Mensagem da Parashá

As viagens que cada um de nós é obrigado a fazer

 

O povo de Israel fez quarenta e duas viagens entre a saída da escravidão no Egito e a milagrosa entrada na “Terra Prometida”

 

O que há por trás das quarenta e duas viagens que nos dá a obrigação de nos lembrarmos delas todos os anos quando lemos Parashat Mass’ei na Torá ?

 

O Baal Shem Tov nos revelou que cada Judeu e Judia tem um itinerário de viagens planejado lá de cima para percorrer durante sua vida

 

A Torá nos conta sobre quarenta e duas viagens que o povo de Israel teve que fazer entre a saída do Egito e a chegada à terra de Israel.

 

Diz o Baal Shem Tov que o objetivo dessas viagens era para elevar as “Netzutzot” que são pequenas “revelações Divinas”, às vezes chamadas de “faíscas Divinas” ou “centelhas Divinas”

 

Quando damos um exemplo sobre a revelação Divina comparamos ela à uma grande Luz, por isso essas pequenas revelações são comparadas a pequenas centelhas, pequenas luzes, “luzinhas Divinas”

 

O objetivo dessas 42 viagens era fazer um “Tikun”, uma “reparação”, um conserto espiritual nesses lugares por onde eles passaram que consistia em elevar essas “centelhas Divinas”.

 

Em cada lugar eles acamparam, não moraram lá por muito tempo mas ficaram somente o tempo necessário para fazer o “Tikun” e elevar as “centelhas Divinas” daquele lugar

 

E como essas pequenas revelações Divinas caíram até o nível do nosso mundo que é o mais baixo dos quatro mundos e por causa delas esses quatro mundos são chamados de “Olam HaTikun”, o mundo do conserto?

 

A quebra dos receptáculos

 

Antes de Hashem criar o mundo de Atzilut, o primeiro dos quatro “mundos do Tikun” existia um mundo espiritual chamado de Olam HaTohu.

 

No Olam HaTohu as “Luzes”, as revelações Divinas, eram grandes, e os receptáculos pequenos.

 

Cada Sefirá no Olam HaTohu iluminava intensamente e não dava espaço para as outras Sefirot.

 

Por causa disso aconteceu a “quebra dos receptáculos” e as luzes se separaram até caírem nos mundos de Briá, Yetzirá e Assiá.

 

Por meio do cumprimento dos mandamentos Divinos aqui no nosso mundo chamado de “mundo da Assiá”  “consertamos” essas “Luzes” que caíram nos mundos de Briá Yetzirá e Assiá e fazemos elas subirem para o mundo de Atzilut que é o Olam HaTikun, “mundo do conserto”

 

O Baal Shem Tov diz que por causa dessas “luzes caídas”cada Judeu e Judia tem um circuito de viagens pré destinadas durante toda a sua vida.

 

Tudo é pré determinado até nos pequenos detalhes porque está ligado ao conserto que só você tem que fazer.

 

Onde você vai morar, onde você vai trabalhar, para onde você vai viajar, onde você vai passar uma semana, onde você vai passar um ano, onde você vai morar mais ou menos tempo.

 

Um detalhe interessante é que tanto no lugar onde o povo de Israel acampou por um só dia quanto no lugar onde eles acamparam por dez anos eles montaram o Mishkan como se fossem ficar lá a vida inteira, nos ensinando como devemos nos comportar nas “viagens da nossa vida”

 

Ou seja, mesmo sabendo que Mashia’h pode chegar hoje, mesmo assim devemos nos comportar de maneira natural como se tivéssemos que ficar aqui a vida inteira.

 

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As leis de Kasherização de utensílios e a guerra de Midiã

 

As leis de Casherização dos utensílios e a guerra de Midiã

 

Quando recebemos a Torá tivemos que comer laticínios porque a comida que tinha sido feita antes da entrega da Torá já não era mais casher para nós após a entrega da Torá.

 

Então porque Hashem esperou quase quarenta anos para nos dar oficialmente as leis de Casherização dos utensílios?

 

Fogo espiritual e fogo material

 

As leis de casherização poderiam ter sido ensinadas ao nosso povo logo após a saída do Egito quando recebemos a Torá e descobrimos que a comida que fizemos para comemorar esse acontecimento deixou de ser casher especificamente por causa dele.

 

Então porque estudamos que tudo o que foi usado no fogo tem que ser casherizado por meio do fogo, e tudo o que não foi usado no fogo deve ser casherizado por meio da água, (purificado pelas águas do Mikve) só depois do caso das mulheres de Midian?

 

Por influência de uma cultura que não é a nossa nossa acostumamos a pensar que somos obrigados a sofrer para nos purificar de qualquer mal que fizemos, e depois de sofrermos nos sentimos desculpados por D’us

 

E aí vem a Torá nos ensinar que o fogo da paixão e o entusiasmo que os homens judeus sentiram quando se encontraram com as midianitas a ponto de estarem dispostos a fazer idolatria por elas não desaparece por meio de sofrimentos mas sim por meio de usarmos esse mesmo fogo de paixão e esse mesmo entusiasmo para o nosso trabalho Divino.

 

Ou seja, da mesma maneira que a panela que foi usada no fogo só consegue ser casherizada por meio do próprio fogo, o mesmo acontece com as nossas paixões, com o nosso entusiasmo que é o fogo espiritual.

 

Diz o Ari Zal que Zimri bem Salu e todos os 24.000 homens da tribo de Shimon que morreram por causa das mulheres de Midian se reencarnaram novamente para retificar o que fizeram.

 

O sofrimento da epidemia não retificou todos os níveis das almas deles que foram afetados pelo entusiasmo que tiveram pelas mulheres proibidas

 

Eles se reencarnaram como Rabi Akiva e seus 24.000 alunos e o lema de Rabi Akiva era “Ame ao próximo como a si próprio, essa é a grande regra da Torá”.

 

Ou seja

 

Se você teve entusiasmo pela coisa ruim, o conserto disso é ter entusiasmo pela coisa boa.

 

Conclusão:

 

Mesmo que a coisa mais fácil do mundo é sofrer para se sentir desculpado, na maioria das vezes o sofrimento leva à tristeza, e por fim temos que prestar contas tanto pela coisa ruim que fizemos quanto pelo sofrimento que sofremos e por meio dele estragamos a nossa saúde física e mental.

