Elul
Segundo o Sêfer Yetzirah, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico, um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador do corpo que correspondem a ele.
Elul é o sexto mês do calendário judaico
Em Elul nos preparamos para a chegada dos Grandes Dias festivos, tocando o shofar todas as manhãs, tendo nossas mezuzot e nossos tefilin examinados para ter certeza de que ainda estão adequados, tendo mais cuidado com a Kashrut e falando seli’hot especiais à medida que se aproxima o final do mês.
Por que fazemos tudo isso no mês de Elul? Não podemos esperar até mais próximo de Rosh Hashaná e Yom Kipur?
De qualquer forma, a maioria de nós “trabalha” melhor sob pressão!
Estas questões podem ser explicadas por uma linda parábola:
Uma vez por ano, um rei muito poderoso deixa seu palácio, seus guardas, seu luxo e vai até o campo para encontrar seus súditos.
No campo, as pessoas podem perguntar o que quiserem ao rei. Não precisam esperar em longas filas, passar por revistas de segurança, ser anunciados com cerimônia. Podem falar com ele sem hesitação.
Mas quando o Rei volta para o seu palácio, os súditos terão novamente que passar por todos os tipos de protocolo para encontrá-lo. Portanto, obviamente, seus súditos aproveitam essa oportunidade ao máximo.
Elul é chamado “mês do arrependimento”, “da bondade” e “das desculpas”. Elul segue os dois meses anteriores de Tamuz e Av, os meses das duas grandes transgressões de Israel, o bezerro de ouro e o caso dos espiões.
As quatro letras do nome Elul são um acrônimo para as letras iniciais da frase em Shir Hashirim (6:3): “Sou do meu amado e meu amado é meu.”
“Sou do meu amado” em desejo determinado de retornar à raiz de minha Alma em Hashem (D’us). “E meu amado é meu” com expressão Divina de bondade e desculpas.
Este é o mês que “o Rei está no campo”. Todos podem aproximar-se d’Ele, e Seu semblante reluz para todos.
Elul é o mês de preparação para os grandes Dias Festivos de Tishrei. Foi neste mês que Moshê subiu ao Monte Sinai pela terceira vez por um período de quarenta dias, de Rosh Hodesh Elul a Yom Kipur, quando ele desceu com as segundas “Lu’hot”. Nestes dias Hashem (D’us) revelou sua grande bondade ao nosso povo.
Na guematria, Elul equivale a 13, aludindo aos 13 princípios da bondade Divina que são revelados no mês de Elul.
Letra: Yud
O yud é a primeira letra do tetragrama, o Nome essencial de Hashem (D’us), esse nome é conhecido como Shem Havayah, o Nome de Hashem vinculado a bondade.
É também a letra final do Nome Adnut, o Nome que encerra o Nome Havayah para revelar e expressá-lo ao mundo. Assim, o yud é o início da essência da Divina bondade, Havayah, e o yud é o fim da manifestação da Divina bondade, Adnut.
Toda forma criada começa com um “ponto” essencial, de energia e força de vida, o ponto da letra yud. O fim do processo criativo é também um “ponto” de consumação e satisfação, um yud. “No princípio D’us criou…” é o ponto inicial; “e D’us concluiu no sétimo dia…” é o ponto final.
A palavra yud significa “mão”. Nossos Sábios interpretam o versículo: “Até Minha mão fundou a terra, e Minha mão direita desenvolveu os céus” – que D’us estendeu Sua mão direita para criar os céus e estendeu Sua mão esquerda para criar a terra.” A mão direita é o ponto de início; a mão esquerda é o ponto do final.
No versículo acima citado, a mão esquerda (à qual se refere como “Minha mão” sem qualquer designação definida de esquerda ou direita) aparece antes da mão direita. Isso combina com a opinião de Hillel de que “a terra precedeu [os céus].” A terra representa a consumação da Criação – “o fim da ação vem primeiro no pensamento”.
O yud de Elul é, especificamente, a mão esquerda, o controlador do sentido do mês, o sentido da ação e retificação. Este é o ponto final da Criação atingindo seu supremo objetivo e fim, o yud de Adnut refletindo-se perfeitamente na realidade criada, o yud de Havayah.
Continua…