Parashat Mass’ei nos conta que alguém que matou uma pessoa acidentalmente também é chamado de assassino.
Parashat Mass’ei nos conta que alguém que matou uma pessoa acidentalmente também é chamado de assassino.
O povo de Israel fez quarenta e duas viagens entre a saída da escravidão no Egito e a milagrosa entrada na “Terra Prometida”
O que há por trás das quarenta e duas viagens que nos dá a obrigação de nos lembrarmos delas todos os anos quando lemos Parashat Mass’ei na Torá ?
O Baal Shem Tov nos revelou que cada Judeu e Judia tem um itinerário de viagens planejado lá de cima para percorrer durante sua vida
A Torá nos conta sobre quarenta e duas viagens que o povo de Israel teve que fazer entre a saída do Egito e a chegada à terra de Israel.
Diz o Baal Shem Tov que o objetivo dessas viagens era para elevar as “Netzutzot” que são pequenas “revelações Divinas”, às vezes chamadas de “faíscas Divinas” ou “centelhas Divinas”
Quando damos um exemplo sobre a revelação Divina comparamos ela à uma grande Luz, por isso essas pequenas revelações são comparadas a pequenas centelhas, pequenas luzes, “luzinhas Divinas”
O objetivo dessas 42 viagens era fazer um “Tikun”, uma “reparação”, um conserto espiritual nesses lugares por onde eles passaram que consistia em elevar essas “centelhas Divinas”.
Em cada lugar eles acamparam, não moraram lá por muito tempo mas ficaram somente o tempo necessário para fazer o “Tikun” e elevar as “centelhas Divinas” daquele lugar
E como essas pequenas revelações Divinas caíram até o nível do nosso mundo que é o mais baixo dos quatro mundos e por causa delas esses quatro mundos são chamados de “Olam HaTikun”, o mundo do conserto?
A quebra dos receptáculos
Antes de Hashem criar o mundo de Atzilut, o primeiro dos quatro “mundos do Tikun” existia um mundo espiritual chamado de Olam HaTohu.
No Olam HaTohu as “Luzes”, as revelações Divinas, eram grandes, e os receptáculos pequenos.
Cada Sefirá no Olam HaTohu iluminava intensamente e não dava espaço para as outras Sefirot.
Por causa disso aconteceu a “quebra dos receptáculos” e as luzes se separaram até caírem nos mundos de Briá, Yetzirá e Assiá.
Por meio do cumprimento dos mandamentos Divinos aqui no nosso mundo chamado de “mundo da Assiá” “consertamos” essas “Luzes” que caíram nos mundos de Briá Yetzirá e Assiá e fazemos elas subirem para o mundo de Atzilut que é o Olam HaTikun, “mundo do conserto”
O Baal Shem Tov diz que por causa dessas “luzes caídas”cada Judeu e Judia tem um circuito de viagens pré destinadas durante toda a sua vida.
Tudo é pré determinado até nos pequenos detalhes porque está ligado ao conserto que só você tem que fazer.
Onde você vai morar, onde você vai trabalhar, para onde você vai viajar, onde você vai passar uma semana, onde você vai passar um ano, onde você vai morar mais ou menos tempo.
Um detalhe interessante é que tanto no lugar onde o povo de Israel acampou por um só dia quanto no lugar onde eles acamparam por dez anos eles montaram o Mishkan como se fossem ficar lá a vida inteira, nos ensinando como devemos nos comportar nas “viagens da nossa vida”
Ou seja, mesmo sabendo que Mashia’h pode chegar hoje, mesmo assim devemos nos comportar de maneira natural como se tivéssemos que ficar aqui a vida inteira.
Rabino Gloiber
Sempre correndo
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As leis de Casherização dos utensílios e a guerra de Midiã
Quando recebemos a Torá tivemos que comer laticínios porque a comida que tinha sido feita antes da entrega da Torá já não era mais casher para nós após a entrega da Torá.
Então porque Hashem esperou quase quarenta anos para nos dar oficialmente as leis de Casherização dos utensílios?
As leis de casherização poderiam ter sido ensinadas ao nosso povo logo após a saída do Egito quando recebemos a Torá e descobrimos que a comida que fizemos para comemorar esse acontecimento deixou de ser casher especificamente por causa dele.
