Quatro níveis de Klipá

Matot

 

Nossa Parashá nós conta sobre a guerra contra Midian.

 

Na Parashá anterior Moshe Rabeinu recebe a ordem Divina para fazer essa guerra, por isso ela vai ser totalmente diferente de uma guerra convencional, aqui se trata de uma guerra contra almas e não contra corpos

 

O Zohar nos ensina que existem quatro níveis genéricos de “klipá” que é a denominação para o lado espiritual impuro.

 

Ou seja, a klipá se divide em quatro categorias.

 

O profeta Yehezkel na sua profecia conhecida como “Merkavá” nos indica essas quatro categorias do lado impuro comparando a pior delas, a primeira klipá impura, à um furacão.

 

A segunda, menos forte do que a primeira é comparada à uma grande nuvem espessa

 

A terceira, menos forte que as duas anteriores, é comparada ao fogo que se espalha

 

A quarta que já tem um pequeno aspecto bom e por isso, mesmo sendo uma klipá, já não é chamada de klipá impura mas denominada klipat noga

 

As almas dos animais impuros são provenientes dessas três klipot impuras, a alma de um tigre não se compara à alma de um cavalo mesmo sendo as duas provenientes da klipá impura.

 

Porque o fato de o tigre viver em função de si próprio e ninguém ter nenhum usufruto dele demonstra que a proveniência da alma dele é de uma klipá impura mais forte do que a do cavalo que mesmo sendo um animal impuro nos beneficia em vários aspectos

 

O ser humano, diz o Zohar, também tem uma alma animal que na sua maioria provém das três categorias de klipá impuras, e na sua minoria da klipat noga que tem o lado bom também.

 

A pessoa que tem a alma animal da klipat noga pode ter também uma Alma Divina vinculada à ela, que no caso do nosso povo essa Alma Divina somos nós.

 

Ela que vai para o paraíso por ter feito o bem nesse mundo ou para uma retificação por ter tido um mal comportamento

 

A klipá impura à qual pertenciam a maioria das almas das pessoas de Midian estava na categoria mais grave e era a mesma klipá que dá origem ao ódio gratuito

 

Por isso Moshe Rabeinu ficou espantado pelo fato de os soldados terem deixado vivos os meninos e as jovens de Midian.

 

Enquanto os soldados viram corpos Moshe viu almas, viu a klipá de Midian em forma humana

 

Assim eram a maioria dos midianitas, e por isso Moshe pediu para os soldados deixarem vivos só as meninas.

 

Moshe via as Almas e tinha como diferenciar isso.

 

Ele sabia que os meninos quando crescessem se comparariam à um tigrezingo de estimação que quando cresce come o próprio dono que o criou com tanto amor e carinho.

 

A esposa de Moshe era midianita e seu sogro Ytró, acrescentou uma Parashá na Torá nos mostrando que, mesmo sendo a maioria dos midianitas almas da pior klipá impura, mesmo entre eles haviam excessões como os filhos de Ytró que receberam a cidade de Yerihó na Terra Santa e depois foram estudar Torá no deserto

 

Por isso que nessa guerra que foi feita por ordem Divina, Moshe Rabeinu sabendo a intenção Divina e vendo as Almas de todos os midianitas pediu aos soldados para deixarem vivos somente as meninas

 

Outro caso igual à esse era a guerra do rei Shaul com os Amalequitas. Naquela ocasião Shaul deixou o rei do Amalek vivo com uma serva

 

A serva engravidou dele e o descendente dela era Haman que articulou o holocausto de todo o nosso povo e só por um enorme milagre aquele holocausto não só que não aconteceu mas também se transformou na nossa festa de Purim

 

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Limpando nosso coração dos pensamentos negativos

Sexta feira é dia de faxina

Vamos limpar a nossa cabeça e o nosso coração de toda a má disposição, aborrecimento, irascibilidade, agressividade, rabugice, neurastenia, impertinência, irritação, zanga, nervosismo, antipatia, agastamento, ranzinzice , etc, etc, etc…

A cabeça e o coração ficaram vazios? Agora olhe-se no espelho e dê o maior sorriso !

Leve esse sorriso com você o dia inteiro, distribua-o para todos e todos vão te sorrir de volta!

Quando acordamos de manhã, vamos ao “restroom” (banheiro em inglês) e deixamos lá todas as nossas…desnecessidades.

Alguém já pensou em olhar para o que fez lá e pensar naquilo o dia inteiro? Claro que não !

Assim começamos o dia e assim temos que continuá-lo, nunca pensando nas nossas “desnecessidades”!

Sempre que uma porta se fecha, D’us faz um milagre e muitas se abrem. Muitas vezes não vemos outras portas se abrindo porque estamos ocupados pensando naquela que se fechou!

Solução:- (a mesma que no restroom) baixe a descarga !

Não pense mais na porta fechada, mas procure as portas que se abriram.

Lembre-se :- D’us está sempre nos ajudando, mas quando nossa cabeça está no “restroom” não pensamos em D’us, porque no toalete é proibido pensar em D’us. Então, tire seu pensamento do banheiro, tire seu pensamento das coisas ruins. 😊

Deixe de olhar para a porta que se fechou e você descobrirá quantas novas portas D’us já abriu para você e você não tinha percebido!

Vamos ficar focados somente nas coisas boas! Vamos colecionar cada dia portas abertas para no fim do dia poder agradecer a D’us por elas!

Quem limpa a casa para o Shabat com muita alegria ganha um Shabat cheio de paz e tranquilidade e o principal: Está preparando o mundo para a Gueulá !

Abandone os pensamentos negativos e começe a ver a vida de forma positiva!

O pensamento positivo afeta tudo o que você faz, e repassa dessas mesmas vibrações à tudo aquilo que te rodeia. Afeta directamente todo o nosso ambiente, a forma como vemos e como os outros nos vêem.

O pensamento positivo, afasta os medos e as preocupações. Deixe de se preocupar e começa a se ocupar
Use as duas palavras mágicas

Emuná e Bitahon

Pensamento positivo em cinco etapas :

1- primeira etapa: você planta um pensamento positivo

2- segunda etapa: você arranca todas as ervas daninhas que são os pensamentos negativos

3- terceira etapa: você rega e aduba o pensamento positivo com muita fé e confiança.

4- quarta etapa: você expulsa com muita determinação os maus costumes (como por exemplo o fato de estarmos acostumados a pensar que tudo vai dar errado para não nos decepcionamos quando algo der errado)

Porque temos a obrigação de estarmos sempre alegres?

Por que por meio da alegria em situações preocupantes demonstramos que confiamos em D’us, e por isso não nos preocupamos com nada e estamos com fé total que tudo vai dar certo.

A atitude de estarmos alegres e confiar em D’us tem a força de mudar a realidade e fazer com que as coisas ruins desapareçam e o bem oculto no mundo se revele. Sendo assim temos que estar alegres e tranquilos o dia inteiro!

Cada um de nós, (tanto homens quanto mulheres) tem que se lembrar que D’us, bendito seja, não só dirige o grande mundo, mas dirige sem dúvida alguma também o pequeno mundo de cada um e um de nós.

E da mesma maneira que ele dirige o universo de acordo com o que ele vê que é bom para o universo, assim dessa mesma maneira ele dirige o nosso mundinho particular de acordo com o que ele está vendo que é bom para nós .

Temos que confiar nele que com certeza ele dirige o nosso pequeno mundo de um jeito bom.

Uma mãe não esquece seu nenê no supermercado, D’us nunca se esquece de nós.

D’us é a essência do bem, e a natureza do bem é fazer o bem. Por isso podemos começar o dia confiantes de que tudo vai dar certo, confiar no Criador e Administrador do mundo, que toma conta de cada um de nós particularmente e que não existe um lugar onde ele não se encontra.

E poderíamos perguntar:- Será que podemos ficar tristes quando estamos na presença de um grande e bom Rei, um Rei cheio de bondade verdadeira ?

Claro que nesse caso não temos mais com o que nos preocupar, e do que teríamos que ter medo se estamos na sala do Rei.

O exemplo está claro, e principalmente pelo fato de não ser um exemplo mas sim uma verdadeira realidade, e muito mais do que no exemplo, infinitamente maior e maior, acima e acima disso.

Uma mãe não esquece o seu nenê no supermercado , quanto mais D’us não nos esquece por aí mas está cuidando de nós a cada instante !

Alegria é como o ar, é a coisa mais necessária no mundo e com tudo isso é a mais fácil de se adquirir, pode ser revelada em qualquer lugar e qualquer momento.

A tristeza inabilita pessoas inteligentes e capazes, e tira a alegria de viver desses que estão à sua volta.

Vamos fazer a diferença, vamos ser esses que revelam a alegria oculta em qualquer situação e intencionalmente fazemos ela transbordar à nossa volta.

Quando uma mãe coloca a sua criança para dormir a criança chora, porque não entende que a mãe está fazendo o que é bom para ela.

A diferença entre a mãe e a criança pode ser de quarenta anos. A diferença entre nós e D’us é infinita e por isso muitas vezes não entendemos como D’us que é a essência do bem e dirige o mundo em todos os seus detalhes a cada instante deixa que aconteça alguma coisa que não nos parece o nosso bem…..

Mas temos que nos lembrar a cada instante que a natureza do bem é fazer o bem, e como a mãe sofre com o sofrimento da criança que não quer dormir quanto mais D’us com as nossas “purificações”.

Por isso temos que estar alegres em qualquer situação, conscientes de que o interesse Divino é nos fazer o bem de forma revelada e que em instantes tudo vai mudar para melhor!

O Rebe Sim’ha Bunim contou como a alegria desperta forças ocultas na pessoa.

Uma vez na cidade de Dantzig um judeu caiu no mar em um lugar que só ele conseguiria sair de lá com as próprias forças ou morrer, não tinha como salvá-lo.

O desafio era enorme, suas forças começaram a diminuir. O Rebe Sim’ha viu um ar de desespero na face do homem. Era o fim!

:-Lembranças para o Leviatan ! Gritou fortemente o Rebe Sim’ha. (o Leviatan é um peixe Casher gigantesco que habita o lugar mais profundo do mar).

O homem conseguiu ouvir e deu risada. Nadou com mais força e conseguiu se salvar.

Se este mundo fosse o paraíso o próximo mundo seria o que?

É normal encontrarmos dia a dia obstáculos internos ou externos, maiores ou menores, que tentam bloquear nosso crescimento e desenvolvimento.

