data Judaica

Bein HaMeitzarim בין המיצרים (entre os apertos)

 

 

Bein HaMeitzarim בין המיצרים (entre os apertos)

 

As “Três Semanas” entre os dias 17 de Tamuz e 9 de Av representam um período de luto anual no qual lembramos a destruição do primeiro e do segundo Beit HaMikdash (o Templo Sagrado de Jerusalém) e o início de nosso exílio.

 

Nessas três semanas não fazemos casamentos e nem cortamos o cabelo, também não ouvimos musicas tocadas por instrumentos musicais verdadeiros e ao vivo.

 

Esse período tem início no dia 17 do mês hebraico  de Tamuz, data que marca a destruição das muralhas de Jerusalém pelos romanos em 69 da EC.

 

Essa época termina com o jejum de Tishá BeAv,  dia 9 do mês de Av, data da destruição do Beit Hamikdash.

 

Este é o dia mais triste do calendário judaico, e é também a data em que muitas outras tragédias aconteceram para o  nosso povo

 

Um pouquinho de Guemátria

 

O número 21 que é a soma dos dias dessas “Três Semanas” forma a palavra hebraica A’h que significa somente

 

O dia 17 de Tamuz tem o valor numérico da palavra hebraica “Tov”, que quer dizer “bondade”

 

Essas duas palavras juntas são o começo do versículo : “A’h tov Leisrael”, que quer dizer “Apenas o bem para Israel”

 

Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente à coisas boas.

 


17 de Tamuz

 

Cinco acontecimentos trágicos aconteceram nesse dia na história do nosso povo:

 

No dia 6 de Sivan recebemos os Dez Mandamentos no Monte Sinai. No dia 7 de Sivan Moshe Rabeinu subiu bem cedinho no Monte Sinai para receber o resto da Torá, e ficou lá quarenta dias e quarenta noites.

 

No dia 17 de Tamuz Moshe Rabeinu desceu do Monte Sinai, depois de 40 dias de “altas revelações” carregando as duas Lu’hot que eram lousas de pedra preciosa gravadas por Hashem (D’us) com os Dez Mandamentos e juntas formavam um cubo de pedra preciosa.

 

Quando Moshe viu o povo dançando em volta do Bezerro de Ouro, as essas Lu’hot que Moshe Rabeinu conseguia carregar somente por milagre de Hashem, caíram das suas mãos e se quebraram. Essa tragédia aconteceu no dia 17 de Tamuz.

 

Na época do primeiro Beit Hamikdash que era o Templo Sagrado de Jerusalém, no dia de 17 de Tamuz as oferendas do Beit Hamikdash foram anuladas por causa do cerco em volta da cidade.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz, Nebuzaradan, que era o general da Babilônia, quebrou a muralha de Jerusalém e seu exército invadiu a cidade de Jerusalém onde todos os judeus tinham se refugiado, fazendo um verdadeiro holocausto, assassinando uma quantidade enorme de pessoas.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz foi colocada uma estátua no Beit Hamikdash.

 

 

O Talmud Yerushalmi nos traz duas opiniões em relação a essa estátua:

 

Uma opinião é de que na época do primeiro Beit Hamikdash, Menashe, que era o rei da Judéia  naquela época, colocou um ídolo no Beit Hamikdash, e isso aconteceu no dia 17 de Tamuz.

 

Outra opinião é de que “Apostomos o Rashá” (Apostomos o criminoso) que era um governador dos gregos da Síria que dominava a nossa terra na época do segundo Beit Hamikdash, colocou uma estátua no Beit HaMikdash.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz “Apostomos o Rashá” ordenou queimar o Sefer Torá.

 

Não sabemos se o motivo para esse acontecimento ter entrado na nossa história é pelo fato de isso ter acontecido pela primeira vez ou pelo fato de eles terem confiscado nossos Sifrei Torá durante muito tempo e no dia 17 de Tamuz terem feito um evento público de queima de todos os Sifrei Torá apreendidos.

 

A diferença entre as primeiras e as últimas Lu’hot :

 

As primeiras eram a obra de Hashem (D’us) , as segundas eram obra de Moshe, como está escrito:“faça para você” (Moshe as fez).

 

A milagrosa escrita Divina gravada nas primeiras Lu’hot nunca mais foi recuperada.
Essa forte revelação Divina cujas letras estavam gravadas de lado à lado de forma legível sob qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem qualquer possibilidade de distorção da escrita

 

Quando as primeiras Lu’hot foram dadas, nosso povo estava em um nível de “Tzadikim” (pessoas altamente elevadas) porque ao acamparem em frente ao Monte Sinai, a impureza que eles tinham antes desapareceu.
Quando eles receberam as segundas Lu’hot eles estavam em um nível de Baalei Teshuvá, ou seja, de pessoas que ficaram com remorso do que fizeram.

 

Mas as segundas Lu’hot tinham uma grande qualidade: elas foram dadas com as Hala’hot, o Midrash e as Agadot. Elas foram assim “uma dupla doação de sabedoria da Torá”, como o explica a Guemará em Nedarim (22B).

 

Além disso, a partir da hora que recebemos essas segundas Lu’hot, um raio de luz iluminou o rosto de Moshe.

 

Em breve em nossos dias todos esses dias de sofrimento vão se transformar em dias de festa com a chegada do Mashia’h e a Gueulá, nossa redenção final .

 

Rabino Gloiber
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O Rebe Yossef Itzhak de Lubavitch

 

O Rabi Yossef Itzhak era um ardente defensor da nossa coletividade na época do império russo e posteriormente da união soviética.

 

Ele lutou incansavelmente pela nossa autonomia, tanto material quanto espiritual.

 

Sua ação o opôs ao regime anti-semita tsarista e mais tarde aos comunistas, que negavam D’us.

 

A consequência disso foi que ele conheceu as prisões russas, onde ele foi encarcerado algumas vezes.

 

12-13 de Tamuz
Aniversário do Rabi Yossef Itzhak (1880-1950), sexto líder de Chabad-Lubavitch.

 

Libertação do Rabi Yossef Itzhak Schneerson da prisão bolchevique de Leningrado, 1927.

 

Seu encarceramento foi resultado da sua luta implacável para preservar a vida religiosa judia dentro da União Soviética.

 

Ajudado por fiéis seguidores, estabeleceu uma ampla rede clandestina de escolas de Torá, e de ajuda financeira para a observância do Shabat e a compra de artigos religiosos, construção e manutenção de Mikves (banho ritual para pureza familiar) e fortalecimento de todos os assuntos judaicos dentro da cortina de ferro,

 

Embora a sentença inicial que os russos lhe deram tenha sido pena de morte, a pressão internacional fez com que a pena fosse comutada a 10 anos de trabalhos forçados no Ártico e depois a três anos de exílio nos Urais.

 

Depois de uns poucos dias de exílio, ele foi libertado em Tamuz 12-13 e logo depois, forçado a deixar a Rússia.

 

Sua libertação foi considerada, nessas circunstâncias, milagrosa.

 

Sua luta assegurou que a chama de judaísmo, esmagada quase até a extinção, permanecesse iluminando clandestinamente e se tornasse a fonte da surpreendente onda moderna de retorno ao judaísmo entre os milhares de judeus intelectuais soviéticos, criados por quatro gerações de ateísmo e materialismo marxista!

 

12 de TAMUZ 12 Tamuz no Hayom Yom, o Dia de Hoje

 

Festa da liberação – Não se fala o Tachanun – Aniversário do Rebe Yossef Itzhak nascido em 5640 (1880).

 

Neste dia, ele recebeu em 5687 (1927) a boa notícia da sua liberação do exílio que tinha lhe sido aplicado depois do seu encarceramento, por ter reforçado a Torá e o judaísmo. (Sabe-se que durante o dia do seu aniversário, o Mazal do homem domina e vem ajudá-lo.)

 

Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak:

 

“Nestes dois dias de libertação, os 12 e 13 de Tamuz próximos, os hassidim farão um Farbrenguen, para o bem e para a benção, material e espiritual, como instituiu o nosso primeiro pai, o Admor Hazaquen, possa o mérito do santo Tzadik ser uma benção para a vida do mundo futuro.

 

Sua Alma reside nos palácios celestiais. Possa seu mérito proteger-nos.

 

Durante este Farbrenguen, os hassidim discutirão, num ambiente fraterno, como reforçar os momentos do estudo.

 

Dirijo-lhes a minha benção para que D’us lhes dê muito, tanto material quanto espiritualmente.

 

Sexta 13 Tamuz 5703 Festa da liberação Foi neste dia que o Rebe Yossef Itzhak foi libertado.

 

O encarceramento começou às duas horas e quinze da manhã, na quarta feira 15 de Sivan 5687 (15 de julho de 1927).

 

Ele ficou exilado na cidade de Kostrama até meio dia e trinta de quarta feira 13 de Tamuz 5687 (13 de julho de 1927).

 

Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak de escrita na ocasião da festa da liberação:

 

“Envio-lhes um discurso hassídico… Ele constitui a minha participação aos meus caros amigos, os hassidim, no lugar onde se encontrarem, para que possam ter muito sucesso.

 

Desta maneira, estarei com vocês durante o seu Farbrenguen para reforçar as práticas da hassidut, para fixar um tempo para estudá-la, para respeitar este tempo, para ser estimulado a cumprir o que resulte deste estudo…

 

Nosso D’us e o D’us dos nossos pais abençoará toda a comunidade dos hassidim, eles mesmos, sua família, seus filhos e seus netos, no seio de nossos irmãos, os filhos de Israel, a quem D’us outorgará longa vida e todo o bem da alma e do corpo.”

 

12 de Tamuz, o nascimento e a vida de um grande Líder

 

Uma vez em muitas gerações, quando Seu povo Israel está muito aflito, quando no seu amargo exílio ele recebe uma dose suplementar de sofrimento e de opressão, o Todo-Poderoso envia uma alma elevada para ajudá-lo nessas horas críticas.

 

Líder único, assim, foi o sexto Rebe de Lubavitch, o Rabi Yossef Itzhak Schneerson, filho único dos seus santos pais, Rabi Shalom-Ber (RaShaB) e a Rabanit Shterna Sara.

 

Foi certamente a Providência Divina que enviou um homem tão grande, com seu amor insondável pelos Judeus, sua Messirut Nefesh (devoção total) sem limites por eles, seus talentos e suas qualidades excepcionais de espírito e de personalidade para salvar o judaísmo russo em tempos de grave perigo.

 

E quando a horrível catástrofe do nazismo engoliu o Judaísmo Europeu, foi o Rebe, com seu idealismo sem compromisso e sua absoluta devoção à Torá e à Tradição judaica o escolhido pela Providencia Divina para fazer dos Estados Unidos um porto para a Torá.

 

Rabi Yossef Itzhak Schneerson, o sexto Rebe de Lubavitch, nasceu no dia 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch na Rússia e faleceu em 10 de Shevat de 5710 (1950) em Brooklin, Nova Iorque.

 

Em 1927 ele foi detido pelas autoridades soviéticas por causa do seu trabalho incansável para preservar o judaísmo e as instituições da Torá sob o regime soviético.

 

Após um encarceramento doloroso e aterrador na célebre prisão “Shpalerca” em Leningrado, durante dezoito dias e meio, no curso dos quais sua vida estava em jogo, a sentença do prisioneiro foi comutada para deportação para Costroma por um período de três anos. Mas dez dias depois, ele foi liberado.

 

A notícia da sua liberação iminente foi comunicada a ele no dia do seu aniversário e no dia seguinte ele já era um homem livre.

 

Sua mãe, a Rabanit Shterna Sara, contou um dia a seguinte história: “Já tinham passado muitos anos desde o meu casamento mas eu ainda não tinha sido abençoada com uma criança.

 

Isso me deprimia um pouco, especialmente por eu ser ainda muito jovem e por estar longe da casa da minha família.

 

No dia de Sim’hat-Torá do ano de 5640 estávamos no Kidush com alguns convidados na casa do meu sogro o Rebe de Lubavitch da época, Rabi Shmuel (o MaHaRaSh).

 

No momento culminante da celebração foi feita uma bênção “Mi Shebera’h” para aqueles que prometessem contribuir para uma certa causa de Tzedaká.

 

Tendo terminado com os homens, os “oficiantes” se dirigiram para a sala onde estavam as mulheres e muitas mulheres foram abençoadas com um “Mi Shebera’h”.

 

Parece que me esqueceram pois não foi dito nenhum “Mi Shebera’h” para mim!

 

Fiquei muito decepcionada porque gostaria de ter sido particularmente abençoada nesta ocasião tão especial.

 

Alguns instantes depois, alguém, aparentemente, percebeu o esquecimento. O oficiante voltou para dizer um Mi Shebera’h para mim.

 

Mas senti que não era a mesma coisa, isso estava me parecendo um “remendo”. O Kidush não durou muito.

 

Meu santo sogro voltou para seu quarto e os hassidim, inclusive meu esposo, se dirigiram à casa do Rabi Shulem Reich, genro do Rabi Baruch Shalom, o filho mais velho do Tzema’h Tzedek, para ali prosseguirem a festa.

 

Depois da saída dos hassidim, me retirei para o meu quarto onde sentei-me, lamentando a minha sorte.

 

Eu estava me sentindo triste por não ter filhos ainda; e me sentia completamente só.

 

Para coroar tudo, o incidente do Mi Shebera’h também me irritava. Abaixei a cabeça e comecei a chorar, encostada na mesa. Então adormeci.