Então porque estudamos que tudo o que foi usado no fogo tem que ser casherizado por meio do fogo, e tudo o que não foi usado no fogo deve ser casherizado por meio da água, (purificado pelas águas do Mikve) só depois do caso das mulheres de Midian?
Por influência de uma cultura que não é a nossa nossa acostumamos a pensar que somos obrigados a sofrer para nos purificar de qualquer mal que fizemos, e depois de sofrermos nos sentimos desculpados por D’us
E aí vem a Torá nos ensinar que o fogo da paixão e o entusiasmo que os homens judeus sentiram quando se encontraram com as midianitas a ponto de estarem dispostos a fazer idolatria por elas não desaparece por meio de sofrimentos mas sim por meio de usarmos esse mesmo fogo de paixão e esse mesmo entusiasmo para o nosso trabalho Divino.
Ou seja, da mesma maneira que a panela que foi usada no fogo só consegue ser casherizada por meio do próprio fogo, o mesmo acontece com as nossas paixões, com o nosso entusiasmo que é o fogo espiritual.
Diz o Ari Zal que Zimri bem Salu e todos os 24.000 homens da tribo de Shimon que morreram por causa das mulheres de Midian se reencarnaram novamente para retificar o que fizeram.
O sofrimento da epidemia não retificou todos os níveis das almas deles que foram afetados pelo entusiasmo que tiveram pelas mulheres proibidas
Eles se reencarnaram como Rabi Akiva e seus 24.000 alunos e o lema de Rabi Akiva era “Ame ao próximo como a si próprio, essa é a grande regra da Torá”.
Ou seja
Se você teve entusiasmo pela coisa ruim, o conserto disso é ter entusiasmo pela coisa boa.
Conclusão:
Mesmo que a coisa mais fácil do mundo é sofrer para se sentir desculpado, na maioria das vezes o sofrimento leva à tristeza, e por fim temos que prestar contas tanto pela coisa ruim que fizemos quanto pelo sofrimento que sofremos e por meio dele estragamos a nossa saúde física e mental.
Enquanto o certo é rezar, estudar Torá, e cumprir todos os mandamentos Divinos com o mesmo entusiasmo, com o mesmo amor, com a mesma paixão que fizemos as coisas ruins
E esse é o verdadeiro conserto, como a panela que foi usada no fogo tem que ser casherizada no fogo assim também o fogo do nosso entusiasmo pela coisa ruim tem que ser casherizado por meio de usarmos ele para o trabalho Divino
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Porque o fato de o tigre viver em função de si próprio e ninguém ter nenhum usufruto dele demonstra que a proveniência da alma dele é de uma klipá impura mais forte do que a do cavalo que mesmo sendo um animal impuro nos beneficia em vários aspectos
Ela que vai para o paraíso por ter feito o bem nesse mundo ou para uma retificação por ter tido um mal comportamento
Enquanto os soldados viram corpos Moshe viu almas, viu a klipá de Midian em forma humana
Moshe via as Almas e tinha como diferenciar isso.
Ele sabia que os meninos quando crescessem se comparariam à um tigrezingo de estimação que quando cresce come o próprio dono que o criou com tanto amor e carinho.
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Sexta feira é dia de faxina
Vamos limpar a nossa cabeça e o nosso coração de toda a má disposição, aborrecimento, irascibilidade, agressividade, rabugice, neurastenia, impertinência, irritação, zanga, nervosismo, antipatia, agastamento, ranzinzice , etc, etc, etc…
A cabeça e o coração ficaram vazios? Agora olhe-se no espelho e dê o maior sorriso !
Leve esse sorriso com você o dia inteiro, distribua-o para todos e todos vão te sorrir de volta!
Quando acordamos de manhã, vamos ao “restroom” (banheiro em inglês) e deixamos lá todas as nossas…desnecessidades.
Alguém já pensou em olhar para o que fez lá e pensar naquilo o dia inteiro? Claro que não !
Assim começamos o dia e assim temos que continuá-lo, nunca pensando nas nossas “desnecessidades”!
Sempre que uma porta se fecha, D’us faz um milagre e muitas se abrem. Muitas vezes não vemos outras portas se abrindo porque estamos ocupados pensando naquela que se fechou!
Solução:- (a mesma que no restroom) baixe a descarga !
Não pense mais na porta fechada, mas procure as portas que se abriram.