Com frequência reagimos instintivamente a esses obstáculos com raiva, depressão e desespero.

Reação instintiva e natural, mas improdutiva e dolorosa, que intensifica e superfatura os problemas tornando os obstáculos mais difíceis de superar.

D’us nos criou imperfeitos e reagindo naturalmente da forma errada para que possamos por meio do nosso livre arbítrio optar por reagir aos obstáculos da maneira correta.

Ou seja, por meio da alegria, que é um sentimento agradável e construtivo que nos desenvolve naturalmente e espiritualmente.

Revelando as forças ocultas da nossa alma e colocando na ativa potenciais antes adormecidos que nem sabíamos que possuíamos.

Transformando os obstáculos em desafios e recompensas, em troféu para quem os supera, e isso é chamado de “Trabalho Divino”.

Conclusão:

A alegria salva vidas!

Meta do dia:- Ficar alegre o dia inteiro!

Que vocês tenham hoje e sempre muita energia, muito sucesso em tudo e o principal:

Muita Alegria!

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Aproveitando os Super Poderes da nossa má inclinação

Transformando o Yetzer hará, nossa má inclinação, em Yetzer Hatov, nossa boa inclinação.

O Yetzer hará é um imediatista.

Ele nos inclina a querer tudo perfeito e de imediato, “ou tudo ou nada”.

Ele é a nossa má inclinação, o raciocínio do lado impuro.

O Yetzer Hatov nos induz à ter paciência, a nos controlarmos, a fazermos tudo passo a passo e nunca ficarmos desanimados pelo fato de tudo o que queremos não acontecer imediatamente e do jeito que queremos.

Ele é a nossa boa inclinação, o raciocínio do lado puro.

Nosso trabalho é desanimar o Yetzer hará não alimentando ele, não dando à ele de imediato o que ele quer mesmo que seja uma coisa permitida.

Mas dando à ele o que ele queria antes e agora já não quer, depois de ter ficado emburrado e ter decidido que se ele não pode ter tudo na hora, então ele não quer nada.

Ou seja, não dê para ele tudo no momento em que ele quer tudo, mas dê para ele o necessário na hora que ele já não quer mais nada “só de pirraça”. Isso é chamado de “Itkáfia”.

Assim você domina o Yetzer hará e consequentemente o anjo que está por trás dele transformando ele em um anjo a seu favor.

Você subjuga o seu Yetzer hará para o seu Yetzer Hatov e o anjo dele com seus superpoderes passam a ser seu aliado.

O anjo do Yetzer hará se torna um anjo do bem e você fica com superpoderes em dobro!

Superpoderes.

Rabi Yehuda no Zohar explica que ao lado de cada um de nós se encontram permanentemente dois anjos que são o Yetzer Hatov e o Yetzer hará, e sendo que esses dois anjos são subjugados à nós, eles foram os anjos que Yaakov mandou para Essav

Aprendemos das conversas entre Rabi Yehudá Hanassí e Antoninus na Guemará, que para acontecer uma gravidez é obrigatório que entre dentro dessa relação entre o homem e a mulher uma nova alma que vai fazer com que o óvulo fecundado se torne uma criança.

Essa alma que entra no óvulo é a alma da criança e sem ela esse óvulo se desfaz, ela é que faz o óvulo se desenvolver, e quando a criança nasce entra nela o Yetzer hará que é a má inclinação

A explicação profunda para isso é que essa primeira alma que entra no óvulo é chamada de alma animal, e quando a criança nasce, a má inclinação da alma animal se revela, mas não antes da criança nascer

Quando um menino judeu faz treze anos ou uma menina judia faz doze anos, se revela neles uma Alma Divina que estava envolvendo essa criança até chegarem à essa idade.

Essa Alma Divina é uma parte de D’us, e quando alguém se converte ao judaísmo ela se revela nessa pessoa no dia da sua conversão.

Por isso está escrito “guer shemitgaier” (convertido que se converte) e não “goi shemitgaier” (um não judeu que se converte), porque essa Alma Divina já está envolvendo essa pessoa desde o começo, mas se revela somente no dia da sua conversão

O Yetzer Hatov que é a boa inclinação está ligado diretamente à Alma Divina e se revela na pessoa quando a Alma Divina se revela nela.

Ou seja, no dia do nosso Bar Mitzvá (quando um menino judeu faz treze anos), no dia do Bat Mitzvá (quando uma menina judia faz doze anos), ou no dia que alguém se converte ao judaísmo.

É como se essa pessoa tivesse nascido novamente, mas dessa vez no lugar de receber um Yetzer hará ao nascer recebemos um Yetzer Hatov

Então como pode Rabi Yehudá no Zohar ter dito que o Yetzer Hatov e o Yetzer hará são dois anjos?

E não só isso, mas são os dois anjos que Yaakov mandou para Essav!

A explicação de Rabi Eliahu, o cabalista de Lissandra

Rabi Eliahu ben Refael Shlomo, um grande cabalista que foi durante cinquenta anos o Rabino chefe da cidade de Lissandra na Itália há 250 anos atrás analisou profundamente essa questão por todos os seus ângulos.

Ele determinou que existe um anjo designado lá de cima para ajudar o nosso Yetzer Hatov e um anjo designado lá de cima para ajudar o nosso Yetzer hará, e foram esses anjos que Yaakov mandou para Essav

Assim conseguimos entender o que acontece quando alguém quer fazer uma coisa ruim e parece que ele recebe super poderes para fazer com que essa coisa ruim aconteça.

E quanto mais quando queremos fazer uma coisa boa, vemos com nossos próprios olhos que conseguimos fazer coisas boas muito além da nossa capacidade.

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Não seja durão

Não seja “durão”

 

A Guemará em Guitim nos conta que um homem rico em Jerusalém fez uma festa. Seu amigo se chamava Kamtza e seu inimigo Bar Kamtza. Ele pediu para seu shamash (faxineiro) que era uma pessoa muito simples, chamar seu amigo Kamtza para a festa e o faxineiro por engano no lugar de chamar seu amigo, chamou seu inimigo, o Bar Kamtza.

 
O problema já teria que ser arquivado nesta etapa como ”erro de faxineiro”, como uma coisa insignificante. Mas o homem que seu nome nem aparece na história se relacionou à isso com a maior gravidade.

 
Aí a klipá se revela! Ele usou sua autoridade para exigir a retirada do Bar Kamtza de sua festa, e o que seria uma possibilidade de reconciliação entre dois judeus iria acabar em uma guerra mundial.

 
Bar Kamtza foi durão e se recusou a sair, oferecendo pagar pelo que comer e beber. O dono da festa também foi durão e não aceitou, e assim a klipá vai crescendo rapidamente se alimentando da nossa dureza de coração
 
Bar Kamtza foi durão novamente e se recusou a sair, oferecendo patrocinar metade da festa. O dono da festa foi durão e não aceitou.
 
Bar Kamtza foi durão novamente e se recusou a sair novamente, dessa vez oferecendo patrocinar a festa inteira. O dono da festa foi durão e não aceitou, pegou o Bar Kamtza e o colocou para fora.
 
Os rabinos que estavam lá foram durões e não fizeram nada para acalmar os ânimos, e a partir dessa etapa a coisa piorou até envolver o império romano causando a destruição do nosso Beit Hamikdash e um exílio que se estende por quase 2000 anos.
 
Na hora da briga cada um estava certo e tinha quem o apoiava, nenhum dos lados viu que o final não é a vitória mas sim a destruição de todos.
 
A única vitória verdadeira é quando nos controlamos e não brigamos, então vencemos e destruímos a klipá de Midian. Com essa história nossos Sábios nos dão a dica de como vencer a klipá: Simplemente não seja durão!
 
Os bastidores da destruição do Beit Hamikdash
 
O Beit Hamikdash foi destruído por causa de pessoas que aparentemente estavam com toda a razão, como vemos na história de Kamtza e Bar Kamtza. Kamtza em aramaico quer dizer formiga, e se formiga já é uma coisa pequena, imagine o “bar Kamtza”(o filho da formiga).
 
Nos indicando que por causa de uma “coisinha pequena” que foi vista como uma briga justa e necessária, causa nobre apoiada até pelo silêncio dos rabinos da época, tivemos um verdadeiro holocausto
 
Conclusão: Não seja durão, você só tem a ganhar!
 
Rabino Gloiber
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Mensagem da Parashá

Pin’hás

Nossa Parashá nos conta que qando o nosso povo já estava na “reta final” para entrar na terra de Israel, os midianitas que eram um povo que não estava na nossa rota mas nos odiava gratuitamente, fizeram um plano maligno para nos destruir.

 

Eles recrutaram todas as mulheres de Midian, inclusive a princesa, fizeram um exército de mulheres.

 

Acamparam perto do nosso povo longe o suficiente para que as mulheres e as crianças não conseguissem chegar mas os homens sim, e fizeram o “festival da sedução”.

 

Os jovens judeus ouviram a música, foram lá para ver o que estava acontecendo, e assim que chegaram não resistiram à tentação e foram seduzidos por elas.

 

Quando eles já estavam muito apaixonados, elas mostraram a estátua do Baal Peor, a idolatria delas, e colocaram a idolatria como condição para consumar o ato.

 

Zimri bem Salu, presidente da tribo de Shimon, foi seduzido pela princesa de Midian.

 

Ele trouxe a princesa de Midian junto com ele para o acampamento do nosso povo.

 

Depois de discutir com Moshe, ele levou a princesa para sua tenda para a “lua de mel” dando assim o exemplo para toda a sua tribo e para todo o nosso povo.

 

Uma grande epidemia se espalhou no nosso acampamento, demonstrando que o plano dos midianitas tinha dado certo e que D’us já não estava mais nos protegendo e nos deixou à mercê das doenças do deserto.

 

Pin’hás era sobrinho de Nadav e Avihu.

 

Ele não era Cohen, sendo que quando seu avô, Aharon, seu pai, Elazar, e seus tios foram ungidos para serem os Cohanim, ele já tinha nascido e não foi ungido junto com eles.

 

A Torá nos conta que Pin’hás resolveu reverter essa situação que estava sendo causada pelas midianitas, e por iniciativa própria entrou com uma lança na tenda de Zimri.

 

Enfiou a lança nos dois no momento em que estavam consumando o ato, e saiu da tenda com eles na lança.