 

Nesse momento um venerável Judeu entrou no meu quarto e me perguntou: ‘Porque choras assim, minha filha?’

 

Abri meu coração para ele e lhe disse o que havia provocado minhas lágrimas.

 

O visitante me disse então: ‘Não chore. Eu lhe prometo para este ano a bênção de um filho. Mas tem duas condições: primeiro, logo depois de Iom-Tov será preciso dar hai (18) rublos de caridade, do seu dinheiro pessoal; segundo ….’ Não lembro exatamente qual foi a segunda condição, mas acho que tinha algo a ver com o segredo que eu devia guardar sobre a gravidez pelo maior tempo possível.

 

O visitante inesperado deixou então o quarto para voltar pouco depois na companhia de dois outros veneráveis Judeus.

 

Em sua presença, ele me repetiu sua promessa, bem como as condições necessárias; os outros dois deram o seu consentimento.

 

Os três então me abençoaram e foram embora.

 

Acordei com o coração palpitando. Pouco depois o meu marido voltou.

 

Ele estava visivelmente feliz e de bom humor e mal entrou no quarto, fez uma travessura.

 

Falei-lhe imediatamente do meu sonho. Ele ficou muito sério e foi se consultar com seu pai.

 

Quando voltou, disse que seu pai desejava ver-me imediatamente. Fui falar com meu sogro.

 

Ele me pediu para repetir o sonho com os mínimos detalhes e me questionou depois com respeito à aparência dos três homens que eu tinha visto no meu sonho.

 

Descrevi-os, e ele então explicou: ‘o primeiro era meu pai (o santo Tzema’h Tzedek) e os dois outros: meu avô (o Miteler Rebe) e meu bisavô (o Alter Rebe), bendita seja sua memória.

 

Após Yom Tov, eu deveria me submeter à primeira condição. Mas como juntar os 18 rublos para Tzedaká?

 

Recordei que possuía um vestido novo caro, feito na última moda, que meu sogro não queria me ver usando; portanto ele ficava pendurado num armário.

 

Chamei uma mulher judia influente que era ativa na cidade em obras de caridade e lhe pedi, confidencialmente, para vender meu vestido.

 

Não ficaria bem se corresse a voz que a nora do Rebe de Lubavitch estava vendendo alguma coisa do seu guarda-roupa.

 

O produto dessa venda e de outros objetos pessoais me permitiram reunir os 18 rublos que distribuí em dinheiro para Tzedaká.

 

Neste mesmo ano de 5640 (1880), no dia 12 de Tamuz, meu filho Yossef Itzhak nasceu.”

 

12-13 TAMUZ

 

O Shloh nos ensinou que todas as festas judaicas, inclusive aquelas de origem rabínica, estão ligadas à porção semanal da Torá em que ocorrem.

 

Entendemos que isso também se aplica à “festa da libertação” de 12 e 13 de Tamuz, que celebra a libertação do Rebe precedente de Lubavitch das prisões soviéticas onde fora encarcerado unicamente por ter se dedicado à propagação do judaísmo.

 

Esta festa está, portanto, ligada à Sidra de Balak, já que acontece na mesma semana.

 

Qual a ligação entre as duas?

 

Nossos sábios nos contam que Balak odiava o povo judeu ao máximo.

 

Consequentemente ele fazia questão de prejudicá-lo de todas as maneiras possíveis até chegar a contratar os serviços do feiticeiro Bilam.

 

Isto também ocorreu no arresto e liberação do Rebe precedente de Lubavitch.

 

Como ele próprio escrevera numa carta, “o seu trabalho religioso era permitido de acordo com as leis do país ”.

 

Ele foi detido por aqueles que procuravam atrapalhar “aqueles que observam as leis de Moisés e de Israel”, embora isso estivesse “em oposição com as leis do país ”.

 

O ódio destas pessoas pelo judaísmo e pelos judeus religiosos era similar ao de Balak, a ponto de estarem prontos a ir contra as leis da natureza, destruindo o trabalho sagrado do Rebe Yossef Itzhak.

 

Do mesmo modo que Balak e Bilam falharam nas suas tentativas a ponto de, em vez de maldizer os judeus, Bilam acabou por abençoá-los, do mesmo modo o Rebe Yossef Itzhak foi liberado.

 

As pessoas que eram responsáveis pela sua prisão foram forçadas a assistir à sua liberação e até participaram para ajudar o Rebe a deixar o país.

 

Deste modo, o Rebe Yossef Itzhak mereceu este milagre porque seu ser inteiro, bem como suas ações pelo judaísmo estavam totalmente penetradas pelo sacrifício total de si mesmo.

 

Foi especialmente assim já que sua obra para difundir o judaísmo “neste país” precisava do sacrifício de si para cada aspecto da Torá e das Mitzvot.

 

Sua liberação milagrosa podia estar revestida em fatos naturais.

 

Mais que anular as leis da natureza este milagre foi tão elevado que ocorreu naturalmente.

 

D’us tem, em geral, três modos de dirigir o mundo:

 

a) de acordo com as leis da natureza

 

b) com milagres que transcendem e anulam as leis naturais

 

c) com uma revelação divina tal que o milagre está envolto na própria natureza.

 

Com referência a este último ponto, a própria natureza está tão penetrada de espiritualidade que concorda com o milagre e se torna disponível para que ele aconteça por meio dela.

 

Assim foi o milagre de Purim. Apesar de envolto pelas leis da natureza, é claro para todos que as causas foram sobrenaturais.

 

Isto também ocorreu com o milagre de 12 e 13 de Tamuz, em que as mesmas pessoas que deram a ordem de prisão ao Rebe pronunciaram a sua liberação.

 

Nossos Rebes de Chabad nos ensinam que o auto-sacrifício, sacrifício de si próprio, é tão elevado que ele transforma a natureza num receptáculo para a divindade.

 

A abnegação constante do Rebe Yossef Itzhak de Lubavitch foi soldada por um milagre cuja fonte era mais alta.

 

O QUE DEVE FAZER AQUELE QUE É “PRESO” PELO DESÂNIMO

 

Contando sobre seu encarceramento, o Rebe Yossef Itzhak disse ter sido invadido pelo desespero ao pensar nos membros da sua família.

 

De repente, uma ideia surgiu na sua mente:

 

“Basta! Tudo vem de D’us. Não tenho direito de ter um pensamento desses.

 

Devo me lembrar da face do meu pai, o Rebe”.

 

Disso podemos deduzir o que devemos fazer quando somos “presos” pelo desânimo:

 

Devemos imaginar a face do Rebe.

 

De fato, cada um de nós deve fazer isso de vez em quando, se lembrar dos propósitos que foram ouvidos dele, saber que o Rebe vai sempre nos ajudar e por isso é preciso se preocupar.

 

(Palavras do Rebe em Lag Baomer 5710, 1950)

 

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Hoje é o dia da libertação do Rebe 🌻 12 e 13 de Tamuz


 
Bom dia pessoas maravilhosas ❤️🥰
 
Hoje é dia 12 de Tamuz, 5640 (1880) – 10 de Shevat, 5710 (1950)
 
Os Primeiros Anos
 
Rabi Sholom DovBer, o quinto líder do crescente Movimento Chabad, estava sempre ocupado com o crescente número de encontros públicos, conferências e importantes convocações rabínicas aos quais tinha de comparecer.
 
O desfile interminável de delegações hassídicas, pessoas em busca de conselhos e orientação, a necessidade de supervisionar e instruir seus seguidores, além de sua necessidade pessoal de estudos bíblicos e hassídicos, aumentavam cada vez mais seus dias de trabalho, que já se alongavam do início da manhã até tarde da noite.
 
Ele resolveu designar um secretário pessoal para aliviá-lo de parte do seu pesado fardo.
 
Sua escolha recaiu no seu filho de quinze anos, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn.
 
Nascido a 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch, na Rússia, o jovem já provara sua capacidade no campo dos estudos, e era reconhecido como um brilhante erudito. Ele em breve provaria ser também um competente administrador, com enorme talento para atividades comunitárias e cívicas.
 
Em 5655 (1895), o jovem Rabino participou da grande conferência de líderes religiosos e leigos em Kovno, e novamente no ano seguinte em Vilna.
 
No dia 13 de Elul de 5657 (1897), aos dezessete anos, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn casou-se com Nehamah Dinah, filha de Rabi Abraham Schneersohn, um homem importante de grande erudição e religiosidade (e neta do Tsêmach Tsêdec).
 
Durante a semana de festividades que se seguiu à cerimônia de casamento, Rabi Sholom DovBer anunciou a fundação do famoso seminário Yeshivá Tomchei Temimim, e no ano seguinte nomeou seu filho como diretor executivo.
 
Sob a hábil direção de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn, e orientado pelo seu pai sempre atento, a Yeshivá Lubavitch floresceu e desenvolveu-se em muitos seminários em toda a Rússia.
 
As duas primeiras décadas do século vinte foram para testar ao máximo a ilimitada energia, zelo e capacidade do jovem rabino. Pode-se somente fazer uma breve menção dos eventos mais importantes contidos naqueles vinte anos.
 
Como parte dos extenuantes esforços feitos para melhorar o status econômico dos judeus na Rússia, Yossef Yitschac Schneersohn foi incumbido pelo pai de conduzir uma intensa campanha para o estabelecimento de uma indústria têxtil em Dubrovna.
 
Esta campanha, em 5661 (1901), levou Rabi Schneersohn a Vilna, Lodz e Koenigsberg.
 
Ele obteve a cooperação de rabinos importantes e de famosos filantropos, os irmãos Jacob e Eliezer Poliakoff, e a tecelagem foi realmente aberta, com cerca de 2.000 empregados judeus.
 
Intercessão em Prol dos Judeus da Rússia
Já conhecemos a situação difícil dos judeus sob o regime czarista e como os Rebes de Lubavitch intercederam continuamente em prol de seus irmãos, tanto com o Governo como com o Tribunal.
 
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn aceitou muitas dessas missões e viajava freqüentemente para S. Petersburgo e Moscou.
 
Quando a Guerra Russo-Japonesa irrompeu no Leste em 5664 (1904), Rabi Yossef Yitschac Schneersohn tornou-se ativo na campanha iniciada por seu pai para prover os soldados judeus na Frente Leste com Matzot para Pêssa’h.
 
Na confusão que se formou no desenrolar daquela guerra, uma nova onda de pogroms varreu os Assentamentos Judaicos.
 
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn foi enviado pelo pai à Alemanha e Holanda, e conseguiu obter a intercessão de importantes homens de estado em prol dos judeus da Rússia.
 
No ano 5668 (1908), ele participou novamente na convocação rabínica em Vilna, No ano seguinte, foi à Alemanha para reunir-se com líderes judeus locais.
 
Na volta, ele tomou parte nos preparativos para a convocação rabínica de 5670 (1910).
 
Suas atividades públicas enérgicas e abrangentes, sua vigilante defesa dos direitos dos judeus russos e sua luta constante contra as autoridade locais e centrais despertaram a inimizade do regime czarista da época.
 
Entre os anos de 5662 e 5671 (1902-1911), Rabi Schneersohn foi preso em Moscou e S. Petersburgo em quatro ocasiões.
 
Como as investigações do Governo nada descobrissem de ilícito em suas atividades, ele foi libertado todas as vezes com uma severa advertência.
 
Estes incidentes não detiveram Rabi Schneersohn de continuar sua obra, mas o estimularam a esforços ainda maiores.
 
Nos anos de 5677 (1917) e 5678 (1918) ele novamente tomou parte na assembléia de Rabinos e leigos em Moscou e Kharkov.
O Czar, a KGB, etc.
 
O corpo físico de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn, sexto Rebe de Lubavitch, foi encarcerado na infame Prisão Spalerno, porém seu espírito indomável continuou completamente livre.
 
Apesar das severas torturas físicas e psicológicas a ele infligidas pelos cruéis e rudes carcereiros, ele jamais vacilou na sua crença em D’us e na sua devoção ao Judaísmo.
 
Em 15 de Sivan, após uma noite interminável de tortura, ele exigiu que lhe entregassem seus tefilin. “Esqueça!” riram os torturadores. “Jamais os receberá enquanto estiver aqui!”
 
“Nesse caso, declaro que vou entrar em greve de fome. Até que me entreguem meus tefilin, não vou comer nem beber nada, e os prisioneiros da minha cela serão testemunhas do meu jejum.”
 
O Rebe ficou na cela escura rezando em voz alta, enquanto seus companheiros de cela permaneciam num silêncio respeitoso.
 
Nem o ambiente assustador nem as coisas profanas gritadas pelos guardas conseguiam permear as profundas meditações do Rebe.
 
O Rebe continuou sua greve de fome durante os dois dias e noites seguintes. Às dez horas daquela noite foi levado para um interrogatório.
 
Havia três interrogadores: dois judeus – Lulov e Nachmanson – e um não-judeu, Dachtriov.
 
A sala era grande e as paredes de mármore alinhavam-se tubos grandes que permitiam aos agentes da GPU na sala adjacente ouvir e transcrever o interrogatório.
 
Quando o Rebe entrou na sala, voltou-se aos seus interrogadores e disse:
 
“Esta é a primeira vez que entro numa sala e nem uma única pessoa se levanta do seu lugar!”
 
“Você sabe onde está?” perguntaram a ele.
 
“Claro. Sei que este é um lugar onde NÃO é preciso colocar uma mezuzá.
 
