Yom Kipur

 

Para o horário de acendimento das velas de Yom kipur, acesse ao site

https://www.myzmanim.com/search.aspx

Procure nele a opção de idioma português e digite o nome da sua cidade

O acendimento das velas só tem validade a partir do horário judaico chamado de

Plag a Min’ha”

que é uma hora e quinze minutos antes do pôr do Sol.

 

Antes do Yom Kipur costumamos pedir desculpas para todos aqueles à quem magoamos 

 

כִּֽי־בַיּ֥וֹם הַזֶּ֛ה יְכַפֵּ֥ר עֲלֵיכֶ֖ם לְטַהֵ֣ר אֶתְכֶ֑ם מִכֹּל֙ חַטֹּ֣אתֵיכֶ֔ם לִפְנֵ֥י ה’ תִּטְהָֽרוּ׃

 

Yom Kipur, o dia do Kipur

 

O que é permitido fazer e não fazer no Yom Kipur

 

As Leis de Yom Kipur são as mesmas que Shabat com exceção de cinco coisas:

No Yom Kipur é proibido comer e beber, tomar banho, passar cremes, colocar sapato de couro e ter relações conjugais.

A principal característica do idioma hebraico é a de que quando duas palavras tem a mesma “raiz” elas estão sempre ligadas ao assunto central daquela raiz.

A palavra “Kipur” compartilha a mesma raiz hebraica da palavra ‘Kaporet’ que é a cobertura da Arca da Aliança.

Essas duas palavras estão fortemente conectadas, não apenas gramaticalmente, mas principalmente espiritualmente.

A Arca da Aliança foi colocada no lugar mais sagrado do Templo, o ‘Santo dos Santos’ que era estritamente proibido de entrar, exceto pelo Sumo Sacerdote e apenas no dia mais sagrado do calendário judaico, no ‘Yom Kipur’.

A cobertura da Arca da Aliança que foi feita de ouro maciço era chamada de ‘Kaporet’ que literalmente significa “cobertura”.

O conceito de “cobertura” em hebraico clássico pode ser entendido também de forma abstrata como “cobrir nossas transgressões”, ou seja, cobrir nossas más ações.

Precisamente como o nome do dia mais sagrado do calendário judaico: “Yom Kipur”. {יום כיפור}, o dia em que Hashem (D’us) cobre as nossas transgressões.


יְכַפֵּר עֲלֵיכֶם לְטַהֵר

 

O versículo que fala sobre Yom Kipur usa duas linguagens diferentes, cobrir e purificar, nos mostrando que a Teshuvá, o arrependimento que temos pelas coisas ruins que fizemos, pode tanto  “cobrir” essas coisas ruins fazendo com que o tribunal Divino as veja como “casos encerrados” e enterrados na nossa história, ou transformá-las em Mitzvot puras e reluzentes.

Quando nos arrependemos das coisas ruins que fizemos por medo dos castigos que podemos receber como consequência delas, conseguimos “enterrar” as nossas más ações

Elas continuam lá, mas já não vamos receber o castigo “medida por medida” que deveríamos receber por elas.

E isso por causa do nosso arrependimento, mesmo tendo sido ele um arrependimento egoísta, pensando em nós próprios e não no sofrimento que causamos para D’us por tê-los feito.

Um arrependimento que tivemos não por causa do mal que fizemos, mas por causa do medo de perder dinheiro ou saúde por termos feito as coisas erradas, ou até por medo do gehinon que é o inferno judaico limitado para doze meses, mas no qual uma hora é comparada a 70 anos dos maiores sofrimentos nesse mundo.

E tudo isso está ligado à linguagem “cobrir” do versículo. Nossas más ações continuam lá, mas apenas mudaram de Status. Nosso arrependimento as transformou de intencionais para não intencionais.

O que fizemos de propósito foi transformado pelo nosso arrependimento em algo que fizemos sem querer.

Mas quando nosso arrependimento é causado pelo remorso que sentimos por termos causado para D’us todo o sofrimento que causamos lá em cima quando nos comportamos errado, nesse caso nossas transgressões se tornam o motivo da nossa Teshuvá.

E no lugar de se tornarem “transgressões cobertas” devido ao nosso arrependimento e recebendo por meio dele o Status de “feitas sem querer”, elas  se tornam parte do mandamento Divino da Teshuvá. Elas se transformam em Mitzvá, e aí recai sobre elas a segunda linguagem do versículo: ”Purificar”.

E sendo que no Yom kipur acontece a revelação do nível mais elevado da nossa Alma, o nível chamado de Ye’hidá” que é o único nível da nossa Alma que não tem lado impuro paralelo à ele, nesse dia temos a facilidade de transformar nossas transgressões em Mitzvót.

 

 

Cada um de nós é um Cohen Gadol

 

Na época do Beit Hamikdash, do Templo Sagrado de Jerusalém, o dia de Yom Kipur consistia em um ritual oficiado pelo Cohen Gadol, o Sumo Sacerdote.

