Mensagem da Parashá

Reê

 

Será que a nossa Alma está no sangue?

 

Nossa Parashá nos conta que o sangue é a alma.

 

No princípio, quando Hashem (D’us) criou o homem, está escrito que Hashem (D’us) “soprou” nele uma Alma, e não que o sangue é a alma.

 

Então, que alma é essa que está no sangue que não é a Alma que “D’us soprou”?

 

Daqui vemos claramente que essas duas linguagens se referem à duas almas diferentes.

 

Duas categorias de Alma:

 

1- A alma animal

 

Diz o Zohar, clássico da Kabala de quase 2000 anos atrás, que primeira alma a entrar no corpo é chamada de alma animal e está vinculada ao sangue, e por isso está escrito que o sangue é a alma e sobre ela a nossa Parashá está falando.

 

Mesmo essa alma animal estando revestida no corpo inteiro, a principal revelação dela é no lado esquerdo do coração que bomba o sangue oxigenado para todo o corpo e por isso a Parashá usa essa expressão de que o sangue é a alma.

 

Sendo que ela é uma alma espiritual, podemos fazer transfusões de sangue e transplante de coração e ela continua no nosso corpo.

 

A Guemará nos conta que no momento em que uma mãe engravida, é colocada nessa gravidez uma alma.

 

Esse óvulo que vai se desenvolver recebe uma alma animal do nível deste mundo onde o bem e o mal estão misturados, o que o Zohar chama de “Klipat noga”.

 

Ou até uma alma de um nível mais baixo que o Zohar chama de “três klipot tmeot”.

 

Sem ela nosso corpo não teria como crescer e se desenvolver.

 

2- A Alma Divina

 

Um dos princípios da fé judaica é que Hashem (D’us) não se compara à matéria.

 

O Zohar explica que quando Hashem (D’us) criou o homem à sua imagem e semelhança, a intenção é sobre a revelação Divina como ela acontece nas dez sefirot e não imagem e semelhança material.

 

Toda linguagem na Torá indica um assunto espiritual . Quando Hashem (D’us) colocou essa alma no primeiro homem é usada a linguagem “soprou”.

 

Diz o Zohar que essa linguagem é representativa, quem sopra, sopra o que tem dentro de si.

 

Por isso não está escrito que Hashem (D’us) colocou no homem a Alma mas que Hashem (D’us) soprou nele a Alma.

 

A linguagem “soprou” é usada pela Torá para nos indicar o nível daquela Alma, querendo dizer que como o sopro é algo que sai de dentro da pessoa, assim também aquela Alma saiu de dentro da essência Divina e é chamada de “uma parte de D’us”.

 

Ela está vinculada à nós de forma envolvente desde que somos gerados, mas só assume nosso corpo quando fazemos treze anos, ou no caso das meninas doze anos.

 

Essa Alma também é dada à quem faz uma conversão ao judaísmo.

 

Ou seja, ela já estava vinculada à essa pessoa desde que foi gerado e isso foi o que causou para aquela pessoa querer se converter, por isso está escrito “guer shemitgaier”.

 

Ou seja, convertido que se converte e não “goi shemitgaier”.

 

Essa segunda Ama se chama Neshamá. Ela se reveste na alma animal para poder interagir com o corpo sendo que ela é de uma fonte tão elevada que não tem como se revestir diretamente no corpo como a alma animal.

 

A principal revelação dela no nosso corpo é no nosso cérebro, e sendo que por natureza a razão domina o sentimento, o cérebro domina o coração.

 

O objetivo dela nesse mundo é dominar a alma animal que se revela no coração e fazer dela uma plataforma para o trabalho Divino.

 

Essa Alma Divina é você!

 

Você que desceu do céu para vencer uma corrida de obstáculos à qual chamamos de vida, e vai ganhar por próprio mérito um “baixo paraíso” no qual uma hora eqüivale a setenta anos dos maiores prazeres nesse mundo, ou um alto paraíso onde uma hora eqüivale a setenta anos no baixo paraíso, como prêmio por ter feito o trabalho Divino, meta dessa “corrida de obstáculos”.

 

A Neshamá é pura e linda, cada ano que passa ela fica mais refinada e reluzente por meio do cumprimento dos 613 mandamentos Divinos.

 

Poderíamos dizer como por exemplo que cada ano que passa, enquanto o corpo que é a roupa da nossa Alma fica mais cada vez mais velho, a Neshamá, nossa Alma Divina, fica cada vez “mais jovem”.

 

Ficamos cada vez mais jovens e com uma roupa, ou seja, nosso corpo, cada vez mais cada vez mais velha.

 

Chega uma hora que somos obrigados a trocar de roupa para poder continuar o nosso trabalho Divino.

 

Transmigrações da Alma

 

Nossa Neshamá se reencarna quantas vezes for necessário até cumprir todos os 613 mandamentos Divinos.

 

Povo escolhido

 

O povo de Israel é chamado de “O povo escolhido”.

 

Quem participou desse concurso Divino para ser escolhido?

 

Nossa Neshamá não poderia ter participado sendo que ela é diferente das almas dos povos do mundo.

 

Quem se parece com os povos do mundo?

 

Nosso corpo!

 

Ele foi escolhido !

 

O que ele ganhou com essa escolha? Ele ganhou santidade!

 

Quando cumprimos um Mandamento Divino ele recebe santidade! Nosso corpo se torna mais sagrado e refinado.

 

No futuro, quando ressuscitarmos, ele vai reluzir mais do que a Neshamá.

 

Essa Kedushá é a diferença causada por termos sido escolhidos.

 

Conclusão:

 

Agora nossa Neshamá faz nossa alma animal e nosso corpo cumprirem os mandamentos Divinos trazendo para eles Kedushá.