Existem outros locais assim, como por exemplo, um estábulo e um banheiro.”
 
O Rebe recusou-se a ficar intimidado e declarou furioso: “Vocês não têm o direito de acusar-me! Devolvam meus objetos!”
 
Porém eles começaram a ler as acusações contra o Rebe.
 
Enfrentar as forças reacionárias da URSS; contra-revolução; exercer influência sobre judeus russos; divulgar a religião; corresponder-se com estrangeiros e passar informação sobre a União Soviética, etc.
 
O Rebe explicou que ele não impunha sua vontade sobre ninguém; a hassidut influencia pelo exemplo, não pela força ou poder.
 
Cento e oitenta anos antes, seu ancestral, Rabi Shneur Zalman, tinha sido forçado a explicar os dogmas da hassidut aos interrogadores do Czar; agora Rabi Yossef Yitschac tinha de fazer o mesmo aos interrogadores soviéticos.
 
O Rebe respondeu a todas as acusações, e então lançou palavras duras a Lulov, dizendo: “Escute. Talvez você pense que vai dar início a um novo caso Beilis [a infame acusação de libelo de sangue], mas lembre-se como aquela tentativa falhou.”
 
O Rebe continuou a refutar dessa maneira todas as palavras deles.
 
Naquele momento, Nachmanson entrou na sala e relatou o seguinte caso: “Lulov, você sabia que meus pais não tinham filhos até que foram pedir uma bênção ao Rebe de Lubavitch?
 
Este é o homem, bem aqui… e eu sou o filho que nasceu.”
 
Os interrogadores riram desbragadamente pela ironia.
 
O interrogatório durou a noite toda.
Ao final, Lulov explodiu furioso: “Mais 24 horas e você será fuzilado!” Esta era uma possibilidade real naquela época.
 
Sofrendo dores lancinantes pelas surras que tinha recebido, o Rebe continuou sua greve de fome até sexta-feira, quando seus tefilin e livros lhe foram devolvidos.
 
Naquela hora, o Rebe anunciou que comeria apenas alimentos trazidos de sua casa.
 
Naquele Shabat, recebeu três halot inteiras assadas em casa (um exemplo do novo tratamento que passaria a receber).
 
O guarda que anteriormente tinha sido tão cruel, agora saía de seu caminho para acomodar o Rebe.
 
Como o Rebe tinha pedido, o guarda batia à sua porta para indicar a hora da prece noturna, e na conclusão daquele Shabat, o
Rebe recebeu dois fósforos para a santidade do Shabat e a semana mundana.
 
Em 12 de Tamuz, Rebe Yossef Yitschac foi libertado da prisão e da morte certa.
 
Treze anos depois, o Rebe chegou aos Estados Unidos.
 
Sua chegada assinalou o início de uma nova era no Judaísmo. Tinha-se presumido que a Torá jamais poderia florescer na América como tinha feito na Europa, mas com seu famoso pronunciamento “A América não é diferente”, o Rebe.
 
Lidando Com as Autoridades Comunistas
Com o falecimento de seu pai em 2 de Nissan de 5680 (1920), Rabi Yossef Yitschac Schneersohn foi convidado por todo o mundo Chabad a aceitar a liderança do Movimento e tornar-se o próximo Rebe de Lubavitch
 
Naquela época as condições tinham mudado bastante. Como resultado da Guerra e da Revolução de Outubro, a Rússia estava em constante conflito interno. Como sempre, os judeus eram quem mais sofria.
 
Naqueles dias, Rabi Schneersohn viu-se praticamente sozinho, enfrentando uma tarefa que exigia um esforço sobre-humano – a reabilitação da vida comunitária e religiosa dos judeus na Rússia.
 
Ele enfrentou sua luta em duas frentes, a material e a religiosa.
 
Os judeus russos tinham sido reduzidos à mais abjeta pobreza e sofrimento, e o futuro do Judaísmo tradicional era ameaçado pela política atéia da Yevsektzia (o ramo judaico do Partido Comunista Soviético, responsável pelas atividades anti-judaicas.
Posteriormente foi dissolvido pelo Governo Soviético).
 
Durante sua luta solitária pela preservação do Judaísmo tradicional na Rússia, Rabi Yossef Y. Schneersohn percebeu que um novo país teria de superar a Rússia como grande centro de Torá.
 
Portanto, ele fundou um Seminário Talmúdico Lubavitch (yeshivá) em Varsóvia, em 5681 (1921), e ali continuou sua obra.
 
A yeshivá Lubavitch na Polônia, como sua similar na Rússia, desenvolveu-se rapidamente num sistema completo de seminários, e centenas de estudantes foram matriculados em suas várias filiais.
 
Enquanto isso, Rabi Yossef Y. Schneersohn conduzia corajosamente sua obra na Rússia, fundando e mantendo seminários, escolas de Torá e outras instituições religiosas.
 
Naquela época Rabi Schneersohn tinha sua sede principal em Rostov sobre o Don, mas devido a acusações caluniosas foi preciso mudar-se dali.
 
Ele fixou residência em Leningrado (S. Petersburgo), de onde continuou incansavelmente a dirigir suas atividades.
 
Ele organizou um comitê especial para ajudar artesãos judeus e operários que desejavam observar o Shabat, e enviou professores, pregadores e outros representantes às mais remotas comunidades judaicas na Rússia, para fortalecer sua vida religiosa.
 
Percebendo a necessidade de organizar comunidades Chabad fora da Rússia, o Rebe formou a Agudat Chassidei Chabad dos Estados Unidos e Canadá, mantendo contato regular com seus seguidores no Novo Mundo.
 
Em 5687 (1927), o Rebe fundou o seminário Lubavitch no Usbequistão, uma província remota da Rússia.
 
Sua posição contra aqueles que desejavam minar a religião judaica tornou-se ainda mais arriscada.
 
A Yevsektzia estava determinada a contê-lo, e recorreu até mesmo a intimidação e tortura mental.
 
“Certa manhã, quando o Rebe estava observando yahrzeit pelo seu pai, três membros da Yevsektzia entraram na sinagoga, armados de revólveres, para prendê-lo. Calmamente, o Rebe terminou suas preces e seguiu-os.
 
Enfrentando um conselho de homens armados e determinados a tudo, o Rebe novamente reafirmou que não desistiria de suas atividades religiosas, sem temer ameaças.
 
Quando um dos agentes apontou um revólver para ele, dizendo: “Este brinquedinho já fez muitos homens mudarem de idéia”, o Rebe respondeu calmamente: “Este brinquedinho pode intimidar somente o homem que tem muitas paixões e deuses, e apenas um mundo – este mundo.
 
Como eu tenho somente um D’us e dois mundos, não estou impressionado pelo seu brinquedinho.”
 
Sua luta chegou ao auge no verão de 5687 (1927), quando o Rebe foi preso e colocado em confinamento solitário na famosa prisão Spalerno em Leningrado.
 
Ele foi sentenciado à morte, mas a intervenção oportuna de estadistas estrangeiros salvou sua vida. Em vez de ser executado, ele foi banido para Kostroma, nos Urais, por três anos.
 
Cedendo à pressão feita por aqueles estadistas, as autoridades decidiram libertar o Rebe. Ele foi informado desta decisão no dia de seu aniversário, 12 de Tamuz.
 
No dia seguinte ele teve permissão de partir e se alojar na aldeia de Malachovka, nas vizinhanças de Moscou. Outra intervenção resultou na permissão para o Rebe deixar a Rússia e ir para Riga, na Latvia.
 
No dia seguinte à Festa de Sucot, juntamente com sua família e sua biblioteca histórica e valiosa, o Rebe partiu para Riga.
 
Sem fazer uma pausa para descansar, ele retomou suas atividades, estabelecendo um seminário talmúdico em Riga, Em 5688 e 5689 (1928/29), ele assegurou a provisão de matsot para os judeus da Rússia.
 
Irrompe a Segunda Guerra
 
No ano de 5689 (1929), o Rebe visitou Israel e em seguida foi aos Estados Unidos.
 
Em Nova York ele teve uma recepção cívica, e lhe foi concedida liberdade na cidade. Centenas de rabinos e líderes leigos deram as boas vindas ao Rebe, e pediram entrevistas pessoais com ele. Durante esta visita, ele foi recebido pelo Presidente Hoover na Casa Branca.
 
Voltando à Europa, ele continuou suas diversas atividades, mas para ter melhores facilidades em seu trabalho ele fixou residência em Varsóvia em 5694 (1934).
 
As atividades dos seminários Lubavitch na Polônia tinham agora recebido um impulso considerável.
 
O seminário central em Varsóvia e na vizinha Otwosk atraíam centenas de eruditos de todas as partes da Polônia e de outros países, incluindo os Estados Unidos.
 
Dois anos depois, o Rebe fixou residência em Otwosk e passou a dirigir suas atividades daquele local.
 
Quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939 (5699), o Rebe recusou muitas oportunidades de deixar o inferno de Varsóvia até que tivesse cuidado de seus seminários e feito todo o possível para ajudar seus irmãos sofredores da capital polonesa.
 
Ele permaneceu lá durante todo o terrível cerco e bombardeio a Varsóvia e sua capitulação final aos invasores nazistas.
 
Mesmo durante esta época, ele conseguiu evacuar muitos de seus alunos para regiões mais seguras, e todos os meninos americanos que estavam estudando no seminário Lubavitch em Otwosk foram transportados em segurança de volta para os Estados Unidos.
 
Sua coragem e temeridade (ele teve uma sucá construída e cumpriu a Mitzvá de “habitar na sucá” no auge do bombardeio) foram uma fonte de inspiração para a sofrida comunidade judaica de Varsóvia.
 
Com a cooperação do Departamento de Estado em Washington, os amigos e seguidores do Rebe trabalharam incansavelmente para organizar sua viagem de Varsóvia a Nova York.
 
Finalmente, o Rebe e sua família receberam uma salvo-conduto para Berlim e dali para Riga na Latvia, que ainda era neutra na ocasião.
 
Uma vez lá, o Rebe continuou a auxiliar os numerosos refugiados que tinham conseguido escapar da Polônia para a Lituânia e Latvia.
 
Em 9 de Adar Sheni de 5700 (19 de março de 1940), o Rebe chegou a Nova York no S.S.
Drottningholm.
 
Foi entusiasticamente recebido por milhares de seguidores e muitos representantes de diversas organizações, bem como autoridades civis.
 
Chegada aos Estados Unidos
Quando o Rebe chegou aos Estados Unidos, não perdeu tempo para estabelecer um fundo de ajuda para os judeus do outro lado do oceano.
 
Entrou em contato com funcionários do governo e dos departamentos de Estado, fazendo enorme pressão para validar o máximo possível de vistos, à medida que a guerra ficava mais perigosa e mais portões de fuga se fechavam.
 
Ele trabalhou com organizações humanitárias para tentar conseguir ajuda para muitos dos campos, antes que se soubesse sobre o genocídio em massa.
 
Uma ênfase especial foi dada aos judeus nos Países Bálticos e na União Soviética, de onde milhões fugiam em busca de segurança.
 
Estes refugiados não tinham alimentos, um local para viver ou para onde fugir.
 
O governo russo os mandava executar ou deportar para a Sibéria, onde milhões estavam desaparecendo.
 
O Rebe enviava secretamente pacotes de alimentos e itens religiosos para estes judeus através de operações subterrâneas, enquanto fazia campanhas oficiais juntamente com outros rabinos proeminentes e organizações judaicas para receber permissão oficial e acesso à União Soviética durante o tempo de duração da Guerra.
 
O Rebe respondeu a muitos pedidos de campos de refugiados judeus durante a Guerra, enviando-lhes artigos religiosos vitais, bem como representantes para encorajá-los a não desistir, dizendo que haveria um futuro para a nação judaica.
 
A década que se passara entre a primeira e a segunda visitas do Rebe aos estados Unidos tinha deixado cicatrizes em sua saúde.
 
Porém, embora ele estivesse minado pelo sofrimento e martírio, Rabi Schneersohn devotou-se à nova missão de transformar os Estados Unidos num centro vibrante de estudo de Torá.
 
O Seminário Talmúdico Central “Tomchei Temimim Lubavitch” logo foi fundado, e tornou-se o precursor de muitos seminários e escolas em todos os Estados Unidos.
 
O Rebe continuou seus esforços em prol de seus irmãos afligidos pela guerra do além-mar, e ao mesmo tempo concentrou-se na sua intenção de provocar um renascimento religioso nos Estados Unidos.
 
Após uma breve estadia em Nova York, o Rebe transferiu a sede para o Brooklyn. A primeira edição da revista mensal Hakriah Vehakdusha fez sua aparição como órgão oficial da Agudat Chassidei Chabad Mundial e continuou durante toda a Guerra.
 
Durante os dez anos de sua vida nos Estados Unidos, a influência e as realizações de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn no fortalecimento do Judaísmo, na melhoria da educação judaica, e na criação de instituições de estudos judaicos foram tão notáveis, que o Judaísmo e o estudo de Torá nos Estados Unidos, e posteriormente em outros países, assumiram uma feição totalmente diferente.
 
Além do estabelecimento das yeshivot Tomchei Temimim Lubavitch nos Estados Unidos e Canadá, o Rebe fundou Machne Israel, Merkot L’Inyonei Chinuch, Beth Rivkah e Beth Sarah, escolas para meninas, e a Editora Kehot, dedicada à publicação de livros no verdadeiro espírito e tradição de Torá.
 
