Mensagem da Parashá

Shalom Bait

Nassó

Nossa Parashá nos conta sobre uma mulher que o marido pediu para ela não se trancar com um homem específico e ela se trancou, despertando a suspeita do marido de que “algo” aconteceu entre eles.

Pela lei judaica, quando uma mulher se casa é escrita uma ketubá que lhe dá direito a uma indenização monetária pré determinada caso ela se torne viúva ou que seja divorciada pelo marido sem um motivo que justifique isso.

Nesse caso, se ela optasse pelo divórcio não receberia o valor da Ketubá, sendo que o motivo do divórcio é considerado justo.

Mas será que a lei judaica incentivaria um divórcio? Claro que não! E até mesmo em um caso assim!

A intervenção Divina

A Torá proíbe apagar o nome de D’us e para uma regra da Torá ter uma exceção, a própria Torá tem que trazer essa exceção.Em um único caso encontramos uma permissão, e não só uma permissão mas uma Mitzvá de apagar o nome de D’us.

E quando isso acontece? Por incrível que pareça isso acontece exatamente nesse caso, no caso do “Shalom Bait” , da “paz conjugal” da “Sotá”.

Se a “Sotá” diz que não traiu o marido e quer continuar casada, ela é acompanhada até o grande tribunal rabínico de Yerushaláim, o Sanhedrin, e lá será feita uma proposta para que por meio disso, se de verdade ela não traiu o marido, isso seja comprovado milagrosamente no Beit Hamikdash ( o Templo Sagrado de Jerusalém)

E depois disso não só que  a vida dela iria voltar ao normal, mas também iria melhorar bastante, indenizando ela pelo susto que passou.

Mas os Sábios do Sanedrin interrogavam ela para ter certeza de que ela não traiu, porque de lá ela iria ao Beit Hamikdash

No Beit Hamikdash era escrita a parte da nossa Parashá que fala sobre a maldição da Sotá, com os nomes de D’us que estão escritos nela.

Esse pergaminho era apagado  dentro de um recipiente de água e ela iria beber essa água.

Se nada acontecesse para ela nessa hora, isso era a prova Divina de que ela não traiu o marido e não precisaria se divorciar.

E não só isso, mas a partir de agora, se antes ela não tinha filhos, agora ela teria. Todas as bençãos iriam recair sobre ela e a partir desse momento a vida dela com o marido seria um verdadeiro paraíso nesse mundo.Diz o Ramban, Rabi Moshe bem Nahman, que nenhuma lei da Torá funciona na base de 100% milagre a não ser essa.

A lei da sotá nos nossos dias

Hoje em dia é proibido para um homem dizer à sua mulher explicitamente “não se tranque com tal homem. Sendo que não temos o Beit Hamikdash, entraríamos por causa disso em um sério problema em relação à lei judaica que poderia acabar em um divórcio.Nossos Sábios fizeram um decreto proibindo um homem ou uma mulher se trancarem sozinhos com alguém do sexo oposto que não é o seu marido ou um dos parentes próximos pela Torá, e isso é chamado de “issur ihud”.

Daqui vemos a importância do Shalom Bait, da paz em casa.

Às vezes brigamos por causa de coisas muito sérias e importantes. Nessa hora devemos nos lembrar do sofrimento que estamos causando lá encima, a ponto de o próprio D’us colocar o seu nome à disposição para ser apagado para que o nosso casamento não se apague.

Por mais importante que seja o motivo, uma briga em casa é pior do que qualquer motivo para brigar.

Nessa hora devemos abrir mão dos nossos interesses e colocar o interesse Divino em primeiro lugar, que é Shalom Bait, a paz no lar.

Somos todos crianças de Hashem. Quando nossas crianças brigam entramos no desespero, mesmo sendo simples mortais com todos os limites emocionais.

Imaginem o desespero lá encima, onde o amor por nós não tem limites. Como podemos brigar sabendo que D’us é a parte principal da nossa família, e consequentemente quem sofre mais no meio dessa briga?

Então, a partir de agora vamos mudar o nosso comportamento dentro de casa e desapegar do prazer de ganhar uma briga.

Está escrito que todo aquele que fica nervoso é como se estivesse fazendo idolatria, porque  se nessa hora se ele se lembrasse que D’us existe estaria alegre e não irado.

É importante lembrarmos que os sofrimentos que passamos nesse mundo muitas vezes estão ligados à correções de reencarnações anteriores, e isso se relaciona principalmente aos sofrimentos que sofremos dentro de casa.

Então vamos agradecer à Hashem por estar refinando a nossa Alma e não partir para a guerra contra quem está tão próximo de nós.

Sempre devemos explicar tudo em casa com muita delicadeza, sem fazer pressão aumentando o volume da nossa voz ou fazendo ameaças .

Por mais que nosso cônjuge nos coloque em um beco sem saída falando coisas duras em alto volume, não devemos nos defender da mesma forma.

Mas ao contrário, “as palavras dos sábios são ouvidas com tranquilidade”. Na hora que perdemos a tranquilidade deixamos de ser sábios, e nossas palavras já não são mais ouvidas.

Devemos ser sempre o bom exemplo em casa para que o nosso cônjuge nos veja como um bom exemplo, como um referencial de como devemos nos comportar.

E assim com o passar dos anos nosso cônjuge acaba se acalmando e a vida se torna um paraíso.

Diz o Ari Zal que nosso pratriarca Yaakov era a reencarnação do nível Neshamá do Adam Harishon, o primeiro homem.

Aquele nível que por ser o mais elevado foi afetado pelo maior de todos os pecados que foram as relações ilícitas que Adam Harishon teve com duas demônias durante 130 anos.

E por isso Yaakov sofreu por causa dos seus familiares, para retificar os prazeres proibidos do Adam Harishon.

Mas quando essa retificação terminou, a vida dele mudou, e ele viveu no paraíso mesmo estando nesse mundo.

O mesmo acontece com cada um de nós. Sempre devemos nos comportar com nosso cônjuge da maneira mais tranquila possível.

E se em troca disso recebemos gritos e palavras duras sabemos que estamos nos purificando. Mas quando nossa retificação terminar, automaticamente nossa vida vai melhorar.

Aprendemos com a nossa Parashá que se até o próprio D’us prefere que seu nome seja apagado para que não haja uma briga em casa, quanto mais nós.

Devemos apagar nossa prepotência, nosso ego, e assim a revelação Divina vai pairar sobre a nossa família.

A grandeza do Shalom Bait 

Por pior que tenha sido a atitude da Sota, não estamos sozinhos nesse mundo.Hashem é a essência do bem e ama a cada um de nós infinitamente mais do que o amor que um pai teria pela sua filha única que nasceu quando ele tinha 100 anos de idade.

E por isso, para tirar a suspeita do marido, Hashem pede para ele levar a esposa ao Beit Hamikdash, e lá o Cohen  escreve uma parte dessa nossa Parashá, a parte que fala sobre essa proposta Divina para fazer o Shalom Bait.

O Sefer Torá é a coisa mais sagrada no judaísmo por estarem escritos nele os nomes de D’us, e para fazer o Shalom Bait, para que marido e mulher vivam em harmonia familiar, Hashem (D’us) exige que o seu próprio nome seja apagado para que a família não seja apagada.

Daqui vemos a estrondosa importância do Shalom Bait para Hashem, e seria uma “cara de pau” de nossa parte negligenciarmos uma coisa tão sagrada na visão Divina, ou seja, negligenciarmos o nosso próprio Shalom Bait

Se até nos preocupamos com as revisões periódicas do carro para que o motor não venha a fundir, quanto mais devemos nos preocupar com a manutenção do nosso Shalom Bait que para Hashem é infinitas vezes mais importante

Somos um casal de três no casamento. O marido, a mulher, e o principal : D’us!

 

 

Um pouquinho dos milagres que estão para acontecer

 

Sendo que no começo da nossa história como povo fomos contados, em breve, na época do Mashia’h seremos tão numerosos como a areia do mar que não tem como ser contada

 

Como nos conta nossa haftará que trás a profecia de Hoshea (Oséias) que fala sobre o enorme número de judeus que vai se revelar quando Mashia’h chegar e também sobre o amor que Hashem tem por cada um de nós.

 

Nessa Haftará vemos isso de maneira bem clara.