Lembre-se :- D’us está sempre nos ajudando, mas quando nossa cabeça está no “restroom” não pensamos em D’us, porque no toalete é proibido pensar em D’us. Então, tire seu pensamento do banheiro, tire seu pensamento das coisas ruins. 😊
Deixe de olhar para a porta que se fechou e você descobrirá quantas novas portas D’us já abriu para você e você não tinha percebido!
Vamos ficar focados somente nas coisas boas! Vamos colecionar cada dia portas abertas para no fim do dia poder agradecer a D’us por elas!
Quem limpa a casa para o Shabat com muita alegria ganha um Shabat cheio de paz e tranquilidade e o principal: Está preparando o mundo para a Gueulá !
Abandone os pensamentos negativos e começe a ver a vida de forma positiva!
O pensamento positivo afeta tudo o que você faz, e repassa dessas mesmas vibrações à tudo aquilo que te rodeia. Afeta directamente todo o nosso ambiente, a forma como vemos e como os outros nos vêem.
O pensamento positivo, afasta os medos e as preocupações. Deixe de se preocupar e começa a se ocupar
Use as duas palavras mágicas
Emuná e Bitahon
Pensamento positivo em cinco etapas :
1- primeira etapa: você planta um pensamento positivo
2- segunda etapa: você arranca todas as ervas daninhas que são os pensamentos negativos
3- terceira etapa: você rega e aduba o pensamento positivo com muita fé e confiança.
4- quarta etapa: você expulsa com muita determinação os maus costumes (como por exemplo o fato de estarmos acostumados a pensar que tudo vai dar errado para não nos decepcionamos quando algo der errado)
Porque temos a obrigação de estarmos sempre alegres?
Por que por meio da alegria em situações preocupantes demonstramos que confiamos em D’us, e por isso não nos preocupamos com nada e estamos com fé total que tudo vai dar certo.
A atitude de estarmos alegres e confiar em D’us tem a força de mudar a realidade e fazer com que as coisas ruins desapareçam e o bem oculto no mundo se revele. Sendo assim temos que estar alegres e tranquilos o dia inteiro!
Cada um de nós, (tanto homens quanto mulheres) tem que se lembrar que D’us, bendito seja, não só dirige o grande mundo, mas dirige sem dúvida alguma também o pequeno mundo de cada um e um de nós.
E da mesma maneira que ele dirige o universo de acordo com o que ele vê que é bom para o universo, assim dessa mesma maneira ele dirige o nosso mundinho particular de acordo com o que ele está vendo que é bom para nós .
Temos que confiar nele que com certeza ele dirige o nosso pequeno mundo de um jeito bom.
Uma mãe não esquece seu nenê no supermercado, D’us nunca se esquece de nós.
D’us é a essência do bem, e a natureza do bem é fazer o bem. Por isso podemos começar o dia confiantes de que tudo vai dar certo, confiar no Criador e Administrador do mundo, que toma conta de cada um de nós particularmente e que não existe um lugar onde ele não se encontra.
E poderíamos perguntar:- Será que podemos ficar tristes quando estamos na presença de um grande e bom Rei, um Rei cheio de bondade verdadeira ?
Claro que nesse caso não temos mais com o que nos preocupar, e do que teríamos que ter medo se estamos na sala do Rei.
O exemplo está claro, e principalmente pelo fato de não ser um exemplo mas sim uma verdadeira realidade, e muito mais do que no exemplo, infinitamente maior e maior, acima e acima disso.
Uma mãe não esquece o seu nenê no supermercado , quanto mais D’us não nos esquece por aí mas está cuidando de nós a cada instante !
Alegria é como o ar, é a coisa mais necessária no mundo e com tudo isso é a mais fácil de se adquirir, pode ser revelada em qualquer lugar e qualquer momento.
A tristeza inabilita pessoas inteligentes e capazes, e tira a alegria de viver desses que estão à sua volta.
Vamos fazer a diferença, vamos ser esses que revelam a alegria oculta em qualquer situação e intencionalmente fazemos ela transbordar à nossa volta.
Quando uma mãe coloca a sua criança para dormir a criança chora, porque não entende que a mãe está fazendo o que é bom para ela.
A diferença entre a mãe e a criança pode ser de quarenta anos. A diferença entre nós e D’us é infinita e por isso muitas vezes não entendemos como D’us que é a essência do bem e dirige o mundo em todos os seus detalhes a cada instante deixa que aconteça alguma coisa que não nos parece o nosso bem…..
