Nossa Parashá nos conta sobre os sonhos de Yossef e a próxima Parashá vai nos contar sobre os sonhos do Faraó.
Yossef teve dois sonhos que compartilhavam um mesmo tema, de que um dia sua família se curvaria perante ele.
No primeiro sonho, Yossef e seus irmãos foram representados por grãos de trigo. Onze feixes de trigo se inclinaram perante um único feixe, o de Yossef.
No segundo sonho, sua família, representada pelo sol, a lua e as estrelas, voltou a se curvar na frente dele.
Como Yossef na nossa Parashá, na próxima Parashá o Faraó também vai ter dois sonhos, e seus sonhos também irão compartilhar um mesmo tema, de que o Egito iria passar por sete anos de abundância seguidos de sete anos de fome.
E como nos sonhos de Yossef, nos sonhos do Faraó as imagens também mudaram de um sonho para o outro.
No primeiro sonho, os anos de abundância e fome foram representados por sete vacas bem alimentadas indicando uma grande fartura, e sete vacas mal alimentadas indicando uma grande escassez.
No segundo sonho, os sete anos de abundância foram representados por sete espigas de grãos saudáveis e gordurosos e os anos de escassez representados por sete espigas secas e atrofiadas.
Nos sonhos de Yosef apareceram assuntos celestiais como o sol, a lua e as estrelas, os sonhos de Yossef progrediram do terrestre para o celestial.
Nos sonhos do Faraó não apareceram assuntos celestiais.
Seu primeiro sonho (do faraó) envolveu a vida animal, mas seu segundo sonho já desceu para a vegetal, uma forma de vida muito menor.
Podemos dizer que os sonhos do Faraó “se deterioraram”!
O contraste entre esses dois conjuntos de sonhos realça as diferenças entre os sonhadores.
Os sonhos do faraó estavam desprovidos de qualquer coisa celestial, simbolizando uma pessoa cuja mente estava inteiramente absorvida em atividades terrestres.
Não é surpresa que essa pessoa gradualmente se torne mais e mais enraizada em suas obsessões materiais, como é representado pela seqüência “degenerativa” dos sonhos do faraó.
Os sonhos de Yosef, no entanto, eram diferentes. Um judeu, mesmo interagindo com o mundo físico, tem que estar sempre pensando nos aspectos celestiais de sua vida, seu desenvolvimento espiritual e propósito espiritual.
Yossef, portanto, sonhou tanto com o mundo material quanto com o celestial, e em uma ordem de “progressão”, porque sua vida como um todo estava em constante crescimento.
Rabino Gloiber
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