 

A Guemará nos conta que Hashem disse ao profeta Hoshea que o povo de Israel não está se comportando de maneira correta (para que ele rezasse pelo nosso povo como fez Moshe Rabeinu)

 

A profecia de Hoshea começa depois de ele, no lugar de rezar por nós, ter proposto à Hashem trocar nosso povo por outro.

 

O desencadeamento dessa profecia é que o país das dez tribos conhecido como “reino de Israel” onde o profeta Hoshea se encontrava e atuava, se perdeu no meio dos povos do mundo, mas volta de maneira imensurável na época do Mashia’h

 

Geralmente os profetas tinham que ligar sua profecia à uma ação. No caso de Hoshea, Hashem pediu para ele se casar e ter filhos com uma prostituta

 

Ele se casa com Gomer bat Dvalim que era prostituta filha de prostituta e que estava feliz com o que fazia.

 

Ela tinha filhos com os clientes e assim montou sua família, já havia se acomodado nessa profissão sem sonhar em sair dela e montar uma família normal.

 

Eles se casam e tem um filho que D’us pede para chamá-lo de Izreel profetizando que o nosso povo (aquelas dez tribos judaicas) vai ser semeado (espalhado) entre os povos do mundo.

 

Depois eles tiveram uma filha que D’us pede para chamá-la de “LoRuhama” profetizando que D’us não vai ter piedade do nosso povo, “no more chance”!

 

Depois eles tem mais um filho que D’us pede para chamar de “LóAmi” profetizando que o povo de Israel não é mais o povo de Hashem.
Vemos na prática que tudo isso aconteceu com o país das dez tribos)

 

No final D’us pede para ele se divorciar…

 

O profeta não concorda e diz para Hashem:-Eu tenho filhos com ela, como posso tirar ela de casa ou me divorciar? No way!

 

Então Hashem diz para o profeta:- Se até você que não tem certeza se sua esposa é só sua e se os filhos são realmente seus, mesmo assim já não é capaz de quebrar a família, como poderia Eu trocar o povo de Israel por outro povo?

 

Nessa hora o profeta entende que fez um erro de avaliação e reza forte para que Hashem inverta a profecia

 

Sendo que uma profecia negativa não é obrigada a acontecer, a profecia se inverte e Hashem diz para o profeta que no lugar de Ló Ami, “não é meu povo”, eles serão chamados de filhos do D’us vivo.

 

Isso quer dizer que seremos ainda mais queridos do que quando somos chamados de povo! Seguindo a regra da Torá de que depois de cada descida obrigatoriamente acontece uma grande subida

 

E a profecia continua, dizendo que nós (que somos chamados de judeus porque somos descendentes da tribo de Yehudá e Beniamin) vamos chamar nossos irmãos (das dez tribos) de “nosso povo” e nossas irmãs (das dez tribos) de Ruhama (nosso consolo)

 

Conclusão, quem está triste em acreditar que o povo de Israel se limita aos poucos milhões da contagem oficial vai ficar maravilhado quando em breve essa profecia acontecer!

 

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você ❤️🥰🌻

 

O benefício dos sofrimentos e o benefício da Tzedaká

Nossa Parashá nos conta que Hashem pediu para Moshe Rabeinu contar o povo de Israel junto com Aharon e com o presidente de cada tribo

 

Diz o Zohar que a Benção Divina não paira sobre uma coisa contada, e quando a Benção Divina deixa de pairar sobre algo, a “sitra ahara” (o lado impuro) paira sobre isso podendo trazer um prejuízo e até mesmo a morte e por isso não devemos contar as pessoas do jeito normal, um dois três quatro….

 

Então como pode ser que o próprio D’us pede para contar o nosso povo?

 

Dizem nossos Sábios que nesse caso foi pedido de cada homem de vinte anos para cima no caso de todas as tribos for a a tribo de Levi, e no caso da tribo de Levi de um mês de idade para cima, darem uma moeda de dez gramas de prata chamada de “beka”.

 

Somente as moedas foram contadas, e sendo que cada um deu uma moeda, sabemos a contagem do nosso povo sem precisar contá-los.

 

🌻🌻🌻

 

A tribo de Levi foi contada a partir de um mês de idade e mesmo assim o número dela foi menor do que a metade de qualquer uma das outras tribos

 

Dizem nossos Sábios que a tribo de Levi não foi escravizada pelos egípcios. As tribos que foram escravizadas receberam uma Benção Divina sobrenatural, e quanto mais os egípcios afligiam eles, mais eles cresciam e se multiplicavam.

 

A tribo de Levi cresceu de maneira natural, e todas as outras tribos seriam também pequenas como ela se não tivessem sofrido

 

Diz o Zohar que na ordem das Sefirot, a Guevurá que é a fonte dos sofrimentos antecede a Tiféret, chamada de “corpo”, que é a fonte da coisas boas. Se não passamos pela Guevurá não temos como chegar à Tiféret.

 

Por esse motivo está escrito que relativo ao que eles sofreram, assim eles cresceram e se multiplicaram.

 

Quem sofreu mais, cresceu mais e se multiplicou mais, quem sofreu menos, como a tribo de Levi, cresceu menos esse multiplicou menos

 

Por isso devemos sempre agradecer à Hashem pelos sofrimentos da mesma maneira que agradecemos pela coisas boas, sendo que por meio deles chegamos à Tiféret que é a fonte de todas as coisas boas

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você

 

 

Bamidbar


Bamidbar

Nossa Parashá nos conta que Hashem (D’us) pediu para Moshe Rabeinu contar o povo de Israel. Rashi explica que o motivo dessa contagem é o grande amor que Hashem tem por nós

 

Durante os quarenta anos que estávamos no deserto nosso povo foi contado três vezes. A primeira vez foi quando saímos do Egito.

 

Antes de recebermos a Torá no Monte Sinai, Moshê Rabeinu contou nosso povo, como diz o versículo: ” e o povo de Israel viajou de Ramsés à Sucot seiscentos mil homens andando, fora as crianças”.

 

Porque Moshê fez esse senso? Para receberem a Torá. Como foi feita essa contagem não está explícito na Torá. O versículo nos conta sobre ela de maneira indireta nos trazendo apenas o resultado final desse primeiro senso.

 

Quando o povo de Israel saiu do Egito, eles ainda tinham que cumprir somente 7 Mitzvot de Bnei Noach. Talvez nesse nível ainda não houvesse a necessidade de contá-los de maneira indireta por meio de cada um trazer meio shekel e os shekalim serem contados, como aconteceu nas contagens posteriores

Três censos foram feitos. O primeiro para que o povo de Israel recebesse a Torá e os outros dois para que a “Presença Divina” pairasse sobre eles

 

Quando muitas pessoas morreram por causa do bezerro de ouro foram contados novamente, “aparentemente” para saber quantos sobreviveram

 

Quando foi feito o Mishkan (o Templo móvel) para que pairasse sobre nós a Shehiná (a Presença Divina), novamente foram contados. E essa é a contagem da nossa Parashá.

 

No primeiro dia do primeiro mês da Torá que é o mês de Nissan, foi montado o Mishkan. E por causa disso, no primeiro dia do segundo mês da Torá, que é o mês de Iyar citado aqui na nossa Parashá, nosso povo foi novamente contado.

 

E porque não foram contados imediatamente quando a Presença Divina pairou sobre nós por meio do Mishkan, mas Hashem esperou um mês inteiro para contar o nosso povo? Porque pela Torá um mês inteiro determina que algo é fixo, no caso, a Shehiná que pairou sobre nós

 

A contagem determina limites, e a fonte de todos os limites é o primeiro Tzimtzum, a grande ocultação Divina. A partir desse fenômeno espiritual entramos em um esquema de “Luzes” e “receptáculos” até chegar à nós. Nossa Alma está na categoria de “Luz” e nosso corpo de “receptáculo”

O problema com os limites é que eles descem até a “sitra ahara” que é o “lado espiritual impuro”. Os limites se tornam limites desnecessários, excessos de limite. Como por exemplo uma epidemia, que é desde um limite de saúde até um limite de vida, ou seja, a morte

 

Por isso, quando o rei David pediu para fazer o censo do nosso povo de maneira direta, a consequência disso foi uma epidemia que dizimou dezenas de milhares do nosso povo

 

O Rei David não achou que isso fosse uma coisa tão grave até ver com os próprios olhos a tragédia que aconteceu como consequência da contagem direta, algo que não teve precedentes por não ter sido feito de outra forma desde que recebemos o nosso upgrade com a entrega da Torá e nos tornamos oficialmente o povo escolhido

 

Depois que o nosso povo recebeu a Torá e se tornou o povo sagrado no sentido da palavra, Hashem pediu para contar o nosso povo indiretamente, e o motivo para isso foi exatamente esse, para que não acontecesse uma epidemia

Ou seja, pediu para contar o nosso povo por causa do carinho que Ele tem por nós, e por outro lado pediu para Moshe nos contar de maneira indireta, por meio de cada um trazer uma moeda de meio Shekel. As moedas foram contadas e assim ficamos sabendo quantos éramos

Então porque Hashem pediu para nos contar indiretamente por causa do carinho que Ele tem por nós? Seria melhor não pedir para nos contar e evitar o risco…

Luzes e receptáculos

Como vimos antes, para as “Luzes espirituais” descerem à esse mundo elas precisam de um receptáculo que as contenham, como por exemplo nosso corpo e nossa Alma.