Foram criados também os grupos Mesibot Shabat para meninos e meninas, para tornar crianças e adolescentes judeus conscientes de seu grande legado espiritual.
 
Encontrar-se todo Shabat numa atmosfera agradável, ser liderados por uma pessoa na mesma faixa etária e de seu próprio bairro, imbui estas crianças com os fundamentos da religião judaica, da santidade do Shabat e de outros preceitos.
 
Ao final da Guerra em 5705 (1945), Rabi Yossef Y. Schneersohn estabeleceu sua Organização para Ajuda e Reabilitação a Refugiados, Ezras Oleitim Vesidurom, com um escritório regional em Paris.
 
Muitos refugiados foram ajudados por este escritório a emigrar para Israel. Em 5708 (1948), o Rebe estabeleceu a aldeia Chabad (Kfar Chabad) perto de Tel Aviv.
 
Pouco antes de sua morte, Rabi Yossef Y. Schneersohn voltou sua atenção às necessidades do Judaísmo na África do Norte.
 
Foi lançado o alicerce para uma rede de instituições educacionais, incluindo seminários, escolas primárias para meninos e meninas, das quais todas continuaram a prosperar sob o nome “Oholei Yossef Yitschac Lubavitch”.
 
Uma rede semelhante de instituições foi estabelecida em Israel, e escolas de tempo integral em Melbourne, Austrália.
 
Muitos líderes comunitários e trabalhadores judeus se inspiraram com o sucesso da obra de Rabi Yossef Y. Schneersohn e redobraram seus próprios esforços.
 
Novas organizações e instituições brotaram no campo da educação judaica e observância do Shabat, e sua influência está se fazendo sentir cada vez mais.
 
Pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que este homem notável foi um dos pilares do Judaísmo mundial em nossa geração.
 
Rabi Yossef Y. Schneersohn faleceu no Shabat 10 de Shevat de 5710 (1950), após trinta anos de esforços infatigáveis como líder de Chabad e dos judeus de todo o mundo.
 
A notícia de sua morte entristeceu judeus em todos os países, que prantearam com uma sensação de perda pessoal o falecimento de um líder tão inspirador, iminente e devotado.
 
No entanto, eles encontraram consolo ao saber que seu espírito vive na corrente inquebrável de liderança Chabad; e que as instituições que ele fundou continuam a florescer e se expandir sob a liderança de seu sucessor, o atual Rebe e líder do Movimento Chabad, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória.
 
Genealogia
 
O Rebe Anterior – Yossef Yitschac
5640 (1880): Nascimento do Rebe, a 12 de Tamuz.
 
5655 (1895): Inicia sua obra comunitária como secretário particular de seu pai, e participa da conferência de líderes comunitários em Kovno.
 
5656 (1896): Participa da reunião de Vilna.
 
5657 (1897): A 13 de Elul, desposa a Rebetzin Nechama Dina, filha de R. Avraham.
 
5658 (1898): Designado líder da Yeshivat Tomchei T’mimim.
 
5661 (1901): Para iniciar as fundações para estabelecer a fábrica de Dubrovna, viaja a Vilna, Brisk, Lodz e Koenigsberg.
 
5662 (1902): Viaja a Petersburgo para tratar de assuntos comunais.
 
5665 (1905): Participa na organização de um fundo para fornecer as necessidades de Pessa’h para as tropas no extremo Oriente.
 
5666 (1906): Viaja à Alemanha e Holanda, e lá persuade banqueiros a usarem sua influência para impedir os pogroms.
 
5668 (1908): Participa na organização da Conferência de Vilna.
 
5669 (1909): Vai à Alemanha para conferenciar com líderes comunitários.
 
5670 (1910): Ocupa-se em preparar o encontro de Rabinos. Entre 5662 e 5671 (1902 e 1911), é preso quatro vezes em diferentes ocasiões, em Moscou e Petersburgo, devido às suas atividades.
 
5677 (1917): Ajuda a organizar a Conferência de Rabinos em Moscou.
 
5678 (1918): Participa na organização do Encontro de Kharkov.
 
5680 (1920): Aceita o cargo de Rebe,
 
5681 (1921): Cria programas de atividades comunitárias para reforçar o judaísmo na Rússia; estabelece a Yeshivat Tomchei T’mimim em Varsóvia.
 
5684 (1924): Forçado pela Cheka (Polícia Secreta) a deixar Rostov, por calúnias feitas pela Yevsektzi (Seção hebraica do Partido Comunista). Estabelece-se em Petersburgo e trabalha para fortalecer a Torá e o judaísmo através de atividades envolvendo Rabinos, escolas de Torá para crianças, Yeshivot, shochtim, professores formados para ensinar Torá e a abertura de mikva’ot; forma um comitê especial para auxiliar trabalhadores manuais a cumprir o Shabat; estabelece Agudat Chabad nos Estados Unidos e Canadá.
 
5687 (1927): Cria yeshivot em Bukhara. A 15 de Sivan é preso e mantido na prisão de Shpalerno. A 4 de Tamuz, é exilado para Kostrama. A 12 de Tamuz é informado de sua liberdade; no próximo dia é realmente libertado e por ordens do Governo muda-se para Malachovka, perto de Moscou. No dia seguinte a Sucot, 5688 (1927), deixa a Rússia, indo para Riga, Latvia, e lá funda uma yeshivá.
 
5688-9 (1928-9): Cria com sucesso campanhas para enviar matsot à Rússia.
 
5689-90 (1929-30): Visita Erets Yisrael e os Estados Unidos.
 
5694 (1934): Transfere-se para Varsóvia; estabelece associação de t’mimim; cria filiais da Yeshivat Tomchei T’mimim em várias cidades afastadas na Polônia.
5695 (1935): Inicia a publicação do periódico Hatamim.
 
5696 (1936): Transfere a Yeshivá Tomchei T’mimim e sua residência de Varsóvia para a cidade de Otwock.
 
5699 (1939): Cria Agudat-Chabad no mundo todo.
 
5700 (1940): A 9 de Adar II, chega a New York e estabelece-se no Brooklyn; devota-se com sucesso a resgatar seus pupilos; funda a Yeshivat Central Tomchei T’mimim.
 
5701 (1941): Inicia a publicação do jornal Hak’ria V’hak’dusha; funda a Machne Israel.
 
5702 (1942): Funda Yeshivat Tomchei T’mimim com escolas preparatórias em Montreal, Canadá; estabelece Merkos L’inyonei Chinuch; funda Yeshivat Achei T’mimim em Newark, Worcester e Pittsburgh; estabelece a Sociedade Editora Kehot de Lubavitch.
 
5703 (1943): Cria a Biblioteca Otzar Hachassidim de Lubavitch.
 
5704 (1944): Estabelece um grupo Nichoach para compilar e publicar melodias de Chabad; inicia a publicação do jornal Kovetz Lubavitch; cria a Sociedade para Visitação aos Doentes (Bikur Cholim).
 
5705 (1945): Abre um escritório para refugiados, com uma filial em Paris; estabelece a Sociedade Eidenu para estudos avançados do Talmud, e Shaloh (instrução religiosa para alunos de escolas públicas); inicia esforços para melhorar a situação espiritual de fazendeiros judeus e outros em comunidades rurais na América.
 
5708 (1948): Funda a aldeia Chabad em Safaria, perto de Tel Aviv, para refugiados da Rússia.
 
5709 (1949): Apressa a organização de uma comissão para a educação dos filhos de olim para Erets Israel abrigados em maabarot (campos transitórios) e tem sucesso.
 
5710 (1950): Algumas semanas antes de seu falecimento lança as fundações e o programa para a obra educacional e o fortalecimento da Torá no norte da África. Como resultado, foram criados um seminário para professores, uma Yeshivá, uma Yeshivá júnior, um Talmud Torá para meninos e outro para meninas, todos sob a denominação geral de “Oholei Yosef Yitschac – Lubavitch.” No Shabat Parashat Bo, a 10 de Shevat de 5710 (1950) às oito da manhã, faleceu e foi enterrado em New York.
 
Seu genro, nosso Rebe de Lubavitch, assumiu a liderança um ano depois que ele faleceu e é o nosso Rebe até a nossa Gueulá completa em breve e em nossos dias Amén ❤️
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️
 
www.RabinoGloiber.com
 

Guimel Tamuz


Guimel Tamuz — O Início da Redenção

 

NOVA YORK (EUA) — Uma compilação de excertos de discursos do
Lubavitcher Rebe, MH”M, Shlita sobre Guimel Tamuz.

 

O Rebe, Melech HaMashiach, que viva para sempre, nos diz que a Gueulá já está aqui, no sentido mais literal. Ele afirma que o evento que ocorreu em Yud Shevat, 5710, não acontecerá ao líder desta geração, pois o líder desta geração foi claramente revelado como Melech HaMashiach, e certamente viverá para sempre, de maneira física e tangível. Ele nos diz que a única coisa a fazer é saudar Mashiach, abrir os nossos olhos e perceber a verdadeira realidade da Gueulá.

 

À luz do que foi dito acima, então, podemos perguntar: O que é, então, Guimel Tamuz? Nós ouvimos essa data chamar tanta atenção — certamente deve haver algo extremamente profundo sobre ela. Como devemos reagir ao significado desse dia, e como ele deve ser observado? E mais: o que exatamente ocorreu em Guimel Tamuz?

 

As Sichot a seguir, todas proferidas pelo Rebe, Melech HaMashiach, em farbrenguens de Guimel Tamuz de vários anos, tratam dessa questão. Como veremos dessas Sichot, Guimel Tamuz é na verdade muito profundo. É um dos dias mais grandiosos e sublimes, um dia associado com o “início da Gueulá”…

 

Guimel Tamuz — O Início da Gueulá

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5751

 

Guimel Tamuz é o dia no qual o meu sogro, o Rebe (Anterior), foi libertado da prisão (em Leningrado, da famosa e infame penitenciária de “Shpolerke”), porém, sob a condição de que ele fosse diretamente para o exílio, por três anos, para a remota cidade de Kastrama.

 

Naquele momento, entretanto, ainda era desconhecido se esta nova situação provaria ser positiva (já que o exílio, ainda que seja uma sentença mais leve que o encarceramento, ainda assim é extremamente limitado, e sempre deixa uma brecha para o governo mudar de idéia e decidir sobre uma punição mais severa, etc.).

 

Porém, depois disso, no décimo segundo dia de Tamuz, ele foi notificado em Kastrama de que eles na verdade o libertariam, e que receberia um documento de emancipação no dia seguinte, no décimo terceiro dia. Então, quando ele foi enviado completamente livre, ficou claro e revelado como Guimel Tamuz era na verdade o “início da Gueulá”; além do fato de que ele realmente havia saído da prisão e lhe fora concedida uma sentença mais leve — o exílio — mais tarde ficou claro que seu exílio para Kastrama substituíra a pena de morte, D’us nos livre, o decreto anteriormente intencionado para ele. Isto, é claro, afetaria e ameaçaria, D’us nos livre, toda a perpetuação da propagação da Torá e do Judaísmo, e da Chassidut em particular. Em vez disso, o governo moderou sua punição e o expatriou. A tal ponto que isto finalmente causou a sua libertação total, em Yud Beit e Yud Guimel Tamuz. E por causa desse milagre, este mesmo dia foi estabelecido como “Festival da Gueulá”, para ser celebrado como tal a cada ano.

 

Um dia de Gueulá e alegria — aumenta a cada ano!

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5745

 

Já que o início da Gueulá foi em Guimel Tamuz, não se deve esperar até Yud Beit-Yud Guimel Tamuz; ao contrário, deve-se começar a fazer todo o serviço espiritual dos dias de Gueulá já em Guimel Tamuz.

 

Mas, alguém pode perguntar:

 

Por que querer que ele comece a se envolver em assuntos da Gueulá em Guimel Tamuz? No primeiro Guimel Tamuz ainda não estava claro que isto seria o início da Gueulá (mesmo para o Rebe Anterior)! Como podemos exigir algo que ainda nem existia?…

 

A resposta é, como já foi mencionado: depois de ter ficado claro que Guimel Tamuz era na verdade o início da Gueulá, este conhecimento afeta também o passado, que ele era de modo retroativo um dia de Gueulá e júbilo, mesmo naquele ano!

 

E, portanto, o serviço espiritual de Guimel Tamuz a cada ano deve ser condizente ao início da Gueulá. E mais: isto deve progredir e aumentar a cada ano…

 

Guimel Tamuz — Uma Gueulá Para todas as Dúvidas

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5748

Estas são as instruções dos dias da Gueulá, que começa com o “início da Gueulá”, Guimel Tamuz — “para aumentar no esforço de difundir a Torá e fortalecer o Judaísmo”.

 

E isto é especialmente enfatizado nas palavras do Rebe Anterior sobre Guimel Tamuz: “Que Hashem nosso D’us esteja conosco como Ele esteve com nossos antepassados…”

 

Alguém pode ter dúvidas e perguntar: nós realmente podemos cumprir a missão de propagar a Torá e o Judaísmo?

