Nossa Parashá


Aharei Mot

Nossa Parashá começa nos contando sobre os dois filhos de Aharon que faleceram por terem entrado com um “fogo estranho” na parte mais sagrada do Mishkan

 

A Parashá termina nos ensinando que existe uma situação em que a Terra Santa “vomita” seus habitantes devido ao comportamento deles em relação a “casamentos” e a santidade daquele lugar

 

Existe uma ligação entre esses dois assuntos que fazem parte de uma mesma categoria, mas em níveis diferentes

 

Quando Hashem (D’us) nos deu a Torá no Monte Sinai, pediu para Moshe avisar nosso povo para não subir naquela montanha e nem tocar nela enquanto estivesse acontecendo lá a entrega da Torá

 

A linguagem do versículo naquele caso é de que todo aquele que tocar em qualquer parte daquela montanha, mesmo em sua parte mais extrema, vai falecer

 

E também os animais deveriam ser impedidos de pastar no Monte Sinai no momento da entrega da Torá, porque eles morreriam também se estivessem naquele momento naquele local

 

A Torá nos conta mais adiante que Nadav e Avihu, os dois filhos de Aharon que faleceram por terem entrado no Mishkan com o “fogo estranho”, eram pessoas muito elevadas espiritualmente como o próprio Moshe diz ao seu irmão Aharon que Nadav e Avihu estavam em um nível superior ao deles

 

O “fogo estranho era o incenso feito de acordo com a Torá, mas esse trabalho deveria ter sido feito pelo pai deles, por Aharon que era o sumo sacerdote, e não pelos seus dois filhos, por uma pessoa e não por duas

 

Mas o fato de o Midrash ter nos contado que eles faleceram por ter entrado no Mishkan bêbados já nos ensina que o fato de eles terem entrado no Mishkan com o incenso no lugar de Aharon não justificaria a morte deles

 

Sendo assim, é óbvio que o motivo do falecimento deles naquela ocasião não tinha relação com o nível espiritual deles, que era elevado o suficiente

 

Pelo fato de Moshe ter avisado os Cohanin para não entrarem “bêbados” no Mishkan, surge a possibilidade de eles terem bebido muito vinho antes de terem entrado lá, e pode ser que foi isso o que causou a morte deles

 

Essa hipótese trazida pelo Midrash é vista como uma lição de moral, mas não é a prova de que esse foi o motivo verdadeiro, sendo que em relação à conduta moral  Nadav e Avihu estavam dentro dos padrões e não havia nenhuma base para suspeitar de alguma conduta negativa em relação à eles

 

Também o fato de não ter sido possível encontrar vinho naquele lugar nos leva a conclusão de que o Midrash está usando essa hipótese como lição de moral, mas não como prova de que o motivo do falecimento deles foi esse

 

Então qual foi o motivo real da morte de Nadav e Avihu

 

A Torá nos conta que no momento da entrega da Torá Hashem (D’us) chamou Moshe para subir na montanha, dando à ele por meio desse chamado uma proteção especial para que ele pudesse presenciar a intensidade da revelação Divina sem que sua Alma deixasse seu corpo

 

Mas qualquer pessoa ou animal que tocasse naquela montanha naquele momento, mesmo que fosse somente no extremo da montanha, a Alma sairia do corpo devido ao nível da revelação Divina que estava acontecendo lá

 

Depois da entrega da Torá, a revelação Divina deixou definitivamente o Monte Sinai

 

O Monte Sinai voltou a ser uma montanha como qualquer outra, e não haveria mais nenhum problema para os pastores com seus animais subirem até o ponto mais alto dela, e eles já poderiam fazer isso sem que nada acontecesse

 

Aprendemos daqui que quando a revelação Divina paira sobre um lugar, todo o tempo que ela se encontra lá, nem as pessoas e nem os animais conseguem manter as almas nos corpos a não ser que ele seja chamado para, lá como foi o caso de Moshe Rabeinu no Monte Sinai na hora em que a presença Divina pairou sobre ele

 

Quando o Mishkan, nosso “Templo-móvel” foi construído no deserto, a revelação Divina pairou sobre ele se revelando na sua parte mais sagrada chamada de “Kodesh HaKodashim”

 

O sinal de que a revelação Divina pairou sobre o Mishkan foi o mesmo que aconteceu no Monte Sinai, a nuvem baixou sobre ele

 

A regra em relação ao Mishkan foi a mesma que no monte Sinai. Quando a nuvem pairava sobre o Mishkan mostrando claramente que a revelação Divina estava acontecendo lá, Moshe era chamado para o Mishkan e Hashem (D’us) falava com ele. Se Moshe não fosse chamado ele não iria lá por si só,

 

Por outro lado, Aharon e seus filhos faziam parte da estrutura do Mishkan. Ou seja, o Templo-móvel tinha os seus sacerdotes que eram Aharon e seus filhos, e por isso está escrito em relação à entrada no Kodesh HaKodashim “o estranho que entrar vai falecer. E quem está na categoria de estranho

 

A Guemará nos conta que certa vez alguém estava passando por trás de uma Sinagoga, escutou do lado de fora uma descrição sobre as roupas do Cohen, entrou na Sinagoga e perguntou :- Quem vai vestir essas roupas? :- O Cohen Gadol, respondeu o professor

 

A pessoa que não era judeu tomou uma decisão consigo próprio: – vou me converter ao judaísmo com a condição de ser o Cohen Gadol

 

Chegou ao tribunal rabínico onde se encontrou com Shamai, que ouvindo esse argumento concluiu que a pessoa não tinha uma boa intenção

 

Mas aquela pessoa não desistiu e foi procurar o outro grande Rabino da época que se chamava Hilel. Hilel fez para ele um curso de Cohen Gadol

 

Quando chegaram nesse assunto de “o estranho que se aproximar vai morrer” a pessoa perguntou:- Quem é considerado “estranho” em relação ao “Kodesh HaKodashim”

 

Até David, o rei de Israel que também era a pessoa mais elevada espiritualmente da sua geração e também a mais rica e poderosa, nada disso adiantaria em relação ao “Kodesh HaKodashim”, e se ele entrasse lá ele morreria como qualquer outro

 

Aquela pessoa descobriu que não poderia ser Cohen Gadol e se tornou um bom judeu

 

Nadav e Avihu não estavam na classificação de “o estranho que se aproximar vai morrer” sendo que eles eram Cohanin, eles eram os sacerdotes

 

Mesmo assim, a permissão para eles entrarem lá era restrita aos trabalhos específicos que deveriam fazer. Incluindo detalhes como roupas específicas para eles poderem trabalhar lá

 

Cada ação no nosso mundo material tem uma sincronização com o mundo espiritual, e de acordo com essa sincronização acontece uma reação

 

O Cohen, por meio do seu trabalho, sincroniza entre o mundo de baixo e o mundo de cima, trazendo para cá fartura e abundância

 

Isso acontece por meio da sincronização entre as Dez Sefirót lá em cima. A fartura e abundância lá de cima é repassada por meio da Sefirá chamada de Yessod para a Sefirá chamada de Mal’hut, a Mal’hut transforma a abundância espiritual em bens materiais

 

Um exemplo para isso é uma mãe que após comer um jantar de Shabat completo, com vinho, pão, peixe e saladas, carne com batata, sucos e sobremesa, transforma em seu corpo tudo isso em leitinho para o nenê

 

Se ela desse todo esse jantar de Shabat para o nenê do jeito que foi oferecido para ela, o nenê simplesmente morreria de fome. Não por causa da qualidade desses alimentos, mas por causa da incapacidade do nenê em relação a esse nível de alimentação

 

Então a mãe come toda essa comida, transforma ela em leitinho e depois dá de mamar para ele. Assim o nenê cresce saudável

 