 

Enquanto o certo é rezar, estudar Torá, e cumprir todos os mandamentos Divinos com o mesmo entusiasmo, com o mesmo amor, com a mesma paixão que fizemos as coisas ruins

 

E esse é o verdadeiro conserto, como a panela que foi usada no fogo tem que ser casherizada no fogo assim também o fogo do nosso entusiasmo pela coisa ruim tem que ser casherizado por meio de usarmos ele para o trabalho Divino

 

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Quatro níveis de Klipá

Matot

 

Nossa Parashá nós conta sobre a guerra contra Midian.

 

Na Parashá anterior Moshe Rabeinu recebe a ordem Divina para fazer essa guerra, por isso ela vai ser totalmente diferente de uma guerra convencional, aqui se trata de uma guerra contra almas e não contra corpos

 

O Zohar nos ensina que existem quatro níveis genéricos de “klipá” que é a denominação para o lado espiritual impuro.

 

Ou seja, a klipá se divide em quatro categorias.

 

O profeta Yehezkel na sua profecia conhecida como “Merkavá” nos indica essas quatro categorias do lado impuro comparando a pior delas, a primeira klipá impura, à um furacão.

 

A segunda, menos forte do que a primeira é comparada à uma grande nuvem espessa

 

A terceira, menos forte que as duas anteriores, é comparada ao fogo que se espalha

 

A quarta que já tem um pequeno aspecto bom e por isso, mesmo sendo uma klipá, já não é chamada de klipá impura mas denominada klipat noga

 

As almas dos animais impuros são provenientes dessas três klipot impuras, a alma de um tigre não se compara à alma de um cavalo mesmo sendo as duas provenientes da klipá impura.

 

Porque o fato de o tigre viver em função de si próprio e ninguém ter nenhum usufruto dele demonstra que a proveniência da alma dele é de uma klipá impura mais forte do que a do cavalo que mesmo sendo um animal impuro nos beneficia em vários aspectos

 

O ser humano, diz o Zohar, também tem uma alma animal que na sua maioria provém das três categorias de klipá impuras, e na sua minoria da klipat noga que tem o lado bom também.

 

A pessoa que tem a alma animal da klipat noga pode ter também uma Alma Divina vinculada à ela, que no caso do nosso povo essa Alma Divina somos nós.

 

Ela que vai para o paraíso por ter feito o bem nesse mundo ou para uma retificação por ter tido um mal comportamento

 

A klipá impura à qual pertenciam a maioria das almas das pessoas de Midian estava na categoria mais grave e era a mesma klipá que dá origem ao ódio gratuito

 

Por isso Moshe Rabeinu ficou espantado pelo fato de os soldados terem deixado vivos os meninos e as jovens de Midian.

 

Enquanto os soldados viram corpos Moshe viu almas, viu a klipá de Midian em forma humana

 

Assim eram a maioria dos midianitas, e por isso Moshe pediu para os soldados deixarem vivos só as meninas.

 

Moshe via as Almas e tinha como diferenciar isso.

 

Ele sabia que os meninos quando crescessem se comparariam à um tigrezingo de estimação que quando cresce come o próprio dono que o criou com tanto amor e carinho.

 

A esposa de Moshe era midianita e seu sogro Ytró, acrescentou uma Parashá na Torá nos mostrando que, mesmo sendo a maioria dos midianitas almas da pior klipá impura, mesmo entre eles haviam excessões como os filhos de Ytró que receberam a cidade de Yerihó na Terra Santa e depois foram estudar Torá no deserto

 

Por isso que nessa guerra que foi feita por ordem Divina, Moshe Rabeinu sabendo a intenção Divina e vendo as Almas de todos os midianitas pediu aos soldados para deixarem vivos somente as meninas

 

Outro caso igual à esse era a guerra do rei Shaul com os Amalequitas. Naquela ocasião Shaul deixou o rei do Amalek vivo com uma serva

 

A serva engravidou dele e o descendente dela era Haman que articulou o holocausto de todo o nosso povo e só por um enorme milagre aquele holocausto não só que não aconteceu mas também se transformou na nossa festa de Purim

 

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Pin’hás

Nossa Parashá nos conta que qando o nosso povo já estava na “reta final” para entrar na terra de Israel, os midianitas que eram um povo que não estava na nossa rota mas nos odiava gratuitamente, fizeram um plano maligno para nos destruir.

 

Eles recrutaram todas as mulheres de Midian, inclusive a princesa, fizeram um exército de mulheres.

 

Acamparam perto do nosso povo longe o suficiente para que as mulheres e as crianças não conseguissem chegar mas os homens sim, e fizeram o “festival da sedução”.

 

Os jovens judeus ouviram a música, foram lá para ver o que estava acontecendo, e assim que chegaram não resistiram à tentação e foram seduzidos por elas.

 

Quando eles já estavam muito apaixonados, elas mostraram a estátua do Baal Peor, a idolatria delas, e colocaram a idolatria como condição para consumar o ato.

 

Zimri bem Salu, presidente da tribo de Shimon, foi seduzido pela princesa de Midian.

 

Ele trouxe a princesa de Midian junto com ele para o acampamento do nosso povo.

 

Depois de discutir com Moshe, ele levou a princesa para sua tenda para a “lua de mel” dando assim o exemplo para toda a sua tribo e para todo o nosso povo.

 

Uma grande epidemia se espalhou no nosso acampamento, demonstrando que o plano dos midianitas tinha dado certo e que D’us já não estava mais nos protegendo e nos deixou à mercê das doenças do deserto.

 

Pin’hás era sobrinho de Nadav e Avihu.

 

Ele não era Cohen, sendo que quando seu avô, Aharon, seu pai, Elazar, e seus tios foram ungidos para serem os Cohanim, ele já tinha nascido e não foi ungido junto com eles.

 

A Torá nos conta que Pin’hás resolveu reverter essa situação que estava sendo causada pelas midianitas, e por iniciativa própria entrou com uma lança na tenda de Zimri.

 

Enfiou a lança nos dois no momento em que estavam consumando o ato, e saiu da tenda com eles na lança.

 

Diz o Zohar que nessa hora toda a tribo de Shimon se reuniu em volta de Pin’hás para matá-lo.

 

Ele levou um susto tão grande que sua Alma saiu do corpo por um instante, e nesse instante, as Almas de Nadav e Avihu se uniram à Alma dele.

 

O Zohar chama Nadav e Avihu de “palga gufa” (meio corpo), ou seja, Almas que não tem par.

 

Os dois juntos são dois aspectos de uma mesma Alma.

 

Eles eram Almas muito elevadas, queriam ser o Cohen Gadol e fazer o trabalho do Ketoret para trazer as Bençãos Divinas para o nosso mundo.

 

Mas sendo que eles não se casaram, eles não tinham como trazer essas Bençãos Divinas para o nosso povo.