Mas temos que nos lembrar a cada instante que a natureza do bem é fazer o bem, e como a mãe sofre com o sofrimento da criança que não quer dormir quanto mais D’us com as nossas “purificações”.
Por isso temos que estar alegres em qualquer situação, conscientes de que o interesse Divino é nos fazer o bem de forma revelada e que em instantes tudo vai mudar para melhor!
O Rebe Sim’ha Bunim contou como a alegria desperta forças ocultas na pessoa.
Uma vez na cidade de Dantzig um judeu caiu no mar em um lugar que só ele conseguiria sair de lá com as próprias forças ou morrer, não tinha como salvá-lo.
O desafio era enorme, suas forças começaram a diminuir. O Rebe Sim’ha viu um ar de desespero na face do homem. Era o fim!
:-Lembranças para o Leviatan ! Gritou fortemente o Rebe Sim’ha. (o Leviatan é um peixe Casher gigantesco que habita o lugar mais profundo do mar).
O homem conseguiu ouvir e deu risada. Nadou com mais força e conseguiu se salvar.
Se este mundo fosse o paraíso o próximo mundo seria o que?
É normal encontrarmos dia a dia obstáculos internos ou externos, maiores ou menores, que tentam bloquear nosso crescimento e desenvolvimento.
Com frequência reagimos instintivamente a esses obstáculos com raiva, depressão e desespero.
Reação instintiva e natural, mas improdutiva e dolorosa, que intensifica e superfatura os problemas tornando os obstáculos mais difíceis de superar.
D’us nos criou imperfeitos e reagindo naturalmente da forma errada para que possamos por meio do nosso livre arbítrio optar por reagir aos obstáculos da maneira correta.
Ou seja, por meio da alegria, que é um sentimento agradável e construtivo que nos desenvolve naturalmente e espiritualmente.
Revelando as forças ocultas da nossa alma e colocando na ativa potenciais antes adormecidos que nem sabíamos que possuíamos.
Transformando os obstáculos em desafios e recompensas, em troféu para quem os supera, e isso é chamado de “Trabalho Divino”.
Conclusão:
A alegria salva vidas!
Meta do dia:- Ficar alegre o dia inteiro!
Que vocês tenham hoje e sempre muita energia, muito sucesso em tudo e o principal:
Muita Alegria!
Rabino Gloiber
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Transformando o Yetzer hará, nossa má inclinação, em Yetzer Hatov, nossa boa inclinação.
O Yetzer hará é um imediatista.
Ele nos inclina a querer tudo perfeito e de imediato, “ou tudo ou nada”.
Ele é a nossa má inclinação, o raciocínio do lado impuro.
O Yetzer Hatov nos induz à ter paciência, a nos controlarmos, a fazermos tudo passo a passo e nunca ficarmos desanimados pelo fato de tudo o que queremos não acontecer imediatamente e do jeito que queremos.
Ele é a nossa boa inclinação, o raciocínio do lado puro.
Nosso trabalho é desanimar o Yetzer hará não alimentando ele, não dando à ele de imediato o que ele quer mesmo que seja uma coisa permitida.
Mas dando à ele o que ele queria antes e agora já não quer, depois de ter ficado emburrado e ter decidido que se ele não pode ter tudo na hora, então ele não quer nada.
Ou seja, não dê para ele tudo no momento em que ele quer tudo, mas dê para ele o necessário na hora que ele já não quer mais nada “só de pirraça”. Isso é chamado de “Itkáfia”.
Assim você domina o Yetzer hará e consequentemente o anjo que está por trás dele transformando ele em um anjo a seu favor.
Você subjuga o seu Yetzer hará para o seu Yetzer Hatov e o anjo dele com seus superpoderes passam a ser seu aliado.
O anjo do Yetzer hará se torna um anjo do bem e você fica com superpoderes em dobro!
Superpoderes.
Rabi Yehuda no Zohar explica que ao lado de cada um de nós se encontram permanentemente dois anjos que são o Yetzer Hatov e o Yetzer hará, e sendo que esses dois anjos são subjugados à nós, eles foram os anjos que Yaakov mandou para Essav
Aprendemos das conversas entre Rabi Yehudá Hanassí e Antoninus na Guemará, que para acontecer uma gravidez é obrigatório que entre dentro dessa relação entre o homem e a mulher uma nova alma que vai fazer com que o óvulo fecundado se torne uma criança.