 

Diz o Zohar que nessa hora toda a tribo de Shimon se reuniu em volta de Pin’hás para matá-lo.

 

Ele levou um susto tão grande que sua Alma saiu do corpo por um instante, e nesse instante, as Almas de Nadav e Avihu se uniram à Alma dele.

 

O Zohar chama Nadav e Avihu de “palga gufa” (meio corpo), ou seja, Almas que não tem par.

 

Os dois juntos são dois aspectos de uma mesma Alma.

 

Eles eram Almas muito elevadas, queriam ser o Cohen Gadol e fazer o trabalho do Ketoret para trazer as Bençãos Divinas para o nosso mundo.

 

Mas sendo que eles não se casaram, eles não tinham como trazer essas Bençãos Divinas para o nosso povo.

 

Eles faleceram e continuaram lá no mundo de cima à espera dessa oportunidade, e agora eles chegou.

 

Pin’hás Nadav e Avihu se tornaram uma pessoa só.

 

Hashem fez com que Pin’hás também se tornasse Cohen, e mais futuramente Cohen Gadol.

 

Dessa maneira Nadav e Avihu se tornaram o Cohen Gadol, e por meio de Pin’hás que era casado fizeram o trabalho do Ketoret e trouxeram as Bençãos Divinas para o mundo

 

Moral da história:

 

Se no momento você não está casado, por maior que seja o motivo que justifique isso, não reclame que a vida não está dando certo. Procure uma esposa porque por meio dela você vai receber todas as Bençãos Divinas. Se não encontrar alguém do seu nível, baixe o nível até encontrar.

 

O mesmo vale para as mulheres, se você não encontrou o melhor você pode se casar com o menos pior, mas ficar sozinha você não pode.

 

Se você já é casado, cuide bem da sua esposa, porque mesmo sem que você reconheça isso, no mérito dela você tudo o que você tem !

 

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Mensagem da Parashá

Ódio gratuito

Ódio Gratuito:
 
No começo da nossa Parashá Hashem (D’us) pede para fazer uma guerra contra Midian por eles terem abalado a estrutura do nosso povo recrutando um exército de mulheres para seduzir os jovens judeus e induzi-los à idolatria do Baal Peor causando 24.000 mortes em uma epidemia que surgiu como consequência disso
 
Essa guerra aconteceu há mais de 3260 anos. Por qual motivo temos que nos lembrar hoje que vencemos a guerra de Midian há tanto tempo atrás?
 
A Torá tem um lado revelado que chamamos de “corpo da Torá” e um um lado oculto, “Alma da Torá”.
 
O lado “corpo” dessa guerra aconteceu há mais de 3260 anos atrás mas o lado “Alma” dela acontece diariamente.
 
Aqui na nossa Parashá estudamos no lado oculto da Torá o diagnóstico de uma “Klipá” (força espiritual negativa que atua no mundo) chamada de klipat Midian.
 
Essa Klipá é a fonte espiritual do ódio gratuito que causou a destruição do segundo Beit Hamikdash, o exílio do nosso povo, e até hoje ela continua no nosso meio.
 
Então não é por acaso que lemos essa Parashá nessa época em que o Beit Hamikdash foi destruído .
 
A Torá já tinha nos contado sobre os meraglim (espiões) que contra a vontade Divina queriam que o povo ficasse no deserto estudando Torá para entrarem na terra de Israel mais preparados.
 
Agora, depois de décadas de estudo, nosso povo se encontra com um exército de mulheres que vem nos seduzir.
 
Como poderiam correr atrás da primeira mulher que vissem depois de estar quase quarenta anos estudando Torá?
 
Essa é a consequência da Klipá que se provou resistente a estudos de Torá, à classe social e até à nível espiritual. Todos nós estamos sujeitos à ela, ela é a pior de todas as klipot.
 
Características da Klipá de Midian
 
1-Bilam o feiticeiro sabia que para D’us as piores coisas são a idolatria e as relações ilícitas.
 
Bilam não tinha motivo justo para aconselhar Balak, rei de Moav contra nós. Seu país (Midian) estava longe de nós e não estava nos nossos planos de conquista, e portanto o ódio dele por nós era “ódio gratuito”.
 
Ele viajou até Moav sabendo que Moav também não estava em perigo, para dar o conselho mais destrutivo do mundo em relação à nós.
 
Ele estava “possuído” por essa klipá
 
Quando essa Klipá nos contagia nos tornamos dispostos a fazer tudo para destruir. Ela desperta em nós o sentimento de destruição sem limites, sem motivo ou por um motivo muito pequeno, destruir gratuitamente.
 
Como nos proteger dessa klipá
 
Não nos deixando seduzir pela Klipá! Sempre que sentirmos motivação para entrar em uma briga e querer destruir nosso próximo a ponto de desejar até sua inexistência, sabemos que ela se despertou em nós.
 
Imediatamente temos que despertar nosso sistema imunológico espiritual (yetzer hatov) contra ela e tomarmos a decisão de não brigar, não dar palpites destrutivos e não “colocar lenha na fogueira” seja o que não for.
 
As mulheres de Midian justificaram seu comportamento como causa nobre e espiritual, e até princesas participaram dessa sedução em massa.
 
Cada uma levou com ela seu deuzinho, o Baal Peor, que foi apresentado como deus politicamente correto que apoiava o prazer e bem estar de seus adoradores e cuja adoração consistia em fazer as “necessidades” sobre ele demonstrando que não existe nada proibido no mundo contanto que isso te dê prazer
 
A mensagem dessa klipá é: “Se você se sente bem brigando com alguém, brigue!”
 
Ela apresenta a destruição por meio de brigas e intrigas como causa nobre, politicamente correta e ainda com o apoio divino da idolatria.
 
Como sabemos que isso é Klipá ? Pelas consequências !
 
Por mais nobre e politicamente correta que seja a causa, se a consequência dela é a destruição, aí a klipá se encontra.
 
Então vamos abrir mão da legitimidade da briga olhando mais longe, vendo que se continuarmos uma briga todos sairemos perdedores.
 
No começo da briga ou da intriga já temos que mentalizar a paisagem da destruição do pós briga, e do tempo necessário para reparar os prejuízos que ela causará e para curar os ferimentos que ela trará.
 
Vamos abrir mão dos prazeres descontrolados da briga que a klipá nos oferece para não morrer na peste espiritual que é a consequência desse tipo de prazer .
 
Separação: coisa boa ou coisa ruim?
 
No primeiro dia da criação do mundo quando D’us criou a luz ele disse “Ki Tov”(Que bom)
 
No segundo dia D’us criou a separação colocando limites entre os oceanos e as nuvens, uma separação extremamente necessária que sem ela não existiríamos.
 
Mesmo assim D’us não falou que era bom.
 
A separação pode ser uma coisa extremamente necessária, mas sendo que é uma separação coisa boa ela não é. Talvez em certos casos ela seja até necessária, mas boa ela não é !
 
Nosso Beit HaMikdash foi destruído por causa de ódio gratuito e será reconstruído por causa de amor gratuito.
 
Então chegou a hora, como sempre dizia Rabi Akiva:  Amar ao próximo como a si mesmo é uma grande regra da Torá
 

וְאַהֲבָתָהּ לְרֵעֲךָ כָּמוֹךָ זֶה כְּלָל גָּדוֹל בַּתּוֹרָה

 
Rabino Gloiber
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data Judaica

Bein HaMeitzarim בין המיצרים (entre os apertos)

 

 

Bein HaMeitzarim בין המיצרים (entre os apertos)

 

As “Três Semanas” entre os dias 17 de Tamuz e 9 de Av representam um período de luto anual no qual lembramos a destruição do primeiro e do segundo Beit HaMikdash (o Templo Sagrado de Jerusalém) e o início de nosso exílio.

 

Nessas três semanas não fazemos casamentos e nem cortamos o cabelo, também não ouvimos musicas tocadas por instrumentos musicais verdadeiros e ao vivo.

 

Esse período tem início no dia 17 do mês hebraico  de Tamuz, data que marca a destruição das muralhas de Jerusalém pelos romanos em 69 da EC.

 

Essa época termina com o jejum de Tishá BeAv,  dia 9 do mês de Av, data da destruição do Beit Hamikdash.

 

Este é o dia mais triste do calendário judaico, e é também a data em que muitas outras tragédias aconteceram para o  nosso povo

 

Um pouquinho de Guemátria

 

O número 21 que é a soma dos dias dessas “Três Semanas” forma a palavra hebraica A’h que significa somente

 

O dia 17 de Tamuz tem o valor numérico da palavra hebraica “Tov”, que quer dizer “bondade”

 

Essas duas palavras juntas são o começo do versículo : “A’h tov Leisrael”, que quer dizer “Apenas o bem para Israel”

 

Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente à coisas boas.

 


17 de Tamuz

 

Cinco acontecimentos trágicos aconteceram nesse dia na história do nosso povo:

 

No dia 6 de Sivan recebemos os Dez Mandamentos no Monte Sinai. No dia 7 de Sivan Moshe Rabeinu subiu bem cedinho no Monte Sinai para receber o resto da Torá, e ficou lá quarenta dias e quarenta noites.

 

No dia 17 de Tamuz Moshe Rabeinu desceu do Monte Sinai, depois de 40 dias de “altas revelações” carregando as duas Lu’hot que eram lousas de pedra preciosa gravadas por Hashem (D’us) com os Dez Mandamentos e juntas formavam um cubo de pedra preciosa.

 

Quando Moshe viu o povo dançando em volta do Bezerro de Ouro, as essas Lu’hot que Moshe Rabeinu conseguia carregar somente por milagre de Hashem, caíram das suas mãos e se quebraram. Essa tragédia aconteceu no dia 17 de Tamuz.

 

Na época do primeiro Beit Hamikdash que era o Templo Sagrado de Jerusalém, no dia de 17 de Tamuz as oferendas do Beit Hamikdash foram anuladas por causa do cerco em volta da cidade.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz, Nebuzaradan, que era o general da Babilônia, quebrou a muralha de Jerusalém e seu exército invadiu a cidade de Jerusalém onde todos os judeus tinham se refugiado, fazendo um verdadeiro holocausto, assassinando uma quantidade enorme de pessoas.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz foi colocada uma estátua no Beit Hamikdash.

 

 

O Talmud Yerushalmi nos traz duas opiniões em relação a essa estátua:

 

Uma opinião é de que na época do primeiro Beit Hamikdash, Menashe, que era o rei da Judéia  naquela época, colocou um ídolo no Beit Hamikdash, e isso aconteceu no dia 17 de Tamuz.

