O Rabi Yossef Itzhak era um ardente defensor da nossa coletividade na época do império russo e posteriormente da união soviética.
Ele lutou incansavelmente pela nossa autonomia, tanto material quanto espiritual.
Sua ação o opôs ao regime anti-semita tsarista e mais tarde aos comunistas, que negavam D’us.
A consequência disso foi que ele conheceu as prisões russas, onde ele foi encarcerado algumas vezes.
12-13 de Tamuz
Aniversário do Rabi Yossef Itzhak (1880-1950), sexto líder de Chabad-Lubavitch.
Libertação do Rabi Yossef Itzhak Schneerson da prisão bolchevique de Leningrado, 1927.
Seu encarceramento foi resultado da sua luta implacável para preservar a vida religiosa judia dentro da União Soviética.
Ajudado por fiéis seguidores, estabeleceu uma ampla rede clandestina de escolas de Torá, e de ajuda financeira para a observância do Shabat e a compra de artigos religiosos, construção e manutenção de Mikves (banho ritual para pureza familiar) e fortalecimento de todos os assuntos judaicos dentro da cortina de ferro,
Embora a sentença inicial que os russos lhe deram tenha sido pena de morte, a pressão internacional fez com que a pena fosse comutada a 10 anos de trabalhos forçados no Ártico e depois a três anos de exílio nos Urais.
Depois de uns poucos dias de exílio, ele foi libertado em Tamuz 12-13 e logo depois, forçado a deixar a Rússia.
Sua libertação foi considerada, nessas circunstâncias, milagrosa.
Sua luta assegurou que a chama de judaísmo, esmagada quase até a extinção, permanecesse iluminando clandestinamente e se tornasse a fonte da surpreendente onda moderna de retorno ao judaísmo entre os milhares de judeus intelectuais soviéticos, criados por quatro gerações de ateísmo e materialismo marxista!
12 de TAMUZ 12 Tamuz no Hayom Yom, o Dia de Hoje
Festa da liberação – Não se fala o Tachanun – Aniversário do Rebe Yossef Itzhak nascido em 5640 (1880).
Neste dia, ele recebeu em 5687 (1927) a boa notícia da sua liberação do exílio que tinha lhe sido aplicado depois do seu encarceramento, por ter reforçado a Torá e o judaísmo. (Sabe-se que durante o dia do seu aniversário, o Mazal do homem domina e vem ajudá-lo.)
Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak:
“Nestes dois dias de libertação, os 12 e 13 de Tamuz próximos, os hassidim farão um Farbrenguen, para o bem e para a benção, material e espiritual, como instituiu o nosso primeiro pai, o Admor Hazaquen, possa o mérito do santo Tzadik ser uma benção para a vida do mundo futuro.
Sua Alma reside nos palácios celestiais. Possa seu mérito proteger-nos.
Durante este Farbrenguen, os hassidim discutirão, num ambiente fraterno, como reforçar os momentos do estudo.
Dirijo-lhes a minha benção para que D’us lhes dê muito, tanto material quanto espiritualmente.
Sexta 13 Tamuz 5703 Festa da liberação Foi neste dia que o Rebe Yossef Itzhak foi libertado.
O encarceramento começou às duas horas e quinze da manhã, na quarta feira 15 de Sivan 5687 (15 de julho de 1927).
Ele ficou exilado na cidade de Kostrama até meio dia e trinta de quarta feira 13 de Tamuz 5687 (13 de julho de 1927).
Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak de escrita na ocasião da festa da liberação:
“Envio-lhes um discurso hassídico… Ele constitui a minha participação aos meus caros amigos, os hassidim, no lugar onde se encontrarem, para que possam ter muito sucesso.
Desta maneira, estarei com vocês durante o seu Farbrenguen para reforçar as práticas da hassidut, para fixar um tempo para estudá-la, para respeitar este tempo, para ser estimulado a cumprir o que resulte deste estudo…
Nosso D’us e o D’us dos nossos pais abençoará toda a comunidade dos hassidim, eles mesmos, sua família, seus filhos e seus netos, no seio de nossos irmãos, os filhos de Israel, a quem D’us outorgará longa vida e todo o bem da alma e do corpo.”
12 de Tamuz, o nascimento e a vida de um grande Líder
Uma vez em muitas gerações, quando Seu povo Israel está muito aflito, quando no seu amargo exílio ele recebe uma dose suplementar de sofrimento e de opressão, o Todo-Poderoso envia uma alma elevada para ajudá-lo nessas horas críticas.
Líder único, assim, foi o sexto Rebe de Lubavitch, o Rabi Yossef Itzhak Schneerson, filho único dos seus santos pais, Rabi Shalom-Ber (RaShaB) e a Rabanit Shterna Sara.
Foi certamente a Providência Divina que enviou um homem tão grande, com seu amor insondável pelos Judeus, sua Messirut Nefesh (devoção total) sem limites por eles, seus talentos e suas qualidades excepcionais de espírito e de personalidade para salvar o judaísmo russo em tempos de grave perigo.