 

Então nós respondemos: Guimel Tamuz ocasiona uma Gueulá para todas as perguntas e todas as dúvidas, etc., pois o líder da geração anunciou: “Que Hashem nosso D’us esteja conosco…” Nós temos uma promessa clara de que “Hashem estará conosco”; e não apenas isso, mas “Como Ele esteve com nossos antepassados…” Portanto, nós certamente somos capazes de cumprir a Shelichut de forma correta e bem-sucedida. A questão depende inteiramente da vontade de cada pessoa…

 

A Gueulá precisa vir imediatamente, especialmente depois de terem se passado todos os prazos finais para a Gueulá, e nós termos terminado todo o serviço espiritual, inclusive o de “polir os botões…”

 

E que seja a vontade de Hashem, de que ao se falar sobre a Gueulá, particularmente nestes dias de Gueulá que começam em Guimel Tamuz, nós tenhamos o mérito de entrarmos diretamente na verdadeira e completa Gueulá que vem através de Mashiach Tsidkeinu, imediatamente Mamash, sem demorar nem mais um instante.

 

Acima de Todas as Limitações — O Mundo está pronto!

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5751

 

Contudo, pode surgir uma dúvida: já que a Gueulá foi um milagre de D’us (e portanto somos obrigados a “Louvar a D’us por Sua bondade e maravilhas que Ele concede ao homem”) — por que todo o milagre não ocorreu de uma só vez? Em vez de a Redenção se desdobrar em estágios separados, ela deveria ocorrer toda de uma vez só.

 

Certamente há um bom motivo pelo qual, por Providência Divina, a Gueulá veio em estágios — e particularmente que isto envolvia a prisão e libertação de um líder do povo judeu e, portanto, uma Gueulá inclusive para todos os judeus…

 

A resposta básica para esta questão é: a qualidade especial e fundamental do milagre de Guimel Tamuz foi que ele afetou a ordem natural do mundo…

 

Junto com o fato de que o milagre de Guimel Tamuz foi totalmente sobrenatural, acima e além dos desígnios normais da natureza, ele também afetou a natureza, que a própria natureza na realidade “concordou” com a ocorrência do milagre. Como é sabido, os homens responsáveis pela prisão do Rebe Anterior no início foram os mesmos responsáveis por sua Gueulá, a ponto de eles terem ajudado na sua libertação.

 

E, portanto, o milagre não ocorreu todo de uma vez, uma Gueulá completa, mas de um modo natural, em estágios. Ela ocorreu de acordo com a “natureza” da oposição. O próprio governo reconheceu que deveria, antes de mais nada, anular a sentença de morte, D’us nos livre, decidir enviá-lo ao exílio e, finalmente, libertá-lo completamente…

 

Entretanto, ainda podemos perguntar o seguinte, como muitos indagam: mesmo se eu realizo o meu serviço espiritual perfeitamente, a ponto de eu atingir o nível em que todo o meu ser está num estado de “disseminação” (o máximo estado de anulação), como isto poderia ajudar? — pois nós somos “o menor de todos os povos”, e estamos cercados por setenta nações, muito mais que o pequenino “um cordeiro”, o povo judeu. Em outras palavras, o que dirá o mundo e o que dirão as nações sobre o fato de que um judeu cumpre o seu serviço espiritual de disseminação das fontes da Chassidut e, particularmente, em trazer a verdadeira e completa Gueulá; eles não entendem o que isso significa?! Na verdade, isto é um serviço espiritual muito elevado; mas precisamos — ele argumenta — levar o mundo em consideração!

 

E a resposta para este argumento é: O mundo está preparado! Quando um judeu fizer o seu serviço espiritual da maneira adequada, acima de todas as restrições e autolimitações, e incorporar isto no reino da natureza, ele verá como o mundo, a natureza do mundo e as nações do mundo estão na verdade auxiliando-o em seu serviço espiritual.

 

Mesmo no passado, quando realmente havia impedimentos e obstáculos para este serviço espiritual, um chassid não reconhecia essas limitações e, conseqüentemente, anunciava isto abertamente. Então, ainda mais agora, quando muitas dessas limitações e barreiras não mais existem (como mencionado, que mesmo naquele país — Rússia — ocorreram extraordinárias mudanças para o bem). Ao contrário — nós vemos no próprio mundo incríveis milagres e maravilhas, tornados públicos especialmente nos anos mais recentes (o “Ano dos Milagres” e o “Ano no qual Eu mostrarei maravilhas”) — já chegou a hora que mesmo que precise ser sobrenatural, superior a todas as limitações, milagres e maravilhas, incluindo os milagres e maravilhas da verdadeira e completa Gueulá — isto agora também impregna a natureza do mundo, que o próprio mundo ajuda no florescer da Gueulá.

 

Uma Gueulá Para Todo o Povo Judeu

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5718

 

Sobre Guimel Tamuz — é bastante conhecido que em Guimel Tamuz eles libertaram o Rebe Anterior da prisão e permitiram que voltasse para casa, com a condição de que passasse três anos no exílio, em Kastrama.

 

Várias pessoas na ocasião ficaram em dúvida se isso era algo que trazia alegria ou não.

 

Porém, somente aqueles que não estavam presentes tinham essa dúvida; mas aqueles que lá estavam e conheciam todos os detalhes não tinham absolutamente quaisquer dúvidas. Eles sabiam que isto era a maior mudança para o bem.

 

Em Guimel Tamuz ele saiu da prisão para estar em seu próprio domínio, liberdade. Ele iria agora simplesmente ser enviado para o exílio, e havia dezenas, centenas e milhares de outras pessoas no exílio naquela época.

 

Quanto ao fato de o Rebe Anterior não ter estabelecido publicamente Guimel Tamuz como um Yom Tov, como Yud Beit Tamuz:

 

O ponto central e a ênfase do líder de uma geração — uma alma abrangente — é prover as almas de todos os membros de sua geração com amplo sustento espiritual. O líder e pastor do povo judeu antepõe as necessidades de até a mais inferior das pessoas às suas próprias, em tudo. Portanto, mesmo embora ele tivesse sido solto de sua própria prisão e recebido a sua Gueulá particular, já que a verdadeira gueulá para todos os seus seguidores ainda não tinha sido alcançada, ele absolutamente não a considerou um Yom Tov. Ele não ficava satisfeito se mesmo uma alma ainda estava ameaçada, pois aquela alma individual é uma parte de sua própria, e uma parte essencial.

 

Entretanto, tudo isso envolve apenas o Rebe em seu relacionamento com os chassidim. Mas para o próprio Rebe como um indivíduo, Guimel Tamuz foi certamente o dia mais extraordinário de Gueulá e júbilo.

 

Então, até onde concerne aos chassidim, já que eles precisam se subjugar e se conectar ao Rebe inteiramente, para o próprio Rebe também, como indivíduo…, eles precisam celebrar Guimel Tamuz com muita alegria, pois é a Gueulá do Rebe como indivíduo.

 

Além disso, para um líder, mesmo assuntos que aparentemente sejam pertinentes à sua própria vida pessoal certamente também envolvem o seu povo. E, como tal, mesmo Guimel Tamuz, embora tivesse sido apenas uma gueulá para um indivíduo, mas, sutilmente, já era de fato, mesmo então, uma gueulá para todos, que simplesmente teve de ser revelada mais tarde, em Yud Beit Tamuz.

 

Portanto, é claro que Guimel Tamuz deve causar ainda mais alegria aos chassidim do que ao próprio Rebe…

 

O Terceiro de Tamuz e o Terceiro Beit HaMicdash

 

Sichá de Guimel Tamuz, 5742

 

Esta é a lição especial associada a Guimel Tamuz a cada ano, pois “Estes dias são lembrados e revividos”, e aumenta a cada ano — uma alma judia não é subjugada à galut, absolutamente. Portanto, “Quando se trata de qualquer coisa ligada à nossa religião, nossa Torá, mitsvot e costumes, não há ninguém que possa forçar sua opinião sobre nós”, etc., como anunciou o Rebe Anterior.

 

E nós merecemos o Terceiro Beit HaMicdash, que está completamente construído em Cima. Hashem está apenas esperando pelo esforço final (seja em pensamento, fala ou ação) que penderá a balança e trará a gueulá instantaneamente, e o Beit HaMicdash então descerá imediatamente e aqui será revelado, neste mundo, em Jerusalém, no Monte do Templo.

 

E este é o significado básico do versículo “Reviva-nos dos últimos dois dias, e no terceiro dia erga-nos e deixe-nos viver diante de Ti”. Os “dois últimos dias” referem-se à destruição dos dois últimos Templos, e os períodos de galut que se seguiram. Através do serviço espiritual que conseguimos realizar durante essas eras de galut (a galut que se seguiu à destruição do primeiro Beit HaMicdash e a galut que se seguiu à destruição do segundo Beit HaMicdash), nós merecemos o “terceiro dia”, o terceiro Beit HaMicdash e a terceira gueulá, a última e eterna gueulá — “no terceiro dia levante-nos e deixe-nos viver diante de Ti”.

 

O “terceiro dia” está também associado com três caminhos gerais em kedushá, como afirma o Pirkei Avot, no capítulo que é estudado neste Shabat (a semana de Guimel Tamuz), o terceiro capítulo; “olhe para três coisas”.

 

A Mishná relata: “Olhe para três coisas e não chegará a pecar” — e o maior “pecado” de todos é o simples fato de que estamos ainda na galut (“Por causa de nossos pecados fomos exilados de nossa terra”). Assim, através de olhar as “três coisas”, o “pecado” da galut é anulado inteiramente…

 

Veja o que diz o Sêfer HaMin’haguim sobre Guimel Tamuz

Shavuot

Shavuot é o dia da entrega da Torá, o segundo dos três maiores Dias Festivos do ano judaico (Pêssach é o primeiro e Sucot o terceiro).

A palavra Shavuot significa “semanas”, nos indicando que nessa festa se completam as sete semanas entre Pêssach e Shavuot, época chamada de Sefirat haômer  que foi o período durante o qual o nosso povo se preparou para receber a Torá no Monte Sinai.

Durante este tempo nosso povo se purificou das cicatrizes da escravidão e tornou-se uma nação sagrada, pronta a entrar em uma aliança eterna com D’us.

A festa de Shavuot também é chamada de Atzéret que significa “parada” , porque ela  é o complemento da saída do Egito que começou em Pêssach. Ou seja, ganhamos nossa liberdade em Pêssach a fim de recebermos a Torá em Shavuot.

Outro nome para Shavuot é Yom Habikurim, ou o “Dia dos Primeiros Frutos”. Numa expressão de agradecimento a D’us, começando em Shavuot, cada fazendeiro na terra de Israel levava ao Templo Sagrado uma oferenda do primeiro trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras que cresciam no campo.

Shavuot é também chamado Hag Hakatzir, a Festa da Colheita, porque o trigo, o último dos grãos a ficar pronto para ser cortado, era colhido nesta época do ano.

A maioria dos trabalhos proibidos no Shabat são proibidos também no Yom Tov que no nosso caso é Shavuot, com exceção de carregar em um domínio público e cozinhar utilizando o fogo repassado de uma chama acesa desde a véspera. Quando o Yom Tov cai no Shabat os trabalhos proibidos no Shabat prevalecem

 a véspera de Shavuot

Tem quem costuma enfeitar a casa e a sinagoga com frutas, flores e folhagens. O motivo disso é que na época do Templo Sagrado, os primeiros frutos da colheita eram oferecidos em Shavuot.

Nossos Sábios nos contam que, mesmo o Monte Sinai se encontrando no deserto, quando a Torá foi dada ao nosso povo a montanha floresceu e milhares de flores brotaram milagrosamente

Comidas de leite

Costuma-se comer alimentos à base de leite em Shavuot. Existem várias razões para este costume:

Com a entrega da Torá recebemos oficialmente todos os Mandamentos Divinos relacionados à alimentação kasher.

Como a Torá foi dada no Shabat, nenhum animal poderia ser abatido e nem os utensílios poderiam ser kasherizados, portanto neste dia come-se lacticínios em memória à esse acontecimento

Outro motivo é que a Torá é comparada ao leite. A palavra hebraica para leite é “halav”. Quando o valor numérico de cada uma das letras da palavra halav são somadas (8+30+2), chega-se ao total de quarenta. Quarenta é o número de dias que Moshê passou no Monte Sinai, recebendo a Torá diretamente de D’us.

1º dia de Shavuot

Os Dez Mandamentos

Shavuot é o dia no qual celebramos a grande revelação da entrega da Torá no Monte Sinai há 3302 anos atrás, no ano judaico de 2448.

As almas de todos os judeus que iriam nascer em todos os tempos futuros e também as almas de todas as pessoas que futuramente iriam se converter ao judaísmo, juntaram-se para ouvir os Dez Mandamentos transmitidos pelo próprio D’us.

Em Shavuot, na realidade, D’us está nos dando novamente a Torá. Por isso, o Rebe pediu para que todo judeu, homens, mulheres, e especialmente crianças (até mesmo bebês recém-nascidos) devem fazer todo o esforço para estarem presentes numa sinagoga durante a leitura dos Dez Mandamentos. Este ano no Brasil está recomendado rezar no kotel, não no Kotel Hamaaravi, mas no kotel (muro) de casa !

O Livro de Ruth

Em muitas sinagogas lê-se o Livro de Ruth no segundo dia de Shavuot. Há vários motivos para este costume:

– Shavuot é a data de nascimento e yohrzeit (dia de falecimento) do Rei David, e o Livro de Ruth registra sua ancestralidade. Ruth e seu marido Boaz foram os bisavós do Rei David.

– As cenas de colheita, descritas no Livro de Ruth lembram a festa de Shavuot que também é conhecida como Festa da Colheita.

– Ruth foi uma convertida sincera que abraçou o judaísmo de todo o coração. Em Shavuot, todos os judeus foram como convertidos, tendo aceitado a Torá e todos seus preceitos.