 

Outra opinião é de que “Apostomos o Rashá” (Apostomos o criminoso) que era um governador dos gregos da Síria que dominava a nossa terra na época do segundo Beit Hamikdash, colocou uma estátua no Beit HaMikdash.

 

Nesse dia de 17 de Tamuz “Apostomos o Rashá” ordenou queimar o Sefer Torá.

 

Não sabemos se o motivo para esse acontecimento ter entrado na nossa história é pelo fato de isso ter acontecido pela primeira vez ou pelo fato de eles terem confiscado nossos Sifrei Torá durante muito tempo e no dia 17 de Tamuz terem feito um evento público de queima de todos os Sifrei Torá apreendidos.

 

A diferença entre as primeiras e as últimas Lu’hot :

 

As primeiras eram a obra de Hashem (D’us) , as segundas eram obra de Moshe, como está escrito:“faça para você” (Moshe as fez).

 

A milagrosa escrita Divina gravada nas primeiras Lu’hot nunca mais foi recuperada.
Essa forte revelação Divina cujas letras estavam gravadas de lado à lado de forma legível sob qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem qualquer possibilidade de distorção da escrita

 

Quando as primeiras Lu’hot foram dadas, nosso povo estava em um nível de “Tzadikim” (pessoas altamente elevadas) porque ao acamparem em frente ao Monte Sinai, a impureza que eles tinham antes desapareceu.
Quando eles receberam as segundas Lu’hot eles estavam em um nível de Baalei Teshuvá, ou seja, de pessoas que ficaram com remorso do que fizeram.

 

Mas as segundas Lu’hot tinham uma grande qualidade: elas foram dadas com as Hala’hot, o Midrash e as Agadot. Elas foram assim “uma dupla doação de sabedoria da Torá”, como o explica a Guemará em Nedarim (22B).

 

Além disso, a partir da hora que recebemos essas segundas Lu’hot, um raio de luz iluminou o rosto de Moshe.

 

Em breve em nossos dias todos esses dias de sofrimento vão se transformar em dias de festa com a chegada do Mashia’h e a Gueulá, nossa redenção final .

 

Rabino Gloiber
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Mensagem da Parashá

Os poderes da fala


 

Nossa Parashá nos conta que Balak, o rei de Moav, depois de ver as grandes vitórias que tivemos sobre os mais poderosos e invencíveis reis da região que eram Sihon rei dos emoreus, e Og rei de Bashan, viu que não teria a mínima chance de vitória se fosse atacado por nós.

 

Mesmo que era público o fato de termos uma meta pela frente que não incluía a conquista de Moav, mesmo assim ele não tinha como confiar.

 

Balak fez uma ampla pesquisa para descobrir como pode um povo sair da escravidão, passar quarenta anos no deserto como se nada tivesse acontecido, e ainda vencer as maiores potências mundiais da época?

 

Ele descobriu o segredo da “bomba atômica” judaica: A Tefilá (a Reza).

 

Balak descobriu que o nosso povo saiu do Egito porque rezou para Hashem (D’us).

 

Hashem mandou Moshe tirar nosso povo do Egito com palavras!

 

Mesmo que em cada uma das pragas que Hashem trouxe para o Egito era obrigatório ter uma ação para sincronizar o mundo de cima com o nosso mundo de baixo que é o mundo da ação, mesmo assim o lado mais relevante foi a fala

 

Moshe disse que o rio Nilo iria virar sangue e ele virou sangue, mesmo que para isso foi necessário a “cajadada” de Aharon somente para motivos de sincronização.

 

Moshe disse que viriam rãs e vieram rãs!

 

Moshe disse que viriam piolhos e vieram piolhos!

 

Moshe falava e as pragas aconteciam !

 

O faraó prometia que iria deixar nosso povo sair e pedia para Moshe rezar para parar a praga. Moshe rezava e a praga parava, e nesse caso não precisava de “cajadada”.

 

Balak descobriu que a nossa força está nas palavras que falamos.

 

Nenhum judeu deu uma única flechada em nenhum egípcio. O Egito que era a superpotência mundial da época foi destruído com palavras! As palavras trouxeram as pragas e as palavras tiraram as pragas.

 

E no caso de Sihon e Og foi exatamente igual. Não tínhamos um exército treinado e nem equipado que justificasse vencer as maiores potências do mundo. Nossa Tefilá trouxe esses milagres. Nossa força está nas nossas palavras!

 

Balak contra atacou da maneira correta. Ele descobriu que não tinhamos força a não ser por meio das nossas palavras, então ele foi chamar o maior feiticeiro da época para nos atacar também com palavras. Bomba atômica contra bomba atômica!

 

A Torá nos conta que não existiu no povo de Israel um profeta tão grande como Moshe. No povo de Israel não existiu mas entre os povos do mundo sim. E quem era ele? Bil’am!

 

Para os povos do mundo não dizerem que se eles tivessem um profeta tão grande como Moshe Rabeinu eles se comportariam melhor, Hashem deu para eles Bil’am. Mas por causa dele, não só que eles não se comportaram melhor, mas ao contrário, eles se comportaram pior ainda!

 

Bil’am era mundialmente conhecido. Quem ele abençoava era abençoado e quem ele amaldiçoava morria.

 

Da mesma maneira que nós, a força de Bil’am estava nas palavras que ele dizia.

 

Existe um pequeno instante em que a Sefirá da Guevurá desperta lá encima. Bil’am sabia qual era esse instante. Quando a Guevurá despertava ele começava a sua maldição, e quem é amaldiçoado nesse pequeno instante não escapa.

 

A tal ponto que o próprio D’us foi obrigado a impedir o despertar da Guevurá todo o tempo que Bil’am tentou amaldiçoar o nosso povo.

 

Daqui aprendemos que nunca devemos falar palavras ruins, principalmente dentro da família, porque se, D’us nos livre, acertamos sem querer esse instante, estaremos causando um prejuízo irreversível. E depois que a briga terminar não adianta chorar….

 

Hashem trocou a maldição de Bilam por Bençãos.
Bilam profetiza sobre o Rei David e sobre o Mashiach

 

Por que a Benção de Bilam e suas profecias foram necessárias para nós?

 

Para entender isso vamos votar na nossa história até a época do nosso patriarca Yaakov que lutou contra uma criatura espiritual que era o próprio anjo de Essav. Essav era o patriarca de Edom que mais futuramente deu origem que países europeus.

 

Yaakov pediu para o anjo de Essav abençoar ele. O anjo de Essav abençoou Yaakov dizendo que seu nome não será mais Yaakov mas sim Israel.

 

Poderíamos e com razão dizer que o anjo foi forçado a abençoar Yaakov. Aí vem Bilam e diz : Quanto são boas suas tendas Yaakov, suas moradias Israel. O reconhecimento final vem por meio de Bilam que representa todos os povos do mundo

 

A profecia de Bilam continua revelando o futuro Rei David e o mais futuro ainda, o descendente do Rei David, o Mashiach.

 

O Rei David subjugou todos os povos à nossa volta, e o Mashiach vai subjugar o mundo inteiro.

 

E por que essa profecia tinha que vir por meio de Bilam?

 

Da mesma maneira que a profecia do término de Edom tinha que vir por meio do profeta Ovadiahu (Abadias) que tinha se convertido ao judaísmo e era proveniente de Edom.

 

Diz o Zohar que o fato de o anjo de Essav ter ferido a perna de Yaakov não foi um simples ferimento material, mas foi um ferimento espiritual profundo que se revelou materialmente.

 

Esse ferimento espiritual teve como consequência o fato de que qualquer profeta judeu que tentasse falar a profecia da destruição de Edom cairia antes de dizê-la.

 

Por isso ela teve que ser dita pelo profeta Ovadiahu que não era um descendente de Yaakov mas sim de Essav.

 

E assim conseguimos entender a necessidade das Bençãos de Bilam e de suas profecias.

 

Conclusão

 

Nunca devemos amaldiçoar ninguém por pior que seja a situação, sendo que nossas palavras têm uma sincronização espiritual. Se acertamos sem querer o momento em que a Guevurá está revelada podemos causar uma tragédia mesmo não tendo intenção.

 

Sempre devemos dar Bençãos à todos sem limites🌻🥰❤️

 

Rabino Gloiber
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data Judaica

O Rebe Yossef Itzhak de Lubavitch

 

O Rabi Yossef Itzhak era um ardente defensor da nossa coletividade na época do império russo e posteriormente da união soviética.

 

Ele lutou incansavelmente pela nossa autonomia, tanto material quanto espiritual.

 

Sua ação o opôs ao regime anti-semita tsarista e mais tarde aos comunistas, que negavam D’us.

 

A consequência disso foi que ele conheceu as prisões russas, onde ele foi encarcerado algumas vezes.

 

12-13 de Tamuz
Aniversário do Rabi Yossef Itzhak (1880-1950), sexto líder de Chabad-Lubavitch.

 

Libertação do Rabi Yossef Itzhak Schneerson da prisão bolchevique de Leningrado, 1927.

 

Seu encarceramento foi resultado da sua luta implacável para preservar a vida religiosa judia dentro da União Soviética.

 

Ajudado por fiéis seguidores, estabeleceu uma ampla rede clandestina de escolas de Torá, e de ajuda financeira para a observância do Shabat e a compra de artigos religiosos, construção e manutenção de Mikves (banho ritual para pureza familiar) e fortalecimento de todos os assuntos judaicos dentro da cortina de ferro,

 

Embora a sentença inicial que os russos lhe deram tenha sido pena de morte, a pressão internacional fez com que a pena fosse comutada a 10 anos de trabalhos forçados no Ártico e depois a três anos de exílio nos Urais.

 

Depois de uns poucos dias de exílio, ele foi libertado em Tamuz 12-13 e logo depois, forçado a deixar a Rússia.

 

Sua libertação foi considerada, nessas circunstâncias, milagrosa.

 

Sua luta assegurou que a chama de judaísmo, esmagada quase até a extinção, permanecesse iluminando clandestinamente e se tornasse a fonte da surpreendente onda moderna de retorno ao judaísmo entre os milhares de judeus intelectuais soviéticos, criados por quatro gerações de ateísmo e materialismo marxista!

