas erradas.
Aprendemos daqui o comprometimento Divino em relação à nós, como a Torá compara Hashem ao marido e o povo de Israel à esposa.
Quando fazemos o que é certo estamos espiritualmente saudáveis e recebemos de Hashem tudo de bom como a esposa que recebe do marido as roupas novas e as jóias e está super feliz.
Quando nos comportamos errado ficamos espiritualmente doentes, nossa Alma fica doente.
Então não é hora de recebermos roupas e jóias porque precisamos de uma coisa muito mais importante do que isso, um tratamento que salve a nossa vida.
Nessa hora Hashem assume a responsabilidade que ele tem em relação à nós e nos traz o que chamamos de maldições, mas que na verdade são bondades ocultas, muito superiores às bondades reveladas.
Porque elas tem a capacidade de curar a nossa Alma, o que as bondades reveladas não tem.
Essas maldições são o bem do mundo oculto, o mundo do “Tohu” que é superior ao mundo revelado e só consegue descer para esse mundo em forma de maldições, mas quando essa embalagem de maldições passa surge o conteúdo que são bençãos muito superiores às bençãos reveladas.
Na hora do “tratamento” imaginamos que essas maldições são tão intensas que elas “vieram aqui para ficar”, e por isso antes de chegar às maldições da Parashá, no agradecimento pelas frutas, já fazemos a nossa declaração de que fomos escravizados no Egito mas que no fim Hashem nos tirou de lá com milagres sobrenaturais e nos deu a melhor terra do mundo para compensar o que passamos.
Ou seja, temos a garantia antecipada de que as maldições sempre passam, mas o principal, temos a garantia de que depois que elas passam tudo fica muito melhor do que era antes de ela chegarem para nos consolar do que passamos.
E esse é o segredo da nossa vida nesse mundo.
Passamos por um longo exílio na nossa história de 3500 anos, ficamos mais tempo fora da nossa Terra Prometida do que nela.
Mas depois de todo esse “tratamento” chega a Gueulá, nossa redenção final em breve em nossos dias e Hashem nos indeniza por tudo o que passamos.
Nossa “Terra Prometida” deixa de ser a dificuldade que é hoje, e no lugar de termos que implorar para pequenos países árabes fazerem conosco acordos de paz dando para eles em troca de um pedaço de papel o lugar do nosso Beit Hamikdash e a terra dos nossos antepassados para eles fazerem um país independente…
No lugar disso Hashem vai fazer para nós milagres sobrenaturais à ponto de os milagres da saída do Egito perderem a importância de tão grandes que vão ser os milagres da Gueulá em breve em nossos dias!
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.org