Refeição de leite

No almoço, após o kidush, faça uma refeição festiva de laticínios. Espere no mínimo 1h de intervalo para realizar uma refeição de carne.

•Antes da refeição festiva da noite, leia o kidush de Yom Tov.

2º dia de Shavuot

Yizcor

Falamos Yizcor em memória de entes queridos falecidos. Antes da refeição festiva leia o kidush de Yom Tov.

*Veja as receitas para Shavuot de nosso site:

https://rabinogloiber.org/receitas-de-shavuot/

Certa vez uma pessoa (que não era judeu) perguntou ao grande Sábio Hilel :-Quantos tipos de TORÁ vocês tem? Dois, respondeu Hilel. Torá escrita e TORÁ oral. Ouvindo isso a pessoa declarou :- Na TORÁ escrita eu acredito mas na oral não, eu quero me converter ao judaísmo na condição de que você só me ensine a TORÁ escrita. Hilel concordou. No primeiro dia de estudos Hilel ensinou ele a ler a TORÁ escrita.

Mostrou para ele a letra Alef em hebraico e explicou para ele que isso é um Alef. Mostrou o Beit e explicou que isso é um Beit, e o mesmo fez com as outras letras. Na outra aula Hilel mostrou para ele a letra Alef e explicou que isso é o Dalet. O aluno se espantou e disse :- Mas ontem você não me explicou assim!

Você confiou no que eu te expliquei oralmente ontem?Disse Hilel, então você tem que confiar também na outra coisa que eu te disse , que também a TORÁ oral foi dada por D’us! (ou seja, sem a TORÁ oral não saberíamos nem ler e nem entender a TORÁ escrita, e isso é a prova de que elas são uma coisa só)

Quando D’eus nos deu a TORÁ elas eram duas desde o começo. Uma escrita e uma oral. Moisés ,o maior de todos os profetas escreveu a TORÁ escrita e explicou oralmente como colocar ela na prática, ou seja, de que forma cumprir o que está escrito. Em outras palavras ,o como cumprir a Mitzvá é chamado de TORÁ oral.

A TORÁ escrita pelo maior dos profetas continuou sendo escrita posteriormente por menores profetas até o exílio da Babilônia que aconteceu depois da destruição do primeiro Templo de Jerusalém .

Os últimos profetas viveram no exílio da babilônia, época em que o império persa dominava o mundo. Na época em que o segundo Templo foi construído e chegou a época do império grego e depois do império romano não tínhamos mais profetas, e portanto não tivemos mais TORÁ escrita do que aquela que foi escrita até o exílio da babilônia,ou seja, 24 livros. Posteriormente a TORÁ oral foi escrita incluindo a TORÁ oculta conhecida como Kabala.

A TORÁ oral continua sendo escrita a cada geração sendo que surgem novas situações que precisam ser esclarecidas, comparadas às anteriores, diagnosticadas e classificadas . As pessoas precisam de explicações com mais detalhes e etc. As explicações dos Sábios de cada geração de como cumprir a TORÁ da maneira correta naquela geração também é chamada de TORÁ oral. Em resumo, o que chamamos de TORÁ inclui TORÁ oral e escrita .A TORÁ escrita é composta de 24 livros e a oral hoje já chega à milhares de volumes que mais de 52000 já estão disponíveis no site Hebrew books.

Onde fica o Monte Sinai

Hoje, mais de três mil anos após o acontecimento mais sublime do mundo, a entrega da Torá, muitos estudiosos tentam identificar o lugar da montanha que foi tão sagrada no momento em que a Torá foi dada ao povo de Israel

Inúmeros estudos foram realizados ao longo de quilômetros na península do Sinai e no oeste da Arábia Saudita tentando descobrir em qual montanha Hashem nos deu a Torá.

E finalmente chegamos a mais verdadeira conclusão: O monte Sinai pode ser qualquer montanha entre o oeste da Arábia Saudita e a península do Sinai,

contanto que seja perto o suficiente de Midian que ficava na Arábia Saudita a ponto de Moshe Rabeinu levar o rebanho de Ytró para pastar e um carneirinho conseguir fugir até lá,

e perto o suficiente do Egito para que o povo de Israel conseguisse chegar lá para receber a Torá saindo do Egito em Pessach, caminhando no ritmo das mulheres e das crianças pequenas, e chegarem em menos de cinquenta dias naquela montanha para receber nela a Torá

A importância do Monte Sinai na época em que recebemos a Torá

A saída do Egito foi nossa redenção material e a entrega da Torá nossa redenção espiritual, e por isso a entrega da Torá teve que acontecer obrigatoriamente como continuação à saída do Egito, para que nossa redenção se tornasse uma redenção total

O segredo da existência do povo judeu é a Torá. Shavuot é a festa que simboliza o fato de nos tornarmos um povo. O dia da entrega da Torá é o dia em que a revelação Divina desceu no monte Sinai.

O fato de que o evento mais importante da história judaica, a entrega da Torá, ocorreu no Monte Sinai está claro, mas porque essa montanha não teve um acompanhamento, ou seja, nenhuma tradição exata foi preservada quanto à sua identidade e a localização a ponto de parente mente até na época dos Sábios já não se sabia qual era a montanha exata

O motivo para isso é tanto o fato de o Monte Sinai se encontrar no coração do deserto, não só longe da civilização como também sem um assentamento humano contínuo, ninguém para testemunhar que esse era o lugar, até mesmo porque depois que partimos de lá a presença Divina partiu junto com o nosso povo,

quanto pelo fato de impedir com que ele se torne uma idolatria, semelhante à localização da tumba de Moshe Rabeinu no Monte Nevo, em Moav, que tradicionalmente não se conhece sua localização por esse motivo

A “briga entre as montanhas na atualidade”

O Midrash nos conta que antes de Hashem nos dar a Torá no Monte Sinai, as principais montanhas da Terra Santa brigaram entre si. Cada uma esnobou sobre as outras suas superioridades tentando assim convencer Hashem de dar a Torá sobre ela.

Diz o Midrash que Hashem optou pelo monte Sinai sendo que ele era a mais humilde de todas as montanhas e por isso não participou dessa esnobação. De acordo com a kabalá cada criatura aqui embaixo tem um anjo responsável por ela lá em cima, e esses anjos foram quem brigou, cada um representando a montanha de sua responsabilidade

Hoje muitos arqueólogos brigam entre si, cada um representando a montanha que diz ser o verdadeiro Monte Sinai. A “briga das montanhas” nos tempos atuais!

Ao longo dos anos, muitos esforços foram feitos para identificar o Monte Sinai com uma das montanhas encontradas em várias partes do deserto do Sinai e além

Todas as opções:

Como vimos anteriormente o monte Sinai pode ser qualquer montanha entre o oeste da Arábia Saudita e a península do Sinai, mas então, porque algumas opções foram vistas como preferências em relação à outras?

O monte Sinai está localizado entre os desertos de Tzin e Paran, bem como entre a terra de Amalek e a terra de Midian, mas a localização desses dois desertos e a relação entre eles é desconhecida em sua localização exata, embora seus limites sejam claramente definidos pela Torá

Jab el Mussa

O lugar mais conhecido como o Monte Sinai, e essa é a primeira foto que aparece quando você digita as palavras “Monte Sinai” no Google (cuidado com essa foto) é Jab el Mussa que foi escolhido pela Imperatriz cristã Helena como Monte Sinai.

No século IV ela fez construir ali uma igreja, a Capela da Sarça Ardente no local onde ainda se encontrava vivo um arbusto de rubus sanctus que os monges acreditavam ser a sarça ardente original.

Dr. Avigdor Shahan, especialista em estudos da terra de Israel, atesta que o vínculo entre o Monte Sinai e Jab el Mussa foi simplesmente inventado por essa Imperatriz Helena, mãe do imperador Constantino do Império Bizantico”

Ela decidiu visitar os locais cristãos na Terra Santa e se juntou a um comboio de camelos que ia do Egito à Israel. Uma noite ela ficou impressionada com a beleza de uma montanha próxima e decidiu que essa era a montanha na qual Moisés recebeu a Torá e por isso essa montanha foi chamada de “Jab el Mussa” (Monte de Moisés)

Assim nasceu a lenda de que esta montanha e não outra é o autêntico Monte Sinai. O imperador, filho de Helena, ordenou a construção de um convento naquele lugar. Imediatamente se estabeleceu ali uma comunidade cristã para proteger a igreja e os monges dos ataques de beduínos. O imperador Justiniano I mandou construir uma muralha à volta da igreja no ano 542 e os edifícios que são hoje o Mosteiro Ortodoxo de S.Catarina

Acontece que essa mesma Helena foi a que iniciou a prática de despejar lixo no Monte do Templo a fim de esconder os vestígios do” Kotel Hamaaravi, o “Muro das lamentações” e assim apagar todo e qualquer vestígio judaico na terra santa

Antes do deserto do Sinai ser dado ao Egito, os turistas israelenses podiam ser vistos frequentemente subindo as escadarias íngremes do mosteiro que levavam ao topo da montanha. Esses turistas provavelmente não sabiam que seu trabalho duro era gratuito, e pior do que isso, era visto como um apoio à idolatria.

Então, cuidado: quando você digita a palavra “Monte Sinai” no Google, essa opção aparece em primeiro lugar e esse lugar não tem absolutamente nada a ver com a nossa religião mas é um lugar totalmente vinculado ao cristianismo

Monte Karkum

Uma das hipóteses levantadas pelos estudiosos da história ao longo dos anos é o “Monte Karkum”, uma montanha no sul do Negev, onde foram descobertos sítios arqueológicos e arte rupestre,

identificada pelo arqueólogo Emanuel Anati como o monte Sinai, o monte Karkum era uma montanha sagrada para os idólatras nos séculos IV e III AC e muitas pessoas construíram suas residências no sopé da montanha. Sendo que a Torá fala sobre a proibição de subir a montanha, ele imaginou que esse era o motivo de terem construído as casas no sopé da montanha e não no seu topo, mas essa identificação é controversa na comunidade arqueológica.

Jabel Al Laws

Outra teoria sugere o Monte Jabal al-Laws, na Arábia Saudita, no lugar onde se encontrava a antiga terra de Midian. A distância entre o possível lugar da terra de Goshen e a possibilidade de lá ter sido a terra de Midian é de aproximadamente 450 km, e esse alcance não corresponde à proximidade do monte Sinai à terra de Goshen

Jab el Halal

Vários estudiosos sugeriram identificar Jab el Halal como o Monte Sinai da Torá, sendo que a localização da montanha se encaixa na “rota norte” do êxodo.  Sua escolha foi devido à sua relativa proximidade com Kodirat e Kadis que alguns estudiosos identificaram como sendo Kadesh Barnea

Serbit al-Khadam

Dr. Zvi Ilan sugeriu a identificação de Serbit al-Khadam com o Monte Sinai, que também é controverso entre os pesquisadores

Jabel Sin Bisher

Uma hipótese apresentada pelo professor Menashe Harel sugeriu a identificação de ‘Jabel Sin Bisher’ localizado na parte ocidental de Wadi Suder, no oeste do Sinai, como sendo o Monte Sinai da Torá.

E finalmente conclusão : aonde fica o verdadeiro Monte Sinai? Dentro do seu coração!

O Rebe de Lubavitch e o Monte Sinai

No início de 1956, o Egito nacionalizou a Companhia do Canal de Suez, controlada pelo Reino Unido e pela França e fechou o Estreito de Tiran à navios israelenses paralisando assim o porto de Eilat.

Ao mesmo tempo, o enorme estado árabe estava fortalecendo sua força militar e adquiriu um grande armamento da antiga Tchecoslováquia, e tudo isso levou a Grã-Bretanha e a França a convencerem Israel a entrar em uma guerra contra o Egito.

O jovem Estado de Israel embarcou em uma batalha conhecida como Operação Sinai, ou pelo segundo nome, Operação Kadesh, durante a qual conquistou a Península do Sinai, danificou a infra-estrutura militar egípcia e aniquilou dos terroristas que dominavam aguerrida região

Quando os soldados da IDF conquistaram a Península do Sinai, alguns também chegaram a uma das montanhas que os pesquisadores acreditam estar associada ao Monte Sinai.Um desses soldados era o Dr. Moshe Herb, que estava muito animado com o fato de estar pisando onde (talvez) nossos ancestrais estiveram há três mil anos atrás.

Ele se aproximou pensando que poderia estar onde o povo judeu foi criado como um povo, onde recebemos a Torá, e subiu animadamente para a montanha, onde (talvez) Moshe Rabeinu cuja montanha leva seu nome (jab el Mussa) tivesse recebido a Torá.

No entanto, chegando lá em cima, ao contrário da expectativa que ele tinha de transcendência espiritual, de uma alegria especial, ele não sentiu nada.  Apenas uma decepção.  Ele não sentiu que essa era a montanha certa, não sentiu quis lá era o Monte Sinai.

Depois que o soldado Dr Moshe Herb voltou da frente de batalha para sua casa, ele enviou uma carta ao Lubavitcher Rebbe expressando seus sentimentos sobre a identificação da montanha

O Rebe respondeu para ele com as seguintes palavras: “Em resposta ao que você escreveu que escalou uma montanha achando que lá era o Monte Sinai e não sentiu que era a mesma montanha”. Continua o Rebe dizendo: A localização física ou geográfica do Monte Sinai não tem para nós nenhum significado especial, porque todo o significado do Monte Sinai é que nele recebemos a Torá com o objetivo de cumprir a Torá conforme necessário, pois ela se torna parte integrante de nossas vidas.