 

12 de TAMUZ 12 Tamuz no Hayom Yom, o Dia de Hoje

 

Festa da liberação – Não se fala o Tachanun – Aniversário do Rebe Yossef Itzhak nascido em 5640 (1880).

 

Neste dia, ele recebeu em 5687 (1927) a boa notícia da sua liberação do exílio que tinha lhe sido aplicado depois do seu encarceramento, por ter reforçado a Torá e o judaísmo. (Sabe-se que durante o dia do seu aniversário, o Mazal do homem domina e vem ajudá-lo.)

 

Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak:

 

“Nestes dois dias de libertação, os 12 e 13 de Tamuz próximos, os hassidim farão um Farbrenguen, para o bem e para a benção, material e espiritual, como instituiu o nosso primeiro pai, o Admor Hazaquen, possa o mérito do santo Tzadik ser uma benção para a vida do mundo futuro.

 

Sua Alma reside nos palácios celestiais. Possa seu mérito proteger-nos.

 

Durante este Farbrenguen, os hassidim discutirão, num ambiente fraterno, como reforçar os momentos do estudo.

 

Dirijo-lhes a minha benção para que D’us lhes dê muito, tanto material quanto espiritualmente.

 

Sexta 13 Tamuz 5703 Festa da liberação Foi neste dia que o Rebe Yossef Itzhak foi libertado.

 

O encarceramento começou às duas horas e quinze da manhã, na quarta feira 15 de Sivan 5687 (15 de julho de 1927).

 

Ele ficou exilado na cidade de Kostrama até meio dia e trinta de quarta feira 13 de Tamuz 5687 (13 de julho de 1927).

 

Extrato de uma carta do Rebe Yossef Itzhak de escrita na ocasião da festa da liberação:

 

“Envio-lhes um discurso hassídico… Ele constitui a minha participação aos meus caros amigos, os hassidim, no lugar onde se encontrarem, para que possam ter muito sucesso.

 

Desta maneira, estarei com vocês durante o seu Farbrenguen para reforçar as práticas da hassidut, para fixar um tempo para estudá-la, para respeitar este tempo, para ser estimulado a cumprir o que resulte deste estudo…

 

Nosso D’us e o D’us dos nossos pais abençoará toda a comunidade dos hassidim, eles mesmos, sua família, seus filhos e seus netos, no seio de nossos irmãos, os filhos de Israel, a quem D’us outorgará longa vida e todo o bem da alma e do corpo.”

 

12 de Tamuz, o nascimento e a vida de um grande Líder

 

Uma vez em muitas gerações, quando Seu povo Israel está muito aflito, quando no seu amargo exílio ele recebe uma dose suplementar de sofrimento e de opressão, o Todo-Poderoso envia uma alma elevada para ajudá-lo nessas horas críticas.

 

Líder único, assim, foi o sexto Rebe de Lubavitch, o Rabi Yossef Itzhak Schneerson, filho único dos seus santos pais, Rabi Shalom-Ber (RaShaB) e a Rabanit Shterna Sara.

 

Foi certamente a Providência Divina que enviou um homem tão grande, com seu amor insondável pelos Judeus, sua Messirut Nefesh (devoção total) sem limites por eles, seus talentos e suas qualidades excepcionais de espírito e de personalidade para salvar o judaísmo russo em tempos de grave perigo.

 

E quando a horrível catástrofe do nazismo engoliu o Judaísmo Europeu, foi o Rebe, com seu idealismo sem compromisso e sua absoluta devoção à Torá e à Tradição judaica o escolhido pela Providencia Divina para fazer dos Estados Unidos um porto para a Torá.

 

Rabi Yossef Itzhak Schneerson, o sexto Rebe de Lubavitch, nasceu no dia 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch na Rússia e faleceu em 10 de Shevat de 5710 (1950) em Brooklin, Nova Iorque.

 

Em 1927 ele foi detido pelas autoridades soviéticas por causa do seu trabalho incansável para preservar o judaísmo e as instituições da Torá sob o regime soviético.

 

Após um encarceramento doloroso e aterrador na célebre prisão “Shpalerca” em Leningrado, durante dezoito dias e meio, no curso dos quais sua vida estava em jogo, a sentença do prisioneiro foi comutada para deportação para Costroma por um período de três anos. Mas dez dias depois, ele foi liberado.

 

A notícia da sua liberação iminente foi comunicada a ele no dia do seu aniversário e no dia seguinte ele já era um homem livre.

 

Sua mãe, a Rabanit Shterna Sara, contou um dia a seguinte história: “Já tinham passado muitos anos desde o meu casamento mas eu ainda não tinha sido abençoada com uma criança.

 

Isso me deprimia um pouco, especialmente por eu ser ainda muito jovem e por estar longe da casa da minha família.

 

No dia de Sim’hat-Torá do ano de 5640 estávamos no Kidush com alguns convidados na casa do meu sogro o Rebe de Lubavitch da época, Rabi Shmuel (o MaHaRaSh).

 

No momento culminante da celebração foi feita uma bênção “Mi Shebera’h” para aqueles que prometessem contribuir para uma certa causa de Tzedaká.

 

Tendo terminado com os homens, os “oficiantes” se dirigiram para a sala onde estavam as mulheres e muitas mulheres foram abençoadas com um “Mi Shebera’h”.

 

Parece que me esqueceram pois não foi dito nenhum “Mi Shebera’h” para mim!

 

Fiquei muito decepcionada porque gostaria de ter sido particularmente abençoada nesta ocasião tão especial.

 

Alguns instantes depois, alguém, aparentemente, percebeu o esquecimento. O oficiante voltou para dizer um Mi Shebera’h para mim.

 

Mas senti que não era a mesma coisa, isso estava me parecendo um “remendo”. O Kidush não durou muito.

 

Meu santo sogro voltou para seu quarto e os hassidim, inclusive meu esposo, se dirigiram à casa do Rabi Shulem Reich, genro do Rabi Baruch Shalom, o filho mais velho do Tzema’h Tzedek, para ali prosseguirem a festa.

 

Depois da saída dos hassidim, me retirei para o meu quarto onde sentei-me, lamentando a minha sorte.

 

Eu estava me sentindo triste por não ter filhos ainda; e me sentia completamente só.

 

Para coroar tudo, o incidente do Mi Shebera’h também me irritava. Abaixei a cabeça e comecei a chorar, encostada na mesa. Então adormeci.

 

Nesse momento um venerável Judeu entrou no meu quarto e me perguntou: ‘Porque choras assim, minha filha?’

 

Abri meu coração para ele e lhe disse o que havia provocado minhas lágrimas.

 

O visitante me disse então: ‘Não chore. Eu lhe prometo para este ano a bênção de um filho. Mas tem duas condições: primeiro, logo depois de Iom-Tov será preciso dar hai (18) rublos de caridade, do seu dinheiro pessoal; segundo ….’ Não lembro exatamente qual foi a segunda condição, mas acho que tinha algo a ver com o segredo que eu devia guardar sobre a gravidez pelo maior tempo possível.

 

O visitante inesperado deixou então o quarto para voltar pouco depois na companhia de dois outros veneráveis Judeus.

 

Em sua presença, ele me repetiu sua promessa, bem como as condições necessárias; os outros dois deram o seu consentimento.

 

Os três então me abençoaram e foram embora.

 

Acordei com o coração palpitando. Pouco depois o meu marido voltou.

 

Ele estava visivelmente feliz e de bom humor e mal entrou no quarto, fez uma travessura.

 

Falei-lhe imediatamente do meu sonho. Ele ficou muito sério e foi se consultar com seu pai.

 

Quando voltou, disse que seu pai desejava ver-me imediatamente. Fui falar com meu sogro.

 

Ele me pediu para repetir o sonho com os mínimos detalhes e me questionou depois com respeito à aparência dos três homens que eu tinha visto no meu sonho.

 

Descrevi-os, e ele então explicou: ‘o primeiro era meu pai (o santo Tzema’h Tzedek) e os dois outros: meu avô (o Miteler Rebe) e meu bisavô (o Alter Rebe), bendita seja sua memória.

 

Após Yom Tov, eu deveria me submeter à primeira condição. Mas como juntar os 18 rublos para Tzedaká?

 

Recordei que possuía um vestido novo caro, feito na última moda, que meu sogro não queria me ver usando; portanto ele ficava pendurado num armário.

 

Chamei uma mulher judia influente que era ativa na cidade em obras de caridade e lhe pedi, confidencialmente, para vender meu vestido.

 

Não ficaria bem se corresse a voz que a nora do Rebe de Lubavitch estava vendendo alguma coisa do seu guarda-roupa.

 

O produto dessa venda e de outros objetos pessoais me permitiram reunir os 18 rublos que distribuí em dinheiro para Tzedaká.

 

Neste mesmo ano de 5640 (1880), no dia 12 de Tamuz, meu filho Yossef Itzhak nasceu.”

 

12-13 TAMUZ

 

O Shloh nos ensinou que todas as festas judaicas, inclusive aquelas de origem rabínica, estão ligadas à porção semanal da Torá em que ocorrem.

 

Entendemos que isso também se aplica à “festa da libertação” de 12 e 13 de Tamuz, que celebra a libertação do Rebe precedente de Lubavitch das prisões soviéticas onde fora encarcerado unicamente por ter se dedicado à propagação do judaísmo.

 

Esta festa está, portanto, ligada à Sidra de Balak, já que acontece na mesma semana.

 

Qual a ligação entre as duas?

 

Nossos sábios nos contam que Balak odiava o povo judeu ao máximo.

 

Consequentemente ele fazia questão de prejudicá-lo de todas as maneiras possíveis até chegar a contratar os serviços do feiticeiro Bilam.

 

Isto também ocorreu no arresto e liberação do Rebe precedente de Lubavitch.

 

Como ele próprio escrevera numa carta, “o seu trabalho religioso era permitido de acordo com as leis do país ”.

 

Ele foi detido por aqueles que procuravam atrapalhar “aqueles que observam as leis de Moisés e de Israel”, embora isso estivesse “em oposição com as leis do país ”.

 

O ódio destas pessoas pelo judaísmo e pelos judeus religiosos era similar ao de Balak, a ponto de estarem prontos a ir contra as leis da natureza, destruindo o trabalho sagrado do Rebe Yossef Itzhak.

 

Do mesmo modo que Balak e Bilam falharam nas suas tentativas a ponto de, em vez de maldizer os judeus, Bilam acabou por abençoá-los, do mesmo modo o Rebe Yossef Itzhak foi liberado.