 

Eles faleceram e continuaram lá no mundo de cima à espera dessa oportunidade, e agora eles chegou.

 

Pin’hás Nadav e Avihu se tornaram uma pessoa só.

 

Hashem fez com que Pin’hás também se tornasse Cohen, e mais futuramente Cohen Gadol.

 

Dessa maneira Nadav e Avihu se tornaram o Cohen Gadol, e por meio de Pin’hás que era casado fizeram o trabalho do Ketoret e trouxeram as Bençãos Divinas para o mundo

 

Moral da história:

 

Se no momento você não está casado, por maior que seja o motivo que justifique isso, não reclame que a vida não está dando certo. Procure uma esposa porque por meio dela você vai receber todas as Bençãos Divinas. Se não encontrar alguém do seu nível, baixe o nível até encontrar.

 

O mesmo vale para as mulheres, se você não encontrou o melhor você pode se casar com o menos pior, mas ficar sozinha você não pode.

 

Se você já é casado, cuide bem da sua esposa, porque mesmo sem que você reconheça isso, no mérito dela você tudo o que você tem !

 

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Ódio gratuito

Ódio Gratuito:
 
No começo da nossa Parashá Hashem (D’us) pede para fazer uma guerra contra Midian por eles terem abalado a estrutura do nosso povo recrutando um exército de mulheres para seduzir os jovens judeus e induzi-los à idolatria do Baal Peor causando 24.000 mortes em uma epidemia que surgiu como consequência disso
 
Essa guerra aconteceu há mais de 3260 anos. Por qual motivo temos que nos lembrar hoje que vencemos a guerra de Midian há tanto tempo atrás?
 
A Torá tem um lado revelado que chamamos de “corpo da Torá” e um um lado oculto, “Alma da Torá”.
 
O lado “corpo” dessa guerra aconteceu há mais de 3260 anos atrás mas o lado “Alma” dela acontece diariamente.
 
Aqui na nossa Parashá estudamos no lado oculto da Torá o diagnóstico de uma “Klipá” (força espiritual negativa que atua no mundo) chamada de klipat Midian.
 
Essa Klipá é a fonte espiritual do ódio gratuito que causou a destruição do segundo Beit Hamikdash, o exílio do nosso povo, e até hoje ela continua no nosso meio.
 
Então não é por acaso que lemos essa Parashá nessa época em que o Beit Hamikdash foi destruído .
 
A Torá já tinha nos contado sobre os meraglim (espiões) que contra a vontade Divina queriam que o povo ficasse no deserto estudando Torá para entrarem na terra de Israel mais preparados.
 
Agora, depois de décadas de estudo, nosso povo se encontra com um exército de mulheres que vem nos seduzir.
 
Como poderiam correr atrás da primeira mulher que vissem depois de estar quase quarenta anos estudando Torá?
 
Essa é a consequência da Klipá que se provou resistente a estudos de Torá, à classe social e até à nível espiritual. Todos nós estamos sujeitos à ela, ela é a pior de todas as klipot.
 
Características da Klipá de Midian
 
1-Bilam o feiticeiro sabia que para D’us as piores coisas são a idolatria e as relações ilícitas.
 
Bilam não tinha motivo justo para aconselhar Balak, rei de Moav contra nós. Seu país (Midian) estava longe de nós e não estava nos nossos planos de conquista, e portanto o ódio dele por nós era “ódio gratuito”.
 
Ele viajou até Moav sabendo que Moav também não estava em perigo, para dar o conselho mais destrutivo do mundo em relação à nós.
 
Ele estava “possuído” por essa klipá
 
Quando essa Klipá nos contagia nos tornamos dispostos a fazer tudo para destruir. Ela desperta em nós o sentimento de destruição sem limites, sem motivo ou por um motivo muito pequeno, destruir gratuitamente.
 
Como nos proteger dessa klipá
 
Não nos deixando seduzir pela Klipá! Sempre que sentirmos motivação para entrar em uma briga e querer destruir nosso próximo a ponto de desejar até sua inexistência, sabemos que ela se despertou em nós.
 
Imediatamente temos que despertar nosso sistema imunológico espiritual (yetzer hatov) contra ela e tomarmos a decisão de não brigar, não dar palpites destrutivos e não “colocar lenha na fogueira” seja o que não for.
 
As mulheres de Midian justificaram seu comportamento como causa nobre e espiritual, e até princesas participaram dessa sedução em massa.
 
Cada uma levou com ela seu deuzinho, o Baal Peor, que foi apresentado como deus politicamente correto que apoiava o prazer e bem estar de seus adoradores e cuja adoração consistia em fazer as “necessidades” sobre ele demonstrando que não existe nada proibido no mundo contanto que isso te dê prazer
 
A mensagem dessa klipá é: “Se você se sente bem brigando com alguém, brigue!”
 
Ela apresenta a destruição por meio de brigas e intrigas como causa nobre, politicamente correta e ainda com o apoio divino da idolatria.
 
Como sabemos que isso é Klipá ? Pelas consequências !
 
Por mais nobre e politicamente correta que seja a causa, se a consequência dela é a destruição, aí a klipá se encontra.
 
Então vamos abrir mão da legitimidade da briga olhando mais longe, vendo que se continuarmos uma briga todos sairemos perdedores.
 
No começo da briga ou da intriga já temos que mentalizar a paisagem da destruição do pós briga, e do tempo necessário para reparar os prejuízos que ela causará e para curar os ferimentos que ela trará.
 
Vamos abrir mão dos prazeres descontrolados da briga que a klipá nos oferece para não morrer na peste espiritual que é a consequência desse tipo de prazer .
 
Separação: coisa boa ou coisa ruim?
 
No primeiro dia da criação do mundo quando D’us criou a luz ele disse “Ki Tov”(Que bom)
 
No segundo dia D’us criou a separação colocando limites entre os oceanos e as nuvens, uma separação extremamente necessária que sem ela não existiríamos.
 
Mesmo assim D’us não falou que era bom.
 
A separação pode ser uma coisa extremamente necessária, mas sendo que é uma separação coisa boa ela não é. Talvez em certos casos ela seja até necessária, mas boa ela não é !
 
Nosso Beit HaMikdash foi destruído por causa de ódio gratuito e será reconstruído por causa de amor gratuito.
 
Então chegou a hora, como sempre dizia Rabi Akiva:  Amar ao próximo como a si mesmo é uma grande regra da Torá
 

וְאַהֲבָתָהּ לְרֵעֲךָ כָּמוֹךָ זֶה כְּלָל גָּדוֹל בַּתּוֹרָה

 
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Os poderes da fala


 

Nossa Parashá nos conta que Balak, o rei de Moav, depois de ver as grandes vitórias que tivemos sobre os mais poderosos e invencíveis reis da região que eram Sihon rei dos emoreus, e Og rei de Bashan, viu que não teria a mínima chance de vitória se fosse atacado por nós.