No dia mais sagrado do ano, o Cohen Gadol, que era homem mais santo do nosso povo, entrava no Kodesh a Kodashim que era o lugar mais sagrado do Beit a Mikdash, do Templo Sagrado de Jerusalém, e os pecados do nosso povo eram limpos por meio desse ritual.

Com a destruição do Segundo Beit a Mikdash e o exílio do nosso povo, a vida judaica mudou e com ela o Yom Kipur.

Já não existia um Beit a Mikdash e nem um Cohen Gadol.

Não haviam mais nem os sacrifícios e nem o bode expiatório que serviam para limpar os pecados do povo de Israel.

Quando o Primeiro Beit a Mikdash foi destruído pelos babilônios, durante 70 anos não tínhamos nem o Beit a Mikdash e nem o Cohen Gadol.

Mas nossos profetas, especialmente o profeta Yermiahu (Jeremias) tinham dado esperança ao nosso povo.

O profeta Yermiahu não só profetizou a destruição, mas profetizou também o nosso retorno à Terra de Santa depois de 70 anos.

Mas quando o Segundo Beit a Mikdash (o Segundo Templo) foi destruído, não havia nenhuma profecia de que seria reconstruído em breve, como no caso do primeiro Beit a Mikdash.

A derrota da revolta de Bar Ko’hva confirmou a profundidade da crise.

O Povo Judeu novamente entrou no exílio e dessa vez sem nenhuma garantia de um breve retorno.

O que seria do dia mais sagrado do ano judaico sem Beit a Mikdash e sem Cohen Gadol?

No meio dessa crise profunda, o grande Sábio do nosso povo, Rabi Akiva, nos ensinou que, na ausência do Beit a Mikdash e do Cohen Gadol, não sobrou para nós nenhuma opção a não ser a de nos dirigirmos diretamente à D’us com muito amor e carinho.

E através de uma combinação de Teshuvá que é o nosso retorno à conduta certa, por meio das nossas rezas e das nossas boas ações, conseguimos fazer a limpeza, purificação e retificação de todas as nossas transgressões.

Cada Sinagoga se transformaria em um pequeno Beit a Mikdash e cada um e uma de nós em um pequeno Cohen Gadol.

Nossas rezas substituem os sacrifícios e os serviços realizados em Yom Kipur quando o Beit a Mikdash existia.

Essa responsabilidade religiosa assumida por cada um de nós afetou e transformou nosso povo de maneira extraordinária.

Na antiguidade, nosso povo era retratado como um povo infiel e rebelde, que praticava a idolatria e violava os mandamentos da Torá sempre levando grandes advertências dos profetas.

Depois da destruição do segundo Beit a Mikdash, quando fomos expulsos da Terra Santa, nos tornamos o povo mais fiel de todos os povos.

Nos tornamos a única nação a manter sua identidade religiosa durante dois milênios.

Apesar das grandes adversidades, apesar dos incentivos para abandonar o judaísmo, da perseguição e do sofrimento que suportamos, resistimos à assimilação e nos recusamos a se converter a outras religiões.

Nós, que na antiguidade cometemos idolatria e renegamos a Torá, na inquisição fizemos o contrário.

Demos preferência a tortura e a morte para não trair D’us e renunciarmos ao judaísmo e à nossa identidade judaica.

Como isso aconteceu? Como o Povo Judeu transformou a tragédia espiritual em triunfo?

Aconteceu porque na ausência de um Beit a Mikdash e de um Cohen Gadol, a responsabilidade por se comunicar intimamente com D’us e alcançar a purificação dos pecados, recaiu sobre cada um de nós.

 

Yom Kipur em nossos dias

 

Na ausência do Beit Hamikdash e do Cohen Gadol, no dia de Yom Kipur todas as sinagogas se tornam um Mikdash Me’at, um pequeno Santuário, e cada um de nós deve assumir a missão do Cohen Gadol.

Na época do Beit a Mikdash, em Yom Kipur, as pessoas apenas observavam, enquanto o Cohen Gadol, o Sumo Sacerdote, desempenhava um serviço físico extremamente pesado.

Hoje em dia, na ausência do Templo e do Cohen Gadol, não podemos ficar em casa, dormir ou ir à sinagoga e apenas apreciar os serviços religiosos.

Nós, também, precisamos realizar um trabalho que exija muito de nós, fisicamente, emocionalmente e espiritualmente.

Apesar da fome e do cansaço, temos que dar o melhor de nós e rezar tanto, tão bem e com tanta sinceridade quanto possível, para obter a purificação das nossas transgressões e a desculpa para o nosso povo. A purificação de todas as nossas transgressões.

No Yom Kipur, cada um de nós, mesmo que não seja Cohen, deve desempenhar a missão do Cohen Gadol, levando em seus ombros o destino e o bem-estar do Povo de Israel.

E esse é um dos motivos de nos vestirmos de branco em Yom Kipur, por ser uma lembrança às roupas brancas do Cohen Gadol usadas antes de ele entrar no Kodesh a Kodashim, na parte mais sagrada do Beit a Mikdash.

Se você não tem essa roupa branca que chamamos de “kitel”, é o suficiente vestir uma camisa branca e colocar o Talit encima dela. Mulheres não precisam nem do “Kitel” e nem do Talit.