 

As pessoas que eram responsáveis pela sua prisão foram forçadas a assistir à sua liberação e até participaram para ajudar o Rebe a deixar o país.

 

Deste modo, o Rebe Yossef Itzhak mereceu este milagre porque seu ser inteiro, bem como suas ações pelo judaísmo estavam totalmente penetradas pelo sacrifício total de si mesmo.

 

Foi especialmente assim já que sua obra para difundir o judaísmo “neste país” precisava do sacrifício de si para cada aspecto da Torá e das Mitzvot.

 

Sua liberação milagrosa podia estar revestida em fatos naturais.

 

Mais que anular as leis da natureza este milagre foi tão elevado que ocorreu naturalmente.

 

D’us tem, em geral, três modos de dirigir o mundo:

 

a) de acordo com as leis da natureza

 

b) com milagres que transcendem e anulam as leis naturais

 

c) com uma revelação divina tal que o milagre está envolto na própria natureza.

 

Com referência a este último ponto, a própria natureza está tão penetrada de espiritualidade que concorda com o milagre e se torna disponível para que ele aconteça por meio dela.

 

Assim foi o milagre de Purim. Apesar de envolto pelas leis da natureza, é claro para todos que as causas foram sobrenaturais.

 

Isto também ocorreu com o milagre de 12 e 13 de Tamuz, em que as mesmas pessoas que deram a ordem de prisão ao Rebe pronunciaram a sua liberação.

 

Nossos Rebes de Chabad nos ensinam que o auto-sacrifício, sacrifício de si próprio, é tão elevado que ele transforma a natureza num receptáculo para a divindade.

 

A abnegação constante do Rebe Yossef Itzhak de Lubavitch foi soldada por um milagre cuja fonte era mais alta.

 

O QUE DEVE FAZER AQUELE QUE É “PRESO” PELO DESÂNIMO

 

Contando sobre seu encarceramento, o Rebe Yossef Itzhak disse ter sido invadido pelo desespero ao pensar nos membros da sua família.

 

De repente, uma ideia surgiu na sua mente:

 

“Basta! Tudo vem de D’us. Não tenho direito de ter um pensamento desses.

 

Devo me lembrar da face do meu pai, o Rebe”.

 

Disso podemos deduzir o que devemos fazer quando somos “presos” pelo desânimo:

 

Devemos imaginar a face do Rebe.

 

De fato, cada um de nós deve fazer isso de vez em quando, se lembrar dos propósitos que foram ouvidos dele, saber que o Rebe vai sempre nos ajudar e por isso é preciso se preocupar.

 

(Palavras do Rebe em Lag Baomer 5710, 1950)

 

Rabino Gloiber
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data Judaica

Hoje é o dia da libertação do Rebe 🌻 12 e 13 de Tamuz


 
Bom dia pessoas maravilhosas ❤️🥰
 
Hoje é dia 12 de Tamuz, 5640 (1880) – 10 de Shevat, 5710 (1950)
 
Os Primeiros Anos
 
Rabi Sholom DovBer, o quinto líder do crescente Movimento Chabad, estava sempre ocupado com o crescente número de encontros públicos, conferências e importantes convocações rabínicas aos quais tinha de comparecer.
 
O desfile interminável de delegações hassídicas, pessoas em busca de conselhos e orientação, a necessidade de supervisionar e instruir seus seguidores, além de sua necessidade pessoal de estudos bíblicos e hassídicos, aumentavam cada vez mais seus dias de trabalho, que já se alongavam do início da manhã até tarde da noite.
 
Ele resolveu designar um secretário pessoal para aliviá-lo de parte do seu pesado fardo.
 
Sua escolha recaiu no seu filho de quinze anos, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn.
 
Nascido a 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch, na Rússia, o jovem já provara sua capacidade no campo dos estudos, e era reconhecido como um brilhante erudito. Ele em breve provaria ser também um competente administrador, com enorme talento para atividades comunitárias e cívicas.
 
Em 5655 (1895), o jovem Rabino participou da grande conferência de líderes religiosos e leigos em Kovno, e novamente no ano seguinte em Vilna.
 
No dia 13 de Elul de 5657 (1897), aos dezessete anos, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn casou-se com Nehamah Dinah, filha de Rabi Abraham Schneersohn, um homem importante de grande erudição e religiosidade (e neta do Tsêmach Tsêdec).
 
Durante a semana de festividades que se seguiu à cerimônia de casamento, Rabi Sholom DovBer anunciou a fundação do famoso seminário Yeshivá Tomchei Temimim, e no ano seguinte nomeou seu filho como diretor executivo.
 
Sob a hábil direção de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn, e orientado pelo seu pai sempre atento, a Yeshivá Lubavitch floresceu e desenvolveu-se em muitos seminários em toda a Rússia.
 
As duas primeiras décadas do século vinte foram para testar ao máximo a ilimitada energia, zelo e capacidade do jovem rabino. Pode-se somente fazer uma breve menção dos eventos mais importantes contidos naqueles vinte anos.
 
Como parte dos extenuantes esforços feitos para melhorar o status econômico dos judeus na Rússia, Yossef Yitschac Schneersohn foi incumbido pelo pai de conduzir uma intensa campanha para o estabelecimento de uma indústria têxtil em Dubrovna.
 
Esta campanha, em 5661 (1901), levou Rabi Schneersohn a Vilna, Lodz e Koenigsberg.
 
Ele obteve a cooperação de rabinos importantes e de famosos filantropos, os irmãos Jacob e Eliezer Poliakoff, e a tecelagem foi realmente aberta, com cerca de 2.000 empregados judeus.
 
Intercessão em Prol dos Judeus da Rússia
Já conhecemos a situação difícil dos judeus sob o regime czarista e como os Rebes de Lubavitch intercederam continuamente em prol de seus irmãos, tanto com o Governo como com o Tribunal.
 
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn aceitou muitas dessas missões e viajava freqüentemente para S. Petersburgo e Moscou.
 
Quando a Guerra Russo-Japonesa irrompeu no Leste em 5664 (1904), Rabi Yossef Yitschac Schneersohn tornou-se ativo na campanha iniciada por seu pai para prover os soldados judeus na Frente Leste com Matzot para Pêssa’h.
 
Na confusão que se formou no desenrolar daquela guerra, uma nova onda de pogroms varreu os Assentamentos Judaicos.
 
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn foi enviado pelo pai à Alemanha e Holanda, e conseguiu obter a intercessão de importantes homens de estado em prol dos judeus da Rússia.
 
No ano 5668 (1908), ele participou novamente na convocação rabínica em Vilna, No ano seguinte, foi à Alemanha para reunir-se com líderes judeus locais.
 
Na volta, ele tomou parte nos preparativos para a convocação rabínica de 5670 (1910).
 
Suas atividades públicas enérgicas e abrangentes, sua vigilante defesa dos direitos dos judeus russos e sua luta constante contra as autoridade locais e centrais despertaram a inimizade do regime czarista da época.
 
Entre os anos de 5662 e 5671 (1902-1911), Rabi Schneersohn foi preso em Moscou e S. Petersburgo em quatro ocasiões.
 
Como as investigações do Governo nada descobrissem de ilícito em suas atividades, ele foi libertado todas as vezes com uma severa advertência.
 
Estes incidentes não detiveram Rabi Schneersohn de continuar sua obra, mas o estimularam a esforços ainda maiores.
 
Nos anos de 5677 (1917) e 5678 (1918) ele novamente tomou parte na assembléia de Rabinos e leigos em Moscou e Kharkov.
O Czar, a KGB, etc.
 
O corpo físico de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn, sexto Rebe de Lubavitch, foi encarcerado na infame Prisão Spalerno, porém seu espírito indomável continuou completamente livre.
 
Apesar das severas torturas físicas e psicológicas a ele infligidas pelos cruéis e rudes carcereiros, ele jamais vacilou na sua crença em D’us e na sua devoção ao Judaísmo.
 
Em 15 de Sivan, após uma noite interminável de tortura, ele exigiu que lhe entregassem seus tefilin. “Esqueça!” riram os torturadores. “Jamais os receberá enquanto estiver aqui!”
 
“Nesse caso, declaro que vou entrar em greve de fome. Até que me entreguem meus tefilin, não vou comer nem beber nada, e os prisioneiros da minha cela serão testemunhas do meu jejum.”
 
O Rebe ficou na cela escura rezando em voz alta, enquanto seus companheiros de cela permaneciam num silêncio respeitoso.
 
Nem o ambiente assustador nem as coisas profanas gritadas pelos guardas conseguiam permear as profundas meditações do Rebe.
 
O Rebe continuou sua greve de fome durante os dois dias e noites seguintes. Às dez horas daquela noite foi levado para um interrogatório.
 
Havia três interrogadores: dois judeus – Lulov e Nachmanson – e um não-judeu, Dachtriov.
 
A sala era grande e as paredes de mármore alinhavam-se tubos grandes que permitiam aos agentes da GPU na sala adjacente ouvir e transcrever o interrogatório.
 
Quando o Rebe entrou na sala, voltou-se aos seus interrogadores e disse:
 
“Esta é a primeira vez que entro numa sala e nem uma única pessoa se levanta do seu lugar!”
 
“Você sabe onde está?” perguntaram a ele.
 
“Claro. Sei que este é um lugar onde NÃO é preciso colocar uma mezuzá.
 
Existem outros locais assim, como por exemplo, um estábulo e um banheiro.”
 
O Rebe recusou-se a ficar intimidado e declarou furioso: “Vocês não têm o direito de acusar-me! Devolvam meus objetos!”
 
Porém eles começaram a ler as acusações contra o Rebe.
 
Enfrentar as forças reacionárias da URSS; contra-revolução; exercer influência sobre judeus russos; divulgar a religião; corresponder-se com estrangeiros e passar informação sobre a União Soviética, etc.
 
O Rebe explicou que ele não impunha sua vontade sobre ninguém; a hassidut influencia pelo exemplo, não pela força ou poder.
 
Cento e oitenta anos antes, seu ancestral, Rabi Shneur Zalman, tinha sido forçado a explicar os dogmas da hassidut aos interrogadores do Czar; agora Rabi Yossef Yitschac tinha de fazer o mesmo aos interrogadores soviéticos.
 