Essa alma que entra no óvulo é a alma da criança e sem ela esse óvulo se desfaz, ela é que faz o óvulo se desenvolver, e quando a criança nasce entra nela o Yetzer hará que é a má inclinação
A explicação profunda para isso é que essa primeira alma que entra no óvulo é chamada de alma animal, e quando a criança nasce, a má inclinação da alma animal se revela, mas não antes da criança nascer
Quando um menino judeu faz treze anos ou uma menina judia faz doze anos, se revela neles uma Alma Divina que estava envolvendo essa criança até chegarem à essa idade.
Essa Alma Divina é uma parte de D’us, e quando alguém se converte ao judaísmo ela se revela nessa pessoa no dia da sua conversão.
Por isso está escrito “guer shemitgaier” (convertido que se converte) e não “goi shemitgaier” (um não judeu que se converte), porque essa Alma Divina já está envolvendo essa pessoa desde o começo, mas se revela somente no dia da sua conversão
O Yetzer Hatov que é a boa inclinação está ligado diretamente à Alma Divina e se revela na pessoa quando a Alma Divina se revela nela.
Ou seja, no dia do nosso Bar Mitzvá (quando um menino judeu faz treze anos), no dia do Bat Mitzvá (quando uma menina judia faz doze anos), ou no dia que alguém se converte ao judaísmo.
É como se essa pessoa tivesse nascido novamente, mas dessa vez no lugar de receber um Yetzer hará ao nascer recebemos um Yetzer Hatov
Então como pode Rabi Yehudá no Zohar ter dito que o Yetzer Hatov e o Yetzer hará são dois anjos?
E não só isso, mas são os dois anjos que Yaakov mandou para Essav!
A explicação de Rabi Eliahu, o cabalista de Lissandra
Rabi Eliahu ben Refael Shlomo, um grande cabalista que foi durante cinquenta anos o Rabino chefe da cidade de Lissandra na Itália há 250 anos atrás analisou profundamente essa questão por todos os seus ângulos.
Ele determinou que existe um anjo designado lá de cima para ajudar o nosso Yetzer Hatov e um anjo designado lá de cima para ajudar o nosso Yetzer hará, e foram esses anjos que Yaakov mandou para Essav
Assim conseguimos entender o que acontece quando alguém quer fazer uma coisa ruim e parece que ele recebe super poderes para fazer com que essa coisa ruim aconteça.
E quanto mais quando queremos fazer uma coisa boa, vemos com nossos próprios olhos que conseguimos fazer coisas boas muito além da nossa capacidade.
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O problema já teria que ser arquivado nesta etapa como ”erro de faxineiro”, como uma coisa insignificante. Mas o homem que seu nome nem aparece na história se relacionou à isso com a maior gravidade.
Aí a klipá se revela! Ele usou sua autoridade para exigir a retirada do Bar Kamtza de sua festa, e o que seria uma possibilidade de reconciliação entre dois judeus iria acabar em uma guerra mundial.
Nossa Parashá nos conta que qando o nosso povo já estava na “reta final” para entrar na terra de Israel, os midianitas que eram um povo que não estava na nossa rota mas nos odiava gratuitamente, fizeram um plano maligno para nos destruir.
Eles recrutaram todas as mulheres de Midian, inclusive a princesa, fizeram um exército de mulheres.
Acamparam perto do nosso povo longe o suficiente para que as mulheres e as crianças não conseguissem chegar mas os homens sim, e fizeram o “festival da sedução”.
Os jovens judeus ouviram a música, foram lá para ver o que estava acontecendo, e assim que chegaram não resistiram à tentação e foram seduzidos por elas.
Quando eles já estavam muito apaixonados, elas mostraram a estátua do Baal Peor, a idolatria delas, e colocaram a idolatria como condição para consumar o ato.
Zimri bem Salu, presidente da tribo de Shimon, foi seduzido pela princesa de Midian.
Ele trouxe a princesa de Midian junto com ele para o acampamento do nosso povo.
Depois de discutir com Moshe, ele levou a princesa para sua tenda para a “lua de mel” dando assim o exemplo para toda a sua tribo e para todo o nosso povo.