 

Na ressurreição essa kedushá se revela, nosso corpo ressuscita jovem, lindo e reluzente, e nosso mundo material se tornará um paraíso muito maior do que o alto paraíso.

 

Tudo isso no mérito da Torá e das Mitzvót que estamos cumprindo agora!

 

Então, vamos aproveitar essa oportunidade, estudar mais Torá e fazer mais Mitzvot!

 

Vamos pedir para Hashem mandar rápido o Mashia’h para cumprirmos todas as Mitzvót que ainda precisamos cumprir e podermos terminar todo esse nosso trabalho Divino com muita alegria!

 

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Ekev

Ekev

 

Na nossa Parashá está escrito:

 

וְאָכַלְתָּ וְשָׂבָעְתָּ וּבֵרַכְתָּ אֶת ה׳ אֱלֹקיךָ

 

Vea’halta Vessavata Uvera’hta et Hashem Elokei’ha”

 

Você vai comer até se satisfazer e depois disso você vai abençoar Hashem seu D’us.

 

Nosso primeiro patriarca, Avraham Avinu, costumava hospedar os viajantes em sua tenda, que pela descrição dos nossos Sábios teria o tamanho de pelo menos um quarteirão.

 

Essa enorme tenda tinha uma entrada em cada lado nos seus quatro lados, para facilitar o acesso à ela.

 

Na tenda de Avraham os hóspedes comiam e bebiam do bom e do melhor, e depois de terem comido e bebido, Avraham pedia à eles que agradecessem à Hashem (D’us) que “a Ele pertence a Terra e tudo o que ela contém”.

 

A terra pertence a Hashem (D’us) ou foi dada para nós?

 

A Guemará questiona o fato de dois versiculos do Tehilim aparentemente se contradizerem.

 

Um versículo (Tehilim 24/1) diz :

 

לה’ הָאָ֣רֶץ וּמְלוֹאָ֑הּ תֵּ֝בֵ֗ל וְיֹ֣שְׁבֵי בָֽהּ

 

LaHashem Haaretz Umloá, tevel veyoshvei ba

 

à Hashem pertence a Terra e tudo o que ela contém.

 

E o outro  versículo (Tehilim 115/16) diz:

 

 הַשָּׁמַיִם שָׁמַיִם לַה’ וְהָאָרֶץ נָתַן לִבְנֵי-אָדָם

 

Hashamaim, shamaim laHashem Vehaaretz Natan Livnei Adam:

 

Os céus, os céus são de Hashem (D’us) E a terra é a terra ele deu aos seres humanos.

 

E a própria Guemará responde:

 

O primeiro versículo está falando que a terra é de Hashem porque ainda não fizemos a Bra’há.

 

O segundo versículo que diz que a terra foi dada para nós está se tratando de quando já fizemos a Bra’há sobre o alimento.

 

Portanto, antes de fazer a Bra’há tudo pertence à Hashem,

 

E depois de falarmos a Bra’há aquilo que era de Hashem para a ser nosso.

 

Nossos Sábios nos ensinaram que aquele que tem proveito deste mundo sem falar uma Bra’há é como se estivesse roubando Hashem (D’us)  e o povo de Israel.

 

Daqui vemos a importância de uma Brahá e o poder que ela tem de trazer a  abundância do mundo de cima aqui para o nosso mundo.

 

Portanto se não a falamos a Brahá, impedimos a entrada da fartura que viria ao mundo e beneficiaria a nosso povo.

 

Então vamos caprichar nas Bra’hot, só temos a ganhar !

 

 

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A Mitzvá da Tefilá

Tefilá ❤️ As nossas rezas de cada dia
https://youtu.be/01nrpjXDOLU

 

 

A Mitzvá da Tefilá

 

De acordo com a Torá, a Mitzvá da Tefilá consiste em pedir para Hashem o que você precisa na hora que você precisa. Por exemplo: em uma hora de perigo, um dos 613 mandamentos da Torá é de rezar e pedir para Hashem nos salvar do perigo, e isso é um dos princípios da nossa fé.

 

O motivo desse princípio é de que por meio disso a pessoa vai saber, entender, e também se conscientizar de que Hashem sozinho dirige o mundo e toma conta de cada detalhe de cada uma das criaturas, e que somente Hashem tem a possibilidade de nos salvar, como escreveu o Rambam no quinto dos treze princípios da fé Judaica.

 

O fato de cada um de nós ser obrigado a cumprir o mandamento Divino da Tefilá por meio de pedir para Hashem o que precisamos na hora que precisamos, nos mostra que a Mitzvá da Tefilá não é direcionada especificamente à pessoas próximas de Hashem como Tzadikim mas sim à cada um de nós.

 

Quando precisamos de alguma coisa é uma Mitzvat Assé, Mandamento “Faça”, fazer nossos pedidos para Hashem. Por esse motivo, mesmo estando as mulheres liberadas de cumprir os mandamentos “faça” que tem um tempo determinado, as mulheres também são obrigadas a rezar, sendo que pela Torá o mandamento da reza não tem um tempo determinado.

 

Às vezes nosso pedido será aceito e nosso desejo realizado, e às vezes, para nosso próprio benefício material ou espiritual, nosso pedido não é aceito, mas como vimos anteriormente nunca podemos pensar isso na hora do pedido.

 

Isso se compara a alguém que manda seu pedido a um rei. Qualquer pessoa pode mandar para o rei um pedido, e mesmo sendo a pessoa mais distante dele, pode ser que o rei vai atender à seus pedidos porque condiz à natureza boa e piedosa do rei atender especificamente aos mais humildes e etc…

 

O fato de a pessoa estar mais próxima ou mais distante do rei só vai fazer diferença em relação à pedidos sobre assuntos públicos e de grande importância para o povo, mas em assuntos de necessidades particulares não faz diferença se a pessoa está mais próxima ou mais distante.