O corpo nos limita, mas sem ele não temos como interagir nesse mundo, e uma Alma neste mundo sem um corpo não é uma pessoa viva.

Assim também as grandes Bênçãos Divinas que pairaram sobre nós por meio da entrega da Torá e da construção do Mishkan precisavam de um recipiente, um limite que as comtesse nesse mundo. E esse recipiente foi a contagem.

Por isso, depois do bezerro de ouro fomos novamente contados, para que as grandes Bençãos Divinas que nos deixaram por causa da idolatria voltassem para nós depois que Hashem desculpou o nosso povo.

E por isso Hashem pediu para nos contar, por causa do carinho que Ele tem por nós. Mas a contagem teve que ser de maneira indireta para criar um receptáculo para que as Bençãos Divinas pudessem pairar sobre nós, mas que não fosse um receptáculo tão direto a ponto de dar a possibilidade de a “sitra ahara”, as forças do lado impuro, transformarem esse receptáculo que é um “limite”, em “limite de vida”.

E por isso nosso povo só foi contado nessas ocasiões e não foi contado quando realmente deveria ter sido contado, como no caso das guerras contra Midiã, Sihon e Og.

Daqui vemos que o único motivo verdadeiro dessas contagens foi para fazer um receptáculo para que as Bençãos Divinas pudessem pairar sobre nós.

 

Rabino Gloiber

Sempre rezando por você

 

 

 

 

Emor


Emor

Na nossa Parashá Hashem diz para Moshe pedir aos Cohanim, os sacerdotes, filhos de Aharon, não se impurificarem participando de um enterro de alguém a não ser que essa pessoa seja sua esposa, seu pai, sua mãe, seu irmão, sua irmã, seu filho ou sua filha.

Ou em uma situação extrema, alguém que não tenha absolutamente ninguém para enterrá-lo, que nesse caso é denominado “Met Mitzvá” e até o Cohen é obrigado à enterrá-lo.

O motivo para esses limites em relação ao Cohen, diz a Torá, é que o Cohen não pode se impurificar a não ser por um motivo de extrema necessidade sendo que ele é quem faz os Sacrifícios no Beit Hamikdash.

E a pergunta é: Porque o extremo da impureza paira especificamente sobre um morto?

E se é assim, por que a Torá não libera totalmente o Cohen de enterrar seus parentes próximos?

Morte e impureza

Rabi Yehudah Halevi nos ensinou que a impureza está sempre ligada à morte, e por isso o caso mais grave de impureza é um judeu ou judia que faleceram.

Abaixo disso está a mulher que dá à luz uma menina.

Antes de dar a luz ela era um conjunto de dois corpos e duas Almas, no parto ela volta a ser um corpo e uma Alma, ou seja, menos vida.

E sendo que essa vida que saiu dela vai dar origem à outras vidas, ela fica impura 66 dias por causa da vida que saiu do seu próprio corpo, mesmo que a menina que saiu dela não só que tem vida própria mas também futuramente vai dar a luz à mais vidas.

Abaixo disso está a mulher que dá à luz a um menino.

Antes de dar à luz ela era um conjunto de dois corpos e duas Almas, no parto ela volta a ser um corpo e uma Alma. Ou seja, menos vida.

Abaixo disso está a mulher que perdeu o óvulo e por isso ficou Nidá. O óvulo era vida, e ele saiu dela, agora ela é menos vida.

Abaixo disso está o marido que teve relação com a mulher. O que saiu dele entrou nela, mas quem ficou impuro foi ele e não ela, porque dele saiu vida, e nela entrou.

Essa regra se aplica também no caso da “nega tzaraat”, a manifestação espiritual que se revelava na pele da pessoa causando a morte das células, e onde há morte há impureza, e por isso a pessoa ficava impura por causa da “nega tzaraat”

Quando acordamos de manhã estamos impuros (até jogarmos água nas nossas mãos por meio de um recipiente seis vezes intercaladamente) porque nossa Alma sobe para os céus nos colocando em uma situação de 1/60 da morte.

Ou seja, durante o sono estamos menos vivos.

Quando cortamos as unhas ou os cabelos, ou quando fazemos uma doação de sangue, também devemos fazer a “netilat yadayim”, (jogarmos água nas nossas mãos por meio de um recipiente seis vezes intercaladamente) para tirar a impureza que pairou sobre nós por causa da perda de uma pequena parte de vida, uma pequena parte do nosso sangue, dos nossos cabelos ou das nossas unhas.

Mas porque a impureza paira sobre nosso corpo sempre que há nele um pouquinho de redução de vida, ou, D’us nos livre, a própria morte que traz com ela a maior de todas as impurezas?

A explicação do Zohar

Diz o Zohar que a pessoa não morre antes de ver a “Shehiná” (Presença Divina) e por causa do intenso desejo da nossa Alma em se unir à Shehiná, nossa Alma sai do corpo ao seu encontro.

Depois que a Alma sai do corpo e, consequentemente, aquele corpo se torna um corpo morto, é proibido deixá-lo sem que seja enterrado.

O Zohar traz vários motivos para isso.

Porque se deixamos passar 24 horas entre a morte e o enterro causamos uma fraqueza nas Sefirot do mundo superior, sendo que a “imagem e semelhança” Divina descritas pela Torá em relação à criação do homem se refere às Sefirot lá de cima e por isso cada um de nós está sincronizado com essas Sefirot

E da mesma maneira que existe a infiltração do lado espiritual negativo no corpo do falecido aqui em baixo, se ele não é enterrado em 24 horas esse lado espiritual negativo acessa ao mundo superior e suga vitalidade das Sefirot lá de cima

Outro motivo que não podemos atrasar o enterro é para não atrasar a ajuda Divina decretada para aquela pessoa.

Porque talvez Hashem tenha decretado para o bem daquela pessoa que ela vai se reencarnar naquele mesmo dia que faleceu, explicitamente para o bem dela

E enquanto o corpo não é enterrado a Alma não pode se apresentar na frente de Hashem, e consequentemente não pode entrar em uma próxima reencarnação. Isso pelo motivo de que não é dado para a Alma um segundo corpo enquanto o primeiro não é enterrado.

O Zohar compara esse caso à uma pessoa cuja esposa faleceu. Não é correto ele se casar com outra mulher enquanto a esposa falecida não é enterrada, assim também não é correto ele receber um novo corpo enquanto o corpo anterior não é enterrado.

Outro motivo para que a pessoa seja enterrada no mesmo dia é porque quando a Alma sai do corpo e precisa ir para o mundo superior, para o Gan Éden (o Paraíso) e ela não pode entrar lá enquanto não é dado a ela um novo corpo.

Mas sendo que o Gan Éden fica no mundo superior, esse novo corpo é infinitamente melhor do que o atual e é denominado pelo Zohar como um “corpo de luz”.

Um corpo espiritual para usufruir do Gan Éden HaTa’hton (Baixo Paraíso) onde uma hora lá equivale à setenta anos dos maiores prazeres aqui nesse mundo, ou do Gan Éden HaElion (Alto Paraíso) onde uma hora lá é comparada à setenta anos no Gan Éden HaTahton.

Mas só depois que a Alma recebe esse corpo espiritual ela pode entrar no mundo superior, e isso só acontece depois que o corpo material que ela usou aqui embaixo é enterrado.

Somente depois disso ela recebe o corpo espiritual e pode entrar no mundo superior

Diz o Zohar que aprendemos isso de Eliahu Hanavi (o profeta Elias) que tem dois corpos.