O Rebe respondeu a todas as acusações, e então lançou palavras duras a Lulov, dizendo: “Escute. Talvez você pense que vai dar início a um novo caso Beilis [a infame acusação de libelo de sangue], mas lembre-se como aquela tentativa falhou.”
 
O Rebe continuou a refutar dessa maneira todas as palavras deles.
 
Naquele momento, Nachmanson entrou na sala e relatou o seguinte caso: “Lulov, você sabia que meus pais não tinham filhos até que foram pedir uma bênção ao Rebe de Lubavitch?
 
Este é o homem, bem aqui… e eu sou o filho que nasceu.”
 
Os interrogadores riram desbragadamente pela ironia.
 
O interrogatório durou a noite toda.
Ao final, Lulov explodiu furioso: “Mais 24 horas e você será fuzilado!” Esta era uma possibilidade real naquela época.
 
Sofrendo dores lancinantes pelas surras que tinha recebido, o Rebe continuou sua greve de fome até sexta-feira, quando seus tefilin e livros lhe foram devolvidos.
 
Naquela hora, o Rebe anunciou que comeria apenas alimentos trazidos de sua casa.
 
Naquele Shabat, recebeu três halot inteiras assadas em casa (um exemplo do novo tratamento que passaria a receber).
 
O guarda que anteriormente tinha sido tão cruel, agora saía de seu caminho para acomodar o Rebe.
 
Como o Rebe tinha pedido, o guarda batia à sua porta para indicar a hora da prece noturna, e na conclusão daquele Shabat, o
Rebe recebeu dois fósforos para a santidade do Shabat e a semana mundana.
 
Em 12 de Tamuz, Rebe Yossef Yitschac foi libertado da prisão e da morte certa.
 
Treze anos depois, o Rebe chegou aos Estados Unidos.
 
Sua chegada assinalou o início de uma nova era no Judaísmo. Tinha-se presumido que a Torá jamais poderia florescer na América como tinha feito na Europa, mas com seu famoso pronunciamento “A América não é diferente”, o Rebe.
 
Lidando Com as Autoridades Comunistas
Com o falecimento de seu pai em 2 de Nissan de 5680 (1920), Rabi Yossef Yitschac Schneersohn foi convidado por todo o mundo Chabad a aceitar a liderança do Movimento e tornar-se o próximo Rebe de Lubavitch
 
Naquela época as condições tinham mudado bastante. Como resultado da Guerra e da Revolução de Outubro, a Rússia estava em constante conflito interno. Como sempre, os judeus eram quem mais sofria.
 
Naqueles dias, Rabi Schneersohn viu-se praticamente sozinho, enfrentando uma tarefa que exigia um esforço sobre-humano – a reabilitação da vida comunitária e religiosa dos judeus na Rússia.
 
Ele enfrentou sua luta em duas frentes, a material e a religiosa.
 
Os judeus russos tinham sido reduzidos à mais abjeta pobreza e sofrimento, e o futuro do Judaísmo tradicional era ameaçado pela política atéia da Yevsektzia (o ramo judaico do Partido Comunista Soviético, responsável pelas atividades anti-judaicas.
Posteriormente foi dissolvido pelo Governo Soviético).
 
Durante sua luta solitária pela preservação do Judaísmo tradicional na Rússia, Rabi Yossef Y. Schneersohn percebeu que um novo país teria de superar a Rússia como grande centro de Torá.
 
Portanto, ele fundou um Seminário Talmúdico Lubavitch (yeshivá) em Varsóvia, em 5681 (1921), e ali continuou sua obra.
 
A yeshivá Lubavitch na Polônia, como sua similar na Rússia, desenvolveu-se rapidamente num sistema completo de seminários, e centenas de estudantes foram matriculados em suas várias filiais.
 
Enquanto isso, Rabi Yossef Y. Schneersohn conduzia corajosamente sua obra na Rússia, fundando e mantendo seminários, escolas de Torá e outras instituições religiosas.
 
Naquela época Rabi Schneersohn tinha sua sede principal em Rostov sobre o Don, mas devido a acusações caluniosas foi preciso mudar-se dali.
 
Ele fixou residência em Leningrado (S. Petersburgo), de onde continuou incansavelmente a dirigir suas atividades.
 
Ele organizou um comitê especial para ajudar artesãos judeus e operários que desejavam observar o Shabat, e enviou professores, pregadores e outros representantes às mais remotas comunidades judaicas na Rússia, para fortalecer sua vida religiosa.
 
Percebendo a necessidade de organizar comunidades Chabad fora da Rússia, o Rebe formou a Agudat Chassidei Chabad dos Estados Unidos e Canadá, mantendo contato regular com seus seguidores no Novo Mundo.
 
Em 5687 (1927), o Rebe fundou o seminário Lubavitch no Usbequistão, uma província remota da Rússia.
 
Sua posição contra aqueles que desejavam minar a religião judaica tornou-se ainda mais arriscada.
 
A Yevsektzia estava determinada a contê-lo, e recorreu até mesmo a intimidação e tortura mental.
 
“Certa manhã, quando o Rebe estava observando yahrzeit pelo seu pai, três membros da Yevsektzia entraram na sinagoga, armados de revólveres, para prendê-lo. Calmamente, o Rebe terminou suas preces e seguiu-os.
 
Enfrentando um conselho de homens armados e determinados a tudo, o Rebe novamente reafirmou que não desistiria de suas atividades religiosas, sem temer ameaças.
 
Quando um dos agentes apontou um revólver para ele, dizendo: “Este brinquedinho já fez muitos homens mudarem de idéia”, o Rebe respondeu calmamente: “Este brinquedinho pode intimidar somente o homem que tem muitas paixões e deuses, e apenas um mundo – este mundo.
 
Como eu tenho somente um D’us e dois mundos, não estou impressionado pelo seu brinquedinho.”
 
Sua luta chegou ao auge no verão de 5687 (1927), quando o Rebe foi preso e colocado em confinamento solitário na famosa prisão Spalerno em Leningrado.
 
Ele foi sentenciado à morte, mas a intervenção oportuna de estadistas estrangeiros salvou sua vida. Em vez de ser executado, ele foi banido para Kostroma, nos Urais, por três anos.
 
Cedendo à pressão feita por aqueles estadistas, as autoridades decidiram libertar o Rebe. Ele foi informado desta decisão no dia de seu aniversário, 12 de Tamuz.
 
No dia seguinte ele teve permissão de partir e se alojar na aldeia de Malachovka, nas vizinhanças de Moscou. Outra intervenção resultou na permissão para o Rebe deixar a Rússia e ir para Riga, na Latvia.
 
No dia seguinte à Festa de Sucot, juntamente com sua família e sua biblioteca histórica e valiosa, o Rebe partiu para Riga.
 
Sem fazer uma pausa para descansar, ele retomou suas atividades, estabelecendo um seminário talmúdico em Riga, Em 5688 e 5689 (1928/29), ele assegurou a provisão de matsot para os judeus da Rússia.
 
Irrompe a Segunda Guerra
 
No ano de 5689 (1929), o Rebe visitou Israel e em seguida foi aos Estados Unidos.
 
Em Nova York ele teve uma recepção cívica, e lhe foi concedida liberdade na cidade. Centenas de rabinos e líderes leigos deram as boas vindas ao Rebe, e pediram entrevistas pessoais com ele. Durante esta visita, ele foi recebido pelo Presidente Hoover na Casa Branca.
 
Voltando à Europa, ele continuou suas diversas atividades, mas para ter melhores facilidades em seu trabalho ele fixou residência em Varsóvia em 5694 (1934).
 
As atividades dos seminários Lubavitch na Polônia tinham agora recebido um impulso considerável.
 
O seminário central em Varsóvia e na vizinha Otwosk atraíam centenas de eruditos de todas as partes da Polônia e de outros países, incluindo os Estados Unidos.
 
Dois anos depois, o Rebe fixou residência em Otwosk e passou a dirigir suas atividades daquele local.
 
Quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939 (5699), o Rebe recusou muitas oportunidades de deixar o inferno de Varsóvia até que tivesse cuidado de seus seminários e feito todo o possível para ajudar seus irmãos sofredores da capital polonesa.
 
Ele permaneceu lá durante todo o terrível cerco e bombardeio a Varsóvia e sua capitulação final aos invasores nazistas.
 
Mesmo durante esta época, ele conseguiu evacuar muitos de seus alunos para regiões mais seguras, e todos os meninos americanos que estavam estudando no seminário Lubavitch em Otwosk foram transportados em segurança de volta para os Estados Unidos.
 
Sua coragem e temeridade (ele teve uma sucá construída e cumpriu a Mitzvá de “habitar na sucá” no auge do bombardeio) foram uma fonte de inspiração para a sofrida comunidade judaica de Varsóvia.
 
Com a cooperação do Departamento de Estado em Washington, os amigos e seguidores do Rebe trabalharam incansavelmente para organizar sua viagem de Varsóvia a Nova York.
 
Finalmente, o Rebe e sua família receberam uma salvo-conduto para Berlim e dali para Riga na Latvia, que ainda era neutra na ocasião.
 
Uma vez lá, o Rebe continuou a auxiliar os numerosos refugiados que tinham conseguido escapar da Polônia para a Lituânia e Latvia.
 
Em 9 de Adar Sheni de 5700 (19 de março de 1940), o Rebe chegou a Nova York no S.S.
Drottningholm.
 
Foi entusiasticamente recebido por milhares de seguidores e muitos representantes de diversas organizações, bem como autoridades civis.
 
Chegada aos Estados Unidos
Quando o Rebe chegou aos Estados Unidos, não perdeu tempo para estabelecer um fundo de ajuda para os judeus do outro lado do oceano.
 
Entrou em contato com funcionários do governo e dos departamentos de Estado, fazendo enorme pressão para validar o máximo possível de vistos, à medida que a guerra ficava mais perigosa e mais portões de fuga se fechavam.
 
Ele trabalhou com organizações humanitárias para tentar conseguir ajuda para muitos dos campos, antes que se soubesse sobre o genocídio em massa.
 
Uma ênfase especial foi dada aos judeus nos Países Bálticos e na União Soviética, de onde milhões fugiam em busca de segurança.
 
Estes refugiados não tinham alimentos, um local para viver ou para onde fugir.
 
O governo russo os mandava executar ou deportar para a Sibéria, onde milhões estavam desaparecendo.
 