Durante os Dez Dias de Teshuvá, que se iniciam em Rosh a Shaná e terminam em Yom Kipur, chamamos D’us de Avinu Malkenu que quer dizer nosso Pai, nosso Rei.

Durante esses dias, D’us atua tanto como um monarca que julga seus súditos quanto como um pai que desculpa e abraça seus filhos com muito amor e carinho.

Em Yom Kipur, que é o auge do período mais sagrado do nosso calendário, cada um de nós também assume dois papéis:

1- O de Sumo Sacerdote que é um líder espiritual, que destemidamente se aproxima do Rei para defender e interceder por seu povo

2- O de filho, que volta a casa para visitar seu Pai e sua família.

Em Yom Kipur, quando um judeu volta para Casa, para seu Pai Celestial, para sua verdadeira identidade, para sua fé e a seu povo, ele se lembra quem ele é e o que deve fazer em sua vida.

O tema universal de Yom Kipur é que se o ser humano optar por transcender suas aparentes limitações, não haverá limite para sua ascensão.

Rabi Akiva, o grande Sábio de Israel, foi aquele que democratizou a santidade judaica

Seu pai se converteu ao judaísmo, ele próprio só retornou ao judaísmo aos 40 anos de idade e com tudo isso se tornou o maior Mestre do Talmud e o responsável por ter salvo a Torá do esquecimento.

Rabi Akiva atingiu um nível espiritual jamais atingido por qualquer Cohen Gadol. Rabi Akiva foi condenado a morte pelos romanos. Morreu em meio de grandes torturas em um grande “Kidush Ashem”, santificação do nome de D’us, no dia de Yom Kipur, o dia mais sagrado do ano.

As lições de Yom Kipur são eternas e se aplicam em todos os lugares, em todas as gerações e à vida de cada um de nós.

 

 

Yom Kipur, o dia no qual D’us nos limpa das coisas ruins que fizemos, é o dia mais sagrado no calendário judaico, o dia em que o Povo Judeu volta para casa.

Trata-se de um dia de jejum, introspecção e autoanálise, durante o qual confessamos nossos pecados e rezamos por um ano bom e doce.

O poder do Yom Kipur sobre o Povo Judeu sempre foi imenso.

Nesse dia, as sinagogas ficam mais cheias do que em qualquer outro dia do ano e o ambiente nelas é solene e majestoso.

E como se cada um de nós tivesse uma audiência particular com D’us. Por um lado, Yom Kipur é um dia de julgamento, por outro, como ensina a Guemará, é o dia mais alegre do ano, um dia de anistia Divina e proximidade com D’us.

Yom Kipur, o último dos dez Dias de Arrependimento, que se iniciam em Rosh a Shaná, é o mais propício do ano para sermos perdoados pelos pecados cometidos contra o Todo Poderoso e contra nossa própria Alma.

Yom Kipur exige muito de nós,  física, emocional e espiritualmente.

Além de jejuar, passamos praticamente o dia todo rezando.

Nesse dia, não podemos comer nem beber, usar sapatos de couro, tomar banho, usar loções, cremes ou perfumes nem manter relações conjugais.

No Dia do Perdão devemos transcender o mundo físico e suas limitações. Devemos nos comportar como Anjos, mesmo passando o dia admitindo nossas falhas e nossas fraquezas.

Yom Kipur é um dia de lágrimas e de alegria, Lamentamos nossos erros e celebramos a infinita bondade Divina.

Essa é umas das ideias mais belas e importantes que o judaísmo ensinou ao mundo: a de que D’us perdoa. Yom Kipur é o dia do perdão supremo.

 

כָּל נִדְרֵי Kol Nidrei

 

O Dia do Perdão se inicia com o famoso ritual do Kol Nidrei, a “anulação dos votos”, lido ao pôr-do-sol, antes da reza da noite.

Essa declaração introduz solenemente o dia mais sagrado do ano, dando o tom para Yom Kipur.

Kol Nidrei significa “todos os votos”. As palavras lidas não constituem uma reza nem uma súplica, mas uma simples fórmula legal de anulação prévia de quaisquer votos, juramentos ou promessas que possamos vir a fazer a D’us no ano vindouro.

Muitos de nós às vezes fazem declarações ou outras coisas que são considerados “votos” pela Torá.

Por não percebermos que, de fato, fizeramos um voto, e sem prestar a atenção para a gravidade do não cumprimento do que prometeramos, podemos acabar fazendo uma transgressão.

O objetivo do Kol Nidrei é tornar nulos e sem efeito de forma retroativa, qualquer voto ou promessa feita entre nós e D’us.

A anulação dos votos é um ritual importante na Lei Judaica, mas mesmo assim se trata de um mandamento técnico.

Por que abre o dia mais sagrado do ano? Por que a música que arrebata o coração? E por que nos emociona e nos instila um respeito que derrete a alma?

A resposta está no mais profundo significado de Kol Nidrei.

Seu propósito não é apenas anular votos, proibições e juramentos sobre o que faremos no ano que está entrando, mas também sobre quem somos.