Um corpo que ele usa para aparecer para as pessoas aqui nesse mundo, mas com esse corpo ele não consegue subir para o mundo superior. Outro corpo ele usa para aparecer lá em cima entre os Anjos do céu

Mais um motivo que traz o Zohar é o de que todo o tempo em que o corpo ainda não foi enterrado a Alma, mesmo não estando mais nele, sofre por causa do espírito impuro que aparece para habitar nele causando com que o corpo morto fique impuro.

E sendo que o espírito impuro aparece por causa da morte, a pessoa não deve deixar aquele corpo por uma noite sem enterrá-lo porque o espírito impuro se encontra com mais intensidade durante a noite e vaga por toda a terra procurando um corpo sem Alma para impurificá-lo, e de noite ele impurifica com muito mais intensidade

🌻🥰❤️

O Zohar nos conta que no momento do falecimento é dada à pessoa a permissão de ver o que ele não conseguiria ver enquanto estava vivo.

Ele vê que estão vindo ao seu encontro seus parentes e amigos do mundo superior e ele reconhece cada um deles mesmo sendo eles seus ancestrais que nunca viu em vida.

E todos se revelam para ele com a aparência que tinham neste mundo. Se a pessoa que falece tem o mérito de estar à caminho do Gan Éden (paraíso celestial) todos os amigos e parentes que estão no Gan Éden chegam alegres ao seu encontro e dão boas vindas à ela

Mas se ela não tem o mérito de ir para o Gan Éden, ou seja, se está a caminho do gehinom, não aparecem para ela a não ser aquelas pessoas ruins que estão sendo retificadas no gehinom.E todos se revelam para ela tristes. Começam com um “ai” por causa do castigo que vai ser acrescentando à eles por causa dessa pessoa, e terminam com um “ai” por causa do castigo que essa pessoa vai receber

O “Guehinom”

 

O Guehinom é o “mundo de baixo”, dimensão espiritual negativa criada para a retificação da Alma mas com limite de estadia limitado para o máximo de doze meses.O Guehinom é exatamente o contrário proporcional do Baixo Paraíso. Da mesma maneira que uma hora no Baixo Paraíso equivale à setenta anos dos maiores prazeres aqui nesse mundo, uma hora no Guehinom equivale à setenta anos dos maiores sofrimentos nesse mundo

O exemplo do relógio de Sol

 

Diz o Baal HaTanya que da mesma maneira que o Sol percorre uma distância de milhares de quilômetros no céu, e relativo à isso sua sombra percorre alguns centímetros aqui embaixo, essa mesma proporção é aplicada aos nossos sofrimentosUm pouquinho de sofrimentos neste mundo nos liberam de milhares de quilômetros de sofrimentos no gehinom, e por isso devemos sempre agradecer à Hashem por qualquer sofrimento pelo qual passamos

Continuando a descrição do Zohar em relação à saída da Alma e os parentes e amigos do Gan Éden que vem receber ela neste momento

No momento da saída da Alma, todos os parentes e amigos que estão no Gan Éden vêm recebê-la e fazem para ela um passeio até lá. Mostram para ela o lugar que ela vai receber no Gan Éden e ela sobe para conhecer e usufruir um pouquinho dos intensos prazeres daquele mundo. Um verdadeiro turismo pelo mundo superior !

Depois ela desce para participar da “Shiva”  que é a semana de luto pela sua morte. Todos esses primeiros sete dias a partir do enterro a Alma vai da sua casa para o seu túmulo e do seu túmulo para a sua casa. Na sua casa ela vê que todos estão enlutados pela sua morte e ela também fica enlutada pela própria morte

Depois de sete dias desde o enterro, o corpo continua na sua decomposição, e agora ela vai se mudar oficialmente para o Gan Éden.
Para sair oficialmente desse mundo ela passa primeiro pela Mearat HaMahpelá que é o túmulo de Adão e Eva e dos nossos Patriarcas e Matriarcas.

Lá ela vê o que tem permissão para ver e entra no lugar que tem permissão para entrar até chegar ao Gan Éden HaTahton, porque a Mearat HaMahpelá, diz o Zohar, é o caminho para o Gan Éden HaTahton.

No caminho do Gan Éden ela vê os “keruvim” com o brilho das suas espadas circundantes, que são os anjos de destruição que Hashem (D’us) colocou para guardar o caminho da Árvore da Vida, a entrada do Gan Éden HaTahton. Se ela tem a permissão eles abrem para ela o portão e ela entra

Os quatro Anjos principais, Mihae-l, Gavrie-l, Urie-l e Refae-l são convidados para “vesti-la”. Eles aparecem segurando uma semelhança de corpo nas suas mãos.

Um corpo espiritual que foi feito por ela própria por meio dos Mandamentos Divinos que ela cumpriu nesse mundo, e de acordo com o nível desse corpo ela vai usufruir dia intensos prazeres daquele mundo

Ela se reveste nele com muita alegria e recebe o lugar dela no Gan Éden HaTahton. Ela fica lá somente durante o período que ainda não é permitido para ela subir ao Gan Éden HaElion, porque às vezes por causa do nosso comportamento nesse mundo não é liberada a nossa entrada diretamente para o Gan Éden HaElion

Quando termina nosso tempo de espera nesse lugar maravilhoso que é o Gan Éden HaTahton chega a hora de subirmos ao Gan Éden HaElion. Nesse momento ela ouve que estão anunciando lá de cima que chegou a hora de ela subir ao Gan Éden HaElion. Ela é chamada pelo seu nome

 

Rabino Gloiber
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Aharei Mot – Kedoshim


Aharei Mot

Nossa Parashá começa nos contando sobre os dois filhos de Aharon que faleceram por terem entrado com um “fogo estranho” na parte mais sagrada do Mishkan

 

A Parashá termina nos ensinando que existe uma situação em que a Terra Santa “vomita” seus habitantes devido ao comportamento deles em relação a “casamentos” e a santidade daquele lugar

 

Existe uma ligação entre esses dois assuntos que fazem parte de uma mesma categoria, mas em níveis diferentes

 

Quando Hashem (D’us) nos deu a Torá no Monte Sinai, pediu para Moshe avisar nosso povo para não subir naquela montanha e nem tocar nela enquanto estivesse acontecendo lá a entrega da Torá

 

A linguagem do versículo naquele caso é de que todo aquele que tocar em qualquer parte daquela montanha, mesmo em sua parte mais extrema, vai falecer

 

E também os animais deveriam ser impedidos de pastar no Monte Sinai no momento da entrega da Torá, porque eles morreriam também se estivessem naquele momento naquele local

 

A Torá nos conta mais adiante que Nadav e Avihu, os dois filhos de Aharon que faleceram por terem entrado no Mishkan com o “fogo estranho”, eram pessoas muito elevadas espiritualmente como o próprio Moshe diz ao seu irmão Aharon que Nadav e Avihu estavam em um nível superior ao deles

 

O “fogo estranho era o incenso feito de acordo com a Torá, mas esse trabalho deveria ter sido feito pelo pai deles, por Aharon que era o sumo sacerdote, e não pelos seus dois filhos, por uma pessoa e não por duas

 

Mas o fato de o Midrash ter nos contado que eles faleceram por ter entrado no Mishkan bêbados já nos ensina que o fato de eles terem entrado no Mishkan com o incenso no lugar de Aharon não justificaria a morte deles

 

Sendo assim, é óbvio que o motivo do falecimento deles naquela ocasião não tinha relação com o nível espiritual deles, que era elevado o suficiente

 

Pelo fato de Moshe ter avisado os Cohanin para não entrarem “bêbados” no Mishkan, surge a possibilidade de eles terem bebido muito vinho antes de terem entrado lá, e pode ser que foi isso o que causou a morte deles

 

Essa hipótese trazida pelo Midrash é vista como uma lição de moral, mas não é a prova de que esse foi o motivo verdadeiro, sendo que em relação à conduta moral  Nadav e Avihu estavam dentro dos padrões e não havia nenhuma base para suspeitar de alguma conduta negativa em relação à eles

 

Também o fato de não ter sido possível encontrar vinho naquele lugar nos leva a conclusão de que o Midrash está usando essa hipótese como lição de moral, mas não como prova de que o motivo do falecimento deles foi esse

 

Então qual foi o motivo real da morte de Nadav e Avihu

 

A Torá nos conta que no momento da entrega da Torá Hashem (D’us) chamou Moshe para subir na montanha, dando à ele por meio desse chamado uma proteção especial para que ele pudesse presenciar a intensidade da revelação Divina sem que sua Alma deixasse seu corpo