Uma grande epidemia se espalhou no nosso acampamento, demonstrando que o plano dos midianitas tinha dado certo e que D’us já não estava mais nos protegendo e nos deixou à mercê das doenças do deserto.
Pin’hás era sobrinho de Nadav e Avihu.
Ele não era Cohen, sendo que quando seu avô, Aharon, seu pai, Elazar, e seus tios foram ungidos para serem os Cohanim, ele já tinha nascido e não foi ungido junto com eles.
A Torá nos conta que Pin’hás resolveu reverter essa situação que estava sendo causada pelas midianitas, e por iniciativa própria entrou com uma lança na tenda de Zimri.
Enfiou a lança nos dois no momento em que estavam consumando o ato, e saiu da tenda com eles na lança.
Diz o Zohar que nessa hora toda a tribo de Shimon se reuniu em volta de Pin’hás para matá-lo.
Ele levou um susto tão grande que sua Alma saiu do corpo por um instante, e nesse instante, as Almas de Nadav e Avihu se uniram à Alma dele.
O Zohar chama Nadav e Avihu de “palga gufa” (meio corpo), ou seja, Almas que não tem par.
Os dois juntos são dois aspectos de uma mesma Alma.
Eles eram Almas muito elevadas, queriam ser o Cohen Gadol e fazer o trabalho do Ketoret para trazer as Bençãos Divinas para o nosso mundo.
Mas sendo que eles não se casaram, eles não tinham como trazer essas Bençãos Divinas para o nosso povo.
Eles faleceram e continuaram lá no mundo de cima à espera dessa oportunidade, e agora eles chegou.
Pin’hás Nadav e Avihu se tornaram uma pessoa só.
Hashem fez com que Pin’hás também se tornasse Cohen, e mais futuramente Cohen Gadol.
Dessa maneira Nadav e Avihu se tornaram o Cohen Gadol, e por meio de Pin’hás que era casado fizeram o trabalho do Ketoret e trouxeram as Bençãos Divinas para o mundo
Moral da história:
Se no momento você não está casado, por maior que seja o motivo que justifique isso, não reclame que a vida não está dando certo. Procure uma esposa porque por meio dela você vai receber todas as Bençãos Divinas. Se não encontrar alguém do seu nível, baixe o nível até encontrar.
O mesmo vale para as mulheres, se você não encontrou o melhor você pode se casar com o menos pior, mas ficar sozinha você não pode.
Se você já é casado, cuide bem da sua esposa, porque mesmo sem que você reconheça isso, no mérito dela você tudo o que você tem !
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Ódio Gratuito:
No começo da nossa Parashá Hashem (D’us) pede para fazer uma guerra contra Midian por eles terem abalado a estrutura do nosso povo recrutando um exército de mulheres para seduzir os jovens judeus e induzi-los à idolatria do Baal Peor causando 24.000 mortes em uma epidemia que surgiu como consequência disso
Essa guerra aconteceu há mais de 3260 anos. Por qual motivo temos que nos lembrar hoje que vencemos a guerra de Midian há tanto tempo atrás?
A Torá tem um lado revelado que chamamos de “corpo da Torá” e um um lado oculto, “Alma da Torá”.
O lado “corpo” dessa guerra aconteceu há mais de 3260 anos atrás mas o lado “Alma” dela acontece diariamente.
Aqui na nossa Parashá estudamos no lado oculto da Torá o diagnóstico de uma “Klipá” (força espiritual negativa que atua no mundo) chamada de klipat Midian.
Essa Klipá é a fonte espiritual do ódio gratuito que causou a destruição do segundo Beit Hamikdash, o exílio do nosso povo, e até hoje ela continua no nosso meio.
Então não é por acaso que lemos essa Parashá nessa época em que o Beit Hamikdash foi destruído .
A Torá já tinha nos contado sobre os meraglim (espiões) que contra a vontade Divina queriam que o povo ficasse no deserto estudando Torá para entrarem na terra de Israel mais preparados.
Agora, depois de décadas de estudo, nosso povo se encontra com um exército de mulheres que vem nos seduzir.
Como poderiam correr atrás da primeira mulher que vissem depois de estar quase quarenta anos estudando Torá?
Essa é a consequência da Klipá que se provou resistente a estudos de Torá, à classe social e até à nível espiritual. Todos nós estamos sujeitos à ela, ela é a pior de todas as klipot.