 

Dessa mesma maneira Hashem se relaciona às rezas que rezamos e aos pedidos que fazemos para Ele porque explicitamente Ele atende às rezas de cada pessoa e esse é o mandamento da reza pela Torá.

 

Nossos Profetas e Sábios no exílio da Babilônia viram que estávamos esquecendo o que precisamos e diminuindo a frequência em que deveríamos pedir, e fizeram para nós a Tefilá de 18 Brachot conhecida como “Shmone Esrei” ou Amidá como hoje se encontra no Sidur.

 

Os Sábios da Mishná conhecidos como Tanaim e os Sábios da Guemará conhecidos como Amoraim acrescentaram mais algumas rezas, seguidos pelos Sábios das gerações posteriores, até chegarmos ao Sidur que temos hoje.

 

Conclusão: Capriche nas rezas e não economize nos seus pedidos, você só tem a ganhar!

 

 

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Rezando por uma coisa e recebendo outra. Mas muito melhor

 

 

Rezando por uma coisa e recebendo outra melhor

 

Na nossa Parashá, Moshe Rabeinu conta que rezou 515 vezes pelo mesmo motivo, entrar na terra prometida!

 

Moshe pertencia à tribo de Levi que não iria receber uma parte da Terra Santa como as outras tribos, porque eles precisariam ter todo seu tempo livre para estudar Torá e assim poder ensinar a Torá à todo o nosso povo.

 

Portanto, o único motivo pelo qual Moshe Rabeinu queria tanto entrar na Terra Santa era para cumprir os Mandamentos Divinos que dependem dela, Mandamentos que podem ser cumpridos somente na terra de Israel.

 

Depois de ter feito 515 rezas pedindo isso, Hashem pede para ele não rezar mais sobre esse assunto e diz que ele não vai receber isso, mas sim algo muito melhor do que isso.

 

Diz o Ari Zal que Moshe se reencarna como Mashia’h e a geração dele como geração Gueulá. Diz o Rebe que essa geração é a nossa!

 

Pelo fato de Moshe ter concordado em parar de rezar para entrar na Terra Santa, vemos que com certeza o fato de ele se reencarnar como Mashia’h e a sua “geração do conhecimento” como “geração da Gueulá” foi realmente mais importante para ele do que entrar naquela época na terra de Israel e ele sozinho alcançar os maiores níveis espirituais, mas deixando sua geração para trás, Moshe não faria isso.

 

Às vezes nós rezamos e pedimos muitas e muitas vezes para Hashem nos dar algo, e no final não recebemos.

 

Nessa hora devemos nos lembrar que Hashem é a essência do bem e a natureza do bem é fazer o bem, e o amor que Hashem tem por cada um de nós é infinitamente maior do que o amor que temos pelos nossos próprios filhos

 

Sendo assim, se Hashem não nos deu o que pedimos, com certeza muito melhor do que isso Ele tem guardado para nós.

 

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Como rezar para sermos atendidos

 

Vaet’hanan

 

Na nossa Parashá, Moshe conta ao nosso povo que “rezou para Hashem (D’us) naquela hora” e usa a palavra Vaet’hanan se referindo à reza.

 

Rashi diz que a raiz da palavra Vaet’hanan é usada em todas as escrituras no sentido de pedir um presente sem precisar dar nada em troca, e explica:

 

Mesmo podendo os Tzadikim justificarem o atendimento de seus pedidos como merecimento à suas boas ações, mesmo assim, por humildade pedem para que Hashem atenda à seus pedidos sem olhar para seus méritos, pedem para que Hashem atenda à seus pedido de graça e não como pagamento pelas suas boas ações.

 

A primeira coisa que aprendemos aqui é a de não pensarmos nos nossos méritos na hora de rezarmos e fazermos nossos pedidos, porque o atendimento aos nossos pedidos é um presente que Hashem nos dá simplesmente pelo fato de termos pedido.

 

Diz o Midrash Rabá que o valor numérico da palavra Vaet’hanan é de 515 nos indicando o número de vezes que Moshe rezou por aquele mesmo motivo, fazendo aquele mesmo pedido novamente.

 

Daqui aprendemos que devemos pedir pedir e pedir, e se até Moshe Rabeinu que era o maior dos profetas pediu tantas vezes, quanto mais nós.

 

Quando estamos rezando precisamos ter segurança de que vamos ser atendidos e nunca devemos imaginar no meio da reza que talvez não sejamos atendidos. Isso porque a falta de fé enfraquece o efeito da reza.

 

Por isso, na hora que fazemos um pedido para Hashem (D’us) devemos acreditar com fé perfeita que nosso pedido vai ser atendido.

 

Mas caso aconteça de você não receber o que está pedindo no momento, saiba que quando isso acontece é sempre por motivos que são para o nosso bem. Bem revelado ou bem oculto.

 

E mesmo nesse caso, nossas rezas que aparentemente não serviram para o que queríamos, são automaticamente direcionadas para algo mais importante que muitas vezes nem sabíamos que estávamos precisando tanto daquilo.

 

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Rezando com alegria porque Hashem está sempre cuidando bem de nós

 

 

Rezando com alegria porque Hashem está sempre cuidando bem de nós ❤️🥰🌻

 

 

Nossa Parashá nos conta também que quando nosso povo planejou passar pelo monte Seir, terra de Edom, para chegar à terra prometida, D’us pede para Moshe dar uma ordem ao povo de Israel para comprar com dinheiro mantimentos dos Bnei Essav habitantes de Seir, e até pagar pela água que beberem.

 

O motivo para isso aparece imediatamente no próximo versículo: “ Porque Hashem seu D’us te abençoou em todos os trabalhos das suas mãos e proveu todas as suas necessidades na travessia desse grande deserto durante quarenta anos, Hashem seu D’us está te apoiando, não te falta nada!”