 

Mas qualquer pessoa ou animal que tocasse naquela montanha naquele momento, mesmo que fosse somente no extremo da montanha, a Alma sairia do corpo devido ao nível da revelação Divina que estava acontecendo lá

 

Depois da entrega da Torá, a revelação Divina deixou definitivamente o Monte Sinai

 

O Monte Sinai voltou a ser uma montanha como qualquer outra, e não haveria mais nenhum problema para os pastores com seus animais subirem até o ponto mais alto dela, e eles já poderiam fazer isso sem que nada acontecesse

 

Aprendemos daqui que quando a revelação Divina paira sobre um lugar, todo o tempo que ela se encontra lá, nem as pessoas e nem os animais conseguem manter as almas nos corpos a não ser que ele seja chamado para, lá como foi o caso de Moshe Rabeinu no Monte Sinai na hora em que a presença Divina pairou sobre ele

 

Quando o Mishkan, nosso “Templo-móvel” foi construído no deserto, a revelação Divina pairou sobre ele se revelando na sua parte mais sagrada chamada de “Kodesh HaKodashim”

 

O sinal de que a revelação Divina pairou sobre o Mishkan foi o mesmo que aconteceu no Monte Sinai, a nuvem baixou sobre ele

 

A regra em relação ao Mishkan foi a mesma que no monte Sinai. Quando a nuvem pairava sobre o Mishkan mostrando claramente que a revelação Divina estava acontecendo lá, Moshe era chamado para o Mishkan e Hashem (D’us) falava com ele. Se Moshe não fosse chamado ele não iria lá por si só,

 

Por outro lado, Aharon e seus filhos faziam parte da estrutura do Mishkan. Ou seja, o Templo-móvel tinha os seus sacerdotes que eram Aharon e seus filhos, e por isso está escrito em relação à entrada no Kodesh HaKodashim “o estranho que entrar vai falecer. E quem está na categoria de estranho

 

A Guemará nos conta que certa vez alguém estava passando por trás de uma Sinagoga, escutou do lado de fora uma descrição sobre as roupas do Cohen, entrou na Sinagoga e perguntou :- Quem vai vestir essas roupas? :- O Cohen Gadol, respondeu o professor

 

A pessoa que não era judeu tomou uma decisão consigo próprio: – vou me converter ao judaísmo com a condição de ser o Cohen Gadol

 

Chegou ao tribunal rabínico onde se encontrou com Shamai, que ouvindo esse argumento concluiu que a pessoa não tinha uma boa intenção

 

Mas aquela pessoa não desistiu e foi procurar o outro grande Rabino da época que se chamava Hilel. Hilel fez para ele um curso de Cohen Gadol

 

Quando chegaram nesse assunto de “o estranho que se aproximar vai morrer” a pessoa perguntou:- Quem é considerado “estranho” em relação ao “Kodesh HaKodashim”

 

Até David, o rei de Israel que também era a pessoa mais elevada espiritualmente da sua geração e também a mais rica e poderosa, nada disso adiantaria em relação ao “Kodesh HaKodashim”, e se ele entrasse lá ele morreria como qualquer outro

 

Aquela pessoa descobriu que não poderia ser Cohen Gadol e se tornou um bom judeu

 

Nadav e Avihu não estavam na classificação de “o estranho que se aproximar vai morrer” sendo que eles eram Cohanin, eles eram os sacerdotes

 

Mesmo assim, a permissão para eles entrarem lá era restrita aos trabalhos específicos que deveriam fazer. Incluindo detalhes como roupas específicas para eles poderem trabalhar lá

 

Cada ação no nosso mundo material tem uma sincronização com o mundo espiritual, e de acordo com essa sincronização acontece uma reação

 

O Cohen, por meio do seu trabalho, sincroniza entre o mundo de baixo e o mundo de cima, trazendo para cá fartura e abundância

 

Isso acontece por meio da sincronização entre as Dez Sefirót lá em cima. A fartura e abundância lá de cima é repassada por meio da Sefirá chamada de Yessod para a Sefirá chamada de Mal’hut, a Mal’hut transforma a abundância espiritual em bens materiais

 

Um exemplo para isso é uma mãe que após comer um jantar de Shabat completo, com vinho, pão, peixe e saladas, carne com batata, sucos e sobremesa, transforma em seu corpo tudo isso em leitinho para o nenê

 

Se ela desse todo esse jantar de Shabat para o nenê do jeito que foi oferecido para ela, o nenê simplesmente morreria de fome. Não por causa da qualidade desses alimentos, mas por causa da incapacidade do nenê em relação a esse nível de alimentação

 

Então a mãe come toda essa comida, transforma ela em leitinho e depois dá de mamar para ele. Assim o nenê cresce saudável

 

Dessa maneira a Sefirá chamada de Mal’hut transforma a fartura e abundância espiritual em bens materiais. Mas para que o repasse dessa fartura do Yessod para o Mal’hut aconteça, nós precisamos merecer

 

E aí entra o trabalho do Cohen. Ele faz o trabalho Divino nos representando como se cada um de nós estivesse lá fazendo esse trabalho junto com ele. Esse trabalho é feito totalmente em sincronização com as forças ocultas espirituais

 

Quando Moshe Rabeinu trouxe as dez pragas para o Egito, ele teve que fazer ação material que causasse a reação espiritual para cada uma das dez pragas separadamente

 

Na primeira praga, quando Hashem (D’us) pediu para ele dar uma cajadada no Rio Nilo, Moshe respondeu que não vai poder dar essa cajadada porque esse rio salvou a sua vida quando sua mãe o colocou lá em uma cestinha

 

Hashem não cancelou a ordem da cajadada para trazer a praga, mas pediu para Moshe pedir ao seu irmão Aharon para ele dar essa cajadada

 

Porque para trazer algo lá de cima precisamos fazer uma ação nesse mundo material para que aconteça a reação no mundo superior

 

E essa ação precisa ser de acordo com os detalhes da ordem Divina que no caso da primeira praga foi a cajadada

 

No caso da praga dos piolhos, Hashem pediu para Moshe jogar a terra do Egito para o alto. Moshe novamente se desculpou de não poder fazer isso sendo que aquela terra o ajudou quando ele salvou um judeu de ser assassinado por um soldado egípcio

 

Novamente Hashem não cancelou essa ação, mas pediu para Moshe pedir à seu irmão Aharon para ele fazer esse ato material de jogar a terra do Egito para cima e assim começou a praga dos piolhos

 

Se Aharon tivesse invertido a ordem Divina e tivesse jogado a água do Rio Nilo para cima e dado uma cajadada na terra, nada aconteceria

 

E assim é o trabalho dos nossos Cohanin que são os nossos sacerdotes. Cada trabalho tem que ser feito da maneira correta, e se não for feito da maneira correta a sincronização não acontece e nada de bom desce para baixo

 

Sendo que é permitido para o cohen entrar no Mishkan e ele não está na classificação de “o estranho que entrar vai falecer”, e se o trabalho dele não for feito certo ele não traz as bênçãos celestiais para nós, o fato de Nadav e Avihu terem falecido ainda precisa de uma explicação

 

Por isso, dia o Zohar, o motivo que restou foi o fato de eles não terem se casado

 

E por esse motivo, quando a Torá se refere a pessoa que vai fazer o korban, o sacrifício, ela usa a palavra Adam

 

Quando Hashem criou o ser humano, diz o Zohar, ele fez uma pessoa que era um lado homem e o outro mulher. Essa pessoa foi chamada de Adam

 

Hashem fez Adam adormecer profundamente, separou entre os dois lados, e assim surgiu Hava, a Eva da Torá

 

(A estória de que D’us criou a mulher da costela não tem fonte judaica)

 

Por isso Nadav e Avihu faleceram, diz o Zohar, eles eram somente “meio corpo”. Cada um deles era “meio corpo”, e mesmo assim eles decidiram fazer o trabalho mais sagrado de todos os trabalhos do Mishkan

 

E por causa do contraste entre a fraqueza de eles serem “meio corpo”, de não serem casados, e a intensidade do Ketoret, do trabalho de trazer o incenso para o Kodesh HaKodashim que deveria ter sido feito pelo pai deles, eles faleceram

 

E por isso, diz Rabi Aba no Zohar, pelo fato de eles serem “meio corpo” e terem feito o mais importante de todos os trabalhos do Mishkan, por isso eles faleceram

 

Mas se eles fossem casados ou se tivessem feito outro trabalho do Mishkan que não fosse esse, não teriam falecido

 

Nossa Parashá começa nos contando os procedimentos tomados depois que faleceram os dois filhos de Aharon, e termina nos contando sobre as relações íntimas proibidas

 

Nos revelando por meio disso que de acordo com o nosso comportamento a Terra Santa pode chegar ao extremo de “Vomitar os seus habitantes como vomitou os povos que estavam lá antes de nós” por terem tido essas relações íntimas proibidas

 

Daqui aprendemos que da mesma maneira que aqueles povos foram tirados da nossa terra por meio de sete anos de guerra que fizemos com eles, nós também podemos ser tirados de lá da mesma forma, e isso é a expressão do conceito da Torá de “a terra vomitar os seus habitantes”

 

Sendo que a Torá não está falando sobre outras terras mas somente sobre a “Terra Santa”, entendemos que também no nosso nível pode acontecer um curto circuito espiritual, entre a santidade da terra e a falta de santidade do nosso comportamento.