 

Mesmo que era público o fato de termos uma meta pela frente que não incluía a conquista de Moav, mesmo assim ele não tinha como confiar.

 

Balak fez uma ampla pesquisa para descobrir como pode um povo sair da escravidão, passar quarenta anos no deserto como se nada tivesse acontecido, e ainda vencer as maiores potências mundiais da época?

 

Ele descobriu o segredo da “bomba atômica” judaica: A Tefilá (a Reza).

 

Balak descobriu que o nosso povo saiu do Egito porque rezou para Hashem (D’us).

 

Hashem mandou Moshe tirar nosso povo do Egito com palavras!

 

Mesmo que em cada uma das pragas que Hashem trouxe para o Egito era obrigatório ter uma ação para sincronizar o mundo de cima com o nosso mundo de baixo que é o mundo da ação, mesmo assim o lado mais relevante foi a fala

 

Moshe disse que o rio Nilo iria virar sangue e ele virou sangue, mesmo que para isso foi necessário a “cajadada” de Aharon somente para motivos de sincronização.

 

Moshe disse que viriam rãs e vieram rãs!

 

Moshe disse que viriam piolhos e vieram piolhos!

 

Moshe falava e as pragas aconteciam !

 

O faraó prometia que iria deixar nosso povo sair e pedia para Moshe rezar para parar a praga. Moshe rezava e a praga parava, e nesse caso não precisava de “cajadada”.

 

Balak descobriu que a nossa força está nas palavras que falamos.

 

Nenhum judeu deu uma única flechada em nenhum egípcio. O Egito que era a superpotência mundial da época foi destruído com palavras! As palavras trouxeram as pragas e as palavras tiraram as pragas.

 

E no caso de Sihon e Og foi exatamente igual. Não tínhamos um exército treinado e nem equipado que justificasse vencer as maiores potências do mundo. Nossa Tefilá trouxe esses milagres. Nossa força está nas nossas palavras!

 

Balak contra atacou da maneira correta. Ele descobriu que não tinhamos força a não ser por meio das nossas palavras, então ele foi chamar o maior feiticeiro da época para nos atacar também com palavras. Bomba atômica contra bomba atômica!

 

A Torá nos conta que não existiu no povo de Israel um profeta tão grande como Moshe. No povo de Israel não existiu mas entre os povos do mundo sim. E quem era ele? Bil’am!

 

Para os povos do mundo não dizerem que se eles tivessem um profeta tão grande como Moshe Rabeinu eles se comportariam melhor, Hashem deu para eles Bil’am. Mas por causa dele, não só que eles não se comportaram melhor, mas ao contrário, eles se comportaram pior ainda!

 

Bil’am era mundialmente conhecido. Quem ele abençoava era abençoado e quem ele amaldiçoava morria.

 

Da mesma maneira que nós, a força de Bil’am estava nas palavras que ele dizia.

 

Existe um pequeno instante em que a Sefirá da Guevurá desperta lá encima. Bil’am sabia qual era esse instante. Quando a Guevurá despertava ele começava a sua maldição, e quem é amaldiçoado nesse pequeno instante não escapa.

 

A tal ponto que o próprio D’us foi obrigado a impedir o despertar da Guevurá todo o tempo que Bil’am tentou amaldiçoar o nosso povo.

 

Daqui aprendemos que nunca devemos falar palavras ruins, principalmente dentro da família, porque se, D’us nos livre, acertamos sem querer esse instante, estaremos causando um prejuízo irreversível. E depois que a briga terminar não adianta chorar….

 

Hashem trocou a maldição de Bilam por Bençãos.
Bilam profetiza sobre o Rei David e sobre o Mashiach

 

Por que a Benção de Bilam e suas profecias foram necessárias para nós?

 

Para entender isso vamos votar na nossa história até a época do nosso patriarca Yaakov que lutou contra uma criatura espiritual que era o próprio anjo de Essav. Essav era o patriarca de Edom que mais futuramente deu origem que países europeus.

 

Yaakov pediu para o anjo de Essav abençoar ele. O anjo de Essav abençoou Yaakov dizendo que seu nome não será mais Yaakov mas sim Israel.

 

Poderíamos e com razão dizer que o anjo foi forçado a abençoar Yaakov. Aí vem Bilam e diz : Quanto são boas suas tendas Yaakov, suas moradias Israel. O reconhecimento final vem por meio de Bilam que representa todos os povos do mundo

 

A profecia de Bilam continua revelando o futuro Rei David e o mais futuro ainda, o descendente do Rei David, o Mashiach.

 

O Rei David subjugou todos os povos à nossa volta, e o Mashiach vai subjugar o mundo inteiro.

 

E por que essa profecia tinha que vir por meio de Bilam?

 

Da mesma maneira que a profecia do término de Edom tinha que vir por meio do profeta Ovadiahu (Abadias) que tinha se convertido ao judaísmo e era proveniente de Edom.

 

Diz o Zohar que o fato de o anjo de Essav ter ferido a perna de Yaakov não foi um simples ferimento material, mas foi um ferimento espiritual profundo que se revelou materialmente.

 

Esse ferimento espiritual teve como consequência o fato de que qualquer profeta judeu que tentasse falar a profecia da destruição de Edom cairia antes de dizê-la.

 

Por isso ela teve que ser dita pelo profeta Ovadiahu que não era um descendente de Yaakov mas sim de Essav.

 

E assim conseguimos entender a necessidade das Bençãos de Bilam e de suas profecias.

 

Conclusão

 

Nunca devemos amaldiçoar ninguém por pior que seja a situação, sendo que nossas palavras têm uma sincronização espiritual. Se acertamos sem querer o momento em que a Guevurá está revelada podemos causar uma tragédia mesmo não tendo intenção.

 

Sempre devemos dar Bençãos à todos sem limites🌻🥰❤️

 

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Mensagem da Parashá

A fonte dos super poderes do maior de todos os feiticeiros

Lavan, Bilam, Naval

Todo o poder de Bilam, toda a sua força, estava na fala. Ele fazia feitiços por meio da fala, maldições por meio da fala, dava maus conselhos e fazia intrigas, tudo por meio da fala

 

Na Parashá anterior estudamos que o principal da Alma de Kora’h era o lado ruim da Alma de Hevel (Abel).