Dessa maneira a Sefirá chamada de Mal’hut transforma a fartura e abundância espiritual em bens materiais. Mas para que o repasse dessa fartura do Yessod para o Mal’hut aconteça, nós precisamos merecer

 

E aí entra o trabalho do Cohen. Ele faz o trabalho Divino nos representando como se cada um de nós estivesse lá fazendo esse trabalho junto com ele. Esse trabalho é feito totalmente em sincronização com as forças ocultas espirituais

 

Quando Moshe Rabeinu trouxe as dez pragas para o Egito, ele teve que fazer ação material que causasse a reação espiritual para cada uma das dez pragas separadamente

 

Na primeira praga, quando Hashem (D’us) pediu para ele dar uma cajadada no Rio Nilo, Moshe respondeu que não vai poder dar essa cajadada porque esse rio salvou a sua vida quando sua mãe o colocou lá em uma cestinha

 

Hashem não cancelou a ordem da cajadada para trazer a praga, mas pediu para Moshe pedir ao seu irmão Aharon para ele dar essa cajadada

 

Porque para trazer algo lá de cima precisamos fazer uma ação nesse mundo material para que aconteça a reação no mundo superior

 

E essa ação precisa ser de acordo com os detalhes da ordem Divina que no caso da primeira praga foi a cajadada

 

No caso da praga dos piolhos, Hashem pediu para Moshe jogar a terra do Egito para o alto. Moshe novamente se desculpou de não poder fazer isso sendo que aquela terra o ajudou quando ele salvou um judeu de ser assassinado por um soldado egípcio

 

Novamente Hashem não cancelou essa ação, mas pediu para Moshe pedir à seu irmão Aharon para ele fazer esse ato material de jogar a terra do Egito para cima e assim começou a praga dos piolhos

 

Se Aharon tivesse invertido a ordem Divina e tivesse jogado a água do Rio Nilo para cima e dado uma cajadada na terra, nada aconteceria

 

E assim é o trabalho dos nossos Cohanin que são os nossos sacerdotes. Cada trabalho tem que ser feito da maneira correta, e se não for feito da maneira correta a sincronização não acontece e nada de bom desce para baixo

 

Sendo que é permitido para o cohen entrar no Mishkan e ele não está na classificação de “o estranho que entrar vai falecer”, e se o trabalho dele não for feito certo ele não traz as bênçãos celestiais para nós, o fato de Nadav e Avihu terem falecido ainda precisa de uma explicação

 

Por isso, dia o Zohar, o motivo que restou foi o fato de eles não terem se casado

 

E por esse motivo, quando a Torá se refere a pessoa que vai fazer o korban, o sacrifício, ela usa a palavra Adam

 

Quando Hashem criou o ser humano, diz o Zohar, ele fez uma pessoa que era um lado homem e o outro mulher. Essa pessoa foi chamada de Adam

 

Hashem fez Adam adormecer profundamente, separou entre os dois lados, e assim surgiu Hava, a Eva da Torá

 

(A estória de que D’us criou a mulher da costela não tem fonte judaica)

 

Por isso Nadav e Avihu faleceram, diz o Zohar, eles eram somente “meio corpo”. Cada um deles era “meio corpo”, e mesmo assim eles decidiram fazer o trabalho mais sagrado de todos os trabalhos do Mishkan

 

E por causa do contraste entre a fraqueza de eles serem “meio corpo”, de não serem casados, e a intensidade do Ketoret, do trabalho de trazer o incenso para o Kodesh HaKodashim que deveria ter sido feito pelo pai deles, eles faleceram

 

E por isso, diz Rabi Aba no Zohar, pelo fato de eles serem “meio corpo” e terem feito o mais importante de todos os trabalhos do Mishkan, por isso eles faleceram

 

Mas se eles fossem casados ou se tivessem feito outro trabalho do Mishkan que não fosse esse, não teriam falecido

 

Nossa Parashá começa nos contando os procedimentos tomados depois que faleceram os dois filhos de Aharon, e termina nos contando sobre as relações íntimas proibidas

 

Nos revelando por meio disso que de acordo com o nosso comportamento a Terra Santa pode chegar ao extremo de “Vomitar os seus habitantes como vomitou os povos que estavam lá antes de nós” por terem tido essas relações íntimas proibidas

 

Daqui aprendemos que da mesma maneira que aqueles povos foram tirados da nossa terra por meio de sete anos de guerra que fizemos com eles, nós também podemos ser tirados de lá da mesma forma, e isso é a expressão do conceito da Torá de “a terra vomitar os seus habitantes”

 

Sendo que a Torá não está falando sobre outras terras mas somente sobre a “Terra Santa”, entendemos que também no nosso nível pode acontecer um curto circuito espiritual, entre a santidade da terra e a falta de santidade do nosso comportamento.

 

Por isso a Torá nos avisa isso antecipadamente. Para sabermos que cada ação no mundo material causa uma reação no mundo espiritual.

 

Quando essa ação aqui embaixo se compara ao comportamento dos povos que foram “vomitados” da nossa terra, estamos trazendo para nós por meio desse comportamento essa mesma consequência que esse comportamento trouxe para eles.

 

Então vamos estudar muita Torá e fazer muitas Mitzvot para trazer imediatamente a Gueulá

 

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Kedoshim

Nossa Parashá nos conta (entre inúmeros assuntos) sobre a proibição de guardar rancor.

 

Toda pessoa que guarda rancor contra um judeu principalmente se ele for o cônjuge, transgride uma Mitzvá da Torá, como está escrito na nossa Parashá: “Ló titor”, não guarde rancor.

 

Exemplo: Você pede um favor para alguém e a pessoa não quis fazê-lo.

 

No dia seguinte, essa pessoa precisou de você e você responde: “Eu não sou como você. Eu não vou lhe negar um favor como você me fez”!

 

Isso acontece porque a pessoa estava guardando aquele rancor e achou o momento exato para revelar isso.

 

Em outras palavras, “jogar na cara” é proibido pela Torá.

 

O Baal Shem Tov explicou que nossos sábios comparam a pessoa que fica brava a alguém que está fazendo idolatria porque no momento da fúria, a fé em D’us desaparece automaticamente, e quando não se acredita em D’us consequentemente se está acreditando em outra coisa”.

 

Porque se ele soubesse que tudo o que acontece com ele vem de D’us, ele nunca ficaria bravo.

 

E mesmo que uma pessoa que por livre-arbítrio optou por fazer-lhe o mal, e amaldiçoa ou bate nele, ou lhe causa prejuízo monetário sendo condenada pelo tribunal humano ou Divino pela maldade da sua escolha, mesmo assim, à quem foi prejudicado já estava decretado pelos Céus que assim seria.

 

O tribunal Divino apenas usou a pessoa ruim para cumprir o decreto Divino por meio dela, e mesmo nesse momento em que a pessoa bate em alguém ou o amaldiçoa, o pensamento que cai na cabeça dessa pessoa para nos prejudicar ou o sentimento que a impulsionou a fazer isso veio lá de cima.

 

D’us faz as coisas boas acontecerem por meio de pessoas boas e as coisas ruins por meio de pessoas ruins.

 

O agente causador do nosso infortúnio foi apenas uma ferramenta usada por D’us para cumprir o decreto Divino que veio para nos purificar de alguma coisa ruim que fizemos na reencarnação atual ou em outra.

 

Tudo vem lá de cima, e as pessoas que nos fazem o mal são os verdadeiros “bobos” que estão sendo usados para nos prejudicar e depois serem castigados por terem nos prejudicado.

 

Se tudo isso foi dito sobre qualquer pessoa, imagine marido e mulher ou pais e filhos que são o grupo de risco nesse assunto por terem mais intimidade entre si, quanto temos que tomar cuidado com isso.

 

Então, não vamos ser bobos de brigar em casa!