 

Isso foi dito à Moshe como uma ordem para ser repassada ao povo de Israel ! Quando o versículo diz que Hashem seu D’us te abençoou, está instruindo o povo para não ser ingrato dando a impressão de que eles são pobres e mal cuidados por Hashem, mas ao contrário!

 

Passem uma imagem de que vocês são ricos! (Rashi) A regra é : Quando somos gratos à D’us pelo que ele nos dá e demonstramos isso, fazemos com que ele nos dê verdadeiros motivos para agradecer.

 

Quando estamos alegres por saber que D’us sempre está cuidando bem de nós, fazemos com que D’us nos dê verdadeiros motivos para justificar essa alegria!😊

 

Rezando com alegria

 

O Baal Shem Tov nos conta que existem duas formas de rezar, uma com muita alegria e entusiasmo e outra com muito choro e amargor.

 

As duas formas são válidas mas a diferença entre elas é que, quando pedimos à D’us com alegria somos como um ministro fazendo um pedido ao Rei, mas quando pedimos com tristeza somos como um pobre fazendo um pedido ao Rei

 

Por ser assim no mundo espiritual consequentemente a natureza do mundo material é que: quando o pobre pede algo para o Rei ele pede com amargor e ganha um presente pequeno, mas quando o ministro pede algo para o Rei ele pede com alegria e ganha um presente grande

 

Por isso temos que rezar com muita alegria e entusiasmo como um ministro falando com o Rei.

 

Por que essa ordem em relação à Edom foi dada, se no final o povo de Israel não atravessou a terra de Edom e isso não aconteceu na prática?

 

Sendo que a Torá é eterna e seus ensinamentos são eternos, eles são válidos em qualquer época e em qualquer lugar, e o fato de essa travessia não ter acontecido na prática mas a ordem ter sido dada só vem reforçar o fato de essa ordem ter sido dada para nós, aqui e agora!

 

Então vamos mostrar para todos que D’us sempre está cuidando bem de nós e não se esquece de nós nem um único e mínimo instante!🌷🌷

 

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Mensagem da Parashá

Porque Moshe Rabeinu traduziu a Torá para setenta línguas se ninguém precisava dessa tradução?

 

 

 

O que fez Moshe em suas últimas cinco semanas de vida?

 

Nosso quinto livro da Torá, Devarim, é conhecido como Mishnê Torá, a revisão da Torá.

 

Seu conteúdo foi dito por Moshê ao povo judeu durante as cinco semanas finais de sua vida, enquanto o povo se preparava para entrar na Terra de Israel.

 

Moshe sabia que tinha os dias contados e pouquíssimo tempo de vida, e teria que se dedicar somente para fazer as coisas mais importantes.

 

Nesses dias ele estava traduzindo a Torá para setenta línguas para facilitar o estudo da Torá aos judeus, para dar mérito à judeus que só sabem falar outros idiomas, para tornar o acesso à Torá mais fácil.

 

Ele estava empenhado e dedicado para que pessoas que nem sabem falar a “Língua Santa” possam saber o motivo que D’us criou o mundo e o motivo pelo qual nós estamos aqui.

 

Moshe Rabeinu não só nos deu a Torá mas também mostrou para nós que ela é a coisa mais importante que existe no mundo !

 

Antes de falecer, Moshe Rabeinu começou a traduzir a Torá para setenta línguas.

 

Pelo fato de ele ter feito isso no final da sua vida no lugar de passar seus últimos momentos com a sua família vemos a extrema necessidade e importância dessas traduções.

 

Mas quando nos perguntamos para quem ele precisou fazer essas traduções não sabemos responder.

 

Se essas traduções foram feitas para o nosso povo, sabemos que mesmo estando no Egito durante 210 anos eles não mudaram seu idioma mas continuaram falando o hebraico clássico que era falado pelos nossos patriarcas e que vinha desde a criação do mundo.

 

Se essas traduções foram feitas para a “Erev Rav”, a “grande mistura” que era uma multidão de egípcios que saíram com o nosso povo de lá, seria o suficiente traduzir a Torá para a língua egípcia antiga.

 

Se essas traduções foram feitas para as pessoas que futuramente iriam se converter ao judaísmo elas seriam desnecessárias sendo que essas pessoas teriam que fazer parte de uma comunidade judaica e para isso teriam que falar a língua falada pela comunidade.

 

E na época de Moshe Rabeinu a única comunidade judaica que existia no mundo era o povo de Israel no deserto que em breve entraria na “terra prometida” transformando ela em “Terra Santa” e fazendo do hebraico clássico sua língua oficial.

 

Portanto qualquer pessoa que quisesse se converter ao judaísmo e consequentemente viver na comunidade judaica teria que aprender o hebraico clássico, a língua do único lugar do mundo onde se encontrava absolutamente toda a comunidade judaica.

 

Sendo assim, aparentemente não havia nenhuma necessidade de traduzir a Torá para setenta línguas na época de Moshe Rabeinu.

 

Somente 810 anos depois de Moshe quando nosso povo foi exilado para a Babilônia e trocou sua língua oficial para o aramaico surgiu a necessidade de traduzir a Torá.

 

A tradução para o aramaico foi feita por Unkelus, o sobrinho do imperador romano Titus que destruiu o segundo Beit Hamikdash.

 

O próprio Unkelus tinha se convertido ao judaísmo e traduziu a Torá para o aramaico sendo que a tradução que Moshe Rabeinu Rabeinu fez no final da sua vida não tinha chegado até aquela época.

 

O próprio Moshe Rabeinu sabia que as traduções da Torá que ele fez não chegariam até a época de Unkelus, sendo que a Torá é repassada de pai para filho no idioma falado pelos pais e pelos filhos.

 

D’us criou o mundo na Língua Santa que é o hebraico clássico

 

No sexto dia da criação, Adam e Havá (Adão e Eva) foram criados já falando hebraico clássico, e essa foi a língua do mundo inteiro até a Torre de Bavel.