 

No Shaar Hapsukim do Ari Zal em Parashat Kora’h consta que em Kora’h estavam 308 Almas do lado ruim de Hevel e isso era o principal da Alma dele. Posteriormente ele “pegou” o lado ruim da Alma de Caim.

 

Depois desse acontecimento Kora’h é visto como Alma de Caim até seu conserto e refinamento feito pelo seu descendente, o profeta Shmuel (Samuel) que também é ligado à raiz de de Caim.

 

O profeta Shmuel tirou seu antepassado Kora’h do gehinom seguindo a regra judaica de que o mérito do filho serve para o pai, regra que inclui todos os antepassados.

 

Bil’am também era o lado ruim da Alma de Hevel, mas em um aspecto diferente da Alma de Kora’h.

 

Diz o Sefer Haguilgulim do Ari Zal (livro das reencarnações) que Lavan, o pai das nossas matriarcas, mesmo sendo “Lavan o ruim”, tinha poderes na fala.

 

Quando Eliezer chegou à Haran e ele o recebeu com as palavras “Benvindo abençoado por D’us”, tirou Eliezer da maldição de Noa’h e o transformou de amaldiçoado em abençoado.

 

Posteriormente Lavan se reencarnou e se tornou Bil’am.

 

A fonte dos super poderes

 

O lado ruim de Hevel também tinha um pequeno aspecto de Kedushá (Santidade) porque quando o lado ruim é refinado e “expelido” para fora do lado bom leva com ele um pouco da Kedushá do lado bom.

 

E por isso Bil’am era profeta de alto nível e comparado à Moshe Rabeinu por causa desse lado bom que ainda tinha permanecido nele.

 

Essa comparação de nível também é causada pelo fato de tanto a Alma de Moshe quanto a de Bil’am terem origem em Hevel (Abel) e posteriormente estarem em Shet onde aconteceu o refinamento e a separação.

 

Nessa separação o lado bom foi para Moshe e o lado ruim para Bil’am. Esse era o aspecto espiritual comum entre Moshe e Bil’am

 

Reencarnação como mineral

 

D’us é a essência do bem e o que chamamos de castigo não é um castigo mas sim o refinamento da Alma.

 

Todo o mal que Bil’am fez foi por meio da fala e por isso, diz o Shaar Haguilgulim, ele se reencarnou como pedra.

 

A pedra não fala, e o sofrimento dessa Alma obcecada em falar coisas ruins, quando reencarnada em mineral é enorme.

 

Depois de passar por reencarnação em pedra, diz o Shaar Haguilgulim que Bil’am se reencarnou como Naval Hacarmeli, um judeu muito rico, descendente de Kaleb e portanto parente de David.

 

Os homens de David deram uma ajuda muito grande aos pastores de Naval, e quando Naval fez a grande festa da tosa do seu rebanho como se costumava fazer naquela época.

 

David mandou uma delegação de seus homens para arrecadar fundos para ajudar as famílias dos homens de David que necessitavam de alimentos para as festas judaicas que iriam começar.

 

Nessa ocasião, não só que Naval não participou com nada, mas também fez uma horrível e incriminadora declaração contra seu próprio parente, o Rei David que o ajudou.

 

David tinha sido ungido pelo profeta Shmuel para ser o novo rei Israel e Shaul desconfiava disso e queria assassinar David.

 

A declaração de Naval contra David estava colocando ele e seus homens em perigo dando mais um pretexto para Shaul fazer um novo ataque.

 

Se Naval agradecesse pela grande ajuda que recebeu de David e desse essa Tzedaká que seria o mínimo de reconhecimento pelo trabalho que eles tinham feito para Naval.

 

Esse apoio para as famílias necessitadas que protegeram seus rebanhos, não só que não seria para ele um prejuízo mas seria até um investimento para as próximas vezes que precisasse dessa ajuda.

 

E o principal, o bem da sua Alma, porque se fizesse isso também conseguiria consertar de maneira positiva o que fez de errado na reencarnação anterior.

 

O Rei David ouvindo os insultos de Naval relatados pelos pelos seus homens decidiu usufruir do seu direito de Rei Ungido de poder atacar a pessoa que se declarou contra ele e estava colocando ele em perigo de vida.

 

David e seus homens só não colocaram isso na prática porque Avigail, esposa de Naval se encontrou com David no meio do caminho trazendo mantimentos e implorando para que ele deixasse isso nas mãos de D’us, o que foi visto pelo rei David como uma grande sabedoria e inspiração Divina.

 

Diz o versículo que quando Avigail conta à Naval a consequência das suas palavras ruins “ele ficou como uma pedra”.

 

A memória da Alma

 

Diz o Ari Zal que a linguagem do versículo nos revela que mesmo não nos lembrando da nossa reencarnação anterior, nossa Alma se lembra, e por isso ele teve essa reação.

 

Inconscientemente ele se lembrou que por esse mesmo motivo ele tinha se reencarnado em uma pedra.

 

Logo após esse acontecimento ele faleceu, nos mostrando que quando a pessoa não faz o conserto da sua Alma de maneira positiva o conserto acontece por si só, mas de maneira negativa.

 

Aprendemos da história de Bil’am para o nosso dia a dia que Hashem nos protege das pessoas que nos amaldiçoam e transforma as maldições em bênçãos.

 

E por isso não precisamos nos preocupar mas sempre devemos confiar em D’us.

Aprendemos também que sempre devemos falar coisas boas e nunca falar coisas ruins, e que Hashem pode resolver os nossos problemas de várias maneiras sem que você seja o bruxo ou a bruxa má da história.

 

E aprendemos também que existe reencarnação em minerais!

 

Conclusão: de vez em quando é melhor ser uma pedra durante a vida e não falar coisas ruins do que ter que ser uma pedra depois da vida….

 

Então, vamos falar só coisas boas, só temos a ganhar.

 

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Mensagem da Parashá

O livre arbítrio


 

Nossa Parashá nos conta que existiu em Midian, um feiticeiro com poderes espirituais que se comparavam à Moshe Rabeinu. Midian era o país de onde partiu Moshe para tirar nosso povo do Egito.
 
Os poderes desse feiticeiro eram tão grandes que se Hashem (D’us) não fizesse um milagre e a maldição dele não se transformasse em bênçãos, estaríamos em grandes apuros.
 
Porque Hashem deixou isso acontecer?
 
Dizem nossos Sábios que Hashem permitiu que Bilam tivesse esses poderes para que os povos do mundo não falassem que se eles tivessem um profeta tão grande como Moshe o comportamento deles seria melhor.
 