A Torá, continua o Rebe escrevendo  para o soldado, é “Torá de Vida”, não é simplesmente um ensinamento mas também um modo de vida para nós.  A Torá é “o manual de instruções do mundo” e suas instruções são eternas, tanto para o mundo quanto para todo judeu a qualquer hora e em qualquer lugar.

A verdade é, explica o Rebe, que todo judeu em sua alma está vinculado com a Torá, mesmo que às vezes pareça se comportar de maneira um pouco diferente.

E esse é realmente o segredo da metodologia de Chabad: trazer todo judeu ao amor ao próximo de forma tranquila, por meio de um caminho de amor, e devolvê-lo à Torá dada no Monte Sinai, sem confundir e esconder a verdade da Torá.  Apenas removendo a cobertura que esconde seu verdadeiro vínculo (desse judeu) com a Torá.

E o Rebe termina sua carta com um resumo prático: não é suficiente entender a Torá ou o sentimento positivo que o judeu tem pela Torá, ele deve realmente colocar tudo em prática, cumprir as Mitsvot, porque esse é o propósito do homem.

Então, se te  perguntarem “onde exatamente está o Monte Sinai?”  Você pode apontar para sua localização exata: é bem aqui, dentro do coração, onde minha mente e a sua estão conectadas com a Torá.

Mas isso não basta, continua o Rebe, você tem que descer da montanha, ou, mais corretamente: dar vida à montanha, à vida cotidiana e, de fato, agir de acordo com as instruções que recebemos de Hashem no Monte Sinai, ou seja, de acordo com a Torá

Ha’Hodesh

Nesse Shabat, depois da Parashá da semana vamos ler uma Parashá especial sempre lida em Rosh Hodesh Nissan. Ela é na verdade a primeira Mitzvá da Torá

 


Kidush Ha’Hodesh

 

Parashat HaHodesh nos conta sobre a primeira Mitzvá da Torá que é chamada de Kidush HaHodesh (santificação do mês).

 

No calendário Judaico você pode apontar com o dedo e mostrar para uma criança a mudança de um dia para o outro e a mudança de um mês para o outro.

 

Você mostra para a criança um dia terminando com o pôr do sol e o próximo nascendo com a saída das estrelas, o mês nascendo com o nascimento da lua e terminando com o desaparecimento dela.

 

A Mitzvá chamada “Kidush Ha’Hodesh” começou a ser oficialmente cumprida com a saída do Egito e foi praticada por mais de 1700 anos .

 

Essa Mitzvá consiste em dois Judeus testemunharem em frente ao Beit Hadin Hagadol (supremo tribunal rabínico) que viram o nascimento da lua.

 

Assim era decretado o nascimento do novo mês e as datas das suas respectivas festas judaicas.

 

Sempre que chegava o mês de Adar e a primavera ainda não tinha chegado o “Beit Hadin Hagadol” acrescentava um mês de Adar a mais fazendo o equilíbrio entre o ano lunar e o ano solar.

 

Esse procedimentocedimento começa com a saída do Egito e continua até a época de Hilel Nessía , época em que o imperador romano Constantino apoiou o cristianismo causando sérios problemas para os judeus da terra santa , fechamento de Yeshivot e dispersão da comunidade.

 

Hilel Nessía que era o descendente direto do grande Sábio Hilel Hazaken, em vista à situação escreveu o calendário judaico fixo que é um ciclo de dezenove anos que intercala doze anos de doze meses com sete de treze meses fazendo o maior equilíbrio possível entre o ciclo do sol e o da lua .

 

O Rambam nos explicou que esse calendário fixo vinha desde Moshe Rabeinu e por meio dele os Sábios do Beit Hadin Hagadol sabiam se as testemunhas estavam certas e também usavam esse calendário em meses de céu coberto.

 

Com o recebimento da Mitzvá de Kidush Ha’Hodesh começamos a contar os meses e os anos a partir da criação do mundo.

 

Por que nosso calendário não começa a partir do dia que começamos a contar?

 

Porque a Torá já nos foi entregue com todos os detalhes da criação do mundo incluindo os anos de vida do primeiro homem e de seus descendentes nos dando o cálculo exato de quantos anos se passaram desde a criação do mundo até a entrega dessa primeira Mitzvá.

 

Os dois fatores se uniram e começamos a contar os meses e anos em continuação à contagem anterior que a Torá nos revelou.

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

data Judaica

Começamos a nos preparar para Pessa’h

Pessach

 

Dizem nossos Sábios: “Trinta dias antes da festa temos que revisar as leis da festa”.

 

Aprendemos isso de Moshe Rabeinu que no primeiro Pessa’h no deserto ensinou ao povo de Israel as leis de “Pessa’h Sheini” que aconteceria um mês depois.

 

Agora estamos na fase de começar a limpar a casa para Pessa’h e depois vendemos o “hametz” para um “não judeu”.

 

Sendo que essa venda tem que ser feita de acordo com todos os tipos de venda da Torá, temos que delegar essa função à um Rabino ortodoxo que sabe como fazer isso.

 

Muitos sites judaicos religiosos no mundo inteiro já abriram essa venda pelo internet.

 

Sendo que essa venda precisa ser feita de acordo com todos os meios de venda da Torá , a própria venda não pode ser feita pelo internet, mas o que fazemos pelo internet é somente dar a permissão para o Rabino vender o nosso “hametz” pessoalmente para o “não judeu” na véspera de Pessa’h , e essa permissão podemos dar pelo internet e já a partir de agora.

 

Uma das regras da Torá é: “Mezakim Laadam Sheló Befanaiv”, isso quer dizer que você pode dar um mérito para alguém mesmo sem ele saber.

 

Por causa disso você pode dar autorização para o Rabino vender o “hametz” de um judeu que pode vir a esquecer de fazer isso, e essa autorização para o Rabino vender o seu hametz e o hametz dessa pessoa você pode fazer pelo internet.

 

Mas prestando toda a atenção no fuso horário do lugar aonde você mora e do lugar aonde seu amigo mora.

 

Por exemplo, alguém que mora em S.Paulo e tem um amigo em Israel que com certeza vai esquecer de vender o hametz e vai ficar feliz de você ter autorizado ao Rabino a venda do hametz dele.

 

Se você entrar em um site de um Beit Chabad em Israel e autorizar a venda do seu hametz e do dele lá em Israel, o hametz dele vai ser vendido nos horários certos, mas o seu vai ser vendido antes da hora e comprado para você de volta pelo Rabino um dia e meio antes de terminar o seu Pessa’h em S.Paulo.

 

Conclusão, você tem que autorizar a venda do hametz do seu amigo que mora em Israel para um Rabino em Israel.

 

Mas para autorizar a venda do seu hametz você tem que procurar um Beit Chabad dentro do seu fuso horário que no caso de S.Paulo é o fuso horário de Brasília conhecido como “-3” .

 

Acesse ao site:

 

https://pt.chabad.org/holidays/passover/sell_chometz_cdo/jewish/Venda-seu-Chamts-Online.htm

 

e autorize a venda do seu hametz para Pessa’h 2025

 

 

data Judaica

Por trás dos bastidores da Meguilá


Por trás dos bastidores da Meguilá

 

Pergunta o Zohar: porque aquela geração teve que passar por um susto desses? E a resposta do Zohar é: porque eles tiveram o prazer em participar da festa daquele criminoso que era Ahashverosh, o Rei da Pérsia.

 

Mas esse motivo sozinho, diz o Zohar, ainda não seria o suficiente para justificar um susto dessa proporção. Então o próprio Zohar traz mais um motivo: Aquela geração é a mesma que tinha se prostrado na frente da estátua de Nabucodonosor antes dos persas conquistarem a Babilônia

 

Ou seja, aquela geração tinha uma pendência anterior de ter se prostrado na frente da estátua de Nabucodonosor mesmo sem acreditar nisso, e tiveram a oportunidade de retificar essa transgressão se não tivessem participado da festa que Ahashverosh fez para todos os habitantes de Shushan Habirá

 

Naquela festa Ahashverosh se vestiu com as roupas do Cohen Gadol e distribuiu vinho nos copos de ouro do Beit Hamikdash, expressando dessa maneira que a nossa religião é um assunto puramente cultural, somente um folklore, mas que não tem um D’us de verdade que interage com a sua criação dando um prêmio para quem faz o bem e um castigo para quem faz o mal

 

Então aparece um Haman que faz um decreto de morte à todos os judeus que professam a religião judaica colocando todo o nosso povo em uma situação de morrer como judeus ou salvar a própria vida trocando de religião

 

Por trás do decreto de Haman

 

A Meguilá nos conta que em Shushan Habirá havia um judeu, e o seu nome era Mordehai ben Yair ben Shim’i ben Kish e ele era da tribo de Biniamin

 

Surge a pergunta: Se ele era da tribo de Biniamin, porque ele é chamado de judeu que é alguém que pertence à tribo de Judá?

 

Explica a Guemará que a palavra “Judeu” recai sobre todos aqueles que não se prostram na frente da idolatria, e portanto tanto os Cohanim quanto os Leviim daquela época foram chamados de judeus pelo motivo de professarem a religião judaica e não se curvarem na frente da idolatria, e não pelo motivo de pertencerem à tribo de Judá

 

O Midrash nos conta que Haman, à exemplo do faraó do Egito e de Nabucodonosor rei da Babilônia, se considerou um deus. E por isso Mordehai não se prostrava na frente dele mesmo sendo isso uma ordem do Rei

 

O Ralbag, um grande Rabino da idade média, nos conta que explicaram para Haman que Mordehai não pode se prostrar na frente dele por motivos religiosos, por ser judeu, e que por esse motivo Haman decidiu fazer um decreto de morte à todos os judeus,  ou seja, à todos os que professam a religião judaica!

 

Mas se um judeu se convertesse à outras religiões, para Haman ele não seria mais judeu, e esse decreto não recairia mais sobre ele

 

O povo de Israel se manteve firme na sua religião mesmo consciente de todas as consequências, sendo que aquele decreto foi feito para todos os 127 países do mundo que naquela época pertenciam ao império persa e não tinha para onde fugir.

 

Ou seja, todos os judeus estavam dispostos a morrer pela nossa religião

 

Diz a Guemará que quando nós fazemos Teshuvá e voltamos a nos comportar de acordo com a Torá, descobrimos que D’us já tinha criado o remédio antes de criar a doença.

 

Ou seja, D’us cria a solução antes de criar o problema, e por meio da nossa Teshuvá Hashem nos revela a solução

 

Antes de Haman fazer o decreto contra o nosso povo aconteceram algumas coisas que somente depois do decreto vimos que aqueles acontecimentos tinham sido milagres sobrenaturais e indispensáveis para a nossa salvação

 

A morte da Rainha

 

Vashti, a rainha da Pérsia, vinha de uma linhagem real, ela era a neta do rei da Babilônia.

 

Quando Ahashverosh se casou com ela, ele também entrou na família real, e portanto ela era o motivo da sua realeza e a última pessoa no mundo a quem ele teria interesse em prejudicar

 

No sétimo dia do banquete que Ahashverosh fez para os habitantes de Shushan, banquete no qual ele expressou que a profecia do profeta Yermiahu (Jeremias) de os judeus voltarem para Jerusalém depois de setenta anos não aconteceu e portanto esse profeta é falso e esse D’us não existe

 

Ele mandou os sete ministros da Babilônia chamarem a rainha Vashti para mostrar toda a sua beleza no banquete dos homens

 

Aquele dia era Shabat. A rainha Vashti, uma antissemita diplomada e pós graduada que propositalmente recrutava jovens judias para fazer com que elas profanassem o Shabat, e quando elas se recusavam eram obrigadas a desfilarem por toda a cidade nuas e montadas a um cavalo

 

Essa mesma rainha Vashti é chamada pelo Rei para desfilar totalmente nua no Shabat no banquete dos homens, mostrando que esse D’us que está sendo proclamado nesse mesmo banquete como “inexistente” está interagindo no mundo e fazendo as coisas mais surreais acontecerem como se fossem as coisas mais naturais

 

Hashem fez um milagre e a rainha Vashti antes da sua “apresentação” tem uma grave doença estética e não pode se apresentar.

 

Um dos sete ministros, que de acordo com o Midrash era o próprio Haman, aconselhou o rei a matar a rainha por ter desobedecido o rei e ter dado um mau exemplo para o povo

 

O Rei, ao contrário da sua própria ideologia, manda matar a rainha Vashti, fazendo com que a profecia do próprio profeta Yermiahu sobre a Babilônia que incluía a morte da neta do rei da Babilônia acontecesse

 

Yermiahu era esse profeta que o rei estava desacreditando no seu banquete pelo fato de o próprio rei ter errado na conta de setenta anos que o profeta Yermiahu fez, e não pelo profeta ter errado

 

Afinal das contas com esse grande milagre sobrenatural que aconteceu sem que ninguém percebesse, o “status quo” mais sólido da época foi destruído abrindo as portas para uma grande mudança

 

Quando passou a fúria do rei ele teve um grande remorso pelo que fez, por ter matado a sua rainha, demonstrando que tudo tinha acontecido por um motivo superior a própria vontade dele.