 

Todas as pessoas naquela época tinham uma única língua que era o hebraico e juntos fizeram uma torre que chegaria até acima das nuvens para provar cientificamente que D’us não existe.

 

Foi necessário um grande milagre para que a união de todos com o objetivo de fazer o mal terminasse.

 

D’us mandou para eles o anjo Gavriel que fez com que eles começassem a falar setenta línguas diferentes que deram origem à absolutamente todas as línguas do mundo fora o aramaico e o árabe.

 

O milagre das setenta línguas fez com que aquelas pessoas se espalhassem pelo mundo e dessem origem à setenta povos diferentes que são a origem de todos os povos de hoje

 

Uma parte da humanidade, provavelmente a pequena parte que não havia participado da construção da torre de Bavel, continuou falando hebraico.

 

O hebraico mal falado virou o aramaico e o aramaico mal falado virou o árabe

 

Sendo assim, a primeira vez que o nosso povo precisou realmente de uma tradução da Torá foi pelo menos 810 anos depois de Moshe Rabeinu.

 

Então voltamos à nossa pergunta inicial, porque Moshe Rabeinu gastou o precioso tempo do final da sua vida traduzindo a Torá para setenta línguas, tradução aparentemente desnecessária e que jamais foi usada?

 

Continua amanhã….

 

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Mensagem da Parashá

A tradução da Torá pelo próprio Moshe Rabeinu

A tradução da Torá para setenta idiomas

 

Está escrito na nossa Parashá: “E foi no quadragésimo ano, no décimo primeiro mês, no primeiro dia do mês, começou Moshe a explicar esta Torá dizendo…”.

 

Dizem nossos Sábios, como traz Rashi, que Moshê explicou a Torá em setenta línguas diferentes.

 

Porque Moshê precisaria explicar a Torá em setenta idiomas?

 

Rabi Moshe bem Na’hman, o Ramban, nos ensinou que a Torá, as Profecias e todas as Escrituras Sagradas foram ditas na “Língua Santa”

 

Ou seja, no hebraico clássico, que é o idioma Divino no qual Hashem (D’us) falou com Moshe e com os Profetas.

 

Sendo que a Torá é a “Torá de Hashem”, Hashem “nos deu Sua Torá “, aparentemente o estudo da Torá deveria ser somente na “língua Divina”, a “Língua Santa”.

 

A definição de Torá “escrita” é : Nenhuma letra a menos e nenhuma letra a mais, mas exatamente como foi dada por Hashem (D’us), e por esse motivo a leitura do Sefer Torá na Sinagoga é considerado estudo e temos que dizer uma Bra’há (Benção) com nome de Hashem mesmo que o Judeu que está dizendo a Bênção não entende o que está lendo, e muitas vezes não entende nem a tradução da Benção.

 

Talvez por isso poderíamos dizer que a leitura da Torá escrita em qualquer ocasião só poderia ser feita na “língua Santa”, idioma no qual ela foi dada por Hashem (D’us)!

 

E não somente isso, mas até em relação às explicações da Torá, chamadas de “Torá Oral”, mesmo que aparentemente dependem somente do nosso entendimento, e se não entendemos a Torá Oral não cumprimos a Mitzvá de estudá-la, mesmo assim a Hala’há é que “pensamento não é fala” e para cumprir a Mitzvá devemos falar a Torá Oral

 

E novamente poderíamos pensar que só cumprimos essa Mitzvá falando a Torá Oral na “língua Santa”.

 

E algumas leis que recaem sobre “falar” palavras de Torá são vigentes também em relação a Torá Oral, como a proibição de falar palavras da Torá sem roupas e também o fato de não podermos fazer uma Bênção sobre a Torá que vamos pensar mas somente sobre a que vamos falar.

 

Ainda mais, sendo que a “Torá Oral” também é de Hashem (D’us), poderíamos dizer que a classificação de “Estudo de Torá” só recaísse sobre a Torá Oral quando fosse dita na língua falada por Hashem (D’us), na língua Santa.

 

Essa foi a ação de Moshe Rabeinu na nossa Parashá.

 

Por meio de ter explicado a Torá em setenta línguas, a partir daí recai o nome “Torá” sobre assuntos de Torá estudados pelo povo de Israel em outras línguas mesmo não sendo essa a língua que D’us deu a Torá

 

Fazendo com que recaia sobre ela a classificação de “Torá” a tal ponto que quando falamos assuntos de Torá em outras línguas estamos falando verdadeiras “Palavras da Torá” e se torna proibido falarmos elas antes de dizer a “Bênção da Torá”, e nem precisamos dizer que é proibido falar assuntos de Torá em qualquer idioma se não estivermos vestidos

 

A iniciativa que teve Moshe na nossa Parashá foi incentivada pela própria Torá que usa algumas palavras nas línguas dos outros povos, como por exemplo “Yegar Sahaduta” , “Totafot” e etc.

 

O Midrash Tan’huma nos conta que até a primeira palavra dos Dez Mandamentos, Ano’hi (Eu) que engloba todos os mandamentos positivos da Torá é uma palavra retirada da língua egípcia antiga

 

O motivo que essas palavras fazem parte da Torá que é toda de Hashem é para que recaia a santidade da Torá sobre essas palavras e por meio disso as línguas dos povos se tornam refinadas para que se possa “repassar” a Torá por meio delas .

 

Isso acontece nos idiomas atuais também. O que a Torá fez em curta escala somente indicando que isso é possível, e Moshe Rabeinu fez em larga escala, traduzindo toda a Torá para setenta línguas, aparentemente foi uma dica para a nossa situação atual.

 

Surgiram novas línguas, todas derivadas daquelas setenta, e nós somos os que estão refinando esses novos idiomas quando repassamos a Torá por meio deles.