 

Vort israelense: (dugri)

 

O rancor é comparado à fezes espirituais. Guardar rancor é prisão de ventre espiritual, você está com rancor de alguém? Baixe a descarga! Porque quanto mais acumula pior fica!

 

Nossa Parashá nos conta entre muitos assuntos interessantes que não devemos olhar para a idolatria.

 

Diz o Ari Zal que quando olhamos para alguém ou para alguma coisa, recebemos a “energia” dessa pessoa ou dessa coisa ruim.

 

Quando olhamos para uma coisa boa, a energia boa que tem nela se une à nós e gera dentro de nós uma energia positiva.

 

Mas se olhamos para uma coisa ruim recebemos dela a energia ruim que  ela contém. Essa energia ruim se une à nós tirando de nós a energia boa.

 

E esse é o segredo que está por trás desse mandamento da Torá de não olhar para a idolatria. Porque quando olhamos para uma coisa impura como a idolatria, a impureza dela se adere à nós tirando a nossa santidade e nos atraindo para a impureza.</p

 

Vamos encher a nossa casa de quadros de Tzadikim que hoje na nossa geração Google é fácil de baixar, mandar revelar e colocar uma moldura.

 

Perguntei para vários rabinos de Israel se é permitido baixar uma foto do Rebe pelo Google. A resposta foi sempre a mesma: O Rebe pertence aos Hassidim!

 

E fora isso, com certeza ninguém nunca pagou ao Rebe direitos autorais pela foto que tirou dele. Isso se refere somente à fotos e não à desenhos, pinturas, ou fotos decoradas.

 

Certa vez o Rebe disse sobre o Rabino que eu tinha escolhido para fazer as minhas perguntas difíceis, o Rav Moshe Weber de Yerushaláim (Jerusalém): “É o suficiente olhar para ele para receber “Irát Shamaim” (temor aos céus, ou seja, reverência à D’us)

 

Rav Moshe Weber

 

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Nossa Parashá nos conta sobre a Mitzvá de amar ao próximo como a si mesmo.

 

O Ari Zal explica que está por trás disso se encontra o segredo de que todo o povo de Israel é uma Alma só e cada um de nós é uma ramificação dessa Alma Divina que Hashem (D’us) deu ao Adam Harishon (o primeiro homem) e por isso cada um de nós é responsável pela transgressão do outro.

 

Por isso, diz o Ari Zal, a reza chamada de “Vidui” na qual falamos uma lista de pecados (que geralmente não fizemos) foi instituída no plural, sendo que temos cumplicidade pelas transgressões de todos os judeus por fazermos parte de uma Alma só.

 

Por isso, mesmo quando rezamos sozinhos falamos essa reza no plural, sendo que o pecado que um judeu faz é como se todos nós tivéssemos feito, pelo motivo de sermos a mesma Alma ramificada.

 

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Nossa Parashá também nos ensina que devemos dar uma advertência à qualquer judeu que está fazendo uma coisa ruim.

 

Na maioria dos casos a pessoa se comporta errado por não saber o que é certo, e por isso, no lugar de dar uma bronca causando uma revolta nessa pessoa, devemos ensinar  à ela com muito amor e carinho o que é certo e assim estamos cumprindo essa Mitzvá com eficiência.

 

Isso também aprendi com o Rav Moshe Weber, que com oitenta anos de idade dedicava várias horas do dia para ensinar os soldados israelenses a colocarem Tefilin, e muitas vezes ele me contou sobre soldados que colocaram o Tefilin pela primeira vez na vida.

 

Ou seja, temos que advertir cada judeu, mas dessa maneira. Ensinando ele a cumprir as Mitzvót (Mandamentos Divinos) com muito amor e carinho.

 

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Nossa Parashá nos conta que devemos amar o “guer” (alguém que se converteu ao judaísmo).

 

O Rebe de Lubavitch nos ensina que a linguagem da Torá que se refere ao “guer” diz “guer shemitgaier” (convertido que se converte) nos ensinando que ele já tinha uma Alma judia, mas que se revelou no dia da sua conversão.

 

 

Sendo assim, tudo o que o Ari Zal explicou sobre o mandamento de amar ao próximo como a si mesmo se aplica ao guer também, mas com mais intensidade sendo que a Torá acrescenta no caso do guer mais uma Mitzvá.

 

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Nossa Parashá nos conta que é proibido se vingar e proibido guardar rancor. Sendo que a Torá já nos proíbe assassinar, ferir e etc, e não podemos pegar a lei com as mãos, mas temos que procurar o tribunal rabínico que vai cobrar do agressor o que é devido pela Torá, então o que sobrou para nós nos vingarmos que a Torá precisa acrescentar esses dois mandamentos?

 

O Midrash Sífra nos traz a explicação para esses dois mandamentos.

 

O que é considerado vingança pela Torá?

 

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice. Mas a outra pessoa não emprestou.

 

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice.

 

A resposta foi:- Não vou te emprestar a minha enxada da mesma maneira que você não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido se vingar”.

 

O que é considerado guardar rancor pela Torá?

 

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice? A outra pessoa não emprestou.

 

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice, e a resposta foi:- pode pegar, não sou como você que não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido guardar rancor”.

 

Em outras palavras, o rancor é comparado à uma “prisão de ventre” espiritual. Você só tem a perder com isso, nesse mundo você sofre e no próximo você ainda é julgado por causa disso.

 

Se até uma prisão de ventre material quanto mais tempo passa mais duro fica de tirar e mais perigoso fica, quando mais uma prisão de gente espiritual!

 

Então vamos fazer todo dia a nossa higiene espiritual e baixar a descarga sobre todas as nossas mágoas antes que elas fiquem duras demais e precisemos de mais esforço para removê-las!

 

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Será que os Anjos podem errar ?

Será que anjos podem errar?

O Midrash Rabá nos conta que os anjos que estavam subindo de volta ao céu por esse acesso espiritual eram dois dos três anjos que vieram visitar nosso patriarca Avraham Avinu. Eles eram os anjos Gavriel e Refael, anjos do “primeiro escalão”, que saindo da tenda de Avraham foram para Sodoma.

Diz o Midrash que por motivo de eles terem feito o contrário da vontade Divina dizendo:- “Nós destruiremos a cidade”, levaram uma “suspensão” e foram proibidos de voltar aos céus por 138 anos. Só foram autorizados a subir de volta quando Yaakov viu aquela “escada”.

Como o Anjo pode errar se ele não tem livre arbítrio?

Pergunta o Rebe, como pode ser que um Anjo bom que não tem livre arbítrio possa fazer o contrário da vontade Divina? A resposta é simples: eles não sabiam que isso era o contrário da vontade Divina! Eles fizeram contra a vontade Divina achando que isso era a vontade Divina, fizeram um erro de avaliação!

Qualquer criatura, mesmo um Anjo ou uma criatura mais elevada, é impossível que seja totalmente perfeito, como diz a conhecida explicação de Rashi no Midrash Rabá sobre o versículo “Asher Bará Elokim Láassot”. Rashi traduz a palavra “Laassot” como consertar. Ou seja, tudo o que D’us fez ainda precisa de um “consertozinho”.

E se ainda é preciso fazer alguma coisa em tudo o que D’us fez, quer dizer que nada é perfeito. Portanto, tudo o que D’us fez é passível de erro, e será que existe alguma coisa que D’us não fez?

Adão e Eva fizeram o primeiro pecado sem ter “Yetzer Hará” !

Um exemplo disso é o primeiro homem. Mesmo tendo sido diretamente criado por Hashem (e não ter sido cópia da cópia, como nós), e o tempo em que ele foi criado era antes de comer a fruta proibida e receber o “yetzer hará” (má inclinação), mesmo assim ele “tropeçou” e caiu no caso “escândalo da fruta proibida”.