No decorrer do ano,  podemos jurar que verdadeiramente conhecemos a nós próprios, termos certeza de quem somos e do que queremos e não queremos.

Quando chega Yom Kipur,  vamos para a sinagoga e um novo “Eu” emerge, ao menos por um dia.

Ao perceber que estamos diante do Infinito, quando nossa Alma é acesa pela santidade do dia e transportada ao Alto pela melodia de Kol Nidrei, percebemos que, de fato, não nos conhecíamos tão profundamente.

Repentinamente entendemos que tínhamos jurado ser alguém que na verdade não éramos, tínhamos prometido  fazer coisas que não são dignas de fazermos, tínhamos rejeitado e proibido para nós próprios coisas que devíamos ter abraçado.

Em Yom Kipur, o judeu pode ter uma visão do Mundo da Verdade. Ele percebe, ainda que por um único dia, o real significado da vida! Que o que sua essência realmente deseja é retornar à sua origem, para fazer parte da unicidade de D’us.

Quando um judeu está na sinagoga na véspera de Yom Kipur e ouve a melodia de Kol Nidrei, ele sente emergir uma nova identidade, uma identidade que ele pode ter ocultado, inclusive de si mesmo, durante todos os dias do ano que terminou.

Assim sendo, ele proclama: “Nidrana lo nidrei”: “Meus votos não são votos”; “V’essarana lo essarei”: “E minhas proibições não são proibições”; “Ush’vuatana lo shevuot”: “E meus juramentos não são juramentos”.

Kol Nidrei toca o coração de todos os judeus, fazendo-os tremer, pois essa oração liberta sua alma das ilusões de um mundo que desafia e confunde a Alma judia e oculta seu Divino Criador.

Kol Nidrei é a abertura mais adequada para Yom Kipur, o dia no qual os judeus voltam para seu verdadeiro “Eu” e se recordam, ao menos por um dia, que sua verdadeira identidade é uma Alma que arde sedenta da Luz Infinita.

Há outra razão para o Kol Nidrei anunciar o dia mais sagrado para os judeus, o fato de seu tema ser o mesmo que o de Yom Kipur,  o retorno do judeu a seu verdadeiro lar.

Acredita-se que essa oração se tenha originado quando os judeus espanhóis estavam sendo forçados a renunciar à sua fé e a se converterem.

Muitos deles optaram por publicamente abandonar o judaísmo em vez de enfrentar a tortura e a morte, mas permaneceram judeus em segredo.

Em Yom Kipur, Dia do Perdão, eles se reuniam e rezavam para ter o seu voto de conversão à idolatria anulado.

Isso explica por que se faz uma declaração imediatamente antes do início da recitação do Kol Nidrei, em que se dá permissão “pela autoridade da Corte Celestial e da Corte Terrestre” para que os “transgressores” unam-se à congregação em oração.

Isso era lido para anular a ordem de excomunhão dos judeus que, durante o ano, tivessem abandonado o judaísmo.

Assim sendo, Kol Nidrei é a abertura dos portões da inclusão judaica, que permite que retornem à Casa todos aqueles que se afastaram de D’us, da Torá e do Povo Judeu.

Retornar à Casa, à D’us, à Torá, ao Povo de Israel, é o tema principal do Dia do Perdão.

A palavra hebraica Teshuvá, literalmente, a palavra significa “retorno”. Teshuvá não é um simples lamento por nossos erros e pecados, mas uma reconstituição de nossos passos de volta à Casa.

Nossas transgressões significam “deslocamento”  do lado bom para o lado ruim, e a  consequência de cruzar fronteiras do lado bom para o lado ruim é o exílio.

Adão e Eva foram exilados do Jardim do Éden, o Povo Judeu foi exilado de sua Terra.

Uma transgressão é um ato que está fora de lugar, deslocado, e que transgride fronteiras estabelecidas.

A característica mais marcante da transgressão é o sentir-se perdido, alheio a D’us, não conhecendo seu próprio lugar na Terra e sentindo-se espiritualmente confuso.

Teshuvá significa encontrar seu caminho de volta a Casa. Significa voltar às suas origens, ao lugar onde realmente pertencemos.

Em Yom Kipur, as sinagogas ficam repletas de judeus que raramente aparecem.

Durante o ano, ainda que de forma menos dramática do que a de seus antepassados medievais, eles se comportaram como judeus ocultos .

É possível que tenham se esquecido de D’us, de seu judaísmo e de sua identidade judaica; eles podem ter usado máscaras e portado outras identidades.

Mas Yom Kipur lhes dá a oportunidade de redescobrir quem de fato são e encontrar seu caminho de volta a Casa.

Essa é uma das razões para o Kol Nidrei ser a abertura do dia mais solene do ano. Isso porque nesse dia mais santificado do ano, aqui na Terra proclamamos, e os Céus fazem o eco da nossa proclamação, que todos os judeus, mesmo os mais sérios transgressores, mesmo aqueles que se afastaram muito do caminho do judaísmo, são bem vindos de volta a Casa.