 

Na torre de Bavel aconteceu um milagre que deu origem a setenta línguas e delas saíram todos os idiomas que existem hoje.

 

Sabemos que a “Língua Santa”, que por meio dela Hashem (D’us) criou o mundo, foi falada por Adam e Havá (Adão e Eva) e continuou sendo falada por pessoas de cada geração também depois da torre de Bavel.

 

A maior prova disso é que o Povo de Israel que desceu para o Egito não mudou a sua língua que era a mesma desde a criação do mundo.

 

O Tossfot Yom Tov nos conta que o Hebraico antigo que foi a primeira língua existente no mundo. Ela deu origem ao aramaico e o aramaico ao árabe.

 

Poderíamos pensar, será que o aramaico, sendo que é um derivado da “Língua Santa” já vem com a santidade do”Idioma Divino”?

 

A Torá nos dá a dica: Está escrito: “Yaakov chamou aquele lugar de “Gal Ed” e Lavan de “Yegar Sahaduta” ou seja, tanto os idiomas derivados da “Língua Santa” quanto os derivados das outras línguas são o idioma de “Lavan o Arameu” e precisam ser refinados pela Torá !

 

O motivo que isso teve que ser feito especificamente por Moshe Rabeinu é porque todos os assuntos da Torá foram dados para o povo de Israel por meio de Moshe , “Moshe recebeu a Torá no Sinai”, a tal ponto que disseram nossos Sábios :-“Tudo que um aluno experiente vai inovar já foi dado para Moshe no Sinai”

 

Por isso também que o fato de os assuntos de Torá ditos nas setenta línguas também serem chamados de “Torá” teria que ser revelado pelo próprio Moshe Rabeinu.

 

Porque Moshe pediu para o povo de Israel escrever a Torá nas pedras em setenta línguas?

 

Fora o fato de Moshe ter explicado oralmente a Torá em setenta línguas, Moshe e os anciãos de Israel pediram ao povo que no dia em que atravessassem o rio Jordão erguessem pedras grandes e escrevessem nelas todas as palavras desta Torá nessas setenta línguas, cada uma nas suas letras, como nos contou o grande Tzadik Rabi Moshe bem Maimon, o Rambam, que a Torá foi escrita naquelas pedras com as letras de cada idioma.

 

Vemos aqui que Moshe Rabeinu conseguiu fazer com que não haja diferença entre traduzir a Torá oralmente para as setenta línguas e escrever ela em setenta línguas, nos dois casos ela se tornou considerada “Torá” com toda a devida santidade relacionada a ela.

 

Por esse motivo Moshe também teve que traduzir oralmente a Torá e também pedir para que ela fosse escrita na escrita de cada povo.

 

Duas obras distintas, uma para que recaia a santidade da Torá sobre a língua dos povos, e a outra para que essa santidade recaia também sobre a escrita dos povos.

 

Ou seja, para que os livros com assuntos de Torá escritos nas letras dos setenta idiomas também sejam chamados de Livros Sagrados, “Sifrei Kodesh”, e devam ser cuidados com o mesmo respeito que damos aos livros escritos na “Língua Santa”

 

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Mensagem da Parashá

Matot – Mass’ei

Matot

 

Nossa Parashá nos conta que quando alguém faz uma promessa ou um juramento que não consiste em uma coisa proibida pela Torá, ele tem a obrigação de cumprir com a sua palavra.

 

Por isso o ideal é sempre dizer “Bli Neder” (sem promessa) quando prometemos alguma coisa, para deixar claro que não estamos fazendo uma promessa ou um juramento.

 

Porque uma promessa de fazer algo que a Torá proíbe não é levada em conta e continuamos proibidos de fazer aquilo que a Torá nos proibiu?

 

Simples: Sendo que um juramento não tem a capacidade de anular outro, e nossa Alma (que somos nós próprios) antes de descer para o corpo já jurou lá em cima que vai cumprir todos os mandamentos Divinos, consequentemente um juramento de fazer algo contra a vontade Divina não é válido.

 

Mesmo que pela Torá é permitido jurar, nossos Sábios recomendam não fazer juramentos ou promessas.

 

Então, lembre-se : quando prometer alguma coisa, NUNCA se esqueça de falar “Bli Neder.

 

🌻🌻🌻🌻

 

Mass’ei

 

Nossa Parashá nos conta que alguém que matou uma pessoa acidentalmente também é chamado de assassino.

 

O “Assassino sem intenção” não é condenado à morte como o assassino com intenção, mas recebe um castigo de exílio em uma cidade de refúgio que foi feita para esse fim e que geralmente era habitada pela tribo de Levi que não tinha terra própria.

 

O castigo dele era ficar lá até o Cohen Gadol (sumo sacerdote) falecer, e o versículo diz que “depois da morte do Cohen Gadol o assassino pode voltar à sua terra”.

 

Surge a pergunta:

 

Porque a Torá continua chamando ele de assassino se de acordo com a própria Torá depois da pessoa ter recebido o castigo neste mundo sua transgressão é apagada no tribunal Divino ?

 

No começo ele é chamado de assassino porque a regra da Torá é que coisas boas acontecem por meio de pessoas boas, e coisas ruins por meio de pessoas ruins.

 

O fato de a morte acidental ter acontecido por meio dele justificou o adjetivo assassino.

 

Depois que ele cumpriu sua pena de exílio e se tornanou por meio disso um Tzadik, a Torá diz que “Depois que morrer o Cohen Gadol, o assassino pode voltar para a terra da sua herança”.

 

A linguagem é estranha! Porque a Torá continua chamando ele de assassino mesmo depois de ele ter cumprido sua pena?