Com certeza tinha uma justificativa, como ele próprio disse :- “a mulher que você me deu…”. Ou seja, o primeiro homem que não tinha Yetzer Hará, talvez tenha achado que Hashem iria ficar feliz de ele ter obedecido à Havá (Eva) que era a “mãe de todas as criaturas”, como diz o versículo.

Talvez Eva tenha imaginado que se ela comesse aquela fruta ficaria como Hashem, e isso seria um orgulho para o Criador, da mesma forma que uma mãe se orgulha quando sua filha sabe tanto ou até mais do que ela. Mas erraram.

Porque Hashem queria que eles ficassem como Hashem em “Kedoshim Tihiu”, em vivenciar a “Kedushá” (a santidade), e não em vivenciar a “coisa ruim”.

Fizeram um erro de avaliação sem ter feito ainda o primeiro pecado, sem ter recebido uma má inclinação. Ou seja, desde o começo do mundo ninguém é perfeito, todos nós somos passíveis de erros de avaliação.

Um Anjo do nível de Gavriel faz um erro de avaliação, um ser humano criado pelo próprio D’us sem ter ainda Yetzer hará faz um erro de avaliação, o que dizer sobre nós, geração descartável! Será que existe entre nós alguém que D’us não criou e portanto é perfeito?

Mais provável que alguém se ache perfeito! Ou se achava até ler o Rashi do Midrash Rabá! A nós só resta não cobrar perfeição do nosso próximo, não cobrar dele o que D’us não criou, e julgar o nosso próximo com bons olhos. Porque da mesma maneira que julgamos o nosso próximo, assim somos julgados lá em cima!

Rabino Gloiber

sempre correndo

mas sempre rezando por você

Aharei Mot

Aharei Mot

Nossa Parashá nos conta sobre as instruções Divinas dadas por consequência da morte dos dois filhos de Aharon.

O Ari Zal, (última palavra em assuntos cabalísticos) nos conta que Adam Harishon (o primeiro homem) “continha todas as almas do mundo.

Quando Adam Harishon fez o primeiro pecado, seu nível espiritual despencou e ficou nele somente somente a “Trumá” (dois centésimos) do número de almas que ele tinha antes, pouquíssimas mas de altíssima qualidade.

Essas almas elevadíssimas passaram para Caim que era o primogênito e tinha nascido no Gan Eden (paraíso terrestre) depois do pecado de Adam.

Essa alma elevadíssima do Caim se reencarnou nos dois filhos de Aharon que faleceram, Nadav e Avihu, eles são a ”Trumá” (a melhor parte) da alma de Adam.

O Zohar nos conta, que o lado principal da alma de Cain vem da impureza que a cobra colocou em Hava (Eva), e o lado principal da Alma de Hevel (Abel) vem do lado de Adam (da Alma Divina de Adam).

A explicação do Ari Zal

A transgressão de Adam Harishon fez com que o bem e o mal se misturassem nesse mundo, e tanto Cain quanto Hevel estão vinculados à árvore do bem e do mal.

Ou seja, os dois tinham um lado bom e um lado ruim.

Cain veio do aspecto de guevurá de Adam ele era quase inteiramente ruim (impureza espiritual recebida da cobra) e um pouquinho bom (tinha uma Alma espiritual elevadíssima herdada de Adam)

Hevel era na sua maior parte bom (alma herdada de Adam) e um pouquinho ruim (impureza herdada da cobra).

Mas a diferença entre eles era que o lado bom de Cain, mesmo sendo muito pequeno em relação ao lado mal dele, era extremamente superior ao lado bom de Hevel.

Ele herdou essa alma tão elevada por ter sido o primeiro a nascer, pegou a melhor parte da alma de Adam.

A “impureza da cobra”

Essa expressão espiritual à qual chamamos de “impureza da cobra” acompanha a humanidade até hoje.

É ela que causa atrações eróticas estranhas em todas as suas categorias como atração íntima homens por homens, mulheres por mulheres, seres humanos por animais e etc.

Essa é a diferença entre o ser humano, que recebeu a “impureza da cobra” , e o animal.

O animal não tem esses problemas estranhos.
Dizem nossos Sábios que com o recebimento da Torá no monte Sinai a “impureza da cobra deixou o nosso povo.

No monte Sinai estavam as almas de todos os judeus que iriam nascer até Mashia’h chegar.

O Tossfot nos conta que também estavam lá as almas de todos aqueles que iriam se converter ao judaísmo até Mashia’h chegar

Na hora da entrega da Torá no monte Sinai aconteceu um grande milagre e essa impureza da cobra saiu de todas as nossas Almas.

Quando foi feita a idolatria do bezerro de ouro, essa impureza da cobra voltou para o nosso povo, mas longe de ter a mesma intensidade de antes, mesmo assim voltou fraca mas voltou.

Por causa da origem da Alma de Nadav e Avihu ser relacionada com o começo da “impureza da cobra”, essa volta parcial da “impureza da cobra” prejudicou principalmente eles, enfatizando espiritualmente os erros que eles cometeram.

Por isso Moshe Rabeinu pediu para todo o povo de Israel se enlutar pela morte dos filhos de Aharon, sendo que se não tivesse sido feito o bezerro de ouro eles não teriam falecido.

Vort

Disse o rav Moshe Veber, grande Tzadik que viveu em Jerusalém:

O que aprendemos da proximidade entre essas duas Parashiot, Aharei mot (depois de morrerem) e Kedoshim (Santos)?

Aprendemos que devemos falar sempre bem de qualquer pessoa que já faleceu (porque com certeza antes de ele falecer ele se arrependeu de todas as coisas erradas que fez, e as coisas boas que fez são eternas!)

Ou seja, Aharei mot Kedoshim, depois de morrerem, todos são santos!

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você

Prisão de ventre espiritual

Nossa Parashá nos conta que é proibido se vingar e proibido guardar rancor

Sendo que a Torá nos proíbe assassinar, ferir e etc, e qualquer coisa que fazem para nós não podemos pegar a lei com as mãos mas temos que procurar o tribunal rabínico que vai cobrar do agressor o que é devido pela Torá, então o que sobrou para nós nos vingarmos que a Torá precisa acrescentar esses dois mandamentos?

O Midrash Sífra nos traz a explicação para esses dois mandamentos

O que é considerado vingança pela Torá?

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice? A outra pessoa não emprestou.

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice, e a resposta foi:- Não vou te emprestar a minha enxada da mesma maneira que você não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido se vingar”

O que é considerado guardar rancor pela Torá?

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice? A outra pessoa não emprestou.

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice, e a resposta foi:- pode pegar, não sou como você que não quis me emprestar a sua foice.

Sobre isso foi dito : “É proibido guardar rancor”

Em outras palavras o rancor é comparado à uma “prisão de ventre” espiritual. Você só tem a perder com isso, nesse mundo você sofre e no próximo você ainda é julgado por causa disso

Se até uma prisão de ventre material quanto mais tempo passa mais duro fica de tirar e mais perigoso fica, quando mais uma prisão de ventre espiritual!

Então vamos fazer todo dia a nossa higiene espiritual e baixar a descarga sobre todas as nossas mágoas antes que elas fiquem duas demais e precisemos de mais esforço para removê-las

Rabino Gloiber

sempre correndo

mas sempre rezando por você

 

 

Porque fazemos todo dia uma combinação diferente de Sefirót junto com a contagem do Omer ?

 


Um dos princípios da fé judaica é que D’us não se compara à matéria mas está infinitamente acima dos conceitos materiais.

O Zohar explica que quando D’us criou o homem à sua imagem e semelhança, a intenção é a imagem e semelhança espiritual e não a material, se trata da revelação Divina como ela acontece nas Dez Sefirot nos mundos superiores, não se trata de nenhuma imagem e semelhança material.