Características da Klipá de Midian
1-Bilam o feiticeiro sabia que para D’us as piores coisas são a idolatria e as relações ilícitas.
Bilam não tinha motivo justo para aconselhar Balak, rei de Moav contra nós. Seu país (Midian) estava longe de nós e não estava nos nossos planos de conquista, e portanto o ódio dele por nós era “ódio gratuito”.
Ele viajou até Moav sabendo que Moav também não estava em perigo, para dar o conselho mais destrutivo do mundo em relação à nós.
Ele estava “possuído” por essa klipá
Quando essa Klipá nos contagia nos tornamos dispostos a fazer tudo para destruir. Ela desperta em nós o sentimento de destruição sem limites, sem motivo ou por um motivo muito pequeno, destruir gratuitamente.
Como nos proteger dessa klipá
Não nos deixando seduzir pela Klipá! Sempre que sentirmos motivação para entrar em uma briga e querer destruir nosso próximo a ponto de desejar até sua inexistência, sabemos que ela se despertou em nós.
Imediatamente temos que despertar nosso sistema imunológico espiritual (yetzer hatov) contra ela e tomarmos a decisão de não brigar, não dar palpites destrutivos e não “colocar lenha na fogueira” seja o que não for.
As mulheres de Midian justificaram seu comportamento como causa nobre e espiritual, e até princesas participaram dessa sedução em massa.
Cada uma levou com ela seu deuzinho, o Baal Peor, que foi apresentado como deus politicamente correto que apoiava o prazer e bem estar de seus adoradores e cuja adoração consistia em fazer as “necessidades” sobre ele demonstrando que não existe nada proibido no mundo contanto que isso te dê prazer
A mensagem dessa klipá é: “Se você se sente bem brigando com alguém, brigue!”
Ela apresenta a destruição por meio de brigas e intrigas como causa nobre, politicamente correta e ainda com o apoio divino da idolatria.
Como sabemos que isso é Klipá ? Pelas consequências !
Por mais nobre e politicamente correta que seja a causa, se a consequência dela é a destruição, aí a klipá se encontra.
Então vamos abrir mão da legitimidade da briga olhando mais longe, vendo que se continuarmos uma briga todos sairemos perdedores.
No começo da briga ou da intriga já temos que mentalizar a paisagem da destruição do pós briga, e do tempo necessário para reparar os prejuízos que ela causará e para curar os ferimentos que ela trará.
Vamos abrir mão dos prazeres descontrolados da briga que a klipá nos oferece para não morrer na peste espiritual que é a consequência desse tipo de prazer .
Separação: coisa boa ou coisa ruim?
No primeiro dia da criação do mundo quando D’us criou a luz ele disse “Ki Tov”(Que bom)
No segundo dia D’us criou a separação colocando limites entre os oceanos e as nuvens, uma separação extremamente necessária que sem ela não existiríamos.
Mesmo assim D’us não falou que era bom.
A separação pode ser uma coisa extremamente necessária, mas sendo que é uma separação coisa boa ela não é. Talvez em certos casos ela seja até necessária, mas boa ela não é !
Nosso Beit HaMikdash foi destruído por causa de ódio gratuito e será reconstruído por causa de amor gratuito.
Então chegou a hora, como sempre dizia Rabi Akiva: Amar ao próximo como a si mesmo é uma grande regra da Torá
וְאַהֲבָתָהּ לְרֵעֲךָ כָּמוֹךָ זֶה כְּלָל גָּדוֹל בַּתּוֹרָה
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Bein HaMeitzarim בין המיצרים (entre os apertos)
As “Três Semanas” entre os dias 17 de Tamuz e 9 de Av representam um período de luto anual no qual lembramos a destruição do primeiro e do segundo Beit HaMikdash (o Templo Sagrado de Jerusalém) e o início de nosso exílio.
Nessas três semanas não fazemos casamentos e nem cortamos o cabelo, também não ouvimos musicas tocadas por instrumentos musicais verdadeiros e ao vivo.
Esse período tem início no dia 17 do mês hebraico de Tamuz, data que marca a destruição das muralhas de Jerusalém pelos romanos em 69 da EC.
Essa época termina com o jejum de Tishá BeAv, dia 9 do mês de Av, data da destruição do Beit Hamikdash.