O livre arbítrio
 
O motivo que Hashem deu para Bil’am esses superpoderes foi para que pudéssemos exercer nosso livre arbítrio e escolher entre Moshe e Bil’am
 
Para entendermos o que é o livre arbítrio, temos que voltar ao começo do mundo, quando Hashem criou o homem, deu à ele um mandamento, e colocou no paraíso uma cobra em forma humana.
 
D’us falou para Adam e Havá não comerem a fruta proibida e a cobra falou para sim comer.
 
Aí começa a história do mundo e o objetivo da criação, nosso direito de escolher entre o bem e o mal.
 
O livre arbítrio nos foi dado antes mesmo de termos qualquer má inclinação ou vontade de optar por algo ruim.
 
Na décima praga do Egito, Hashem fez um milagre e todas as estátuas dos deuses egípcios derreteram com exceção de uma: o “Baal Tzafon”.
 
Hashem pediu para todos os judeus se reunirem em frente ao Baal Tzafon antes de sair do Egito.
 
Novamente o livre arbítrio, a opção de pensarem que se aquela estátua não desapareceu pode ser que foi ela quem fez as dez pragas.
 
Quando D’us criou o mundo, ele criou o Grand Canyon no Arizona onde parece que o Rio Colorado causou o surgimento do Canyon correndo sobre ele milhões de anos.
 
D’us criou o Grand Canyon já cortadinho e bonitinho nos seis dias da criação há 5782 anos atrás, e o conservou inteirinho para termos o livre arbítrio de optar entre D’us ter criado o mundo há 5785 anos atrás ou achar que o mundo surgiu por si só e já tem milhões de anos.
 
Se um cientista estivesse nos seis dias da criação do mundo e analisasse cada coisa no momento em que D’us a criou, ficaria espantado!
 
Quando Hashem criou a luz ele diria : – Não pode ser que já existem bilhões de anos luz da terra até as estrelas se as estrelas ainda nem existem!
 
No terceiro dia ele cortaria uma árvore que acabou de ser criada e diria que cada anel dela representa pelo menos cem anos, e que não pode ser que essa árvore acabou de brotar!
 
No quarto dia, quando Hashem colocou as estrelas no final dos bilhões de anos luz, ele diria que a luz teria que sair da estrela e levaria bilhões de anos até chegar à terra, e que não poderia estar lá antes de as estrelas existirem.
 
Ele faria uma análise geológica das pedras e diria que essas pedras tem bilhões de anos! Ele veria que o Grand Canyon foi criado antes do Rio Colorado e que Adam e Havá não eram dois bebês recém nascidos.
 
Ou seja, há 5785 anos atrás Hashem criou do nada pedras de milhões de anos, um mundo que aparenta ser muito mais velho do que realmente é.
 
E porque Hashem fez assim?
 
Para termos o livre arbítrio! Para podermos ter nossa própria opção e escolher o bem por nossa própria escolha, e consequentemente por próprio mérito receber um paraíso enorme por ter feito a escolha certa.
 
Hashem faz o milagre e a maldição se transforma em benção. A ciência tira conclusões se apoiando nos inúmeros detalhes vinculados à causa dos acontecimentos e determina que caso esses inúmeros detalhes se reúnam novamente nessas mesmas circunstâncias aquilo acontecerá novamente.
 
De vez em quando todas as inúmeras circunstâncias são opostas e mesmo assim aquilo acontece.
 
Então eles atestam que existe alguém que dirige o mundo, e as pessoas têm mais facilidade para aceitar que por trás de tudo existe D’us.
 
A própria ciência traz estatísticas de que quem faz “Brit Milá” (circuncisão) está quilometricamente abaixo da média de doenças como HIV, e que a mulher que guarda a pureza familiar está quilometricamente abaixo da média de doenças como câncer de útero, e que quem come Kasher está bem abaixo da média de doenças causadas pela alimentação como o infarto.
 
Inventaram o smartphone nos dando acesso instantâneo para que cada um de nós pudesse baixar mais de 50.000 livros judaicos que antes disso tínhamos que comprá-los um a um em Israel ou nos Estados Unidos
 
E no smartphone um navegador com “search” para encontrarmos os assuntos que precisamos em cada um desses livros, fazendo com que o que era antigamente privilégio de grandes Sábios agora esteja acessível à todos nós
 
Os cientistas não têm a intenção de defender ou divulgar o judaísmo, mas no mérito da ciência conseguimos evidenciar o judaísmo hoje mais do que nunca.
 
Como diz a nossa Parashá, Hashem transformou a maldição em benção!
 
Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você
www.RabinoGloiber.org
 

Mensagem da Parashá

Mais detalhes sobre a Vaca Vermelha

 

Nossa Parashá nos conta sobre uma Mitzvá (um Mandamento Divino) que aconteceu somente nove vezes em toda a nossa história, e acontecerá pela décima e última vez na época do Mashiach

 

Essa Mitzvá é chamada de Pará Adumá, que literalmente significa a “Vaca Vermelha”
 
Ela consiste em se fazer o abate de uma vaca totalmente vermelha sobre uma estrutura de toras de madeira e depois acender um fogo nessa estrutura transformando-a em uma grande fogueira
 
Quando a maior parte da vaca vermelha (que já foi abatida) está queimando e a barriga dela se abre, se joga dentro dela um pedaço de “erez” que é a maior árvore da terra de Israel, um pedaço de “ezov” que é a menor árvore daquela região, e tolaat shani que é uma lã tingida com tinta vermelha originaria de um vermezinho
 
As cinzas da fogueira da vaca vermelha junto com tudo o que foi queimado nela é usada para purificar as pessoas da maior de todas as impurezas, a impureza dos mortos
 
Todos os que participam da preparação dessas cinzas em todas as suas etapas devem estar puros antes de começar esse procedimento, e ao final dele se tornam impuros, caracterizando a vaca vermelha como algo que purifica os impuros mas impurifica os puros
 
A explicação do Baal Shem Tov
 
a vaca vermelha representa o orgulho
 
O Baal Shem Tov nos ensinou que todos os Mandamentos Divinos são eternos.
 
Mesmo que na prática eles precisam ser cumpridos por meio de uma ação determinada e em um tempo determinado, mesmo assim eles sempre trazem para nós um ensinamento que pode ser colocado na prática por cada um de nós e em qualquer momento
 
Nesse aspecto os Mandamentos Divinos são eternos, pelo motivo de a Torá ser Divina e a revelação Divina ser eterna.
 