Em outras palavras, nossa essência é a nossa Alma Divina, nosso lado superficial é a nossa alma animal, e o nosso trabalho durante os dias da Sefirat HaOmer é alinhar as Sefirót da nossa alma animal com as Sefirot da nossa Alma Divina, nosso lado espiritual.

Nesses quarenta e nove dias, passo a passo vamos deixando de ser animais e vamos nos transformando em pessoas puras, refinadas e reluzentes.

Sendo que a Alma Divina se revela principalmente no nosso intelecto e a nossa Alma animal se revela principalmente nos nossos sentimentos, nosso trabalho vai ser refinar as sete sefirot que são ligadas aos nossos sentimentos, ao nosso caráter

Essas sete Sefirot emocionais podem ser usadas positiva ou negativamente.

Atraindo bênçãos Divinas para nós

O livre arbítrio do ser humano significa que ele pode usar esses atributos como quiser.

Todos nós podemos escolher viver uma vida destacada pela bondade e santidade, sermos tímidos, piedosos e gostarmos de fazer favores, essas são as qualidades do nosso povo

Mas somos, também, livres para escolher exatamente o oposto, e depois agüentar as conseqüências de nossas escolhas.

O prazer que sentimos fazendo uma coisa ruim é intensamente maior do que o prazer que se sente fazendo uma coisa boa

Mas o pagamento pela coisa ruim que deixamos de fazer por termos conseguido nos cotrolar é um prazer intenso e eterno, e infinitamente maior do que o prazer que teríamos fazendo a coisa ruim caso não tivéssemos conseguido nos controlar

Todo ser humano possui as sete Sefirot ligadas aos nossos sentimentos, mas geralmente uma delas exerce uma influência maior no nosso caráter do que as outras .

Para refinar todas as facetas de nossa vida, precisamos refinar todos os sete atributos, especialmente aqueles que não são o nosso forte.

Mas, também temos que ter certeza de utilizar de modo adequado e pleno a Sefirá emocional que pulsa mais fortemente dentro de nós.

Temos último dia da Sefirat HaOmer para trabalhar nessa grande tarefa de consertar e melhorar nossas sete Sefirot ligadas ao nosso caráter, e recebemos por meio disso todas as bênçãos espirituais e materiais, trazendo para o nosso povo como um todo, e para toda a humanidade, muita paz, muita prosperidade e grandes realizações.

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você

Ha’Hodesh

Nesse Shabat, depois da Parashá da semana vamos ler uma Parashá especial sempre lida em Rosh Hodesh Nissan. Ela é na verdade a primeira Mitzvá da Torá

 


Kidush Ha’Hodesh

 

Parashat HaHodesh nos conta sobre a primeira Mitzvá da Torá que é chamada de Kidush HaHodesh (santificação do mês).

 

No calendário Judaico você pode apontar com o dedo e mostrar para uma criança a mudança de um dia para o outro e a mudança de um mês para o outro.

 

Você mostra para a criança um dia terminando com o pôr do sol e o próximo nascendo com a saída das estrelas, o mês nascendo com o nascimento da lua e terminando com o desaparecimento dela.

 

A Mitzvá chamada “Kidush Ha’Hodesh” começou a ser oficialmente cumprida com a saída do Egito e foi praticada por mais de 1700 anos .

 

Essa Mitzvá consiste em dois Judeus testemunharem em frente ao Beit Hadin Hagadol (supremo tribunal rabínico) que viram o nascimento da lua.

 

Assim era decretado o nascimento do novo mês e as datas das suas respectivas festas judaicas.

 

Sempre que chegava o mês de Adar e a primavera ainda não tinha chegado o “Beit Hadin Hagadol” acrescentava um mês de Adar a mais fazendo o equilíbrio entre o ano lunar e o ano solar.

 

Esse procedimentocedimento começa com a saída do Egito e continua até a época de Hilel Nessía , época em que o imperador romano Constantino apoiou o cristianismo causando sérios problemas para os judeus da terra santa , fechamento de Yeshivot e dispersão da comunidade.

 

Hilel Nessía que era o descendente direto do grande Sábio Hilel Hazaken, em vista à situação escreveu o calendário judaico fixo que é um ciclo de dezenove anos que intercala doze anos de doze meses com sete de treze meses fazendo o maior equilíbrio possível entre o ciclo do sol e o da lua .

 

O Rambam nos explicou que esse calendário fixo vinha desde Moshe Rabeinu e por meio dele os Sábios do Beit Hadin Hagadol sabiam se as testemunhas estavam certas e também usavam esse calendário em meses de céu coberto.

 

Com o recebimento da Mitzvá de Kidush Ha’Hodesh começamos a contar os meses e os anos a partir da criação do mundo.

 

Por que nosso calendário não começa a partir do dia que começamos a contar?

 

Porque a Torá já nos foi entregue com todos os detalhes da criação do mundo incluindo os anos de vida do primeiro homem e de seus descendentes nos dando o cálculo exato de quantos anos se passaram desde a criação do mundo até a entrega dessa primeira Mitzvá.

 

Os dois fatores se uniram e começamos a contar os meses e anos em continuação à contagem anterior que a Torá nos revelou.

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

Mensagem da Parashá

Shabat Pará

A Vaca Vermelha

 

O Baal Shem Tov nos ensinou que todos os mandamentos Divinos são eternos, porque a Torá é a revelação Divina e D’us é eterno.

 

A Torá é a sabedoria Divina que desceu ao nosso nível, como por exemplo um pai muito sábio que ensina ao filho mais velho uma sabedoria muito profunda.

 

Quando ele fala com o filho pequeno, a sabedoria profunda desce ao nível da criança aparentando ser uma coisa simples, mas por trás disso se encontra uma sabedoria profunda.

 

Assim também são os mandamentos Divinos, cada um tem por trás de si diferentes aspectos, muitas vezes desconhecidos.

 

O lado simples do mandamento Divino chamamos de “Pshat”.

 

O Pshat é o jeito simples e específico de cumprir o mandamento na prática tendo muitos deles um local e tempo determinado que não é necessariamente “aqui e agora”.

 

No Pshat o mandamento pode acontecer poucas vezes como no caso da Vaca Vermelha da nossa Parashá, ou não acontecer nunca como no caso do ”ben sorer umore” que é um mandamento da Torá que nunca aconteceu e nunca acontecerá.

 

Mas todos os mandamentos Divinos tem um aspecto no qual eles são eternos e acontecem “aqui e agora” mas em outro nível. Um desses aspectos é chamado de ”Remez” (indicação)

 

Nossa Parashá nos conta sobre o mandamento da Vaca Vermelha, um mandamento que aconteceu na prática somente nove vezes em toda a nossa história e vai acontecer mais uma vez na época do Mashia’h

 

Esse mandamento tem uma característica interessante que é a de impurificar os puros e purificar os impuros

 

Diz o Baal Shem Tov que o “Remez” desse mandamento é o orgulho.

 

Orgulho: qualidade ou defeito?

 

O orgulho é comparado à Pará Adumá, a Vaca Vermelha, ele purifica os impuros e impurifica os puros.

 

Quando uma pessoa se comporta de maneira incorreta ele está distante de D’us, e para conseguir sair dessa impureza a pessoa deve se encher de orgulho

 

Ter orgulho de cada mandamento que cumpre, de cada Tzedaká que dá, sentir que faz algo por D’us e que agora D’us está em dívida com ela e vai dar para ela um paraíso enorme

 

Mas aí ela chega à uma etapa aonde se acomoda e acha que já fez até demais.

 

Nessa hora o orgulho que serviu para ela crescer faz ela se acomodar. Se torna uma barreira, se torna um um bloqueio. De purificador vira impurificador!

 

Sendo que nessa etapa o orgulho deixa de ser um remédio e se torna um veneno, deve ser eliminado

 

Para eliminá-lo a pessoa deve se lembrar que toda a Tzedaká que deu foi somente parte do que Hashem deu para ela, ainda mais, foi a parte pequena da benção Divina que ela recebeu.