Após ter feito tal declaração, que nos une como se fôssemos uma única pessoa, nossas Almas são elevadas pela música do Kol Nidrei, que proclama em nome de cada um de nós: é isto o que verdadeiramente sou e é a este lugar que pertenço: entre meu povo, devotado ao judaísmo e na presença de meu D’us.

E se durante o próximo ano, se novamente eu me deixar levar pela desatenção e pela dúvida, desde já anulo todos os meus votos, proibições e juramentos que mascarem minha verdadeira identidade e me desviem para o mau caminho.

Kol Nidrei nos ensina que Yom Kipur é muito mais do que um dia de jejum e oração, no qual somos perdoados pelos pecados que cometemos contra D’us.

É uma oportunidade para o autoconhecimento.

Yom Kipur é o dia em que mais sentimos que nosso Pai Celestial, que constantemente anseia por nós, está intimando-nos a voltar a Casa.

 

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INTRODUÇÃO AO VIDUI

por Rabino Efraim Birbojm

Yom Kipur, o “Dia do Perdão”, é um dos dias mais sagrados para o povo judeu.

Espiritualmente, representa o dia em que D’us está mais propício a aceitar o nosso arrependimento e a nos perdoar, pois foi justamente neste dia que Ele perdoou o povo judeu pelo terrível pecado do bezerro de ouro.

É um dia de rezas e jejum e, pelo fato de estarmos neste dia afastados de todos os prazeres materiais, nos elevamos e nos assemelhamos aos anjos. O Talmud (Taanit 26b) afirma que Yom Kipur, por este aspecto de limpeza e purificação, é um dos dias mais alegres do ano para o povo judeu.

Porém, o serviço de Yom Kipur não se resume a apenas dizer palavras que não entendemos, sem Kavaná (intenção) e concentração, enquanto pensamos no trabalho da faculdade ou no projeto do escritório.

O coração é a parte do corpo que está mais suscetível às más inclinações e, portanto, é exatamente onde temos que trabalhar para que possamos realmente nos tornar pessoas melhores.

Yom Kipur é um dia de Teshuvá (retorno ao caminho correto). Como ensinam nossos sábios, a Teshuvá é composta por três partes: o arrependimento sincero, o Vidui (confissão) e o comprometimento a não voltarmos a errar.

Entendemos o arrependimento e o comprometimento de não voltar a errar, mas para que serve o Vidui? Se D’us já conhece todas as nossas transgressões, por que é necessário confessá-las em Yom Kipur?

A resposta é que o ser humano tem a tendência de pensar que nunca comete erros.

É difícil assumirmos nossas falhas, pois isso fere a nossa autoestima. Preferimos tentar sempre justificar nossos erros ou colocar a culpa nos outros, até mesmo de forma subconsciente. Com isso, podemos viver uma vida inteira da maneira equivocada sem nos dar conta.

É por isso que o Vidui (confissão) é tão importante no processo de Teshuvá. O Vidui nos ajuda a abrirmos o nosso coração, em uma reflexão verdadeira e sincera sobre nossos erros com D’us e com o próximo.

É o momento da pessoa ser honesta com D’us e, principalmente, consigo mesma. O Vidui nos ajuda a despertar do nosso “sono” espiritual e a quebrar a nossa insensibilidade e o nosso orgulho.

Além disso, a fala transforma ideias e emoções em coisas mais reais e palpáveis, nos ajudando a encarar nossos desafios. Ao confessar os erros que nos desviaram do nosso objetivo, nós estamos dando um importante passo para redirecionar nossas vidas.

A possibilidade dos nossos erros serem apagados como se nunca tivéssemos transgredido é um grande milagre e uma grande bondade de D’us.

Quando Ele vê que realmente queremos voltar aos caminhos corretos, Ele remove as impurezas dos nossos corações e nos ajuda a voltar. Apesar das portas da Teshuvá nunca se fecharem, em Yom Kipur elas estão completamente abertas.

Portanto, Yom Kipur é um presente de D’us, pois é o dia em que podemos dizer para D’us “Sim, erramos, assumimos, mas queremos e podemos mudar”. Em Sua misericórdia, D’us nos responde: “Todo aquele que vem se purificar, o purificam Min Hashamaim (do Céu)”.

Que possamos aproveitar este presente para purificarmos nossos corações.

Rabino Efraim Birbojm 

Diretor – Shaarei Biná Brasil

Acesse ao link abaixo para baixar e imprimir o Vidui antes do Yom Kipur

https://1drv.ms/w/s!Aq-RCsi2dwMepXO3I8Y0tubqjeuf

 

 

As melhores dicas de rabinos de Israel para ter um “jejum quase sem sede e sem fome”

Para você sobreviver ao Yom Kipur e passar o jejum com segurança e facilidade.

 

No dia da véspera de kipur (hoje) desde manhã até o início do jejum, você deve beber água a cada hora ou mais, porque é assim  que o corpo recebe líquidos dosados e absorve / hidrata até atingir o estado de saturação.

Se você beber ao longo  do dia, não há necessidade de beber uma quantidade maior antes do jejum.