Dizem os alunos do Baal Shem Tov em seu nome, que toda a Torá tem que estar sempre presente na nossa vida diária dentro desse aspecto, o de aprendermos de cada Mandamento Divino uma instrução que pode ser colocada na prática no nosso dia a dia
 
Eles perguntaram ao Baal Shem Tov:- O que podemos aprender da Mitzvá da “Pará Adumá”(a vaca vermelha) para o nosso trabalho Divino diário, se até na época do Beit Hamikdash ela não aconteceu a não ser raramente?
 
E também, o que podemos aprender do fato de que ela impurifica os puros e purifica os impuros?
 
E assim respondeu o Baal Shem Tov:
 
A “Pará Adumá” representa o orgulho!
 
No princípio, quando nos comportamos de maneira incorreta e portanto estamos distantes de Hashem (D’us), o começo do nosso “conserto” é por meio do orgulho e das “segundas intenções”
 
Temos que cumprir os Mandamentos Divinos para “nos exibir”, por exemplo, ou de uma maneira mais nobre, mas ainda com “segundas intenções”, de “ganharmos o Paraíso futuro”.
 
Temos que pensar que é mais do que justo que Hashem nos dê uma enorme recompensa por tudo o que estamos fazendo, temos que achar que estamos fazendo algo para D’us
 
Mas a verdade é que se D’us não nos desse força, o que seria de nós? Como podemos cobrar de Hashem uma coisa que fizemos com a força que ele próprio nos deu?
 
Mas nunca conseguiríamos chegar à essa verdade, e D’us nos livre, ficaríamos de fora, se não começássemos o trabalho Divino como uma criança pequena, para exibir que estamos fazendo o que é certo e portanto somos importantes, ou para receber algo em troca, por mais nobre que seja a recompensa como por exemplo o futuro Paraíso
 
Depois que começamos o trabalho Divino com essas “segundas intenções” e conseguimos “crescer e amadurecer” dentro do trabalho Divino, descobrimos que Hashem é a essência do bem e ele nos ama mais do que nós amamos nossas próprias crianças, infinitamente mais do que imaginávamos!
 
Perdemos o interesse pelo que os outros vão pensar de nós, perdemos a vontade de nos “exibir”, e vemos o futuro paraíso como uma coisa óbvia, como voltar para casa depois de estarmos perdidos na selva por tanto tempo.
 
Paramos de pensar em nós próprios e começamos a pensar em Hashem que está tão preocupado com a nossa “volta para casa”. Vamos pelo caminho certo para que Hashem fique “menos preocupado” com a gente e não para termos algum lucro com isso
 
Nessa segunda etapa, ter orgulho, cumprir os Mandamentos Divinos para nos exibir ou para ganhar o paraíso é uma regressão à etapa anterior. Nessa segunda etapa se tivermos orgulho ele nos derruba
 
Nessa segunda etapa, na qual voltamos a ser crianças puras, temos que manter essa pureza e nos afastar do orgulho até o extremo
 
Porque a prepotência é uma auto idolatria, e aonde há idolatria a revelação Divina se oculta. Nessa etapa o orgulho nos impurifica
 
Conclusão: o orgulho purifica os impuros e impurifica os puros
 
E esse assunto existe em todos os níveis, até no nível dos Tzadikim, das pessoas mais elevadas espiritualmente.
 
Até os próprios Tzadikim, para subirem do seu nível tão elevado para um nível mais elevado ainda, precisam usar esse sistema de começar pelo orgulho para decolar, e depois se apegar à humildade para aterrissar com segurança no nível superior
 
E por isso, também sobre os Tzadikim podemos dizer que o orgulho purifica os impuros, sendo que qualquer nível espiritual em relação ao nível superior à ele é comparado à impureza em relação à pureza
 
Sendo que o nível espiritual inferior está distante do superior, em relação ao nível de revelação Divina superior o Tzadik está longe de D’us, mesmo que para nós que estamos em um nível muito mais baixo ele está infinitamente mais perto de D’us do que nós
 
E antes de qualquer pessoa se aproximar de Hashem por meio de alguma Mitzvá, Torá ou Tefilá (reza) ele é considerado impuro, ou seja, distante de Hashem em relação ao nível da aproximação que ele vai chegar por meio da Mitzvá, da Torá ou da Tefilá que ele vai fazer, e não temos como nos aproximar de Hashem a não ser por meio do orgulho
 
Na “sitra ahara”, no lado espiritual impuro, representado principalmente pelo que está mais próximo à nós que é o nosso próprio “yetzer hará” (nossa má inclinação), o raciocínio é totalmente contrário
 
O yetzer hará começa pela humildade e termina no orgulho
 
Começa pela humildade dizendo:
 
– “Quem é você para fazer uma Mitzvá?”
 
-“O que adianta você estudar Torá, de qualquer jeito você nunca vai saber tudo”
 
:- “Você acha que é tão querido por Hashem para que a sua reza seja ouvida?”
 
Quando um pensamento desses proveniente do yetzer hará nos atinge como um míssil do Hamas que sai de dentro da própria terra de Israel para destruí-la, você deve responder com todo o orgulho dizendo:
 
:-Quem sou eu para não fazer uma Mitzvá!
 
 meu estudo de Torá lá encima é visto como uma pequena luz na escuridão que é muito mais importante do que uma grande luz que não está na escuridão
 
:- A minha reza lá encima é ouvida com mais atenção ainda, como uma criança aprendendo a falar que mesmo falando errado o pai está tão feliz em ouvi-la que até repete as palavras dela de tanta felicidade
 
O fato de o orgulho no começo do trabalho Divino fazer parte da santidade e não ser comparado à uma Mitzvá feita por meio de uma “averá” (transgressão) é porque por trás dele se encontra a verdadeira humildade como vemos nos exemplos acima
 
A humildade da “sitra ahara” é dizer :-quem sou para fazer uma Mitzvá
 
A humildade da Kedushá (santidade) é dizer :-quem sou eu para não fazer uma Mitzvá.
 
E esse lado oculto da verdadeira humildade se disfarça de orgulho para enfrentar o Yetzer hará que tenta nos seduzir dizendo que é uma grande Mitzvá ser humilde mas que por motivos de humildade você não deve cumprir Torá e Mitzvót sendo que você ainda não está nesse nível!
 
E você só consegue refutar os argumentos dele com orgulho. E por meio desse orgulho você se purifica e se aproxima de Hashem, por meio de ter orgulho em estudar Torá, em rezar, em cumprir as Mitzvót
 
O orgulho de fonte impura é o orgulho da segunda etapa, quando você já está estudando Torá, cumprindo Mitzvót e caprichando na Tefilá. Aí aparece o Yetzer hará e tenta te convencer de que você é melhor do que as pessoas que não estão fazendo o que você faz.
 