 

Vendo a tristeza do rei, seus servos o aconselharam a fazer um concurso de miss universo entre todos os 127 países para encontrar a mulher mais bonita do mundo e se casar com ela

 

A nova rainha, mais um milagre surreal

 

A Guemará nos conta que Ester era esverdeada e só por milagre alguém poderia achar ela bonita.

 

Hashem fez um milagre surreal e todos acharam que ela era a mulher mais bonita do mundo

 

Ester era uma judia religiosa que não entendia nada sobre relações íntimas, e a parte mais importante desse concurso era passar uma noite com o rei.

 

Diz o Ari Zal que uma demônia em forma humana substituía Ester nessas horas e deixava o rei  “louquinho”.

 

Ou seja, a artista principal é substituída por alguém muito parecida para as cenas de “perigo”, e nesse caso, essa personagem espiritual negativa se materializava na aparência perfeita de Ester

 

Bigtan e Teresh

 

Mordehai era membro do grande tribunal rabínico de Yerushaláim conhecido como Sanedrin. Lá cada pessoa era ouvida na sua própria língua, e o Sábio que não soubesse setenta línguas não era aceito como membro do tribunal

 

Dois funcionários públicos de Ahashverosh provenientes de um país distante com uma língua rara que ninguém conhecia a não ser quem era de lá, conversaram entre si na frente de Mordehai e planejaram assassinar o rei.

 

Ninguém conhecia essa língua, fora Mordehai, e a pessoa mais interessada no mundo em receber essa informação era o próprio Mordehai, e tudo isso acontece na frente dele por milagre surreal

 

Porque se eles assassinassem o rei que não tinha um filho para o suceder, a segunda figura na corte era Haman e o decreto contra o nosso povo aconteceria sem impecilhos.

 

O único jeito de anular o decreto de Haman era por meio do rei, e esse rei quase foi assassinado se não fosse esse milagre.

 

Mordehai repassa essa informação para Ester que a repassa para o rei em nome de Mordehai, e esse fator vai ser importantíssimo para mudar o imutável “Status quo” de Haman ser a pessoa tomadora das decisões da potência mundial  que domina o mundo inteiro

 

Nossos profetas e o anel do rei 

 

A Guemará nos conta que desde que o povo de Israel recebeu a Torá até a época em que aconteceu o milagre de Purim, nosso povo teve 48 profetas e sete profetizas que fizeram o possível e o impossível para nos trazer de volta ao judaísmo e não conseguiram, mas quando Ahashverosh tirou seu anel e o entregou à Haman para fazer os seus decretos, nosso povo fez Teshuvá

 

Mordehai pede para Ester pedir ao rei para anular o decreto. Ela responde que o rei não a chamou já faz um mês, e todo aquele que entrar no pátio do rei sem ser convidado é condenado à morte, e como sabemos, a rainha Vashti tinha sido executada por muito menos do que isso

 

Só há um jeito de a pessoa sobreviver, que é o rei abrindo uma excessão e estendendo seu cedro de ouro para aquela pessoa, e Ester não queria se arriscar.

 

Mordehai pede para ela fazer isso de qualquer maneira. Então ela pede para Mordehai reunir todos os judeus da cidade e fazer três dias de jejum e rezas, e ela e as suas jovens ajudantes também vão fazer igual

 

Todo o povo faz Teshuvá, e depois de três dias de jejum e rezas Ester entra no pátio do rei sem ser chamada

 

Sabemos que esse rei era obsecado por mulheres bonitas e não existe pessoa mais feia no mundo como alguém que está três dias sem comer, como nos lembram as “vacas magras” do Egito, feias e ruins

 

Hashem faz um milagre surreal e desperta no rei uma enorme paixão por Ester, e ele diz que ela pode pedir qualquer coisa até metade do império. Ela diz que veio convidá-lo para o banquete que ela fez para Haman…

 

O plano de Ester

 

Ester queria que o rei perguntasse à si próprio: será que uma pessoa normal arriscaria a própria vida para convidar alguém para uma festa que ela está fazendo para outra pessoa? E dessa maneira despertar os ciúmes do rei em relação à Haman.

 

O rei suspeitando de alguma coisa entre os dois entraria em pânico sendo que se o rei fosse assassinado e Haman se casasse com a rainha, o império continuaria funcionando sem nenhum problema, ninguém precisaria mais do rei e ele seria esquecido

 

No final do banquete o rei oferece à Ester até metade do reino, e ela pede para ele vir amanhã também no próximo banquete que ela vai fazer para Haman

 

Naquela noite o Rei não conseguiu dormir. Ele se questionou : “Porque ninguém passaria para ele a informação de que alguém poderia estar querendo assassiná-lo? “

 

Talvez alguma vez alguém já salvou a vida do rei e o rei não fez nenhuma honraria para aquela pessoa, e por isso ninguém mais estaria motivado para passar alguma informação que salvasse a vida do rei?

 

Com esses pensamentos atrapalhando o seu sono ele pede para lerem na frente dele o “diário” dos principais acontecimentos do reino.

 

Com certeza muitas páginas se passaram desde que Mordehai salvou a vida do rei e nada foi dado à ele, e milagrosamente o longo pergaminho se abre por si só naquela página

 

O rei pergunta se Mordehai recebeu algo por ter salvo a vida do rei e a resposta é negativa. O rei pergunta se há alguém esperando ele no pátio, e lá estava só Haman esperando para pedir permissão ao rei para enforcar Mordehai em uma forca de cinquenta metros de altura que ele preparou no pátio da sua casa para enforcar Mordehai.

 

O milagre da construção da forca 

 

Por incrível que pareça o fato de ele ter mandado construir essa forca tão alta no pátio da sua casa para enforcar Mordehai também entra na lista dos milagres da Meguilá, porque se não fosse essa forca Haman não seria enforcado

 

O Rei pergunta para Haman o que fazer para a pessoa que o Rei tem interesse na sua honra. Haman imagina que obviamente está se tratando somente dele

 

Haman sugere para o Rei vestir essa pessoa de rei, montá-lo no cavalo do rei e um dos maiores ministros levá-lo para um desfile em toda a cidade proclamando na sua frente que esse é o homem que o rei está interessado na sua honra, o homen que salvou a vida do rei. O rei pede para Haman fazer tudo isso para Mordehai

 

Naquela noite, no segundo banquete de Ester, o Rei pergunta à ela qual é o seu pedido até a metade do império. Aí ela declara que ela quer a própria vida de presente, porque ela e o povo dela foram vendidos para serem mortos

 

O Rei fica furioso e pergunta: quem teve a ousadia de fazer uma coisa assim? E ela diz: um homem sádico e inimigo, Haman, esse criminoso

 

O rei saiu um pouquinho para o Jardim, e quando volta vê Haman deitado sobre o divã de Ester pedindo desculpas para ela.

 

O rei que já estava com medo desse “relacionamento” desde que Ester arriscou a própria vida para convidar o rei ao banquete que fez para Haman, exclamou: e também violentar a rainha comigo em casa?

 

Sendo que essa palavra saiu da boca do rei, já seria um bom motivo para Haman ser condenado, mas sendo que o “status quo” de Haman como primeiro ministro da Pérsia era muito sólido, o rei ainda poderia se acalmar e entrar em um acordo com Haman.

 

Nessa hora vimos o milagre de Haman ter feito a forca para Mordehai. Hashem faz mais um milagre surreal e Eliahu Hanavi aparece em forma material de um dos encarregados do rei, aponta para a forca de 25 metros visível da casa de Haman e diz ao rei: olha também a forca que fez Haman para Mordehai que salvou a vida do rei, 25 metros de altura.

O reflexo imediato do rei é ordenar o enforcamento de Haman na forca que ele preparou para Mordehai, nos mostrando que: se faltou criar alguma parte do “remédio antes da doença” Hashem dá um jeitinho e sempre manda Eliahu Hanavi em um caso de emergência

 

O decreto do Rei de sermos obrigados a matar todos os nossos inimigos

 

Mais um milagre surreal, o decreto do Rei não pode ser revogado e os judeus são obrigados a matar os antissemitas

 

Você poderia imaginar que simplesmente fomos salvos mas que os 127 países do império persa seriam como nosso estado de Israel de hoje com setenta anos de existência e cada vez mais atentados terroristas. Mas não,o milagre foi muito maior do que isso

 

Ahashverosh não tinha como revogar o próprio decreto de morte aos judeus incluindo sua própria rainha, e por isso deu o seu anel para Mordehai fazer o decreto contra os antissemitas que era o único jeito de resolver o problema.

 

O rei deu a casa de Haman para Ester e Ester colocou nela Mordehai. Haman tinha sido enforcado, e quando os 127 países receberam o decreto do rei escrito por Mordehai autorizando aos judeus de matarem todos os seus inimigos

 

Eles compararam com o decreto de Haman vigente para a mesma data aonde os inimigos dos judeus poderiam matar os judeus, levaram em conta que Haman estava enforcado, a rainha era judia e o novo primeiro ministro da Pérsia era o Rabino Mordehai que recebeu da rainha a casa de Haman, e com certeza ninguém queria se complicar com esse novo governo.

Nem precisamos dizer que nosso povo se defendeu dos seus inimigos, 75.800 antissemitas foram mortos e todos os povos de todo o império ficaram nossos amigos

Purim Samea’h 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

data Judaica

A clone da Rainha Esther

A festa de Purim começa com a leitura da Meguilá.

 

A primeira pergunta que poderemos fazer é:

 

Se esse rei da Pérsia ficou famoso por entender de mulheres , como vemos no concurso miss universo que foi feito para ele que era o rei de todos os 127 pais que existiam na época, como pode ser que Esther, uma Judia religiosa que não entendia nada desse assunto, ganha um concurso desses onde a prova principal era passar a noite com o rei?

 

Diz o Ari Zal que Hashem fazia um milagre e entrava sempre uma demônia no lugar dela.

 

De acordo com essa opinião o rei da Pérsia Dariavesh é filho daquela figura espiritual negativa que se materializava para “substituir” Esther.

 

A Guemará nos conta que nosso povo teve 48 profetas e sete profetisas.

 

Vemos no Tana’h que o profeta Ovadiahu escondeu 100 profetas em duas cavernas em uma época da perseguição.

 

Só desse exemplo vemos que tivemos mais do que 48 profetas.

 

Dizem nossos Sábios que esses 48 profetas e sete profetisas foram os que escreveram as profecias para outras gerações e Esther é uma das sete profetisas.

 

Haman é chamado de Haman Ha Agagui, ou seja, descendente de Agag, rei de Amalek que sobreviveu por erro de Shaul, o primeiro rei de Israel.

 

Shaul recebeu a Mitzvá de exterminar Amalek, mas deixou Agag vivo com uma escrava que engravidou dele antes de o profeta Shmuel matá-lo.

 

Esther era a descendente de Shaul e por isso a Divina providência trouxe ela para ser a pessoa que vai exterminar a descendência de Agag.

 

E aonde vimos que isso aconteceu totalmente?

 

A Guemará nos conta que os descendentes de Haman se converteram ao judaísmo e se tornaram grandes Sábios de Israel, ensinaram Torá em Bnei Brak.

 

A lei judaica determina que  “Alguém que se converte ao judaísmo é como uma criança que nasceu” e até o aniversário dele passa a ser pelo dia que ele se converteu e não pela data do nascimento biológico.

 

Daqui  vemos que Esther fez totalmente o conserto do erro do ancestral dela, o rei Shaul!

 

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data Judaica

Shabat Za’hor


Shabat Za’hor

 

Esse Shabat, dia 8 de Adar, é chamado de Shabat Za’hor

 

Nesse Shabat devemos ouvir a leitura de Parashat Za’hor, na Torá

 

Todo ano na manhã do Shabat que antecede Purim, após a leitura da porção semanal da Torá, lemos uma passagem especial chamada Za’hor (“Lembre-se”).

 

Ouvir a leitura dessa passagem chamada de Parashat Za’hor é um dos Mandamentos da Torá.

 

Nela Hashem (D’us) ordena a todo o Povo Judeu se lembrar do mal que nos fez o povo chamado de Amalek que eram os ancestrais de Haman, cujo objetivo é exterminar o nosso povo.

 

A porção de Za’hor nos recorda que Amalek e seus descendentes como Haman são os inimigos de D’us, do Povo Judeu, e de toda a humanidade.

 

Amalek personifica todas as formas de escuridão e mal que há no mundo.

 

Esse povo assume diversas formas, físicas e espirituais, e há um Mandamento na Torá para erradicá-lo da face da Terra.

 

Todos os anos, no Shabat que antecede a festa de Purim, ouvimos a leitura da parte da Torá chamada de Parashat Za’hor.

 

Porque nosso povo precisa se lembrar que Amalek, ou seja, homens como Haman e aqueles que demonstraram explicitamente que estão nessa mesma categoria, não podem ser desculpados com a justificativa de serem pessoas anormais que tem um ódio irracional contra o nosso povo.

 

Esses filhos de Amalek são a essência do mal e estão plenamente conscientes do que estão fazendo.

 

Tanto quando tentaram exterminar o Povo Judeu no passado quanto agora que continuam tentando nos exterminar para poderem estabelecer o reino da escuridão no mundo.

 

O maior inimigo de Amalek somos nós, o Povo de Israel, o Povo da Luz (Isaías 60:3).

 

A Parashá de Za’hor recorda ao nosso povo que uma das nossas missões nesse mundo é a de combater e vencer Amalek, total e definitivamente.

 

Somente quando isso acontecer, na época do Mashia’h, haverá paz e harmonia no mundo.

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️🥰🌻