Este é o dia mais triste do calendário judaico, e é também a data em que muitas outras tragédias aconteceram para o nosso povo
Um pouquinho de Guemátria
O número 21 que é a soma dos dias dessas “Três Semanas” forma a palavra hebraica A’h que significa somente
O dia 17 de Tamuz tem o valor numérico da palavra hebraica “Tov”, que quer dizer “bondade”
Essas duas palavras juntas são o começo do versículo : “A’h tov Leisrael”, que quer dizer “Apenas o bem para Israel”
Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente à coisas boas.
17 de Tamuz
Cinco acontecimentos trágicos aconteceram nesse dia na história do nosso povo:
No dia 6 de Sivan recebemos os Dez Mandamentos no Monte Sinai. No dia 7 de Sivan Moshe Rabeinu subiu bem cedinho no Monte Sinai para receber o resto da Torá, e ficou lá quarenta dias e quarenta noites.
No dia 17 de Tamuz Moshe Rabeinu desceu do Monte Sinai, depois de 40 dias de “altas revelações” carregando as duas Lu’hot que eram lousas de pedra preciosa gravadas por Hashem (D’us) com os Dez Mandamentos e juntas formavam um cubo de pedra preciosa.
Quando Moshe viu o povo dançando em volta do Bezerro de Ouro, as essas Lu’hot que Moshe Rabeinu conseguia carregar somente por milagre de Hashem, caíram das suas mãos e se quebraram. Essa tragédia aconteceu no dia 17 de Tamuz.
Na época do primeiro Beit Hamikdash que era o Templo Sagrado de Jerusalém, no dia de 17 de Tamuz as oferendas do Beit Hamikdash foram anuladas por causa do cerco em volta da cidade.
Nesse dia de 17 de Tamuz, Nebuzaradan, que era o general da Babilônia, quebrou a muralha de Jerusalém e seu exército invadiu a cidade de Jerusalém onde todos os judeus tinham se refugiado, fazendo um verdadeiro holocausto, assassinando uma quantidade enorme de pessoas.
Nesse dia de 17 de Tamuz foi colocada uma estátua no Beit Hamikdash.
O Talmud Yerushalmi nos traz duas opiniões em relação a essa estátua:
Uma opinião é de que na época do primeiro Beit Hamikdash, Menashe, que era o rei da Judéia naquela época, colocou um ídolo no Beit Hamikdash, e isso aconteceu no dia 17 de Tamuz.
Outra opinião é de que “Apostomos o Rashá” (Apostomos o criminoso) que era um governador dos gregos da Síria que dominava a nossa terra na época do segundo Beit Hamikdash, colocou uma estátua no Beit HaMikdash.
Nesse dia de 17 de Tamuz “Apostomos o Rashá” ordenou queimar o Sefer Torá.
Não sabemos se o motivo para esse acontecimento ter entrado na nossa história é pelo fato de isso ter acontecido pela primeira vez ou pelo fato de eles terem confiscado nossos Sifrei Torá durante muito tempo e no dia 17 de Tamuz terem feito um evento público de queima de todos os Sifrei Torá apreendidos.
A diferença entre as primeiras e as últimas Lu’hot :
As primeiras eram a obra de Hashem (D’us) , as segundas eram obra de Moshe, como está escrito:“faça para você” (Moshe as fez).
A milagrosa escrita Divina gravada nas primeiras Lu’hot nunca mais foi recuperada.
Essa forte revelação Divina cujas letras estavam gravadas de lado à lado de forma legível sob qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem qualquer possibilidade de distorção da escrita
Quando as primeiras Lu’hot foram dadas, nosso povo estava em um nível de “Tzadikim” (pessoas altamente elevadas) porque ao acamparem em frente ao Monte Sinai, a impureza que eles tinham antes desapareceu.
Quando eles receberam as segundas Lu’hot eles estavam em um nível de Baalei Teshuvá, ou seja, de pessoas que ficaram com remorso do que fizeram.
Mas as segundas Lu’hot tinham uma grande qualidade: elas foram dadas com as Hala’hot, o Midrash e as Agadot. Elas foram assim “uma dupla doação de sabedoria da Torá”, como o explica a Guemará em Nedarim (22B).
Além disso, a partir da hora que recebemos essas segundas Lu’hot, um raio de luz iluminou o rosto de Moshe.
Em breve em nossos dias todos esses dias de sofrimento vão se transformar em dias de festa com a chegada do Mashia’h e a Gueulá, nossa redenção final .
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