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Não seja durão

Não seja “durão”

 

A Guemará em Guitim nos conta que um homem rico em Jerusalém fez uma festa. Seu amigo se chamava Kamtza e seu inimigo Bar Kamtza. Ele pediu para seu shamash (faxineiro) que era uma pessoa muito simples, chamar seu amigo Kamtza para a festa e o faxineiro por engano no lugar de chamar seu amigo, chamou seu inimigo, o Bar Kamtza.

 
O problema já teria que ser arquivado nesta etapa como ”erro de faxineiro”, como uma coisa insignificante. Mas o homem que seu nome nem aparece na história se relacionou à isso com a maior gravidade.

 
Aí a klipá se revela! Ele usou sua autoridade para exigir a retirada do Bar Kamtza de sua festa, e o que seria uma possibilidade de reconciliação entre dois judeus iria acabar em uma guerra mundial.

 
Bar Kamtza foi durão e se recusou a sair, oferecendo pagar pelo que comer e beber. O dono da festa também foi durão e não aceitou, e assim a klipá vai crescendo rapidamente se alimentando da nossa dureza de coração
 
Bar Kamtza foi durão novamente e se recusou a sair, oferecendo patrocinar metade da festa. O dono da festa foi durão e não aceitou.
 
Bar Kamtza foi durão novamente e se recusou a sair novamente, dessa vez oferecendo patrocinar a festa inteira. O dono da festa foi durão e não aceitou, pegou o Bar Kamtza e o colocou para fora.
 
Os rabinos que estavam lá foram durões e não fizeram nada para acalmar os ânimos, e a partir dessa etapa a coisa piorou até envolver o império romano causando a destruição do nosso Beit Hamikdash e um exílio que se estende por quase 2000 anos.
 
Na hora da briga cada um estava certo e tinha quem o apoiava, nenhum dos lados viu que o final não é a vitória mas sim a destruição de todos.
 
A única vitória verdadeira é quando nos controlamos e não brigamos, então vencemos e destruímos a klipá de Midian. Com essa história nossos Sábios nos dão a dica de como vencer a klipá: Simplemente não seja durão!
 
Os bastidores da destruição do Beit Hamikdash
 
O Beit Hamikdash foi destruído por causa de pessoas que aparentemente estavam com toda a razão, como vemos na história de Kamtza e Bar Kamtza. Kamtza em aramaico quer dizer formiga, e se formiga já é uma coisa pequena, imagine o “bar Kamtza”(o filho da formiga).
 
Nos indicando que por causa de uma “coisinha pequena” que foi vista como uma briga justa e necessária, causa nobre apoiada até pelo silêncio dos rabinos da época, tivemos um verdadeiro holocausto
 
Conclusão: Não seja durão, você só tem a ganhar!
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
 
www.RabinoGloiber.org

 

A Alma Divina

A Alma Divina

Um dos princípios da fé judaica é que D’us não se compara à matéria.

O Zohar explica que quando D’us criou o homem à sua imagem e semelhança, a intenção é sobre a revelação Divina como ela acontece nas Dez Sefirót e não imagem e semelhança material

Toda linguagem na Torá indica um assunto espiritual . Quando D’us coloca essa alma no primeiro homem é usada a linguagem “soprou”

Diz o Zohar que essa linguagem é representativa, quem sopra, sopra o que tem dentro de si. Por isso não está escrito que D’us colocou no homem a Alma mas que D’us soprou nele a Alma

A linguagem “soprou” é usada pela Torá para nos indicar o nível daquela Alma, querendo dizer que como o sopro é algo que sai de dentro da pessoa, assim também aquela Alma saiu de dentro da essência Divina e é chamada de “uma parte de D’us”

Ela está vinculada à nós de forma envolvente desde que somos gerados, mas só assume nosso corpo quando fazemos treze anos, ou no caso das meninas doze anos

Essa Alma também é dada à quem faz uma conversão ao judaísmo, ou seja, ela já estava vinculada à essa pessoa desde que foi gerado e isso foi o que causou para aquela pessoa querer se converter, por isso está escrito “guer shemitgaier”, ou seja, convertido que se converte e não “goi shemitgaier”.

Essa segunda alma se chama Neshamá. Ela se reveste na alma animal para poder interagir com o corpo sendo que ela é de uma fonte tão elevada que não tem como se revestir diretamente no corpo como a alma animal.

A principal revelação dela no nosso corpo é no nosso cérebro, e sendo que por natureza a razão domina o sentimento, o cérebro domina o coração.

O objetivo dela nesse mundo é dominar a alma animal que se revela no coração e fazer dela uma plataforma para o trabalho Divino .

Essa Alma Divina é você! Você que desceu do céu para vencer uma corrida de obstáculos a qual chamamos de vida, e vai ganhar por próprio mérito um “baixo paraíso” no qual uma hora eqüivale a setenta anos dos maiores prazeres nesse mundo ou um alto paraíso onde uma hora eqüivale a setenta anos no baixo paraíso, como prêmio por ter feito o trabalho Divino, meta dessa “corrida de obstáculos”.

A Neshamá é pura e linda, cada ano que passa fica mais refinada e reluzente por meio do cumprimento dos 613 mandamentos Divinos.

Poderíamos dizer como exemplo que cada ano que passa, enquanto o corpo que é a roupa da nossa Alma fica mais cada vez mais velho, a Neshamá, nossa Alma Divina fica cada vez “mais jovem”.

Ficamos cada vez mais jovens e com uma roupa, ou seja, nosso corpo, cada vez mais cada vez mais velha. Chega uma hora que somos obrigados a trocar de roupa para poder continuar o nosso trabalho Divino

Nossa Neshamá se reencarna quantas vezes for necessário até cumprir todos os 613 mandamentos Divinos. Então vamos pedir para Hashem mandar rápido o Mashiach para podermos terminar todo esse trabalho Divino com muita alegria!

Rabino Gloiber e equipe