 

Assassinato por falta de reza

 

A Guemará em Macot 11b nos conta que o Cohen Gadol na função de sumo sacerdote deveria rezar para que esses acidentes não acontecessem, e o fato de ter acontecido demonstra que o Cohen esqueceu de rezar para isso.

 

Assassinato por meio de reza

 

A consequência automática disso é uma reza contrária, o exilado reza para que o Cohen Gadol morra rápido para que ele possa sair do exílio e voltar para a sua família.

 

Por isso ele é chamado novamente de assassino, por ter causado a morte do Cohen Gadol por meio de suas rezas, nos ensinando que uma reza não só que pode salvar alguém mas pode também matar alguém.

 

Anulando uma reza assassina

 

A mãe do Cohen Gadol levava para esses exilados roupas e comida para que eles não desejassem o mal da sua família, e esse era o jeito dela de anular essa propensão de reza.

 

Ou seja, depois que ele recebeu dela roupas e comida, ele só iria desejar o bem dela e dar todas as bênçãos para essa família.

 

Conclusão : sempre temos que rezar e pedir pelas pessoas próximas a nós para que nada de ruim aconteça por meio delas e também sempre ajudar à quem está ligado à nós para que todos sempre desejem o nosso bem.

 

🌻🌻🌻🌻

 

Quarenta e duas viagens

 

Nosso povo fez quarenta e duas viagens entre a saída da escravidão no Egito e a milagrosa entrada na “Terra Prometida”.

 

O que há por trás das quarenta e duas viagens que nos dá a obrigação de nos lembrarmos delas todos os anos quando lemos Parashat Mass’ei na Torá ?

 

O Baal Shem Tov nos revelou que cada um de nós tem um itinerário de viagens planejado lá de cima para percorrer durante sua vida.

 

A Torá nos conta sobre quarenta e duas viagens que o povo de Israel teve que fazer entre a saída do Egito e a chegada à terra de Israel.

 

Diz o Baal Shem Tov que o objetivo dessas viagens era para elevar pequenas “Revelações Divinas”, que chamaremos de “Centelhas Divinas”.

 

Quando damos um exemplo sobre a Revelação Divina comparamos ela à uma grande Luz, por isso essas pequenas revelações são comparadas à pequenas centelhas.

 

O objetivo dessas 42 viagens era fazer um “Tikun”, uma “reparação”, um conserto espiritual nesses lugares por onde eles passaram que consistia em elevar essas “Centelhas Divinas”.

 

Em cada lugar eles acamparam, mas ficaram somente o tempo necessário para fazer o “Tikun” e elevar as “Centelhas Divinas” daquele lugar.

 

O Baal Shem Tov diz que cada um de nós tem um circuito de viagens pré destinadas durante toda a sua vida.Tudo é pré determinado até os pequenos detalhes.

 

Onde vai morar, onde vai trabalhar, para onde vai viajar, onde vai passar uma semana, onde vai passar um ano, onde vai morar mais ou menos tempo.

 

Um detalhe interessante é que tanto no lugar onde o povo de Israel acampou por um só dia quanto no lugar onde eles acamparam por dez anos eles montaram o Mishkan, nosso Templo Móvel, como se fossem ficar lá a vida inteira.

 

Nos ensinando que mesmo sabendo que Mashia’h pode chegar hoje, mesmo assim devemos nos comportar de maneira natural como se tivéssemos que ficar aqui a vida inteira.

 

Nossas viagens

 

Somos chamados de Sefaradim que eram os Judeus árabes da península Ibérica, somos chamados de Ashkenazim que eram os Judeus europeus da Alemanha antiga.

 

Mesmo que a palavra Sefarad se refere ao espaço geográfico da península Ibérica, nossos avós não vieram da Espanha mas sim de países Árabes.

 

Somos Sefaradim só de nome, e a prova disso é que tanto em Portugal quanto na Espanha já não haviam comunidades judaicas nos últimos quinhentos anos.

 

E mesmo que a palavra Ashkenaz se refere a Alemanha antiga, a grande maioria dos judeus Ashkenazim não veio da Alemanha, mas sim da Europa oriental.

 

Ou seja, na Síria e no Líbano sabíamos que éramos Sefaradim, portugueses ou espanhóis, mas não libaneses.

 

Nenhum de nós pertencia nem mesmo ao próprio país de onde vinha, demonstrando explicitamente a locomoção do nosso povo.

 

Ninguém mais pode voltar para a Síria ou para o Líbano nem para visitar, e ninguém vai querer morar na Polônia ou na Romênia que no passado foram comunidades judaicas enormes.

 

Os Judeus que foram expulsos de Recife em 1654 fundaram Nova York e eram chamados de Sefaradim, em 1824 Judeus vindos do Marrocos fundaram a Sinagoga de Belém e também eram chamados de Sefaradim.

 

Temos uma aparência européia ou árabe, mesmo sendo Judeus brasileiros, e essa é a marca registrada de que somos turistas em qualquer país onde vivemos, estamos aqui fazendo um “trade travell”, um “turismo de negócios”!

 

Pensamos que tudo o que fazemos estamos fazendo para nós próprios, mas na realidade por trás de tudo está Hashem (D’us) causando nossas mudanças para que possamos elevar essas “Centelhas Divinas” espalhadas pelo mundo.

 

E assim fazemos todos os consertos, ”Tikunim”, que nossa Alma precisa fazer nesse mundo em um limite de viagens pré determinado.

 

Achamos que conseguimos um emprego melhor e subimos na vida, depois abrimos nosso próprio negócio e vamos para a China ou para a Índia comprar mercadoria.

 

Voltamos para cá para vender a mercadoria e pensamos que somos espertos e lucramos!

 

Mas simplesmente é Hashem (D’us) que está causando tudo isso para que cada um possa elevar a sua parte do mundo, a parte que está na sua responsabilidade.