Esse é o orgulho proveniente da “sitra ahara” e o objetivo dele é te derrubar dessa forma fazendo com que você se ache melhor do que os outros, fazendo com que você se sinta um deuzinho, transformando você em uma pequena idolatria e te distanciando de Hashem muito mais do que você estava antes de começar
 
Por isso o orgulho é chamado de Pará Adumá. Pará(vaca) é uma linguagem de crescimento, o orgulho de fazer uma Mitzvá faz você crescer.
 
Adumá (vermelha) se refere à “sitra ahara” que é o orgulho que você sente depois de ter feito a Mitzvá, o orgulho de ser melhor do que alguém que não fez essa Mitzvá, orgulho proveniente do lado impuro
 
Portanto é colocado dentro da fogueira da vaca vermelha um pedaço de Erez que é a maior árvore, um pedaço de ezov que é a menor árvore, e tolaat shani, a lã tingida com a tinta vermelha originaria de um vermezinho
 
Como explica Rashi que quem se orgulhou como um Erez, tem que se rebaixar como um ezov e como uma tolaat, um vermezinho
 
Diz o Rambam que o cajado de Erez que era colocado dentro da fogueira da vaca vermelha tinha um limite de altura de cinquenta centímetros
 
Disso nos ensina o Baal Shem Tov mais uma regra importante que aprendemos da Mitzvá da Pará Adumá
 
Que mesmo sendo necessário o orgulho no começo do trabalho Divino, ele tem que ter um limite. Não podemos perder o controle sobre ele para que seja possível eliminá-lo depois com muita facilidade
 
Conclusão:
 
Leia novamente tudo o que foi dito acima e coloque na prática com muito amor e carinho!
 

Rabino Gloiber
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Mensagem da Parashá

Orgulho- remédio ou veneno?

 

O Baal Shem Tov nos ensinou que todos os mandamentos Divinos são eternos, porque a Torá é a revelação Divina e D’us é eterno.

 

A Torá é a sabedoria Divina que desceu ao nosso nível, como por exemplo um pai muito sábio que ensina ao filho mais velho uma sabedoria muito profunda.

 

Quando ele fala com o filho pequeno, a sabedoria profunda desce ao nível da criança aparentando ser uma coisa simples, mas por trás disso se encontra uma sabedoria profunda.

 

Assim também são os mandamentos Divinos, cada um tem por trás de si diferentes aspectos, muitas vezes desconhecidos.

 

O lado simples do mandamento Divino chamamos de “Pshat”.

 

O Pshat é o jeito simples e específico de cumprir o mandamento na prática tendo muitos deles um local e tempo determinado que não é necessariamente “aqui e agora”.

 

No Pshat o mandamento pode acontecer poucas vezes como no caso da Vaca Vermelha da nossa Parashá, ou não acontecer nunca como no caso do ”ben sorer umore” que é um mandamento da Torá que nunca aconteceu e nunca acontecerá.

 

Mas todos os mandamentos Divinos tem um aspecto no qual eles são eternos e acontecem “aqui e agora” mas em outro nível. Um desses aspectos é chamado de ”Remez” (indicação)

 

Nossa Parashá nos conta sobre o mandamento da Vaca Vermelha, um mandamento que aconteceu na prática somente nove vezes em toda a nossa história e vai acontecer mais uma vez na época do Mashiach

 

Esse mandamento tem uma característica interessante que é a de impurificar os puros e purificar os impuros

 

Diz o Baal Shem Tov que o “Remez” desse mandamento é o orgulho.

 

Orgulho: qualidade ou defeito?

 

O orgulho é comparado à Pará Adumá, a Vaca Vermelha, ele purifica os impuros e impurifica os puros.

 

Quando uma pessoa se comporta de maneira incorreta ele está distante de D’us, e para conseguir sair dessa impureza a pessoa deve se encher de orgulho

 

Ter orgulho de cada mandamento que cumpre, de cada Tzedaká que dá, sentir que faz algo por D’us e que agora D’us está em dívida com ela e vai dar para ela um paraíso enorme

 

Mas aí ela chega à uma etapa aonde se acomoda e acha que já fez até demais.

 

Nessa hora o orgulho que serviu para ela crescer faz ela se acomodar. Se torna uma barreira, se torna um um bloqueio. De purificador vira impurificador!

 

Sendo que nessa etapa o orgulho deixa de ser um remédio e se torna um veneno, deve ser eliminado

 

Para eliminá-lo a pessoa deve se lembrar que toda a Tzedaká que deu foi somente parte do que Hashem deu para ela, ainda mais, foi a parte pequena da benção Divina que ela recebeu.

 

E todos os mandamentos Divinos que ela cumpriu foram com a força e saúde que Hashem deu para ela, e ainda mais, foi somente com um pouquinho dessa energia que recebeu de Hashem

 

Descobre que ela era somente uma criança pequena segurando a direção do carro do papai e achando que estava dirigindo

 

Aí o Yetzer Hará (a má inclinação) pode falar para ela- : Viu! Você nunca fez nada! Você é uma incapaz!

 

Ou sugerir para ela uma falsa humildade dizendo:- Quem é você para fazer alguma coisa? E tirando dessa maneira a auto estima dela e a derrubando para baixo.

 

Aí o orgulho é novamente necessário para fazer ela subir, e agora que ela já está cumprindo os mandamentos Divinos ela toma a decisão de acrescentar na qualidade, caprichar mais nos mandamentos, estudar mais Torá, subir de verdade!

 

Agora ela se sente verdadeiramente um Tzadik!

 

E nessa hora que ela chegou à um nível mais elevado e parou de subir, o orgulho se torna novamente um veneno, ela se sente dona da razão reage com crueldade, de maneira desproporcional e fora de controle à qualquer mínimo ataque feito à ela ou ao que ela representa, achando que quando atacada, em legítima defesa pode massacrar quem a atacou,

 

principalmente quando se trata de um assunto religioso no qual ela tem razão, se esquecendo totalmente que as palavras dos sábios são ouvidas com tranquilidade, e principalmente ditas com tranquilidade

 

Novamente o orgulho faz com que ela volte a ser impura e tem que ser eliminado

 

Conclusão: o orgulho em relação ao nível superior que devemos alcançar é indispensável, sem ele não chegamos lá, mas em relação ao nível que já foi alcançado é destrutivo

 

Por isso não temos que olhar para trás, para o que já fizemos, mas sim para frente, para o que podemos fazer melhor, porque sempre em relação ao nível superior o orgulho é um vento à nosso favor!

 

Rabino Gloiber
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