 

E todos os mandamentos Divinos que ela cumpriu foram com a força e saúde que Hashem deu para ela, e ainda mais, foi somente com um pouquinho dessa energia que recebeu de Hashem

 

Descobre que ela era somente uma criança pequena segurando a direção do carro do papai e achando que estava dirigindo

 

Aí o Yetzer Hará (a má inclinação) pode falar para ela- : Viu! Você nunca fez nada! Você é uma incapaz! Ou sugerir para ela uma falsa humildade dizendo:- Quem é você para fazer alguma coisa? E tirando dessa maneira a auto estima dela e a derrubando para baixo.

 

Aí o orgulho é novamente necessário para fazer ela subir, e agora que ela já está cumprindo os mandamentos Divinos ela toma a decisão de acrescentar na qualidade, caprichar mais nos mandamentos, estudar mais Torá, subir de verdade!

 

Agora ela se sente verdadeiramente um Tzadik!

 

E nessa hora que ela chegou à um nível mais elevado e parou de subir, o orgulho se torna novamente um veneno, ela se sente dona da razão reage com crueldade, de maneira desproporcional e fora de controle à qualquer mínimo ataque feito à ela ou ao que ela representa, achando que quando atacada, em legítima defesa pode massacrar quem a atacou

 

principalmente quando se trata de um assunto religioso no qual ela tem razão, se esquecendo totalmente que as palavras dos sábios são ouvidas com tranquilidade, e principalmente ditas com tranquilidade

 

Novamente o orgulho faz com que ela volte a ser impura e tem que ser eliminado

 

Conclusão: o orgulho em relação ao nível superior que devemos alcançar é indispensável, sem ele não chegamos lá, mas em relação ao nível que já foi alcançado é destrutivo

 

Por isso não temos que olhar para trás, para o que já fizemos, mas sim para frente, para o que podemos fazer melhor, porque sempre em relação ao nível superior o orgulho é um vento à nosso favor!

 

Rabino Gloiber

sempre correndo

mas sempre rezando por você ❤️🥰🌻

 

 

Receitas Judaicas

Suco de uva “Borê Pri HaGafen” para Pessa’h e também para o ano inteiro

Nas primeiras duas noites de Pessach “Leil Hasseder” temos que tomar quatro copos de vinho.

 

Você que mora em uma cidade aonde os vinhos casher ainda não chegaram pode fazer um suco de uva verdadeiro, benção “bore pri hagafen” , e cumprir a Mitzvá de tomar os quatro copos de vinho sendo que pela Hala’há um suco de uva verdadeiro também é considerado vinho e serve para o Kidush.

 

Essa receita pode ser usada também para fazer o seu suco de uva “bore pri hagafen” para todos os Shabatot do ano principalmente se você tem crianças em casa (eu também faço assim)

Modo de preparo

1- Compre uma panela de pressão nova para Pessach (e guarde ela para ser usada só em Pessach) todos os utensílios usados para o preparo desse suco para Pessach também devem ser “Kasher Lepessach” , ou seja, devem ser novos ou eram novos quando você comprou e você usou eles somente para Pessach.

2- Compre uvas de qualquer tipo, lave as uvas, separe elas dos galhos e coloque elas dentro da panela.

3- coloque a mão sobre as uvas e adicione água e açúcar . Essa água e açúcar tem que preencher somente os espaços entre as uvas e você coloca a mão encima para elas​ não flutuarem encima da água com açúcar sendo que a água com açúcar tem que preencher somente os “buraquinhos” entre as uvas mas não pode cobrir elas por cima nem se acumular separadamente no espaço de baixo caso elas flutuem, por isso você não deixa elas flutuarem.

4- Tampe a panela de pressão , acenda o fogo e deixe somente começar a ferver desligando no primeiro vaporzinho da pressão.

5- Penere o conteúdo da panela para uma jarra apertando e amassando totalmente as uvas dentro de um coador de café comprado para ser usado somente em Pessa’h

 

pode se usar também uma peneira que foi comprada para ser usada somente para Pessach.

 

nesse caso você amassa as uvas com uma colher até que todo o suco passe pela peneira e sobre dentro da peneira somente uma polpa .

6- Coloque o suco em garrafas (como dissemos antes, todos os utensílios dessa receita devem ser casher Lepessach)

7- Mantenha o suco na geladeira .

 

Se você fizer ele alguns dias antes de Pessach coloque ele no freezer e só descongele na véspera de Pessach, e mesmo assim depois disso mantenha ele na geladeira e só retire para as refeições.

 

Caso ele tenha ficado fora da geladeira e começado a fermentar não se preocupe, ele não virou “chametz” ! (sendo que chametz só é a fermentação dos cinco cereais trigo aveia centeio cevada e espelta)

 

(A polpa que ficou na peneira pode ser batida com água e açúcar para fazer um suco “sheacol” que só não pode ser usado para o Kidush e os quatro copos)

Agradecemos imensamente ao Reb Avraham Arbeter da fábrica de vinhos casher “Guefen” pela receita

 

data Judaica

Começamos a nos preparar para Pessa’h

Pessach

 

Dizem nossos Sábios: “Trinta dias antes da festa temos que revisar as leis da festa”.

 

Aprendemos isso de Moshe Rabeinu que no primeiro Pessa’h no deserto ensinou ao povo de Israel as leis de “Pessa’h Sheini” que aconteceria um mês depois.

 

Agora estamos na fase de começar a limpar a casa para Pessa’h e depois vendemos o “hametz” para um “não judeu”.

 

Sendo que essa venda tem que ser feita de acordo com todos os tipos de venda da Torá, temos que delegar essa função à um Rabino ortodoxo que sabe como fazer isso.

 

Muitos sites judaicos religiosos no mundo inteiro já abriram essa venda pelo internet.

 

Sendo que essa venda precisa ser feita de acordo com todos os meios de venda da Torá , a própria venda não pode ser feita pelo internet, mas o que fazemos pelo internet é somente dar a permissão para o Rabino vender o nosso “hametz” pessoalmente para o “não judeu” na véspera de Pessa’h , e essa permissão podemos dar pelo internet e já a partir de agora.

 

Uma das regras da Torá é: “Mezakim Laadam Sheló Befanaiv”, isso quer dizer que você pode dar um mérito para alguém mesmo sem ele saber.

 

Por causa disso você pode dar autorização para o Rabino vender o “hametz” de um judeu que pode vir a esquecer de fazer isso, e essa autorização para o Rabino vender o seu hametz e o hametz dessa pessoa você pode fazer pelo internet.

 

Mas prestando toda a atenção no fuso horário do lugar aonde você mora e do lugar aonde seu amigo mora.

 

Por exemplo, alguém que mora em S.Paulo e tem um amigo em Israel que com certeza vai esquecer de vender o hametz e vai ficar feliz de você ter autorizado ao Rabino a venda do hametz dele.

 

Se você entrar em um site de um Beit Chabad em Israel e autorizar a venda do seu hametz e do dele lá em Israel, o hametz dele vai ser vendido nos horários certos, mas o seu vai ser vendido antes da hora e comprado para você de volta pelo Rabino um dia e meio antes de terminar o seu Pessa’h em S.Paulo.

 

Conclusão, você tem que autorizar a venda do hametz do seu amigo que mora em Israel para um Rabino em Israel.

 

Mas para autorizar a venda do seu hametz você tem que procurar um Beit Chabad dentro do seu fuso horário que no caso de S.Paulo é o fuso horário de Brasília conhecido como “-3” .