 

Por isso que sobre a saída do Egito está escrito que quando saímos do Egito deixamos o Egito como uma armadilha sem isca ou como as fossas oceânicas que não tem peixes.

 

Ou seja, tiramos do Egito a “isca” espiritual que nos atraiu para lá que na verdade eram 210 “Centelhas Divinas” que elevamos lá, e o mesmo estamos fazendo aqui e agora!

 

Está esclarecido nos livros sagrados que como consequência da “Quebra dos receptáculos”, conceito cabalístico que se refere a um fenômeno espiritual acontecido antes da criação do mundo, caíram 288 Nitzutzot, “Centelhas Divinas” nesse nosso mundo material chamado pela Kabala de “o mundo do conserto”.

 

Nos anos da fome, na época em que Yossef era o vice rei do Egito antigo, pessoas de todas as terras trouxeram ao Egito dinheiro em forma de ouro, prata e etc, e com esse dinheiro compraram trigo e mantimentos.

 

E assim, por meio desse dinheiro, Yossef o Tzadik reuniu no Egito essas Nitzutzot para que o povo de Israel pudesse elevá-las posteriormente.

 

E realmente assim aconteceu. A maior parte delas se elevou, como está escrito “e também erev rav”.

 

A palavra “rav” tem o valor numérico de 202 representando 202 Nitzutzot matrizes.

 

Sobraram ainda 86 Nitzutzot cujo valor numérico é equivalente a um dos nomes de D’us, “Elokim”, e também à palavra “natureza”, indicando que esse nome se refere à revelação Divina dentro da natureza, ou seja, milagres revestidos em assuntos naturais.

 

A pergunta é: como em 210 anos no Egito elevamos 202 Nitzutzot e desde lá até hoje se passaram 3.337 anos e ainda não terminamos de elevar essas poucas 86 Nitzutzot que sobraram.

 

Está esclarecido nos livros de Hassidut e Kabalá que são os livros do lado oculto da Torá oculta que depois da saída do Egito, aqueles poucos 86 Nitzutzot se ramificaram, se dividiram em milhões de ramificações, e por isso em todos os exílios pelos quais passamos e estamos passando, de uma maneira geral nos locomovemos atrás das “partículas” dessas “Centelhas Divinas” em todo o mundo.

 

No começo nossa locomoção era no oriente médio e no norte da África, na continuação nossa principal locomoção foi na Europa e agora nós espalhamos por todos os continentes.

 

Já não precisamos viajar para a China para elevar os Nitzutzot que estão lá, mas por meio da importação de produtos “Made in China” os Nitzutzot chegam até nós (como chegaram para Yossef no Egito) em forma de roupas, outros produtos e etc.

 

O Rebe de Lubavitch nos contou que já terminamos o trabalho do refinamento, esse trabalho de elevar os Nitzutzot, terminamos de maneira geral, mas ainda deve ter sobrado para cada um de nós alguma coisinha pequena personalizada para elevarmos. E então imediatamente chega o Mashia’h que estamos tanto esperando já há dois mil anos

 

Shabat Shalom

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você

 

www.RabinoGloiber.org

 

Mensagem da Parashá

Assassinato por falta de reza, assassinato por meio de reza, anulando uma reza assassina

Essa semana lemos Parashat Matot e também Parashat Mass’ei.

 
Parashat Mass’ei nos conta que alguém que matou uma pessoa acidentalmente também é chamado de assassino.

 

O “Assassino sem intenção” não é condenado à morte como o assassino com intenção, mas recebe um castigo de exílio em uma cidade de refúgio que foi feita para esse fim e geralmente era habitada pela tribo de Levi que não tinha terra própria .

 

O castigo dele era ficar lá até o Cohen Gadol (sumo sacerdote) falecer e o versículo diz que “depois da morte do Cohen Gadol o assassino pode voltar à sua terra”.

 

Surge a pergunta: Porque a Torá continua chamando ele de assassino se de acordo com a própria Torá depois da pessoa ter recebido o castigo neste mundo sua transgressão é apagada no tribunal Divino ?

 

No começo ele é chamado de assassino porque a regra é que coisas boas acontecem por meio de pessoas boas e coisas ruins por meio de pessoas ruins.

 

O fato de a morte acidental ter acontecido por meio dele justifica o adjetivo assassino.

 

Depois que ele cumpre sua pena se tornando por meio disso um Tzadik, diz a Torá: “Depois que morrer o Cohen Gadol voltará o assassino para a terra da sua herança”.

 

A linguagem é estranha! Porque a Torá continua chamando ele de assassino mesmo depois de ele ter cumprido sua pena?

 

Assassinato por falta de reza

 

A Guemará em Macot 11b nos conta que o Cohen Gadol na função de sumo sacerdote deveria rezar para que esses acidentes não acontecessem, e o fato de ter acontecido demonstra que o Cohen esqueceu de rezar para isso.

 

Assassinato por meio de reza

 

A consequência automática disso é uma reza contrária, o exilado reza para que o Cohen Gadol morra rápido para que ele possa sair do exílio e voltar para a sua família.

 

Por isso ele é chamado novamente de assassino, por ter causado a morte do Cohen Gadol por meio de suas rezas, nos ensinando que uma reza não só que pode salvar alguém mas pode também matar alguém.

 

Anulando uma reza assassina

 

A mãe do Cohen Gadol levava para esses exilados roupas e comida para que eles não desejassem o mal da sua família e esse era o jeito dela de anular essa propensão de reza.

 

Ou seja, depois que ele recebeu dela roupas e comida ele só iria desejar o bem dela e dar todas as bênçãos para essa família.

 

Conclusão : sempre temos que rezar e pedir pelas pessoas próximas a nós para que nada de ruim aconteça por meio delas e também sempre ajudar à quem está ligado à nós para que todos sempre desejem o nosso bem.

 

Rabino Gloiber 
Sempre correndo
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