 

Por isso a Torá nos avisa isso antecipadamente. Para sabermos que cada ação no mundo material causa uma reação no mundo espiritual.

 

Quando essa ação aqui embaixo se compara ao comportamento dos povos que foram “vomitados” da nossa terra, estamos trazendo para nós por meio desse comportamento essa mesma consequência que esse comportamento trouxe para eles.

 

Então vamos estudar muita Torá e fazer muitas Mitzvot para trazer imediatamente a Gueulá

 

🌻🌻🌻🌻

Kedoshim

Nossa Parashá nos conta (entre inúmeros assuntos) sobre a proibição de guardar rancor.

 

Toda pessoa que guarda rancor contra um judeu principalmente se ele for o cônjuge, transgride uma Mitzvá da Torá, como está escrito na nossa Parashá: “Ló titor”, não guarde rancor.

 

Exemplo: Você pede um favor para alguém e a pessoa não quis fazê-lo.

 

No dia seguinte, essa pessoa precisou de você e você responde: “Eu não sou como você. Eu não vou lhe negar um favor como você me fez”!

 

Isso acontece porque a pessoa estava guardando aquele rancor e achou o momento exato para revelar isso.

 

Em outras palavras, “jogar na cara” é proibido pela Torá.

 

O Baal Shem Tov explicou que nossos sábios comparam a pessoa que fica brava a alguém que está fazendo idolatria porque no momento da fúria, a fé em D’us desaparece automaticamente, e quando não se acredita em D’us consequentemente se está acreditando em outra coisa”.

 

Porque se ele soubesse que tudo o que acontece com ele vem de D’us, ele nunca ficaria bravo.

 

E mesmo que uma pessoa que por livre-arbítrio optou por fazer-lhe o mal, e amaldiçoa ou bate nele, ou lhe causa prejuízo monetário sendo condenada pelo tribunal humano ou Divino pela maldade da sua escolha, mesmo assim, à quem foi prejudicado já estava decretado pelos Céus que assim seria.

 

O tribunal Divino apenas usou a pessoa ruim para cumprir o decreto Divino por meio dela, e mesmo nesse momento em que a pessoa bate em alguém ou o amaldiçoa, o pensamento que cai na cabeça dessa pessoa para nos prejudicar ou o sentimento que a impulsionou a fazer isso veio lá de cima.

 

D’us faz as coisas boas acontecerem por meio de pessoas boas e as coisas ruins por meio de pessoas ruins.

 

O agente causador do nosso infortúnio foi apenas uma ferramenta usada por D’us para cumprir o decreto Divino que veio para nos purificar de alguma coisa ruim que fizemos na reencarnação atual ou em outra.

 

Tudo vem lá de cima, e as pessoas que nos fazem o mal são os verdadeiros “bobos” que estão sendo usados para nos prejudicar e depois serem castigados por terem nos prejudicado.

 

Se tudo isso foi dito sobre qualquer pessoa, imagine marido e mulher ou pais e filhos que são o grupo de risco nesse assunto por terem mais intimidade entre si, quanto temos que tomar cuidado com isso.

 

Então, não vamos ser bobos de brigar em casa!

 

Vort israelense: (dugri)

 

O rancor é comparado à fezes espirituais. Guardar rancor é prisão de ventre espiritual, você está com rancor de alguém? Baixe a descarga! Porque quanto mais acumula pior fica!

 

Nossa Parashá nos conta entre muitos assuntos interessantes que não devemos olhar para a idolatria.

 

Diz o Ari Zal que quando olhamos para alguém ou para alguma coisa, recebemos a “energia” dessa pessoa ou dessa coisa ruim.

 

Quando olhamos para uma coisa boa, a energia boa que tem nela se une à nós e gera dentro de nós uma energia positiva.

 

Mas se olhamos para uma coisa ruim recebemos dela a energia ruim que  ela contém. Essa energia ruim se une à nós tirando de nós a energia boa.

 

E esse é o segredo que está por trás desse mandamento da Torá de não olhar para a idolatria. Porque quando olhamos para uma coisa impura como a idolatria, a impureza dela se adere à nós tirando a nossa santidade e nos atraindo para a impureza.</p

 

Vamos encher a nossa casa de quadros de Tzadikim que hoje na nossa geração Google é fácil de baixar, mandar revelar e colocar uma moldura.

 

Perguntei para vários rabinos de Israel se é permitido baixar uma foto do Rebe pelo Google. A resposta foi sempre a mesma: O Rebe pertence aos Hassidim!

 

E fora isso, com certeza ninguém nunca pagou ao Rebe direitos autorais pela foto que tirou dele. Isso se refere somente à fotos e não à desenhos, pinturas, ou fotos decoradas.

 

Certa vez o Rebe disse sobre o Rabino que eu tinha escolhido para fazer as minhas perguntas difíceis, o Rav Moshe Weber de Yerushaláim (Jerusalém): “É o suficiente olhar para ele para receber “Irát Shamaim” (temor aos céus, ou seja, reverência à D’us)

 

Rav Moshe Weber

 

🌻🌻🌻

 

Nossa Parashá nos conta sobre a Mitzvá de amar ao próximo como a si mesmo.

 

O Ari Zal explica que está por trás disso se encontra o segredo de que todo o povo de Israel é uma Alma só e cada um de nós é uma ramificação dessa Alma Divina que Hashem (D’us) deu ao Adam Harishon (o primeiro homem) e por isso cada um de nós é responsável pela transgressão do outro.

 

Por isso, diz o Ari Zal, a reza chamada de “Vidui” na qual falamos uma lista de pecados (que geralmente não fizemos) foi instituída no plural, sendo que temos cumplicidade pelas transgressões de todos os judeus por fazermos parte de uma Alma só.

 

Por isso, mesmo quando rezamos sozinhos falamos essa reza no plural, sendo que o pecado que um judeu faz é como se todos nós tivéssemos feito, pelo motivo de sermos a mesma Alma ramificada.

 

🌻🌻🌻🌻

 

Nossa Parashá também nos ensina que devemos dar uma advertência à qualquer judeu que está fazendo uma coisa ruim.

 

Na maioria dos casos a pessoa se comporta errado por não saber o que é certo, e por isso, no lugar de dar uma bronca causando uma revolta nessa pessoa, devemos ensinar  à ela com muito amor e carinho o que é certo e assim estamos cumprindo essa Mitzvá com eficiência.

 

Isso também aprendi com o Rav Moshe Weber, que com oitenta anos de idade dedicava várias horas do dia para ensinar os soldados israelenses a colocarem Tefilin, e muitas vezes ele me contou sobre soldados que colocaram o Tefilin pela primeira vez na vida.

 

Ou seja, temos que advertir cada judeu, mas dessa maneira. Ensinando ele a cumprir as Mitzvót (Mandamentos Divinos) com muito amor e carinho.

 

🌼🌹🌼🌹

 

Nossa Parashá nos conta que devemos amar o “guer” (alguém que se converteu ao judaísmo).

 

O Rebe de Lubavitch nos ensina que a linguagem da Torá que se refere ao “guer” diz “guer shemitgaier” (convertido que se converte) nos ensinando que ele já tinha uma Alma judia, mas que se revelou no dia da sua conversão.