 

Acesse ao site:

 

https://pt.chabad.org/holidays/passover/sell_chometz_cdo/jewish/Venda-seu-Chamts-Online.htm

 

e autorize a venda do seu hametz para Pessa’h 2025

 

 

data Judaica

Por trás dos bastidores da Meguilá


Por trás dos bastidores da Meguilá

 

Pergunta o Zohar: porque aquela geração teve que passar por um susto desses? E a resposta do Zohar é: porque eles tiveram o prazer em participar da festa daquele criminoso que era Ahashverosh, o Rei da Pérsia.

 

Mas esse motivo sozinho, diz o Zohar, ainda não seria o suficiente para justificar um susto dessa proporção. Então o próprio Zohar traz mais um motivo: Aquela geração é a mesma que tinha se prostrado na frente da estátua de Nabucodonosor antes dos persas conquistarem a Babilônia

 

Ou seja, aquela geração tinha uma pendência anterior de ter se prostrado na frente da estátua de Nabucodonosor mesmo sem acreditar nisso, e tiveram a oportunidade de retificar essa transgressão se não tivessem participado da festa que Ahashverosh fez para todos os habitantes de Shushan Habirá

 

Naquela festa Ahashverosh se vestiu com as roupas do Cohen Gadol e distribuiu vinho nos copos de ouro do Beit Hamikdash, expressando dessa maneira que a nossa religião é um assunto puramente cultural, somente um folklore, mas que não tem um D’us de verdade que interage com a sua criação dando um prêmio para quem faz o bem e um castigo para quem faz o mal

 

Então aparece um Haman que faz um decreto de morte à todos os judeus que professam a religião judaica colocando todo o nosso povo em uma situação de morrer como judeus ou salvar a própria vida trocando de religião

 

Por trás do decreto de Haman

 

A Meguilá nos conta que em Shushan Habirá havia um judeu, e o seu nome era Mordehai ben Yair ben Shim’i ben Kish e ele era da tribo de Biniamin

 

Surge a pergunta: Se ele era da tribo de Biniamin, porque ele é chamado de judeu que é alguém que pertence à tribo de Judá?

 

Explica a Guemará que a palavra “Judeu” recai sobre todos aqueles que não se prostram na frente da idolatria, e portanto tanto os Cohanim quanto os Leviim daquela época foram chamados de judeus pelo motivo de professarem a religião judaica e não se curvarem na frente da idolatria, e não pelo motivo de pertencerem à tribo de Judá

 

O Midrash nos conta que Haman, à exemplo do faraó do Egito e de Nabucodonosor rei da Babilônia, se considerou um deus. E por isso Mordehai não se prostrava na frente dele mesmo sendo isso uma ordem do Rei

 

O Ralbag, um grande Rabino da idade média, nos conta que explicaram para Haman que Mordehai não pode se prostrar na frente dele por motivos religiosos, por ser judeu, e que por esse motivo Haman decidiu fazer um decreto de morte à todos os judeus,  ou seja, à todos os que professam a religião judaica!

 

Mas se um judeu se convertesse à outras religiões, para Haman ele não seria mais judeu, e esse decreto não recairia mais sobre ele

 

O povo de Israel se manteve firme na sua religião mesmo consciente de todas as consequências, sendo que aquele decreto foi feito para todos os 127 países do mundo que naquela época pertenciam ao império persa e não tinha para onde fugir.

 

Ou seja, todos os judeus estavam dispostos a morrer pela nossa religião

 

Diz a Guemará que quando nós fazemos Teshuvá e voltamos a nos comportar de acordo com a Torá, descobrimos que D’us já tinha criado o remédio antes de criar a doença.

 

Ou seja, D’us cria a solução antes de criar o problema, e por meio da nossa Teshuvá Hashem nos revela a solução

 

Antes de Haman fazer o decreto contra o nosso povo aconteceram algumas coisas que somente depois do decreto vimos que aqueles acontecimentos tinham sido milagres sobrenaturais e indispensáveis para a nossa salvação

 

A morte da Rainha

 

Vashti, a rainha da Pérsia, vinha de uma linhagem real, ela era a neta do rei da Babilônia.

 

Quando Ahashverosh se casou com ela, ele também entrou na família real, e portanto ela era o motivo da sua realeza e a última pessoa no mundo a quem ele teria interesse em prejudicar

 

No sétimo dia do banquete que Ahashverosh fez para os habitantes de Shushan, banquete no qual ele expressou que a profecia do profeta Yermiahu (Jeremias) de os judeus voltarem para Jerusalém depois de setenta anos não aconteceu e portanto esse profeta é falso e esse D’us não existe

 

Ele mandou os sete ministros da Babilônia chamarem a rainha Vashti para mostrar toda a sua beleza no banquete dos homens

 

Aquele dia era Shabat. A rainha Vashti, uma antissemita diplomada e pós graduada que propositalmente recrutava jovens judias para fazer com que elas profanassem o Shabat, e quando elas se recusavam eram obrigadas a desfilarem por toda a cidade nuas e montadas a um cavalo

 

Essa mesma rainha Vashti é chamada pelo Rei para desfilar totalmente nua no Shabat no banquete dos homens, mostrando que esse D’us que está sendo proclamado nesse mesmo banquete como “inexistente” está interagindo no mundo e fazendo as coisas mais surreais acontecerem como se fossem as coisas mais naturais

 

Hashem fez um milagre e a rainha Vashti antes da sua “apresentação” tem uma grave doença estética e não pode se apresentar.

 

Um dos sete ministros, que de acordo com o Midrash era o próprio Haman, aconselhou o rei a matar a rainha por ter desobedecido o rei e ter dado um mau exemplo para o povo

 

O Rei, ao contrário da sua própria ideologia, manda matar a rainha Vashti, fazendo com que a profecia do próprio profeta Yermiahu sobre a Babilônia que incluía a morte da neta do rei da Babilônia acontecesse

 

Yermiahu era esse profeta que o rei estava desacreditando no seu banquete pelo fato de o próprio rei ter errado na conta de setenta anos que o profeta Yermiahu fez, e não pelo profeta ter errado

 

Afinal das contas com esse grande milagre sobrenatural que aconteceu sem que ninguém percebesse, o “status quo” mais sólido da época foi destruído abrindo as portas para uma grande mudança

 

Quando passou a fúria do rei ele teve um grande remorso pelo que fez, por ter matado a sua rainha, demonstrando que tudo tinha acontecido por um motivo superior a própria vontade dele.

 

Vendo a tristeza do rei, seus servos o aconselharam a fazer um concurso de miss universo entre todos os 127 países para encontrar a mulher mais bonita do mundo e se casar com ela

 

A nova rainha, mais um milagre surreal

 

A Guemará nos conta que Ester era esverdeada e só por milagre alguém poderia achar ela bonita.

 

Hashem fez um milagre surreal e todos acharam que ela era a mulher mais bonita do mundo

 

Ester era uma judia religiosa que não entendia nada sobre relações íntimas, e a parte mais importante desse concurso era passar uma noite com o rei.

 

Diz o Ari Zal que uma demônia em forma humana substituía Ester nessas horas e deixava o rei  “louquinho”.

 

Ou seja, a artista principal é substituída por alguém muito parecida para as cenas de “perigo”, e nesse caso, essa personagem espiritual negativa se materializava na aparência perfeita de Ester

 

Bigtan e Teresh

 

Mordehai era membro do grande tribunal rabínico de Yerushaláim conhecido como Sanedrin. Lá cada pessoa era ouvida na sua própria língua, e o Sábio que não soubesse setenta línguas não era aceito como membro do tribunal

 

Dois funcionários públicos de Ahashverosh provenientes de um país distante com uma língua rara que ninguém conhecia a não ser quem era de lá, conversaram entre si na frente de Mordehai e planejaram assassinar o rei.

 

Ninguém conhecia essa língua, fora Mordehai, e a pessoa mais interessada no mundo em receber essa informação era o próprio Mordehai, e tudo isso acontece na frente dele por milagre surreal

 

Porque se eles assassinassem o rei que não tinha um filho para o suceder, a segunda figura na corte era Haman e o decreto contra o nosso povo aconteceria sem impecilhos.