Antes da última refeição antes do jejum, é importante comer uma 

*colher de mel* porque o mel faz com que os líquidos do corpo sejam preservados e não excretados rapidamente, para que até a tarde  do dia seguinte, você não sinta muita sede.

No último drink após a refeição antes do jejum , tome uma bebida amarga, como um chá forte ou amargo ou pouca  cerveja branca. 

Porque terminando a refeição com uma bebida amarga, a sede é saciada, e durante a noite você não sentirá sede .

O rabino Weisel acrescenta uma dica e observação:

Beber muito logo após a refeição, e minutos antes do início do jejum , por falta de tempo – é quase ineficaz, causa rápida digestão e perda dos componentes alimentares e minerais essenciais para o corpo. Isso faz que sejam excretados  em pouco tempo e é uma pena. 

Para reduzir pelo menos as possibilidades, é desejável planejar com antecedência terminar de comer uma hora antes do jejum e não beber *logo  depois de comer* por cerca de vinte minutos a meia hora, como alerta o Rambam.

Você deve planejar deixar  tempo  suficiente antes do jejum para poder beber lentamente, com calma, começando cerca de meia hora depois de comer.

Assim você se hidratará com  mais eficácia.

Com relação aos *tipos dos  alimentos da refeição final* antes o jejum o Rabino Weisel escreve :

Além da comida habitual, seria  recomendável comer *bastante cenoura*, também pode ser cozida.

A cenoura demora para ser digerida ,e dá sensação de satisfação ,assim você  não sente fome.

Comer de 5 a 8 amêndoas antes do jejum também dá uma sensação de saciedade, até serem digeridas já passará o jejum .

(Se você puder mergulhá-los em água quente na noite anterior e retirar a pele marrom, ótimo).

Rabinos Sefaradim recomendam que você deve se munir de folhas de hortelã, arruda, alecrim, canela e cravo da índia, falar a Brahá Borê Minei Bessamim antes da reza e cheirar essas folhas cada vez que você sentir sede, fome ou uma levíssima tontura. Uma respiração forte em cada narina irá acalmá-lo imediatamente. Para tontura você pode também agarrar com força a pele acima do nariz, entre os olhos, pressionar por alguns segundos, e a tontura vai passar.

Yamim Noraim nas Sefirót

 

 

Os Dez Dias de Teshuvá que estamos vivenciando agora são dez dias feitos especialmente para nos aproximarmos de D’us, são conhecidos como “Yamim Noraim”, “Os Dias Temíveis”.

Eles se iniciaram em Rosh Hashaná e vão terminar no final do Yom Kipur, esses dias são um período de extrema importância no ciclo do ano judaico.

A Guemará nos conta que durante esses dez dias, D’us julga o destino do mundo inteiro.

Julga cada um de nós individualmente e todos nós coletivamente.

Nesses dias D’us determina o destino do mundo para o ano inteiro que apenas começou.

Por isso, nosso comportamento durante os Yamim Noraim é muito importante .

Não é coincidência o fato de esse período consistir de dez dias, porque esse número tem um significado profundo no Judaísmo.

D’us criou o mundo por meio de Dez Expressões, que se sincronizam com os Dez Mandamentos que são a raíz das 613 Mitzvót da Torá.

No lado oculto da Torá representado pela Hassidut e pela Kabalá, aprendemos que D’us cria e mantém o mundo existindo a cada instante por meio de dez emanações diferentes conhecidas como as Dez Sefirot.

Essas emanações Divinas constituem a interface mediante a qual D’us Infinito se relaciona com Sua Criação finita .

As Dez Sefirót correspondem às Dez Expressões pelas quais D’us criou o Universo e continua criando a cada instante. Ou seja, se D’us para de “falar” essas “palavras” o mundo desaparece retroativamente e sem deixar vestígios, como se nunca tivesse existido antes.

As Dez Sefirót são divididas em duas categorias: as intelectuais e as emocionais.

As três primeiras são as Sefirot intelectuais que são a Ho’hmá (Sabedoria), Biná (Compreensão) e Da’at (conscientização).

As sete Sefirót emocionais são a Hessed (Bondade), Guevurá (Força), Tiferet (Harmonia), Netza’h (Vitória), Hod (Esplendor), Yessod (Fundamento) e Mal’hut (Soberania).

Há uma 11ª Sefirá, chamada de Keter (Coroa), que fica acima das outras dez.

Mesmo assim as Dez Sefirót são Dez e não onze porque quando a Kéter se revela a Daat se oculta e vice-versa.

O Ari a Kadosh nos conta que os Dez Dias de Teshuvá são associados com todas as 11 Sefirot, inclusive a Keter e a Da’at simultaneamente, sem que uma precise se ocultar quando a outra se revela.

Cada um dos Dez Dias de Teshuvá é associado com uma Sefirá diferente, começando com a Keter.

Mas Yom Kipur, que é um dia tão especial no ciclo do ano judaico, é associado com as duas últimas Sefirót, a Yessod e a Mal’hut.

Na Árvore da Vida que é o conjunto das Dez Sefirót, a Kéter é a primeira Sefirá.

Kéter representa a “Vontade Divina”, e o lado interno da Kéter e o “Desejo Divino” de criar o universo.