 

 

Sendo assim, tudo o que o Ari Zal explicou sobre o mandamento de amar ao próximo como a si mesmo se aplica ao guer também, mas com mais intensidade sendo que a Torá acrescenta no caso do guer mais uma Mitzvá.

 

🌻🌻🌻

 

Nossa Parashá nos conta que é proibido se vingar e proibido guardar rancor. Sendo que a Torá já nos proíbe assassinar, ferir e etc, e não podemos pegar a lei com as mãos, mas temos que procurar o tribunal rabínico que vai cobrar do agressor o que é devido pela Torá, então o que sobrou para nós nos vingarmos que a Torá precisa acrescentar esses dois mandamentos?

 

O Midrash Sífra nos traz a explicação para esses dois mandamentos.

 

O que é considerado vingança pela Torá?

 

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice. Mas a outra pessoa não emprestou.

 

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice.

 

A resposta foi:- Não vou te emprestar a minha enxada da mesma maneira que você não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido se vingar”.

 

O que é considerado guardar rancor pela Torá?

 

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice? A outra pessoa não emprestou.

 

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice, e a resposta foi:- pode pegar, não sou como você que não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido guardar rancor”.

 

Em outras palavras, o rancor é comparado à uma “prisão de ventre” espiritual. Você só tem a perder com isso, nesse mundo você sofre e no próximo você ainda é julgado por causa disso.

 

Se até uma prisão de ventre material quanto mais tempo passa mais duro fica de tirar e mais perigoso fica, quando mais uma prisão de gente espiritual!

 

Então vamos fazer todo dia a nossa higiene espiritual e baixar a descarga sobre todas as nossas mágoas antes que elas fiquem duras demais e precisemos de mais esforço para removê-las!

 

🌴🌴🌴🌴

 

 

Mensagem da Parashá

Aharei Mot

Aharei Mot

Nossa Parashá nos conta sobre as instruções Divinas dadas por consequência da morte dos dois filhos de Aharon.

O Ari Zal, (última palavra em assuntos cabalísticos) nos conta que Adam Harishon (o primeiro homem) “continha todas as almas do mundo.

Quando Adam Harishon fez o primeiro pecado, seu nível espiritual despencou e ficou nele somente somente a “Trumá” (dois centésimos) do número de almas que ele tinha antes, pouquíssimas mas de altíssima qualidade.

Essas almas elevadíssimas passaram para Caim que era o primogênito e tinha nascido no Gan Eden (paraíso terrestre) depois do pecado de Adam.

Essa alma elevadíssima do Caim se reencarnou nos dois filhos de Aharon que faleceram, Nadav e Avihu, eles são a ”Trumá” (a melhor parte) da alma de Adam.

O Zohar nos conta, que o lado principal da alma de Cain vem da impureza que a cobra colocou em Hava (Eva), e o lado principal da Alma de Hevel (Abel) vem do lado de Adam (da Alma Divina de Adam).

A explicação do Ari Zal

A transgressão de Adam Harishon fez com que o bem e o mal se misturassem nesse mundo, e tanto Cain quanto Hevel estão vinculados à árvore do bem e do mal.

Ou seja, os dois tinham um lado bom e um lado ruim.

Cain veio do aspecto de guevurá de Adam ele era quase inteiramente ruim (impureza espiritual recebida da cobra) e um pouquinho bom (tinha uma Alma espiritual elevadíssima herdada de Adam)

Hevel era na sua maior parte bom (alma herdada de Adam) e um pouquinho ruim (impureza herdada da cobra).

Mas a diferença entre eles era que o lado bom de Cain, mesmo sendo muito pequeno em relação ao lado mal dele, era extremamente superior ao lado bom de Hevel.

Ele herdou essa alma tão elevada por ter sido o primeiro a nascer, pegou a melhor parte da alma de Adam.

A “impureza da cobra”

Essa expressão espiritual à qual chamamos de “impureza da cobra” acompanha a humanidade até hoje.

É ela que causa atrações eróticas estranhas em todas as suas categorias como atração íntima homens por homens, mulheres por mulheres, seres humanos por animais e etc.

Essa é a diferença entre o ser humano, que recebeu a “impureza da cobra” , e o animal.

O animal não tem esses problemas estranhos.
Dizem nossos Sábios que com o recebimento da Torá no monte Sinai a “impureza da cobra deixou o nosso povo.

No monte Sinai estavam as almas de todos os judeus que iriam nascer até Mashia’h chegar.

O Tossfot nos conta que também estavam lá as almas de todos aqueles que iriam se converter ao judaísmo até Mashia’h chegar

Na hora da entrega da Torá no monte Sinai aconteceu um grande milagre e essa impureza da cobra saiu de todas as nossas Almas.

Quando foi feita a idolatria do bezerro de ouro, essa impureza da cobra voltou para o nosso povo, mas longe de ter a mesma intensidade de antes, mesmo assim voltou fraca mas voltou.

Por causa da origem da Alma de Nadav e Avihu ser relacionada com o começo da “impureza da cobra”, essa volta parcial da “impureza da cobra” prejudicou principalmente eles, enfatizando espiritualmente os erros que eles cometeram.

Por isso Moshe Rabeinu pediu para todo o povo de Israel se enlutar pela morte dos filhos de Aharon, sendo que se não tivesse sido feito o bezerro de ouro eles não teriam falecido.

Vort

Disse o rav Moshe Veber, grande Tzadik que viveu em Jerusalém:

O que aprendemos da proximidade entre essas duas Parashiot, Aharei mot (depois de morrerem) e Kedoshim (Santos)?

Aprendemos que devemos falar sempre bem de qualquer pessoa que já faleceu (porque com certeza antes de ele falecer ele se arrependeu de todas as coisas erradas que fez, e as coisas boas que fez são eternas!)

Ou seja, Aharei mot Kedoshim, depois de morrerem, todos são santos!

Rabino Gloiber
Sempre correndo
Mas sempre rezando por você

Mensagem da Parashá

Prisão de ventre espiritual

Nossa Parashá nos conta que é proibido se vingar e proibido guardar rancor

Sendo que a Torá nos proíbe assassinar, ferir e etc, e qualquer coisa que fazem para nós não podemos pegar a lei com as mãos mas temos que procurar o tribunal rabínico que vai cobrar do agressor o que é devido pela Torá, então o que sobrou para nós nos vingarmos que a Torá precisa acrescentar esses dois mandamentos?

O Midrash Sífra nos traz a explicação para esses dois mandamentos

O que é considerado vingança pela Torá?

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice? A outra pessoa não emprestou.

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice, e a resposta foi:- Não vou te emprestar a minha enxada da mesma maneira que você não quis me emprestar a sua foice. Sobre isso foi dito : “É proibido se vingar”

O que é considerado guardar rancor pela Torá?

Uma pessoa disse para a outra :- Me empresta a sua foice? A outra pessoa não emprestou.

No outro dia aconteceu o contrário. A pessoa que não emprestou a foice pediu a enxada emprestada para aquele que tinha pedido a foice, e a resposta foi:- pode pegar, não sou como você que não quis me emprestar a sua foice.

Sobre isso foi dito : “É proibido guardar rancor”

Em outras palavras o rancor é comparado à uma “prisão de ventre” espiritual. Você só tem a perder com isso, nesse mundo você sofre e no próximo você ainda é julgado por causa disso

Se até uma prisão de ventre material quanto mais tempo passa mais duro fica de tirar e mais perigoso fica, quando mais uma prisão de ventre espiritual!

Então vamos fazer todo dia a nossa higiene espiritual e baixar a descarga sobre todas as nossas mágoas antes que elas fiquem duas demais e precisemos de mais esforço para removê-las

Rabino Gloiber

sempre correndo

mas sempre rezando por você

 

 

Mensagem da Parashá

Shabat Pará

A Vaca Vermelha

 

O Baal Shem Tov nos ensinou que todos os mandamentos Divinos são eternos, porque a Torá é a revelação Divina e D’us é eterno.

 

A Torá é a sabedoria Divina que desceu ao nosso nível, como por exemplo um pai muito sábio que ensina ao filho mais velho uma sabedoria muito profunda.

 

Quando ele fala com o filho pequeno, a sabedoria profunda desce ao nível da criança aparentando ser uma coisa simples, mas por trás disso se encontra uma sabedoria profunda.

 

Assim também são os mandamentos Divinos, cada um tem por trás de si diferentes aspectos, muitas vezes desconhecidos.

 

O lado simples do mandamento Divino chamamos de “Pshat”.