 

O único jeito de anular o decreto de Haman era por meio do rei, e esse rei quase foi assassinado se não fosse esse milagre.

 

Mordehai repassa essa informação para Ester que a repassa para o rei em nome de Mordehai, e esse fator vai ser importantíssimo para mudar o imutável “Status quo” de Haman ser a pessoa tomadora das decisões da potência mundial  que domina o mundo inteiro

 

Nossos profetas e o anel do rei 

 

A Guemará nos conta que desde que o povo de Israel recebeu a Torá até a época em que aconteceu o milagre de Purim, nosso povo teve 48 profetas e sete profetizas que fizeram o possível e o impossível para nos trazer de volta ao judaísmo e não conseguiram, mas quando Ahashverosh tirou seu anel e o entregou à Haman para fazer os seus decretos, nosso povo fez Teshuvá

 

Mordehai pede para Ester pedir ao rei para anular o decreto. Ela responde que o rei não a chamou já faz um mês, e todo aquele que entrar no pátio do rei sem ser convidado é condenado à morte, e como sabemos, a rainha Vashti tinha sido executada por muito menos do que isso

 

Só há um jeito de a pessoa sobreviver, que é o rei abrindo uma excessão e estendendo seu cedro de ouro para aquela pessoa, e Ester não queria se arriscar.

 

Mordehai pede para ela fazer isso de qualquer maneira. Então ela pede para Mordehai reunir todos os judeus da cidade e fazer três dias de jejum e rezas, e ela e as suas jovens ajudantes também vão fazer igual

 

Todo o povo faz Teshuvá, e depois de três dias de jejum e rezas Ester entra no pátio do rei sem ser chamada

 

Sabemos que esse rei era obsecado por mulheres bonitas e não existe pessoa mais feia no mundo como alguém que está três dias sem comer, como nos lembram as “vacas magras” do Egito, feias e ruins

 

Hashem faz um milagre surreal e desperta no rei uma enorme paixão por Ester, e ele diz que ela pode pedir qualquer coisa até metade do império. Ela diz que veio convidá-lo para o banquete que ela fez para Haman…

 

O plano de Ester

 

Ester queria que o rei perguntasse à si próprio: será que uma pessoa normal arriscaria a própria vida para convidar alguém para uma festa que ela está fazendo para outra pessoa? E dessa maneira despertar os ciúmes do rei em relação à Haman.

 

O rei suspeitando de alguma coisa entre os dois entraria em pânico sendo que se o rei fosse assassinado e Haman se casasse com a rainha, o império continuaria funcionando sem nenhum problema, ninguém precisaria mais do rei e ele seria esquecido

 

No final do banquete o rei oferece à Ester até metade do reino, e ela pede para ele vir amanhã também no próximo banquete que ela vai fazer para Haman

 

Naquela noite o Rei não conseguiu dormir. Ele se questionou : “Porque ninguém passaria para ele a informação de que alguém poderia estar querendo assassiná-lo? “

 

Talvez alguma vez alguém já salvou a vida do rei e o rei não fez nenhuma honraria para aquela pessoa, e por isso ninguém mais estaria motivado para passar alguma informação que salvasse a vida do rei?

 

Com esses pensamentos atrapalhando o seu sono ele pede para lerem na frente dele o “diário” dos principais acontecimentos do reino.

 

Com certeza muitas páginas se passaram desde que Mordehai salvou a vida do rei e nada foi dado à ele, e milagrosamente o longo pergaminho se abre por si só naquela página

 

O rei pergunta se Mordehai recebeu algo por ter salvo a vida do rei e a resposta é negativa. O rei pergunta se há alguém esperando ele no pátio, e lá estava só Haman esperando para pedir permissão ao rei para enforcar Mordehai em uma forca de cinquenta metros de altura que ele preparou no pátio da sua casa para enforcar Mordehai.

 

O milagre da construção da forca 

 

Por incrível que pareça o fato de ele ter mandado construir essa forca tão alta no pátio da sua casa para enforcar Mordehai também entra na lista dos milagres da Meguilá, porque se não fosse essa forca Haman não seria enforcado

 

O Rei pergunta para Haman o que fazer para a pessoa que o Rei tem interesse na sua honra. Haman imagina que obviamente está se tratando somente dele

 

Haman sugere para o Rei vestir essa pessoa de rei, montá-lo no cavalo do rei e um dos maiores ministros levá-lo para um desfile em toda a cidade proclamando na sua frente que esse é o homem que o rei está interessado na sua honra, o homen que salvou a vida do rei. O rei pede para Haman fazer tudo isso para Mordehai

 

Naquela noite, no segundo banquete de Ester, o Rei pergunta à ela qual é o seu pedido até a metade do império. Aí ela declara que ela quer a própria vida de presente, porque ela e o povo dela foram vendidos para serem mortos

 

O Rei fica furioso e pergunta: quem teve a ousadia de fazer uma coisa assim? E ela diz: um homem sádico e inimigo, Haman, esse criminoso

 

O rei saiu um pouquinho para o Jardim, e quando volta vê Haman deitado sobre o divã de Ester pedindo desculpas para ela.

 

O rei que já estava com medo desse “relacionamento” desde que Ester arriscou a própria vida para convidar o rei ao banquete que fez para Haman, exclamou: e também violentar a rainha comigo em casa?

 

Sendo que essa palavra saiu da boca do rei, já seria um bom motivo para Haman ser condenado, mas sendo que o “status quo” de Haman como primeiro ministro da Pérsia era muito sólido, o rei ainda poderia se acalmar e entrar em um acordo com Haman.

 

Nessa hora vimos o milagre de Haman ter feito a forca para Mordehai. Hashem faz mais um milagre surreal e Eliahu Hanavi aparece em forma material de um dos encarregados do rei, aponta para a forca de 25 metros visível da casa de Haman e diz ao rei: olha também a forca que fez Haman para Mordehai que salvou a vida do rei, 25 metros de altura.

O reflexo imediato do rei é ordenar o enforcamento de Haman na forca que ele preparou para Mordehai, nos mostrando que: se faltou criar alguma parte do “remédio antes da doença” Hashem dá um jeitinho e sempre manda Eliahu Hanavi em um caso de emergência

 

O decreto do Rei de sermos obrigados a matar todos os nossos inimigos

 

Mais um milagre surreal, o decreto do Rei não pode ser revogado e os judeus são obrigados a matar os antissemitas

 

Você poderia imaginar que simplesmente fomos salvos mas que os 127 países do império persa seriam como nosso estado de Israel de hoje com setenta anos de existência e cada vez mais atentados terroristas. Mas não,o milagre foi muito maior do que isso

 

Ahashverosh não tinha como revogar o próprio decreto de morte aos judeus incluindo sua própria rainha, e por isso deu o seu anel para Mordehai fazer o decreto contra os antissemitas que era o único jeito de resolver o problema.

 

O rei deu a casa de Haman para Ester e Ester colocou nela Mordehai. Haman tinha sido enforcado, e quando os 127 países receberam o decreto do rei escrito por Mordehai autorizando aos judeus de matarem todos os seus inimigos

 

Eles compararam com o decreto de Haman vigente para a mesma data aonde os inimigos dos judeus poderiam matar os judeus, levaram em conta que Haman estava enforcado, a rainha era judia e o novo primeiro ministro da Pérsia era o Rabino Mordehai que recebeu da rainha a casa de Haman, e com certeza ninguém queria se complicar com esse novo governo.

Nem precisamos dizer que nosso povo se defendeu dos seus inimigos, 75.800 antissemitas foram mortos e todos os povos de todo o império ficaram nossos amigos

Purim Samea’h 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você