Nossa Parashá conta sobre bençãos e maldições. Sabemos que D-us é a essência do bem e a natureza de quem é bom é fazer o bem , então o que são essas maldições?

 

Rabi Shneor Zalman fazia pessoalmente a leitura do Sefer Torá em Liozna. Uma vez ele não estava na cidade e outra pessoa leu.

 

O filho do Rabi Shneor Zalman que se chamava Dov Ber ficou tão angustiado quando ouviu as maldições que passou mal o mês inteiro.

 

Quando perguntaram para ele porque nos anos anteriores ele não passou mal, ele respondeu :- Quando meu pai lia não se ouvia nenhuma maldição !

 

Quando esse filho cresceu e se tornou o Rebe da cidade de Lubavitch ele deu a seguinte explicação:

 

Dentro de todo acontecimento infeliz está revestida uma bondade enorme, portanto tudo que D’us faz é para o bem e não existe mal que desce lá de cima , e por isso se faz uma benção sobre um acontecimento infeliz da mesma maneira que se faz uma benção sobre um acontecimento feliz.

 

Quando termina esse aspecto negativo, automaticamente se revela o bem que estava oculto nele que é muito superior a uma bondade revelada, como ouvi do meu pai (Rabi Shneor Zalman) sobre a raiz do assunto das maldições da Torá que no final elas se transformam em “super bençãos” por causa da grande intensidade da bondade oculta nelas que se revela quando termina esse revestimento de extrema rigidez”.

 

O Baal Shem Tov deu sobre isso um exemplo de uma pessoa que fez algo contra um Rei muito bondoso e poderoso.

 

Essa pessoa foi condenada a morte pelo tribunal, mas no lugar disso o Rei pediu para darem à ele um cargo no governo e depois ir promovendo ele cada vez para um cargo mais alto e mais próximo Rei.

 

Quanto mais essa pessoa subia e se aproximava do Rei mais ele ficava com vergonha do que tinha feito.

 

Quanto mais ele via a força e o poder do Rei e junto com isso a grande bondade do Rei que usava todo o seu poder para ajudar as pessoas, quanto mais via a honra que todos davam ao Rei, mais ele sofria com a lembrança do que tinha feito.

 

No final ele chegou à conclusão de que não existia castigo pior do que esse!

 

Porque se tivesse sido condenado à morte, não sofreria tanto com esses remorsos.

 

O Rei vendo que essa pessoa se arrependeu do seu comportamento e voltou a se comportar certo o desculpou totalmente.

 

Esse Rei é Hashem e essa pessoa somos nós, a maldição não precisa ser necessariamente uma tragédia para fazermos teshuvá mas podemos cumprir essas maldições dessa forma também, como na estória acima.

 

Por isso está escrito:-“E será quando vier para você a benção e a maldição , você vai colocar no seu coração (se concientizar) etc”.

 

Ou seja, a benção nesse caso pode ser considerada uma maldição por nos trazer à essa conscientização.

 

Conclusão :

 

O acontecimento infeliz é um bem oculto de uma intensidade tão grande que não tem como ele descer para esse mundo de uma forma revelada, e por isso ele desce com um revestimento de maldição.

 

Por isso devemos estar sempre alegres. E mesmo que aparentemente as coisas não estão como deveriam estar, temos que ter uma fé total de que quando esse revestimento terminar e o bem oculto se revelar vamos ver que valeu a pena ter tido um pouquinho paciência para depois usufruir de uma bondade que não teríamos como chegar à ela de outra maneira.

 

Porque tudo o que recebemos lá de cima para pelas Sefirót, e o desencadeamento das Sefirót lá em cima é:

 

Primeiro a Hessed que é a bondade, mas que ainda pode sair dela uma coisa ruim como por exemplo a chuva que é uma grande bondade Divina, mas que pode sair dela também uma inundação.

 

Depois vem a  guevurá que é a rigidez, a dureza, a severidade.

 

Somente depois que passa a guevurá chega a Tiféret que é a bondade intensa, como por exemplo a chuva na hora certa e na medida certa, que faz tudo florescer e que dela não sai nenhuma inundação.

 

Mas para chegarmos à essa bondade intensa , obrigatoriamente temos que passar por um pouquinho de guevurá.

 

Mas logo vai chegar a Gueulá e aí será só bondade intensa e revelada eternamente !

 

 

Ketivá Ve’Hatimá Tová Leshaná Tová UMetuká

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.org

 

 

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