E quando a horrível catástrofe do nazismo engoliu o Judaísmo Europeu, foi o Rebe, com seu idealismo sem compromisso e sua absoluta devoção à Torá e à Tradição judaica o escolhido pela Providencia Divina para fazer dos Estados Unidos um porto para a Torá.
Rabi Yossef Itzhak Schneerson, o sexto Rebe de Lubavitch, nasceu no dia 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch na Rússia e faleceu em 10 de Shevat de 5710 (1950) em Brooklin, Nova Iorque.
Em 1927 ele foi detido pelas autoridades soviéticas por causa do seu trabalho incansável para preservar o judaísmo e as instituições da Torá sob o regime soviético.
Após um encarceramento doloroso e aterrador na célebre prisão “Shpalerca” em Leningrado, durante dezoito dias e meio, no curso dos quais sua vida estava em jogo, a sentença do prisioneiro foi comutada para deportação para Costroma por um período de três anos. Mas dez dias depois, ele foi liberado.
A notícia da sua liberação iminente foi comunicada a ele no dia do seu aniversário e no dia seguinte ele já era um homem livre.
Sua mãe, a Rabanit Shterna Sara, contou um dia a seguinte história: “Já tinham passado muitos anos desde o meu casamento mas eu ainda não tinha sido abençoada com uma criança.
Isso me deprimia um pouco, especialmente por eu ser ainda muito jovem e por estar longe da casa da minha família.
No dia de Sim’hat-Torá do ano de 5640 estávamos no Kidush com alguns convidados na casa do meu sogro o Rebe de Lubavitch da época, Rabi Shmuel (o MaHaRaSh).
No momento culminante da celebração foi feita uma bênção “Mi Shebera’h” para aqueles que prometessem contribuir para uma certa causa de Tzedaká.
Tendo terminado com os homens, os “oficiantes” se dirigiram para a sala onde estavam as mulheres e muitas mulheres foram abençoadas com um “Mi Shebera’h”.
Parece que me esqueceram pois não foi dito nenhum “Mi Shebera’h” para mim!
Fiquei muito decepcionada porque gostaria de ter sido particularmente abençoada nesta ocasião tão especial.
Alguns instantes depois, alguém, aparentemente, percebeu o esquecimento. O oficiante voltou para dizer um Mi Shebera’h para mim.
Mas senti que não era a mesma coisa, isso estava me parecendo um “remendo”. O Kidush não durou muito.
Meu santo sogro voltou para seu quarto e os hassidim, inclusive meu esposo, se dirigiram à casa do Rabi Shulem Reich, genro do Rabi Baruch Shalom, o filho mais velho do Tzema’h Tzedek, para ali prosseguirem a festa.
Depois da saída dos hassidim, me retirei para o meu quarto onde sentei-me, lamentando a minha sorte.
Eu estava me sentindo triste por não ter filhos ainda; e me sentia completamente só.
Para coroar tudo, o incidente do Mi Shebera’h também me irritava. Abaixei a cabeça e comecei a chorar, encostada na mesa. Então adormeci.
Nesse momento um venerável Judeu entrou no meu quarto e me perguntou: ‘Porque choras assim, minha filha?’
Abri meu coração para ele e lhe disse o que havia provocado minhas lágrimas.
O visitante me disse então: ‘Não chore. Eu lhe prometo para este ano a bênção de um filho. Mas tem duas condições: primeiro, logo depois de Iom-Tov será preciso dar hai (18) rublos de caridade, do seu dinheiro pessoal; segundo ….’ Não lembro exatamente qual foi a segunda condição, mas acho que tinha algo a ver com o segredo que eu devia guardar sobre a gravidez pelo maior tempo possível.
O visitante inesperado deixou então o quarto para voltar pouco depois na companhia de dois outros veneráveis Judeus.
Em sua presença, ele me repetiu sua promessa, bem como as condições necessárias; os outros dois deram o seu consentimento.
Os três então me abençoaram e foram embora.
Acordei com o coração palpitando. Pouco depois o meu marido voltou.
Ele estava visivelmente feliz e de bom humor e mal entrou no quarto, fez uma travessura.
Falei-lhe imediatamente do meu sonho. Ele ficou muito sério e foi se consultar com seu pai.
Quando voltou, disse que seu pai desejava ver-me imediatamente. Fui falar com meu sogro.
Ele me pediu para repetir o sonho com os mínimos detalhes e me questionou depois com respeito à aparência dos três homens que eu tinha visto no meu sonho.
Descrevi-os, e ele então explicou: ‘o primeiro era meu pai (o santo Tzema’h Tzedek) e os dois outros: meu avô (o Miteler Rebe) e meu bisavô (o Alter Rebe), bendita seja sua memória.