Essa Sefirá atua como a origem de todas as forças criativas. A Kéter ocupa uma posição singular como “intermediária” entre o Infinito (Ein Sof) e o finito.

Representa o ponto de transição onde o potencial ilimitado de D’us começa a se expressar.

A Sefirá de Kéter é simbolizada pela coroa que se encontra acima da cabeça. Ao mesmo tempo ela está conectada ao corpo que é representado pelas Dez Sefirot, e ao mesmo tempo ela não faz parte dele.

A Kéter se revela no primeiro dia de Rosh Hashaná porque ela representa a “Vontade Divina”, o potencial para novos começos, refletindo o significado de Rosh Hashaná como o início do ano judaico.

Em cada Rosh Hashaná se revela o ato original da Criação Divina: ano após ano, nessa data, D’us decide se renovará o mundo para um novo ano de existência.

Por isso, o primeiro dia de Rosh Hashaná é profundamente conectado com a Sefirá de Kéter, simbolizando a “Vontade Divina” de que o mundo exista.

Em Rosh Hashaná, a missão do Povo Judeu é reafirmar a soberania Divina coroando D’us como Rei, confirmando Sua autoridade suprema e Seu contínuo papel na sustentação do Universo.

Fazendo assim asseguramos que D’us renove Seu compromisso com a Criação para o ano que entrou.

O potencial do ano inteiro está contido em Rosh Hashaná, particularmente em seu primeiro dia, fazendo com que seja o dia mais influente do ano, com o poder de influenciar todos os demais.

Outra clara conexão entre a Sefirá de Kéter e Rosh Hashaná se expressa por meio do principal mandamento dessa data: ouvir o toque do Shofar, que simboliza a coroação de D’us como Rei e nossa aceitação de Sua soberania, e esse é o tema principal nas rezas de Rosh Hashaná, o nosso reconhecimento de que D’us é o Rei do Universo.

A Sefirá de Kéter precede todas as demais Sefirot, porque representa o desejo e a vontade.

Por isso, nossos desejos e vontades que são manifestações de Keter da nossa Alma Divina e também da nossa alma animal, dão origem a nossos pensamentos e emoções, que acabam se traduzindo em palavras e atos.

Sendo assim, o primeiro dia de Rosh Hashaná é um momento para reflexão em relação à nossa vida e nossos planos para o ano que se inicia.

É o melhor dia do ano para se decidir que tipo de mundo queremos criar para nós mesmos.

Em Rosh Hashaná, utilizar a Sefirá de Keter da nossa Alma de forma adequada significa alinhar-nos com a Vontade Divina e traçar objetivos que contribuam para a contínua renovação e melhora de nós mesmos e do mundo.

Rosh Hashaná é uma festa religiosa de dois dias, tanto na Diáspora como na Terra de Israel.

O Ari a Kadosh nos conta que a Ho’hmá é a Sefirá predominante no segundo dia de Rosh Hashaná.

Traduzida como “Sabedoria”, Ho’hmá é a segunda Sefirá na Árvore da Vida que representa o conjunto das dez Sefirót, localizada à direita, no topo.

Sendo que esse esquema das Sefirót chamado de árvore da vida é uma árvore de cabeça para baixo, a Ho’hmá faz parte das três raízes, e ela é representada pela raíz que se encontra no lado direito.

Ho’hmá constitui o início do processo intelectual, no qual as ideias são concebidas em seu estado bruto, sem forma.

Essa Sefirá é associada à criatividade, originalidade, inspiração e capacidade de ver as coisas de forma diferente.

A Ho’hmá é o canal pelo qual a Sabedoria Divina flui para o mundo.

É o ponto inicial onde a Infinita Luz Divina começa a assumir forma, representando a Sabedoria Divina transmitida por meio da Torá.

A Guemará nos ensina que sabedoria significa a capacidade de avaliar adequadamente as consequências dos nossos atos.

No segundo dia de Rosh Hashaná, nos consentramos na sabedoria que guia nossa vida.

A Ho’hmá é a sabedoria necessária para fazer as escolhas certas e realizar esses objetivos. Intenções nobres precisam ser acompanhadas por sabedoria a fim de que os resultados sejam positivos. Isto porque, sem a capacidade de escolher com sabedoria e prever as consequências de nossos atos, até as melhores intenções podem nos levar a resultados negativos.

Ao integrar os atributos de Keter e Ho’hmá durante os dois dias de Rosh a Shaná, podemos fincar uma base forte e inspiradora para o ano que nos espera, assegurando que nossas aspirações estejam fundamentadas em sabedoria e visão.

De acordo com o Rabi Yitzhak Luria, o terceiro dia dos dez dias de Teshuvá é associado à Sefirá de Biná, traduzida por “Compreensão”.

Situada do lado esquerdo da Árvore da Vida, Biná fica diretamente oposta à Ho’hmá.

Lembrando que esse esquema é uma árvore de cabeça para baixo e a Biná é a raíz da esquerda.

Enquanto a Ho’hmá representa o clarão inicial de ideias puras e disformes, associadas à inspiração, criatividade e originalidade, Biná é a Sefirá que processa ideias, transformando-as em conceitos estruturados.