 

O Pshat é o jeito simples e específico de cumprir o mandamento na prática tendo muitos deles um local e tempo determinado que não é necessariamente “aqui e agora”.

 

No Pshat o mandamento pode acontecer poucas vezes como no caso da Vaca Vermelha da nossa Parashá, ou não acontecer nunca como no caso do ”ben sorer umore” que é um mandamento da Torá que nunca aconteceu e nunca acontecerá.

 

Mas todos os mandamentos Divinos tem um aspecto no qual eles são eternos e acontecem “aqui e agora” mas em outro nível. Um desses aspectos é chamado de ”Remez” (indicação)

 

Nossa Parashá nos conta sobre o mandamento da Vaca Vermelha, um mandamento que aconteceu na prática somente nove vezes em toda a nossa história e vai acontecer mais uma vez na época do Mashia’h

 

Esse mandamento tem uma característica interessante que é a de impurificar os puros e purificar os impuros

 

Diz o Baal Shem Tov que o “Remez” desse mandamento é o orgulho.

 

Orgulho: qualidade ou defeito?

 

O orgulho é comparado à Pará Adumá, a Vaca Vermelha, ele purifica os impuros e impurifica os puros.

 

Quando uma pessoa se comporta de maneira incorreta ele está distante de D’us, e para conseguir sair dessa impureza a pessoa deve se encher de orgulho

 

Ter orgulho de cada mandamento que cumpre, de cada Tzedaká que dá, sentir que faz algo por D’us e que agora D’us está em dívida com ela e vai dar para ela um paraíso enorme

 

Mas aí ela chega à uma etapa aonde se acomoda e acha que já fez até demais.

 

Nessa hora o orgulho que serviu para ela crescer faz ela se acomodar. Se torna uma barreira, se torna um um bloqueio. De purificador vira impurificador!

 

Sendo que nessa etapa o orgulho deixa de ser um remédio e se torna um veneno, deve ser eliminado

 

Para eliminá-lo a pessoa deve se lembrar que toda a Tzedaká que deu foi somente parte do que Hashem deu para ela, ainda mais, foi a parte pequena da benção Divina que ela recebeu.

 

E todos os mandamentos Divinos que ela cumpriu foram com a força e saúde que Hashem deu para ela, e ainda mais, foi somente com um pouquinho dessa energia que recebeu de Hashem

 

Descobre que ela era somente uma criança pequena segurando a direção do carro do papai e achando que estava dirigindo

 

Aí o Yetzer Hará (a má inclinação) pode falar para ela- : Viu! Você nunca fez nada! Você é uma incapaz! Ou sugerir para ela uma falsa humildade dizendo:- Quem é você para fazer alguma coisa? E tirando dessa maneira a auto estima dela e a derrubando para baixo.

 

Aí o orgulho é novamente necessário para fazer ela subir, e agora que ela já está cumprindo os mandamentos Divinos ela toma a decisão de acrescentar na qualidade, caprichar mais nos mandamentos, estudar mais Torá, subir de verdade!

 

Agora ela se sente verdadeiramente um Tzadik!

 

E nessa hora que ela chegou à um nível mais elevado e parou de subir, o orgulho se torna novamente um veneno, ela se sente dona da razão reage com crueldade, de maneira desproporcional e fora de controle à qualquer mínimo ataque feito à ela ou ao que ela representa, achando que quando atacada, em legítima defesa pode massacrar quem a atacou

 

principalmente quando se trata de um assunto religioso no qual ela tem razão, se esquecendo totalmente que as palavras dos sábios são ouvidas com tranquilidade, e principalmente ditas com tranquilidade

 

Novamente o orgulho faz com que ela volte a ser impura e tem que ser eliminado

 

Conclusão: o orgulho em relação ao nível superior que devemos alcançar é indispensável, sem ele não chegamos lá, mas em relação ao nível que já foi alcançado é destrutivo

 

Por isso não temos que olhar para trás, para o que já fizemos, mas sim para frente, para o que podemos fazer melhor, porque sempre em relação ao nível superior o orgulho é um vento à nosso favor!

 

Rabino Gloiber

sempre correndo

mas sempre rezando por você ❤️🥰🌻

 

 

Mensagem da Parashá

Luhot HaBrit

Bom dia pessoas maravilhosas ❤️ 🌻 🥰

 

Nossa Parashá nos conta que Moshe Rabeinu desceu do monte Sinai com as Luhot Habrit, traduzido erroneamente como “tábuas da lei”

 

As “tábuas da lei” são mais um erro de tradução dos padres que traduziram a Torá para o português.

 

A tradução mais próxima para o português seria  “Lousas da Aliança”

 

A Guemará nos conta que essas Luhot eram dois quadrados de pedra de 48cm de comprimento, 48cm de altura e 24cm de largura ” ou seja, todas as medidas delas são retas, elas eram dois retângulos que juntos formavam um quadrado  que pelas suas medidas é um cubo. Elas  eram não eram arredondadas.

 

Em muitos casos elas aparecem arredondadas encima, fato que não tem nada a ver com a nossa cultura judaica mas tem origem na cultura cristã.

 

Ou seja, os primeiros livros judaicos impressos após o século 15 foram impressos em editoras de cristãos, a maioria delas na Itália.

 

As editoras costumavam colocar um enfeite na página inicial, e sabendo que estavam imprimindo um livro religioso judaico colocaram desenhos das “Tábuas da Lei” feitos por artistas de arte sacra cristã como por exemplo Michelangelo, no século 16, que era famoso na época.

 

Naquela época, a tecnologia de impressão recém descoberta baixava tanto o preço dos livros (que antes eram escritos a mão), que ninguém se importou com os desenhos, contanto que tivessem os livros em hebraico.

 

Tempos depois, Judeus que nunca tiveram contato com arte sacra cristã acharam que, sendo que este desenho está em um livro judaico antigo, com certeza ele tem uma origem judaica.

 

E assim essas “Tábuas arredondadas” foram copiadas em todas as sinagogas, lapidadas na parede e no Aron Hakodesh (armário onde se guarda o Sefer Torá), bordadas na cortina do Aron Hakodesh , no Meíl (manto) do Sefer Torá e na cobertura da Bimá (mesa na sinagoga onde se lê o Sefer Torá).

 

Sendo que essas Tábuas redondas estavam em livros e sinagogas antigas, com o tempo todos se acostumaram com elas e acharam que com certeza ela é um símbolo judaico puro.

 

Até chegar o Rebe de Lubavitch e revelar essa história para nós, fazendo com que até o rabinato de Israel mudasse seu símbolo, de Luhot redondas para Luhot quadradas.

 

Então, vamos tirar essas “Tábuas redondas” da nossa cultura!

 

🌻🌻🌻🌻

 

Milagres revelados demonstrando a presença Divina entre nós

 

Alguns milagres aconteciam nessas Luhot.

 

A escrita ultrapassava de lado a lado, mas aparecia do lado de trás e do lado da frente da mesma maneira.

 

As partes internas das letras que não tinham ligação com suas laterais ficavam paradas no ar no meio dessas letras.

 

Quando Moshe Rabeinu estava nos trazendo as Luhot , o povo tinha sido induzido pela “erev rav” a fazer um “bezerro de ouro”, uma idolatria.

 

Moshe Rabeinu estava descendo do monte Sinai com as Luhot e ao ouvir a festa da idolatria as Luhot cairam das suas mãos e se quebraram.

 

Depois que conseguiu resolver a situação e a idolatria parou, Moshe pediu para Hashem desculpar o povo de Israel pelo acontecido, nos ensinando que o principal da Teshuvá é parar de fazer a coisa ruim e a segunda etapa é pedir desculpas por tê-la feita.

 

Hashem revelou para Moshe uma mina de uma pedra peciosa que por incrível que pareça estava embaixo da terra onde se encontrava a tenda de Moshe.

 

Hashem pediu para Moshe lapidar duas Luhot como as anteriores e subir novamente ao monte Sinai.

 

No Yom Kipur Moshe desceu com as segundas Luhot.

 

As novas Luhot foram guardadas dentro das “Arca da Aliança” junto com todos os pedaços das primeiras Luhot.

 

Elas acompanharam nosso povo até a destruição do primeiro Beit Hamikdash, quando foram escondidas nos túneis que construiu o Rei Salomão e vão ser reveladas novamente quando Mashia’h chegar.🌷

 

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você ❤️ 🌻 🥰