Após Yom Tov, eu deveria me submeter à primeira condição. Mas como juntar os 18 rublos para Tzedaká?
Recordei que possuía um vestido novo caro, feito na última moda, que meu sogro não queria me ver usando; portanto ele ficava pendurado num armário.
Chamei uma mulher judia influente que era ativa na cidade em obras de caridade e lhe pedi, confidencialmente, para vender meu vestido.
Não ficaria bem se corresse a voz que a nora do Rebe de Lubavitch estava vendendo alguma coisa do seu guarda-roupa.
O produto dessa venda e de outros objetos pessoais me permitiram reunir os 18 rublos que distribuí em dinheiro para Tzedaká.
Neste mesmo ano de 5640 (1880), no dia 12 de Tamuz, meu filho Yossef Itzhak nasceu.”
12-13 TAMUZ
O Shloh nos ensinou que todas as festas judaicas, inclusive aquelas de origem rabínica, estão ligadas à porção semanal da Torá em que ocorrem.
Entendemos que isso também se aplica à “festa da libertação” de 12 e 13 de Tamuz, que celebra a libertação do Rebe precedente de Lubavitch das prisões soviéticas onde fora encarcerado unicamente por ter se dedicado à propagação do judaísmo.
Esta festa está, portanto, ligada à Sidra de Balak, já que acontece na mesma semana.
Qual a ligação entre as duas?
Nossos sábios nos contam que Balak odiava o povo judeu ao máximo.
Consequentemente ele fazia questão de prejudicá-lo de todas as maneiras possíveis até chegar a contratar os serviços do feiticeiro Bilam.
Isto também ocorreu no arresto e liberação do Rebe precedente de Lubavitch.
Como ele próprio escrevera numa carta, “o seu trabalho religioso era permitido de acordo com as leis do país ”.
Ele foi detido por aqueles que procuravam atrapalhar “aqueles que observam as leis de Moisés e de Israel”, embora isso estivesse “em oposição com as leis do país ”.
O ódio destas pessoas pelo judaísmo e pelos judeus religiosos era similar ao de Balak, a ponto de estarem prontos a ir contra as leis da natureza, destruindo o trabalho sagrado do Rebe Yossef Itzhak.
Do mesmo modo que Balak e Bilam falharam nas suas tentativas a ponto de, em vez de maldizer os judeus, Bilam acabou por abençoá-los, do mesmo modo o Rebe Yossef Itzhak foi liberado.
As pessoas que eram responsáveis pela sua prisão foram forçadas a assistir à sua liberação e até participaram para ajudar o Rebe a deixar o país.
Deste modo, o Rebe Yossef Itzhak mereceu este milagre porque seu ser inteiro, bem como suas ações pelo judaísmo estavam totalmente penetradas pelo sacrifício total de si mesmo.
Foi especialmente assim já que sua obra para difundir o judaísmo “neste país” precisava do sacrifício de si para cada aspecto da Torá e das Mitzvot.
Sua liberação milagrosa podia estar revestida em fatos naturais.
Mais que anular as leis da natureza este milagre foi tão elevado que ocorreu naturalmente.
D’us tem, em geral, três modos de dirigir o mundo:
a) de acordo com as leis da natureza
b) com milagres que transcendem e anulam as leis naturais
c) com uma revelação divina tal que o milagre está envolto na própria natureza.
Com referência a este último ponto, a própria natureza está tão penetrada de espiritualidade que concorda com o milagre e se torna disponível para que ele aconteça por meio dela.
Assim foi o milagre de Purim. Apesar de envolto pelas leis da natureza, é claro para todos que as causas foram sobrenaturais.
Isto também ocorreu com o milagre de 12 e 13 de Tamuz, em que as mesmas pessoas que deram a ordem de prisão ao Rebe pronunciaram a sua liberação.
Nossos Rebes de Chabad nos ensinam que o auto-sacrifício, sacrifício de si próprio, é tão elevado que ele transforma a natureza num receptáculo para a divindade.
A abnegação constante do Rebe Yossef Itzhak de Lubavitch foi soldada por um milagre cuja fonte era mais alta.
O QUE DEVE FAZER AQUELE QUE É “PRESO” PELO DESÂNIMO
Contando sobre seu encarceramento, o Rebe Yossef Itzhak disse ter sido invadido pelo desespero ao pensar nos membros da sua família.
De repente, uma ideia surgiu na sua mente:
“Basta! Tudo vem de D’us. Não tenho direito de ter um pensamento desses.
Devo me lembrar da face do meu pai, o Rebe”.
Disso podemos deduzir o que devemos fazer quando somos “presos” pelo desânimo:
Devemos imaginar a face do Rebe.
De fato, cada um de nós deve fazer isso de vez em quando, se lembrar dos propósitos que foram ouvidos dele, saber que o Rebe vai sempre nos ajudar e por isso é preciso se preocupar.
(Palavras do Rebe em Lag Baomer 5710, 1950)
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️
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