Biná categoriza, define e formata ideias. Essa Sefirá envolve análise lógica e a capacidade de diferenciar e criar ordem a partir do caos inicial das ideias e pensamentos disformes.

Em um nível pessoal, Biná nos leva a uma reflexão profunda, uma análise ponderada e à capacidade de nos autoconhecermos.

Desempenhando um papel fundamental no estudo da Torá, representa a compreensão necessária para analisar textos e entender suas complexidades, especialmente as discussões talmúdicas.

No terceiro dia dos Yamim Noraim, nos concentramos na Sefirá de Biná, refletindo sobre as lições que aprendemos no ano que acabou de transcorrer.

Essa reflexão requer que desenvolvamos um plano específico e bem elaborado para o futuro.

Biná assegura que a sabedoria que adquirimos não seja meramente teórica, mas que possa ser aplicada de forma prática para aperfeiçoar nossas ações e decisões. Enquanto Ho’hmá provê a visão geral do que queremos alcançar, Biná nos possibilita mapear os passos necessários para realizar nossos objetivos.

Com o fortalecimento de nosso atributo de Biná, podemos transformar a inspiração gerada por Ho’hmá em um caminho claro à nossa frente, assegurando que nossas aspirações sejam avaliadas por uma análise criteriosa.

A Sefirá de Biná é essencial para o crescimento intelectual e o desenvolvimento espiritual, e nos ajuda a receber o novo ano com clareza e propósito.

Da’at, traduzida como “conscientização”, é a terceira Sefirá intelectual na Árvore da Vida, a raíz do meio.

Às vezes é incluída entre as dez Sefirot, e outras vezes é excluída em favor de Keter.

Da’at representa a síntese e internalização de Ho’hmá (Sabedoria) e Biná (Compreensão).

Enquanto Ho’hmá fornece a ideia inicial e Biná a desenvolve em um conceito estruturado, é em Da’at que esse conhecimento é internalizado, transformando a compreensão intelectual em uma experiência vívida.

Da’at é o conhecimento “consciente” ou “aplicado”. Por exemplo, é por meio da Sefirá de Da’at que uma discussão talmúdica se transforma em Lei Judaica.

Da’at representa a integração e aplicação do conhecimento, transformando a compreensão intelectual em sabedoria prática.

Além disso, por ser a última Sefirá intelectual, Da’at conecta Ho’hmá e Biná com os atributos emocionais (as sete Sefirot de baixo, criando uma ponte entre intelecto e emoção.

De acordo com o Ari a Kadosh, a Sefirá de Da’at predomina no quarto dia dos Dez Dias de Teshuvá.

Assim sendo, esse dia é o momento ideal para transformar inspiração e discernimento em mudanças comportamentais.

As reflexões adquiridas com a sabedoria inicial de Ho’hmá e a compreensão analítica de Biná são internalizadas através de Da’at, permitindo que nos aproximemos de D’us de uma maneira mais significativa.

Ao integrar as qualidades de Da’at em nossa vida, podemos transformar nossas auto análises em planos práticos, assegurando que nossos empenhos estejam baseados em sabedoria e inteligência.

Essa síntese de conhecimentos nos permite chegar ao novo ano com clareza, propósito e uma renovada conexão com D’us.

Hessed, traduzida como “Bondade”, é a primeira Sefirá emocional na Árvore da Vida, posicionada do lado direito, abaixo de Ho’hmá.

Hessed é a doação incondicional, bondade ilimitada e um total altruísmo, independente dos méritos de quem a iria receber.

Essa Sefirá incorpora o impulso de dar sem esperar nada em troca, refletindo o fluxo infinito e irrestrito de bondade Divina.

Hessed enfatiza a importância da generosidade e disposição em ajudar os outros, espelhando o atributo Divino de doação infinita.

Em termos práticos, Hessed incentiva atos de bondade e amor. Envolve oferecer-se a ajudar os outros, impactando positivamente o mundo e sendo aberto e receptivo aos outros.

Durante os Dez Dias de Teshuvá, buscamos o perdão Divino às nossas transgressões, confiando que, em Sua bondade, D’us nos perdoe.

Quando buscamos a bondade Divina, a Torá nos ordena despertar o Hessed Divino demonstrando generosidade com os outros.

Assim sendo, nossos Sábios nos ensinam a aumentar significativamente nossas ações de Tzedaká (donativos) e Guemilut Hassadim (atos de bondade) durante esse período.

O quinto dia dos Yamim Noraim é associado com a Sefirá de Hessed.

Nesse dia devemos principalmente refletir sobre o Atributo de Bondade existente em nós mesmos, empenhando-nos em ser mais abertos, demonstrando mais amor e praticando generosidade com os outros.

Essa reflexão deve ir além das intenções gerais, fazendo com que possamos identificar áreas específicas onde possamos doar mais de nós mesmos.

A Sefirá de Hessed nos ensina que todos os seres humanos, independentemente das circunstâncias, têm algo a dar, e têm a capacidade de ajudar os demais

 

 

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

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