O Rebe enviava secretamente pacotes de alimentos e itens religiosos para estes judeus através de operações subterrâneas, enquanto fazia campanhas oficiais juntamente com outros rabinos proeminentes e organizações judaicas para receber permissão oficial e acesso à União Soviética durante o tempo de duração da Guerra.
 
O Rebe respondeu a muitos pedidos de campos de refugiados judeus durante a Guerra, enviando-lhes artigos religiosos vitais, bem como representantes para encorajá-los a não desistir, dizendo que haveria um futuro para a nação judaica.
 
A década que se passara entre a primeira e a segunda visitas do Rebe aos estados Unidos tinha deixado cicatrizes em sua saúde.
 
Porém, embora ele estivesse minado pelo sofrimento e martírio, Rabi Schneersohn devotou-se à nova missão de transformar os Estados Unidos num centro vibrante de estudo de Torá.
 
O Seminário Talmúdico Central “Tomchei Temimim Lubavitch” logo foi fundado, e tornou-se o precursor de muitos seminários e escolas em todos os Estados Unidos.
 
O Rebe continuou seus esforços em prol de seus irmãos afligidos pela guerra do além-mar, e ao mesmo tempo concentrou-se na sua intenção de provocar um renascimento religioso nos Estados Unidos.
 
Após uma breve estadia em Nova York, o Rebe transferiu a sede para o Brooklyn. A primeira edição da revista mensal Hakriah Vehakdusha fez sua aparição como órgão oficial da Agudat Chassidei Chabad Mundial e continuou durante toda a Guerra.
 
Durante os dez anos de sua vida nos Estados Unidos, a influência e as realizações de Rabi Yossef Yitschac Schneersohn no fortalecimento do Judaísmo, na melhoria da educação judaica, e na criação de instituições de estudos judaicos foram tão notáveis, que o Judaísmo e o estudo de Torá nos Estados Unidos, e posteriormente em outros países, assumiram uma feição totalmente diferente.
 
Além do estabelecimento das yeshivot Tomchei Temimim Lubavitch nos Estados Unidos e Canadá, o Rebe fundou Machne Israel, Merkot L’Inyonei Chinuch, Beth Rivkah e Beth Sarah, escolas para meninas, e a Editora Kehot, dedicada à publicação de livros no verdadeiro espírito e tradição de Torá.
 
Foram criados também os grupos Mesibot Shabat para meninos e meninas, para tornar crianças e adolescentes judeus conscientes de seu grande legado espiritual.
 
Encontrar-se todo Shabat numa atmosfera agradável, ser liderados por uma pessoa na mesma faixa etária e de seu próprio bairro, imbui estas crianças com os fundamentos da religião judaica, da santidade do Shabat e de outros preceitos.
 
Ao final da Guerra em 5705 (1945), Rabi Yossef Y. Schneersohn estabeleceu sua Organização para Ajuda e Reabilitação a Refugiados, Ezras Oleitim Vesidurom, com um escritório regional em Paris.
 
Muitos refugiados foram ajudados por este escritório a emigrar para Israel. Em 5708 (1948), o Rebe estabeleceu a aldeia Chabad (Kfar Chabad) perto de Tel Aviv.
 
Pouco antes de sua morte, Rabi Yossef Y. Schneersohn voltou sua atenção às necessidades do Judaísmo na África do Norte.
 
Foi lançado o alicerce para uma rede de instituições educacionais, incluindo seminários, escolas primárias para meninos e meninas, das quais todas continuaram a prosperar sob o nome “Oholei Yossef Yitschac Lubavitch”.
 
Uma rede semelhante de instituições foi estabelecida em Israel, e escolas de tempo integral em Melbourne, Austrália.
 
Muitos líderes comunitários e trabalhadores judeus se inspiraram com o sucesso da obra de Rabi Yossef Y. Schneersohn e redobraram seus próprios esforços.
 
Novas organizações e instituições brotaram no campo da educação judaica e observância do Shabat, e sua influência está se fazendo sentir cada vez mais.
 
Pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que este homem notável foi um dos pilares do Judaísmo mundial em nossa geração.
 
Rabi Yossef Y. Schneersohn faleceu no Shabat 10 de Shevat de 5710 (1950), após trinta anos de esforços infatigáveis como líder de Chabad e dos judeus de todo o mundo.
 
A notícia de sua morte entristeceu judeus em todos os países, que prantearam com uma sensação de perda pessoal o falecimento de um líder tão inspirador, iminente e devotado.
 
No entanto, eles encontraram consolo ao saber que seu espírito vive na corrente inquebrável de liderança Chabad; e que as instituições que ele fundou continuam a florescer e se expandir sob a liderança de seu sucessor, o atual Rebe e líder do Movimento Chabad, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória.
 
Genealogia
 
O Rebe Anterior – Yossef Yitschac
5640 (1880): Nascimento do Rebe, a 12 de Tamuz.
 
5655 (1895): Inicia sua obra comunitária como secretário particular de seu pai, e participa da conferência de líderes comunitários em Kovno.
 
5656 (1896): Participa da reunião de Vilna.
 
5657 (1897): A 13 de Elul, desposa a Rebetzin Nechama Dina, filha de R. Avraham.
 
5658 (1898): Designado líder da Yeshivat Tomchei T’mimim.
 
5661 (1901): Para iniciar as fundações para estabelecer a fábrica de Dubrovna, viaja a Vilna, Brisk, Lodz e Koenigsberg.
 
5662 (1902): Viaja a Petersburgo para tratar de assuntos comunais.
 
5665 (1905): Participa na organização de um fundo para fornecer as necessidades de Pessa’h para as tropas no extremo Oriente.
 
5666 (1906): Viaja à Alemanha e Holanda, e lá persuade banqueiros a usarem sua influência para impedir os pogroms.
 
5668 (1908): Participa na organização da Conferência de Vilna.
 
5669 (1909): Vai à Alemanha para conferenciar com líderes comunitários.
 
5670 (1910): Ocupa-se em preparar o encontro de Rabinos. Entre 5662 e 5671 (1902 e 1911), é preso quatro vezes em diferentes ocasiões, em Moscou e Petersburgo, devido às suas atividades.
 
5677 (1917): Ajuda a organizar a Conferência de Rabinos em Moscou.
 
5678 (1918): Participa na organização do Encontro de Kharkov.
 
5680 (1920): Aceita o cargo de Rebe,
 
5681 (1921): Cria programas de atividades comunitárias para reforçar o judaísmo na Rússia; estabelece a Yeshivat Tomchei T’mimim em Varsóvia.
 
5684 (1924): Forçado pela Cheka (Polícia Secreta) a deixar Rostov, por calúnias feitas pela Yevsektzi (Seção hebraica do Partido Comunista). Estabelece-se em Petersburgo e trabalha para fortalecer a Torá e o judaísmo através de atividades envolvendo Rabinos, escolas de Torá para crianças, Yeshivot, shochtim, professores formados para ensinar Torá e a abertura de mikva’ot; forma um comitê especial para auxiliar trabalhadores manuais a cumprir o Shabat; estabelece Agudat Chabad nos Estados Unidos e Canadá.
 
5687 (1927): Cria yeshivot em Bukhara. A 15 de Sivan é preso e mantido na prisão de Shpalerno. A 4 de Tamuz, é exilado para Kostrama. A 12 de Tamuz é informado de sua liberdade; no próximo dia é realmente libertado e por ordens do Governo muda-se para Malachovka, perto de Moscou. No dia seguinte a Sucot, 5688 (1927), deixa a Rússia, indo para Riga, Latvia, e lá funda uma yeshivá.
 
5688-9 (1928-9): Cria com sucesso campanhas para enviar matsot à Rússia.
 
5689-90 (1929-30): Visita Erets Yisrael e os Estados Unidos.
 
5694 (1934): Transfere-se para Varsóvia; estabelece associação de t’mimim; cria filiais da Yeshivat Tomchei T’mimim em várias cidades afastadas na Polônia.
5695 (1935): Inicia a publicação do periódico Hatamim.
 
5696 (1936): Transfere a Yeshivá Tomchei T’mimim e sua residência de Varsóvia para a cidade de Otwock.
 
5699 (1939): Cria Agudat-Chabad no mundo todo.
 
5700 (1940): A 9 de Adar II, chega a New York e estabelece-se no Brooklyn; devota-se com sucesso a resgatar seus pupilos; funda a Yeshivat Central Tomchei T’mimim.
 
5701 (1941): Inicia a publicação do jornal Hak’ria V’hak’dusha; funda a Machne Israel.
 
5702 (1942): Funda Yeshivat Tomchei T’mimim com escolas preparatórias em Montreal, Canadá; estabelece Merkos L’inyonei Chinuch; funda Yeshivat Achei T’mimim em Newark, Worcester e Pittsburgh; estabelece a Sociedade Editora Kehot de Lubavitch.
 
5703 (1943): Cria a Biblioteca Otzar Hachassidim de Lubavitch.
 
5704 (1944): Estabelece um grupo Nichoach para compilar e publicar melodias de Chabad; inicia a publicação do jornal Kovetz Lubavitch; cria a Sociedade para Visitação aos Doentes (Bikur Cholim).
 
5705 (1945): Abre um escritório para refugiados, com uma filial em Paris; estabelece a Sociedade Eidenu para estudos avançados do Talmud, e Shaloh (instrução religiosa para alunos de escolas públicas); inicia esforços para melhorar a situação espiritual de fazendeiros judeus e outros em comunidades rurais na América.
 
5708 (1948): Funda a aldeia Chabad em Safaria, perto de Tel Aviv, para refugiados da Rússia.
 
5709 (1949): Apressa a organização de uma comissão para a educação dos filhos de olim para Erets Israel abrigados em maabarot (campos transitórios) e tem sucesso.
 
5710 (1950): Algumas semanas antes de seu falecimento lança as fundações e o programa para a obra educacional e o fortalecimento da Torá no norte da África. Como resultado, foram criados um seminário para professores, uma Yeshivá, uma Yeshivá júnior, um Talmud Torá para meninos e outro para meninas, todos sob a denominação geral de “Oholei Yosef Yitschac – Lubavitch.” No Shabat Parashat Bo, a 10 de Shevat de 5710 (1950) às oito da manhã, faleceu e foi enterrado em New York.
 
Seu genro, nosso Rebe de Lubavitch, assumiu a liderança um ano depois que ele faleceu e é o nosso Rebe até a nossa Gueulá completa em breve e em nossos dias Amén ❤️
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️
 
www.RabinoGloiber.com