Ki Tetzê

 

Nossa Parashá nos conta sobre um exército no qual o Cohen antes da guerra anunciava à todos , entre outras coisas , que quem teme morrer na guerra por ter feito um pecado deve voltar para a retaguarda.

 

Ou seja, só participava da guerra quem não fazia pecados e com certeza nem tinha vontade de fazer.

 

Nesse ambiente de guerra feroz contra o inimigo cruel (ambiente nada romântico)  acontece o despertar de uma paixão entre um soldado judeu religioso e a própria inimiga .

 

Como em um ambiente desses um homem religioso se apaixona? E pela inimiga? E a Torá deixa em aberto a opção de eles se casarem!

 

Explica o Ari ZaL que quando o primeiro homem fez a primeira transgressão , misturou o bem e o mal no mundo e muitas Almas que estavam no Adam Harishon (O primeiro homem) caíram no lado mal.

 

O mapa da queda dessas “Almas Divinas”  que afundaram nas impurezas é uma cópia do Adam Harishon chamada “Adam de Bliaal” .

 

A cabeça dele representa o exílio da Babilônia , os braços representam os exílios da Persia e Meda que sucederam o exílio da Babilônia, o corpo representa o império grego que sucedeu a Pérsia.

 

Até aqui tudo bem definido e mapeado, em cada exílio a maior parte da comunidade judaica se encontrava nele e as fronteiras eram bem definidas.

 

As duas pernas representam dois exílios paralelos. O exílio de Edom (descendentes de Essav) e o exílio de Ishmael  , dois exílios totalmente distintos.

 

Ishmael está vinculado ao Irã e aos árabes da área que era a antiga Pérsia e Edom deu origem aos povos  europeus .

 

Por incrível que pareça vemos que os judeus nos últimos dois mil anos viveram em países árabes e europeus.

 

Não ouvimos que tinha alguma Yeshivá na índia, na China ou no Japão , mesmo que judeus fugindo dos nazistas ficaram um tempo na China e na Índia , mesmo assim tiveram que se mudar para países de etnia européia como Estados Unidos e Austrália onde hoje existem comunidades judaicas com toda a estrutura montada, enquanto que na Índia, na Coréia ou no Japão só existem Batei Chabad visados por turistas e comerciantes que ficam temporariamente nesses lugares.

 

Quase seis milhões de judeus moram em Israel que faz parte de um oriente médio, “galut Ishmael” , e outros milhões vivem nos Estados Unidos cujo povo provém de etnia européia, “galut Edom”.

 

Até o Brasil tem três Yeshivot e a Índia com  um bilhão e 451.000 habitantes não tem uma Yeshivá.

 

Diz o Ari ZaL que o motivo do nosso povo ter passado por esses exílios inclusive os que estamos agora de Edom e Ishmael , é para elevar as “centelhas Divinas” que afundaram nas impurezas.

 

De acordo com todos os sinais que traz a Guemará já estamos nos calcanhares dessa figura, ou seja, só sobrou dela os calcanhares, últimos refinamentos.

 

Sobre essa figura dizem os nossos Sábios que Mashia’h não chega até terminarem as almas do corpo, ou seja, até todas as Almas afundadas nesse “corpo espiritual de impureza” serem resgatadas .

 

Diz o Ari ZaL que só dessa maneira dá para entender nossa Parashá. Os judeus que iam para aquela guerra eram Tzadikim perfeitos e não existia a possibilidade de eles se apaixonarem por alguém por motivos de “Yetzer Hará” , consequentemente o que despertou aquela paixão foi a Alma Divina que se misturou naquele povo e estava naquela mulher e tinha um vínculo espiritual com a alma dele, e essa era a única possibilidade de esse amor surgir.

 

Conclusão:

 

O fato de estarmos aqui no galut é para elevarmos as centelhas Divinas que estão no nosso país por meio do estudo da Torá e do cumprimento das Mitzvót que fazemos usando as coisas materiais que temos aqui para o trabalho Divino.

 

Então, no lugar de  pensar no que precisamos e pedir nas nossas rezas só o que precisamos devemos pensar para que precisam de nós!

 

Para que Hashem precisa de nós aqui e agora, e pedir nas nossas rezas para que Mashia’h venha imediatamente e já seja o término do galut !

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

 

www.RabinoGloiber.org

 

 

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